Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Alvalade

IPA.00009767
Portugal, Setúbal, Santiago do Cacém, Alvalade
 
Igreja de misericórdia de uma nave abobadada e capela-mor coberta por cúpula, seguindo uma tipologia definida durante a época manuelina, actualizada nos seus elementos decorativos pela estética maneirista, com a introdução de platibandas vazadas, nomeadamente a que acompanha a empena e lembra a Igreja da Graça de Évora (v. PT040705210028); na abóbada pinturas murais de tipologia maneirista e caráter regionalista, figurando a Santíssima Trindade e Anjos Músicos. Destaca-se pelas suas proporções harmoniosas e pelo forte ritmo que deriva da sequência de contrafortes e da platibanda vazada, configurando um modelo pouco comum nas igrejas de misericórdia do Baixo Alentejo.
Número IPA Antigo: PT041509020011
 
Registo visualizado 371 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja de Confraria / Irmandade  Misericórdia

Descrição

Planta longitudinal escalonada, orientada, composta por nave e capela-mor, mais estreita, a que se adossam à direita a sacristia e dependências. Volumes articulados. Cobertura diferenciada em telhado de duas águas na nave, de uma água na sacristia e nas dependências e em domo na capela-mor. Fachada principal de um pano definido por contrafortes colocados em escorço, de onde se destacam gárgulas de cantaria e encimados por plintos coroados por semi-esferas, rematado por empena definida por cornija coroada por platibanda vazada e sobrepujada por campanário com olhal em arco de volta perfeita, rematado em empena com cornija. Portal de verga recta com moldura, precedido por degrau e encimado por duas lápides sobrepostas, sendo a de baixo, mais pequena, lavrada com o cronograma " 1570 ", e tendo a superior a inscrição " BTI MISERICOR/DES QM IPSI MIS/ AZ CÕSEQVETVR ". À direita adossa-se o volume das dependências rasgado por uma porta. Alçado S. com o volume das dependências e sacristia rematado por beirado e rasgado por duas janelas e uma porta; em segundo plano, o corpo da nave é de dois panos separados por contrafortes, sendo o primeiro em escorço; em cada contraforte, rematado por plinto sobrepujado por semi-esfera, destaca-se uma gárgula de cantaria; cada pano é rematado por cornija que se prolonga pelos contrafortes, encimada por platibanda vazada, rematada igualmente por cornija, que se prolonga de modo a integrar os contrafortes; à direita, o volume da capela-mor, de um pano, definido por contrafortes em escorço, segue esquema idêntico ao dos panos da nave; o domo é rematado por um lanternim cego de planta circular, ladeado por quatro pilastras e rematado por um pináculo. Alçado N. segue esquema idêntico ao do alçado O., para a cabeceira e para a nave, tendo no entanto mais um contraforte a meio da nave e sendo a capela-mor rasgada por uma janela; todos os contrafortes são ligados por um embasamento rampeado. INTERIOR: nave coberta por tecto de madeira definido em três planos; na parede do lado do Evangelho encontra-se encastrada uma lápide sepulcral. Arco triunfal de volta perfeita emoldurado e assente em pilastras que se apoiam em degrau. Capela-mor coberta por cúpula assente em cornija e trompas, tendo na parede do lado do Evangelho uma janela e do lado da Epístola porta de acesso à sacristia; a cúpula é decorada por pintuars murais, em tons de amarelo ocre, castanho, vermelho sinopia e negro, figurando a Santíssima Trindade rodeada de anjos músicos segurando instrumentos de sopro, violinos, guitarras, alaúdes e um órgão; no centro da cúpula, esgrafito figurando uma flor de quatro pétalas.

Acessos

Praça D. Manuel I

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, em destaque, adossado, numa praça, tendo a O. o Pelourinho ( v. PT041509020003 ) e e a E. os antigos Paços do Concelho.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja de confraria / irmandade

Utilização Actual

Religiosa: igreja

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

1570 - construção do templo e provável campanha decorativa em esgrafito na cúpula da capela-mor; 1600- 1650 - data provável de execução das pinturas murais da cúpula da caela-mor figurando a Santíssima Trindade e anjos músicos; 1811 - a Igreja deixa de ter culto, tendo posteriormente sido usada para diversos fins: sapataria, residência familiar, sede partidária, acolhimento de escuteiros, sala de exposições e da comissão de festas; 1969 - estragos provocados pelo sismo; 2014 - no decurso de trabalhos de prospeção pictórica, descobertas sob a cal pinturas murais na cúpula da capela-mor, figurando a Santíssima Trindade rodeada por anjos músicos; 2015 - 2016 - no decorer da remoção das camadas de cal que encobriam as pinturas murais descoberta decoração a esgrafito.

Dados Técnicos

Estrutura mista

Materiais

Paredes de alvenaria de pedra e cal, rebocadas e caiadas, elementos secundários de cantaria, telhado de telha de canudo, tecto de madeira, pavimentos interiores de tijoleira. Pinturas murais: pigmentos naturais, nos tons amarelo, castanho, preto e branco.

Bibliografia

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

DGEMN: 1969 - trabalhos de consolidação dos danos causados pelo sismo; CMSantiago do Cacém: 2014 - 2016 - remoção da cal e restauro das pinturas murais pela Mural da História.

Observações

Autor e Data

José Falcão e Ricardo Pereira 1999

Actualização

 
 
 
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