Igreja Paroquial de Torre de Moncorvo / Igreja de Nossa Senhora da Assunção

IPA.00002419
Portugal, Bragança, Torre de Moncorvo, Torre de Moncorvo
 
Igreja paroquial construída no séc. 16, com planta retangular composta por três naves, cobertas por abobadadas à mesma altura. Apresenta fachada-torre, formando nártex inferiormente e pórtico com a típica organização tipo retábulo. Conserva restos de frescos e retábulos de talha joanina.
Número IPA Antigo: PT010409160001
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta rectangular composta de corpos bem definidos, com 3 naves de 5 tramos e capela-mor rectangular. Possui um sistema de cobertura diferenciado de duas águas. A fachada principal, inserida numa impotente torre de cantaria que lhe dá um aspecto um tanto mais verticalista, ostenta portal renascença de arco pleno, tendo a ladeá-lo e a encimá-lo três ordens de colunas coríntias onde se abrem sete nichos com as respectivas imagens. Estas colunas encontram-se gateadas à parede. Rematando a composição, rasga-se uma janela também de arco pleno, sobrepujada por um frontão vazado assente na arquitrave e sustentada por duas colunas. A cerca de 30 metros de altura situa-se uma varanda em granito. O alçado lateral S. apresenta-se apoiado em sete contrafortes existindo entre o terceiro e o quarto um portal protegido por enorme alpendre abobadado. Ostenta a data de 1567 e inclui uma imagem de Nossa Senhora do Coberto. O alçado lateral S. mostra igual número de contrafortes e apresenta um portal em arco pleno tendo nele sido esculpida a data de 1566 e um relevo mostrando a imagem do Padre Eterno. O alçado posterior apresenta uma capela-mor com três vãos de iluminação. Tem-se acesso ao interior através de um endonártex. O interior apresenta as naves sensivelmente à mesma altura, com abóbada nervada em granito sustentada por oito colunas. Possui um coro que se pode dividir em três corpos existindo no corpo central um órgão do séc. 18. O baptistério situa-se no lado da Epístola por baixo do coro-alto. A igreja possui quatro altares laterais. O altar-mor ostenta precioso retábulo setecentista executado em 1752 por Jacinto da Silva. As pinturas murais existentes neste local são da autoria de Francisco Bernardo Alves e representam a "Última Ceia" e "A Virgem Comungando". Além da zona do retábulo destaca-se o enorme cadeiral do cabido. Os altares do lado do evangelho são dedicados a Nossa Senhora do Rosário e aos apóstolos Pedro e Paulo. Ainda neste lado está exposto o triptico gótico representando cenas da vila de São Joaquim e Santa Ana. Do lado oposto, os altares são dedicados a Santo António e às Almas.

Acessos

Torre de Moncorvo, Largo General Claudino e Dr. Balbino Rêgo

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136 de 23 junho 1910

Enquadramento

Urbano, situado em plena sede concelhia, numa envolvente urbanística medieval e renascença. Constitui um dos centros vitais de Moncorvo, de onde irradiam várias vias. O terreno mostra acentuado declive compensado por um adro de grandes dimensões, e com pináculos distribuídos regularmente.

Descrição Complementar

O endonártex no lado do Evangelho apresenta os seguintes dizeres anepigrafados: "Capela de Soreir com obrigação de 30 missas nesta igreja que he da data de Sua Magestade de que he administrador Francisco Roiz de Meirelles desta villa e se reformou o tombo dela por mandado do dito Senhor a 30 de Maio 1622".

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

DRCNorte, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163 de 24 agosto 2009

Época Construção

Séc. 16 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Baltazar de Castro (séc. 20).

Cronologia

1544 - provável início da construção; 1566 / 1567 - data dos portais laterais; 1631 - construção das estruturas de granito dos altares colaterais da capela-mor; execução de uma "Sagrada Família", em Antuérpia; 1644 - a Câmara expropria casas de Luís de Madureira para feitura do adro; 1648 - consolidação do arco da abóbada da igreja que estava sobre a porta do alçado N.; 1670 - construção do zimbório na Torre pelos mestres Pedro de Almeida, José de Almeida e António Rodrigues; 1677 - São executadas duas das imagens da fachada principal representando Santa Apolónia e Santa Bárbara; séc. 17 - colocação de marcos delimitando o adro da igreja com inscrição "Adro"; 1726 - no livro mais antigo da Décima, surgem colectados a viver no Rossio, no largo junto à Igreja Matriz, meia dúzia de contribuintes; 1749 / 1752 - execução do retábulo do altar-mor por Jacinto da Silva; séc. 18 - órgão do coro; construção do muro do adro da igreja; 1792 - o caiador Luís Moita de Madureira procedeu à caiação da Igreja; 1858 - Graves danos devido a abalo sísmico que originou reparações na abóbada no valor de 267 contos; 1875 - Aquisição por parte da Câmara de vários objectos religiosos que tinham pertencido ao Arcebispo de Braga e que foram depositados na sacristia; 1895 - Queda de elementos da abóbada; séc. 20, meados - trabalhou nas obras o arquiteto Baltazar de Castro; 2005 - elaboração de um estudo e levantamento do órgão, pela Oficina e Escola de Organaria; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 2007, 20 dezembro - o imóvel é afeto à Direção Regional da Cultura do Norte, pela Portaria n.º 1130/2007, DR, 2.ª série, n.º 245; 2016, 15 julho - inauguração do órgão de tubos, após as obras de recuperação.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Granito, argamassa, barro, madeira, vidro

Bibliografia

ALVES, Joaquim Ferreira e MARINHO, Natália, A Igreja Matriz de Torre de Moncorvo - Documentos para a história da sua "Fábrica" ( 1747 / 1800 ), s.l., 1979; LOPES, Glória - «Órgão de tubos sai da arrecadação e volta a tocar na sexta-feira». In Jornal de Notícias. 11 julho 2016, p. 42; MACHADO, J. T. Montalvão, No II Centenário da Diocese de Bragança e Miranda, Brigantia, Vol. I, Bragança, 1981; TAVARES, José Augusto, Monografia de Nª Sª da Teixeira, Moncorvo 1985; ALVES, Natália Marinho Ferreira, Nótula para a história do retábulo da capela-mor da Igreja Matriz de Torre de Moncorvo, Brigantia, Vol. V, Nº 1, Bragança, 1985; ALVES, Francisco Manuel, Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança, Bragança, 1990; RODRIGUES, Adriano Vasco, O Retábulo Flamengo da Parentela de Santa Ana, na Igreja Matriz de Torre de Moncorvo, Porto, 1990; VALENÇA, Manuel, A Arte Organística em Portugal, vol. II, Braga, 1990; ANDRADE, António Júlio, Torre de Moncorvo notas toponímicas, Torre de Moncorvo, 1991; Flandres e Portugal, Lisboa, 1991; PEREIRA, Liliana Maria Ferreira Figueiredo, Estuques no Espaço Doméstico - Contributos para Um Itinerário na Arquitectura Rústica e Nobre do Norte de Portugal, com particular Incidência no Douro Superior. Estudo de uma peça. O Solar dos Pimentéis, em Torre de Moncorvo, 2 Volumes, Lisboa, (dissertação de Mestrado em História da Arte da Universidade Lusíada), Universidade Lusíada, 2003; PINTO, Ana Borges - «Órgão de tubos volta a tocar 40 anos depois». In Correio da Manhã Norte. 25 julho 2016, p. 24.

Documentação Gráfica

DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN

Documentação Administrativa

DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMN

Intervenção Realizada

DGEMN: 1936 / 1954 - Diversas obras de conservação; 1964 - reconstrução da cruz de granito do lado S. do monumento; 1968 - execução e colocação de dois vitrais do lado S. da nave; 1971 - reparação pavimento do adro; 1972 - consolidação do contraforte da fachada lateral junto ao cunhal N.; 1973 - consolidação de abóbadas junto à torre e porta principal; 1974 - consolidação do muro de vedação a N.; 1975 - consolidação e conservação da base da torre S. incluindo tratamento de cantarias e envolvente; 1976 - limpeza e tratamento de cantarias nas paredes exteriores S. e N.; 1977 / 1979 - reconstrução do muro de vedação do adro e reparação de vitrais na capela-mor e nas fachadas N. e S. da nave; 1980 - conservação e tratamento da pedra do portal principal, da base da torre e galilé S.; 1981 - reparação da rede eléctrica e desmontagem do órgão, para futuro restauro; 1985 / 1986 - beneficiação da instalação eléctrica, de carpintarias, adaptação do anexo a museu; IPPAR 1994 / 1995 / 1996 1997 - reabilitação do interior; remodelação da instalação eléctrica; iluminação da xona envolvente; 2005 - recolocação dos tubos da fachada do órgão; 2015 / 2016 - restauro do órgão, promovida pela DRCN com a Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, no valor de 80 700 euros, no âmbito da candidatura Património Religioso do Leste Transmontano, apresentada ao QREN/ON2.

Observações

Autor e Data

Ernesto Jana 1994

Actualização

 
 
 
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