Quartel de São João da Corujeira

IPA.00035789
Portugal, Portalegre, Elvas, Caia, São Pedro e Alcáçova
 
Quartel de Infantaria construído na 2.ª metade do séc. 17, por determinação da Câmara e com o produto do imposto lançado sobre o povo da cidade, possivelmente com projeto de António Rodrigues, sendo normalmente considerado o primeiro a ser construído em Elvas após a Restauração da Independência. Implanta-se isoladamente, nas imediações do terrapleno interior, conforme considerado preferível no "Método Lusitano", e apresenta planta retangular, magistralmente adaptada ao declive acentuado do terreno, visto que o utiliza para resolver o problema de acesso ao segundo piso, sem recorrer à varanda corrida. Assim, compõe-se de 20 pequenos compartimentos independentes e com acesso individualizado, por porta de verga reta, sendo os 10 do piso térreo, com cobertura em abóbada de berço, acedidos pela fachada principal, e os do segundo piso, com teto de madeira, pela fachada posterior. As fachadas compridas são de grande sobriedade e semelhantes aos edifícios civis, ritmadas por amplas chaminés, tipo chaminé de fumeiro alentejana, dispostas paralelamente à cumieira e elevando-se sobre a beirada das fachadas. A principal desenvolve-se em dois pisos, rasgada por eixo de porta e janela de peitoril retilínea, esta pertencente aos compartimentos superiores, albergando na chaminé central brasão com as armas de Portugal. A fachada posterior possui apenas um piso, rasgado pelas portas para os compartimentos. No interior, a lareira dispõe-se à direita ou à esquerda da porta, respetivamente no piso inferior e superior. Os compartimentos do segundo piso encontram-se mais descaracterizados, não só pelo desaparecimento das lareiras, como pela abertura de vãos para os compartimentos laterais, numa tentativa de ampliação do espaço.
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Quartel    

Descrição

Planta retangular, com cobertura em telhados de duas águas, interrompidas por empenas elevadas corta-fogo demarcando a compartimentação interna, rematadas em beirada simples. Fachada principal virada a sudeste, de dois pisos, rebocada e caiada de ocre, ritmada por chaminés, uma por compartimento, dispostas paralelamente à cumeeira e a interromper o remate da fachada, elevando-se sobre o mesmo; cada uma das chaminés é ladeada, à direita, por gárgula de meia cana, para escoamento das águas. Na chaminé do sexto compartimento (a contar da esquerda), surge brasão com as armas de Portugal. A fachada é rasgada regularmente por eixo de vãos, retilíneos, correspondendo no piso térreo a porta, atualmente entaipada, de acesso direto aos compartimentos do piso inferior, e, no segundo piso, a janela de peitoril dos compartimentos superiores. As fachadas laterais terminam em empena, sendo a lateral direita rasgada por janela de peitoril semelhante, ao nível do segundo piso. A fachada posterior, com cota mais elevada, tem apenas um piso, e possui estrutura semelhante, mas conservando apenas 7 chaminés a ritmar a fachada; o acesso direto aos comportamentos do segundo piso é feito por portas de verga reta. INTERIOR com 10 compartimentos retangulares por piso, sem comunicação entre si e com acesso individualizado, à exceção de alguns no segundo piso, que foram interligados por portas rasgadas nas paredes laterais para ampliação do espaço. Os compartimentos do primeiro piso possuem abóbada de berço e, do lado direito da porta de acesso, lareira ocupando a restante parede. Os compartimentos do segundo piso possuíam a lareira à esquerda da porta, subsistindo apenas uma, e teto de madeira e tijoleira a sustentar a cobertura.

Acessos

Alcáçova, Calçada de São João da Corujeira, Rua dos Quartéis da Corujeira. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,882986; long.: -7,162012

Protecção

Incluído no Núcleo urbano da cidade de Elvas / Cidade Fronteiriça e de Guarnição de Elvas (v. IPA.00001839) e na na Zona de Proteção da Fortaleza de Elvas (v. IPA.00035956)

Enquadramento

Urbano, isolado, no interior da praça de Elvas, no denominado bairro da Corujeira, entre o baluarte de Santa Bárbara e o meio baluarte da Corujeira e do Picadeiro. Ergue-se adaptado ao declive acentuado do terreno, formando frente de rua, possuindo ao longo da fachada posterior terreno com cota mais elevada, vedado por alto muro, em alvenaria rebocada e pintada de branco, de perfil curvo, com portal de verga reta atualmente entaipado. A poente ergue-se o edifício do Comando Militar de Elvas (v. IPA.00026856), com cerca confinante com a dos Quartéis. A nascente desenvolve-se o baluarte de São João da Corujeira, com três níveis de defesa, erguendo-se na gola do primeiro a Capela de São João da Corujeira (v. IPA.00026788), e no terrapleno interior o Cemitério dos Ingleses. A menos de 50m ergue-se, para sudeste, a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco (v. IPA.00001608).

Descrição Complementar

Na fachada principal existe lápide com a inscrição "PATRIMÓNIO / DO ESTADO" e uma placa identificando o imóvel "PM n.º 77 / ELVAS / QUARTEL DE ENGª OU / SE D. JOÃO DA CORUJEIRA".

Utilização Inicial

Militar: quartel

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Câmara Municipal de Elvas, auto de cessão de 04 abril 2014

Época Construção

Séc. 17

Arquitecto / Construtor / Autor

ENGENHEIRO MILITAR: António Rodrigues (atr., 1659). NÃO DETERMINADO: Amaro Nunes (1644), Domingos Almeida (1644), Pedro Afonso (1646).

Cronologia

1640 - após a Restauração da Independência de Portugal, a permanência de grande contingente militar em Elvas e a falta de alojamento para o mesmo, leva o governador das armas da província, a impor o aboletamento nas casas particulares, contrariando o antigo privilégio de dispensa de dar alojamento aos militares; 1642, 14 janeiro - em resposta às queixas da população, D. João IV manda que "(...) acompanhando-vos dos oficiais que fizerem o dito alojamento, ordeneis que se faça com toda a igualdade, sem excepção de pessoa, para que assim cessem as queixas que os ditos misteres me fazem em nome do povo dessa cidade"; 1643, 17 janeiro - em reunião dos três estados da cidade na casa da Câmara, resolve-se mandar construir alguns quartéis para a tropa, à custa dos moradores; tendo o mestre de obras Sebastião Vaz orçado em mil cruzados as despesas de reparação e acomodação das casas destinadas a quartéis, assentam que dariam essa quantia mais 200$000 para enxergões e mantas, declarando que o povo não seria obrigado a mais coisa alguma, e correria por conta da fazenda real o pagamento das casas deles; o que mais fosse necessário para os quartéis daria o rei; dando o povo os ditos 600$000 ficaria para sempre livre de alojamento e não seria obrigado a dar camas nem mais coisa alguma para eles; as camas e móveis que tinham dado, seriam restituídas a seus donos, e as "muitas pessoas graves que não se queriam satisfazer, nem estar nos alojamentos, quando não quisessem estar nelles buscariam casas e o mais necessário para seu alojamento, por seu dinheiro"; o imposto estipulado para obtenção da verba é definido em 20 réis em cada almude de vinho que entrasse e se vendesse na cidade, imposto que duraria até se concluírem as obras; 1644, agosto - o Conselho de Guerra volta a frisar que há que ter o "intento de fazer obra menos vistosa e mais o de obra fácil e útil e brevemente possível"; 1646 - o imposto é já de 3 mil cruzados mas as obras ainda não haviam começado, para desagrado da população; nesse mesmo ano dá-se início à construção dos primeiros quartéis, na Rua de São João, do bairro da Corujeira, com uma primeira soma de 650$000, arrematando a obra Pedro Afonso, Domingos Almeida e Amaro Nunes; possivelmente o projeto é da autoria do engenheiro António Rodrigues; 1660, 26 abril - carta D. Luísa de Gusmão concede, a pedido do juiz, vereadores e outros oficiais da Câmara, que interrompessem temporariamente as obras para, com a respetiva verba, se acudir, em alimentos, à população e soldados da cidade; 1663, 14 abril - carta patente de D. Afonso VI nomeia António Rodrigues sargento-mor "ad honorem", pelos serviços prestados na província do Alentejo, referindo ser autor do risco dos quartéis de Infantaria e Cavalaria de Elvas; 1686 - Victorino d' Almada refere que depois da paz se providencia a ampliação dos quartéis da Corujeira (Tomo 1, p. 16); 1695 - 1697 - referência à construção dos quartéis da Corujeira (Câmara Municipal de Elvas, Próprios, Livro 6, fls. 282); 1718, 09 abril - apresentação de requerimento à Câmara solicitando que todos os quartéis, antigos e modernos, se entregassem à Coroa como bens próprios e que, para reparação e camas, se lançasse mais um real em cada arrátel de carne e peixe que se consumisse na cidade, ficando os moradores isentos de quartéis de qualquer género que fosse; posteriormente envia-se o requerimento ao rei; 08 novembro - em reunião dos três estados e corregedor da comarca, reconhece-se a necessidade de entregar os quartéis e de estabelecer o real na carne e peixe, com a condição de não obrigar os moradores da cidade a dar alojamento, quer a oficiais quer a soldados, ou a cavalos; caso contrário, os quartéis seriam restituídos ao concelho e se suspenderia o imposto adicional; 1719, 07 outubro - porque os quartéis velhos estavam arruinados e a Coroa pretendia que a Câmara os consertasse antes de tomar posse deles, o poder local resolve prescindir dos 500$000 que a Coroa estava a dever pela expropriação de 15 dos quartéis demolidos para alargamento dos armazéns de guerra (atual Casa das Barcas); séc. 18 - uma planta de Guilherme Frederico Westernacher, representa o quartel da Corujeira, mas identificando-o como "Quartéis dos Soldados da Cavalaria"; 1825 - está instalado nos quartéis da Corujeira o 1.º Batalhão de Infantaria n.º 8, mas segundo documento, o "quartel do 1.º Batalhão de Infantaria n.º 8, junto a São João da Corgeira, na meia encosta do Castello" "Hé tão pequeno este quartel, que se achão os sold.ºs em N.º de 14, 15, e 16, onde apenas cabem 2"; 1875 - no Relatório sobre a defesa da Praça de Elvas, feito pelo seu governador, o General de Brigada Francisco Xavier Lopes, é conhecido como "Quartel do destacamento d'engenheiros" *1, com dois pisos com dez unidades cada, estando a "secretaria" da "comissão de engenharia" a funcionar em edifício de dois pisos no Lg. Das Parreiras e que o Quartel da Corujeira podia acomodar até 80 praças, no piso superior, e a "arrecadação do material de construção" no piso térreo; 1909, 14 junho - termo de concessão de licença dada pelo Ministério da Guerra à Direção das Obras Publicas do Distrito de Portalegre, para utilizar dois compartimentos de casa, para arrecadar ferramentas e materiais a cargo da referida Direção (um na casa da guarda das portas de Olivença e outro no r/c do aquartelamento da Corujeira); 1911, 05 maio - entrega à Inspeção dos Telégrafos Militares de um compartimento existente na parte inferior de um compartimento em que se acha alojado o pombal militar de Elvas, no mesmo edifício com destino a arrecadação; 1929 - o imóvel necessita de esboços e caiação interior, conserto e pintura da entrada, obras orçadas em cerca de 200$00; 1935 - encontram-se desocupados as dependências do edifício onde funcionava o pombal militar de Elvas, correspondendo a uma dependência, casa com três compartimentos no 1.º andar do PM 77 e o n.º 4 do r/c do mesmo, mas o oficial encarregado do citado pombal não fez a entrega das chaves das dependências; os três compartimentos do 2.º piso só poderiam ser arrendados depois de reparados; a Junta Autónoma de Estradas pede para lhe ser trocado o compartimento n.º 7 do r/c do prédio militar pela casa "B" às portas da Esquina do PM 75; 11 julho - termo de entrega ao Ministério da Guerra do compartimento n.º 7 do r/c do prédio militar pela Direção de Estradas do Distrito de Portalegre e termo da concessão de licença à mesma Direção das Estradas para utilizar a casa "B" do PM 75 para arrecadar ferramentas e materiais a seu cargo; 08 outubro - auto de entrega à Direção do Serviço de Obras e Propriedades Militares de três compartimentos do 1.º andar e quarto n.º 4 do r/c do aquartelamento; 1936, 10 novembro - auto de cedência à 8.ª Companhia de Reformados dos compartimentos n.º 1, 2 e 3 do 2.º piso; 1936, 10 novembro - escritura de concessão à 8.ª Companhia de Reformados dos compartimentos n.º 1, 2 e 3 do 2.º piso dos quartéis; documento refere não se compreender como os três compartimentos estavam simultaneamente na posse do Regimento de Telegrafistas, a servirem de pombal, e arrendadas a João Pedro Piçarra, que era arrendatário dos mesmos compartimentos, desde 1 de setembro de 1923; assim, os referidos três compartimentos ou não estavam entregues ao Regimento de Telegrafistas e não foram entregues a essa Direção em 3 outubro 1935, como consta do auto daquela data, ou trata-se de outros três compartimentos; 1939, 13 maio - ordem de serviço para que logo que estejam liquidados os serviços de extinção da 8.ª Companhia de Reformados, o que se presume ter lugar a c. de 20 do corrente, se proceda à entrega do prédio militar à D. S. O. P. M.; 07 junho - auto de entrega à Direção do Serviço de Obras e Propriedades Militares do PM 77, compartimentos n.º 12 e 13 do 2.º piso do aquartelamento; 07 junho - auto de entrega à Direção de Obras e Propriedades Militares, dos compartimentos n.º 1, 2 e 3 do 2.º piso, e que até esta data estavam ocupados pela extinta 8.ª Companhia de Reformados; 1940, 16 junho - entrega à 1.ª Brigada da Cavalaria de todo o prédio militar para ampliação do quartel da mesma Brigada; 17 junho - Despacho autoriza cedência ao Quartel General do 1.º Batalhão de Caçadores das dependências do aquartelamento da Corujeira onde funcionou a ex-8.ª Companhia de Reformados, à data fechados e entregues à D.S.O.P.M. para efeito de guarda e conservação; auto de entrega ao conselho administrativo da 1.ª Brigada de Cavalaria das dependências do aquartelamento da Corujeira; 25 junho -Tombo do prédio militar, descrito como aquartelamento de dois pisos, tendo 10 compartimentos em cada piso, estando os compartimentos n.º 1, 2 e 3 do 2.º piso entregues ao Comando da 1.ª Brigada de Cavalaria, por auto de 17-06-1940, e os compartimentos n.º 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10 do 2.º piso e o 10 do r/c em regime de arrendamento; a área de cada pavimento é de 185 m2, a área do terreno de 550 m2; a avaliação, datada de 1934, é de aproximadamente 22.000$00; está em regular estado de conservação e é do domínio do Ministério da Guerra; confronta por norte com o caminho de servidão pertencente ao Ministério da Guerra, por sul com a Rua de São João da Corujeira e por este com o baluarte dos Ingleses; 16 agosto - Despacho autoriza que todo o aquartelamento seja entregue ao Comando da 1.ª Brigada de Cavalaria à medida que terminassem os contratos de arrendamento em vigor; 04 dezembro - Despacho autoriza a entrega ao Comando da 1.ª Brigada de Cavalaria do compartimento do prédio militar 77, devendo o mesmo comando ir tomando conta dos respetivos compartimentos à medida que fossem vagando; 31 dezembro - Tombo dos quartéis; um dos compartimentos do r/c está cedido, por, empréstimo à Direção de Obras Públicas de Portalegre; 1941, 12 fevereiro - auto de entrega ao Conselho Administrativo da 1.ª Brigada de Cavalaria do PM 77 constituído por todo o aquartelamento; 1945, 20 agosto - as 20 divisões estão ocupadas por arrecadações da 1.ª Brigada de Cavalaria e simultaneamente pelo Governo Militar de Elvas; 1946, 18 novembro - termo de contrato definitivo da venda da azeitona produzida pelas oliveiras existentes no imóvel, pelo Ministério da Guerra, com base de licitação de 150$000, sendo adjudicada por Manuel Candeias Moinho, por 200$00; 31 dezembro - extinção da 1.ª Brigada da Cavalaria; 1948 - despesa de 120$00 com a limpeza das oliveiras existentes no prédio militar pela Estação de Melhoramento de Plantas, em Elvas; 1958, 19 abril - o governador militar Abílio Augusto Valdez de Passos e Sousa, coronel, informa que o aquartelamento fora entregue ao Comando da 1.ª Brigada de Cavalaria (ao tempo em Elvas) por determinação da 2.ª Repartição da 2.ª D.G.M.E. de 17 agosto de 1940, devendo o prédio deixar de estar arrendado. Calcula que teve lugar a pedido do referido Comando para instalar os seus serviços e se pensar em ampliar as dependências do edifício em que estava instalado e assim se conservou, até hoje, entregue ao Comando Militar da Praça de Elvas que substituiu o Comando da 1.ª Brigada de Cavalaria; como não fosse de momento necessário a este comando permitiu-se que ali se instalassem gratuitamente nos compartimentos do r/c algumas famílias de indigentes, estando ali alojadas 47 pessoas, em péssimas condições; no1.º andar habita o 2.º sargento deste comando, João Garção, estando os restantes compartimentos a servir de arrecadação do material deste comando *2; 1967, 02 março - por se encontrar vaga a casa n.º 2 do prédio militar e por não haver militares interessados na sua ocupação, decide-se arrendá-la temporariamente; 1970 - pensa-se transformar o prédio militar em residenciais para oficiais e sargentos, para melhoria de condições de vida e fixação dos militares; nesta data o r/c é ocupado por famílias pobres e o 2.º por um sargento e parte pelo refeitório das 8 praças do Comando; 1978, 30 junho - data do Tombo dos quartéis, sendo ocupados pela C. M. P. E. e cedidos para habitações a ex-combatentes; 2006, 28 junho - auto de mudança de utente do imóvel, sendo entregue ao tenente RC Luís Miguel Castilho da Graça, como delegado do Regimento de Cavalaria n.º 3; 2008 - os quartéis estão em avançado estado de degradação, temendo-se que possam ruir em consequência das condições meteorológicas; 2009, 31 agosto - ofício da direção do Lar Júlio Alcântara Botelho de Alves a candidatar-se à cedência para exploração de IPSS, por um período mínimo de 50 anos, de vários imóveis, nomeadamente o quartel da Corujeira, para adotá-lo a apartamentos para casais; 2014, 04 abril - auto de cedência e aceitação pela Câmara Municipal de Elvas de vários prédios militares, entre os quais o Quartel de São João da Corujeira, nos termos do disposto na alínea I do art.º 8 da Lei n. 23/2008, de 8 setembro e dos artigos 53 e seguintes ex VI artigo 23º do DL n.º 280/2007, de 07 de agosto, de harmonia com o Despacho n.º 14801/2013, da Ministra de Estado e Finanças e Ministro da Defesa Nacional, de 01 de novembro de 2013, publicado no DR 2.ª série, n.º 222, de 15 de novembro de 2013, proferido ao abrigo do n.º 3 do artigo 6.ª da referida Lei n. 3/2008; os imóveis são cedidos por um período de 50 anos, sendo os prédios abatidos ao cadastro do Exército à data do referido auto *3.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em tijolo de burro e alvenaria, rebocada e pintada; caixilharia em madeira; teto de madeira e tijoleira; brasão em cantaria; lápide em mármore; cobertura de telha.

Bibliografia

AA.VV - Fortificações de Elvas. Proposta para a sua inscrição na lista do Património Mundial. Elvas (Portugal): texto policopiado, 2008; ALMADA, Victorino d' - Elementos para um Dicionário de Geographia e História Portugueza Concelho d'Elvas. Tomo 1, Elvas: Typ. Elvense, 1888; BUCHO, Domingos - Cidade-Quartel Fronteiriça de Elvas e suas Fortificações. Lisboa: Edições Colibri; Câmara Municipal de Elvas, 2013; CONCEIÇÃO, Margarida Tavares da - Da Vila Cercada à Praça de Guerra. Formação do Espaço Urbano em Almeida Séculos XVI-XVIII. Lisboa: Livros Horizonte, 2002; JESUÍNO, Rui - Elvas - Histórias do Património. s.l.: Rui Jesuíno; Booksfactory, 2016; MORGADO, Amílcar F. - Elvas: Praça de Guerra, Arquitectura Militar. Elvas: Câmara Municipal de Elvas; Grupo de Apoio e Dinamização Cultural de Elvas (G.A.D.I.C.E.), 1993; SEPULVEDA, Christovam Ayres de Magalhães - História Organica e Política do Exército Português. Provas. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1919, vol. VIII, pp. 458-460.

Documentação Gráfica

Direção de Infraestruturas do Exército: GEAEM, SIDCarta, Tombo dos Prédios Militares: PM n.º 77/Elvas - Quartel de Engenharia ou São João da Corujeira (Processo n.º 2)

Documentação Fotográfica

DGPC: SIPA

Documentação Administrativa

Arquivo Histórico Militar: 3.º Divisão, 9ª Secção, Caixa n.º 68, Número 18 ("Conta resumida do Estado presente do Aquartelamento da Praça por Inspecção própria do Governador dela e Suas Observações", Carlos Frederico de Paula, 1825) e 3.ª Divisão, 9.ª Secção, Caixa 73, Número 11 (Relatório sobre a defesa da Praça de Elvas feito pelo seu governador, o General de Brigada Francisco Xavier Lopes, 1875); Direção de Infraestruturas do Exército: Tombo dos Prédios Militares: PM n.º 77/Elvas - Quartel de Engenharia ou São João da Corujeira

Intervenção Realizada

Observações

*1 - A denominação inicial da Companhia de Artífices Engenheiros foi alterada ao longo dos anos. Assim, em 1834, o Batalhão de Artífices e Engenheiros passa a Batalhão de Sapadores, em 1849, a Batalhão de Engenheiros, a 1864, a Batalhão de Engenharia, ocupando então o Quartel da Corujeira, e, em 1884, passa a denominar-se de Regimento de Engenharia. *2 - Em 1958 o aquartelamento é descrito como tendo planta retangular, medindo 48m de comprimento por 6m de largura, com dois pavimentos e uma espécie de logradouro na retaguarda, que o acompanha em todo o comprimento, com c. 7m na sua maior largura. É esse quintal que dá acesso ao 2.º piso. É composto em ambos os pisos por uma série de compartimentos, todos com entrada própria e independentes uns dos outros; no 2.º piso é que alguns foram comunicados, por meio de portadas rasgadas nas paredes que os separavam, a fim de se poderem adaptar a uma moradia, embora modesta, para o atual ocupante. No terreno todos os compartimentos são independentes e com entrada própria. Estavam na época ocupados por algumas famílias extremamente pobres e que foram desalojadas da sua moradia por efeito de serem destruídas, para expansão da cidade; estes não pagam renda ao Estado, por não terem meios para isso. O aquartelamento encontra-se ligado à cerca do Quartel do Comando Militar de Elvas, continuando a sua frente. *3 - Segundo a Caderneta Predial Urbana - artigo matricial 1486 - o edifício do quartel confronta a norte com terreno da fortificação entre o baluarte de Santa Bárbara e o meio baluarte do Picadeiro e da Corujeira; a sul com a Rua dos Quartéis da Corujeira; a nascente com terrapleno da fortificação entre os baluartes de Santa Bárbara e o meio baluarte dos Picadeiros e Corujeira, e a poente com o antigo quartel general. Possui dois pisos e tem 13 divisões independentes. O seu valor patrimonial é de 76.520,00 euros. A área total do terreno é de 637,0000m2; a área de implantação do edifício é de 240.0000m2; a área bruta primitiva total é de 498,000m2.

Autor e Data

Paula Noé 2017

Actualização

 
 
 
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