Forte da Penha de França

IPA.00009643
Portugal, Ilha da Madeira (Madeira), Funchal, Funchal (Sé)
 
Pano de muralha com jorramento de antigo forte pentagonal.
Número IPA Antigo: PT062203100093
 
Registo visualizado 417 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Forte    

Descrição

Pequenos panos de muralha de antiga fortificação semipentagonal, em aparelho vittatum e com jorramento, a que foram amputados os panos intermédios O. e S. Pano extremo O. sob a nova muralha de suporte da Tv., parcialmente encoberto por hera, a que se encosta pequeno banco em antigo espaço ajardinado; panos S. e E. parcialmente encobertos por pequenos muros de terrenos agrícolas, actualmente abandonados.

Acessos

R. da Penha de França, 1 e Tv. do Reduto, 1 e 3

Protecção

Enquadramento

Urbano, integrado na Tv. do Reduto e em jardim, confrontando com os acessos à residência particular anexa à capela de Nossa Senhora da Penha de França (v. PT062203100083), frente à "casinha de prazer" e nos anexos da residência que se implantou a E. da Tv., sobre a R. Carvalho Araújo.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Militar: forte

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Capitães engenheiros Paulo Dias de Almeida ( 1820 ) e António Pedro de Azevedo ( 1852 - 1857 ).

Cronologia

1567 - referência na planta do Funchal de Mateus Fernandes (III) a uma fortificação constituída por 2 baluartes gémeos feita "para tolher" a desembar "cação destes ilhéus"; 1622 - fundação por António Dantas da capela da Penha de França junto à fortificação para "serviço dos impedidos"; 1712 - obras na forte e na anexa casa dos romeiros da Penha de França, quando era condestável do forte Manuel de Ceia; 1724 - registo da carga do forte com 5 bocas de fogo; 1725 - nomeação de novo condestável, Pedro Barbosa da Silva, dado o falecimento do anterior; 1726, 8 Abr. - tomada de posse da carga do forte por novo condestável, Benedito dos Ramos Caldeira, dado o falecimento do anterior; 1733, 6 Jul. - entrega ao condestável de um reparo novo para uma boca de fogo de 6 libras, por ordem do governador, "o qual se pôs ... por ter o reparto em que estava podre"; 1772 - desenho do forte por Thomas Hearne; 1802, 6 Jan. - instalação no forte de uma guarnição inglesa de ocupação; 1807, 24 Dez. - chegada ao Funchal de nova força inglesa, voltando a ser ocupado o forte; 1813, Dez. - condenação à morte de um soldado inglês, que assassinara um sargento, pelo concelho de guerra inglês; 1814, 19 Jan. - queixa do governador Luís Beltrão de Gouveia e Almeida contra a execução da pena, lesiva da soberania portuguesa, mas que veio a ser executada no forte; 1814, Out. - saída das forças britânicas da Ilha, deixando o forte em adiantado estado de ruína; 1820 - execução de obras por determinação do governador Sebastião Xavier Botelho, guarnecendo-a de artilharia, levada pelos ingleses, paiol, casa da guarda e do condestável; 1827 - descrição do forte por Paulo Dias de Almeida, servindo "para defender a enseada do Ribeiro Seco e o desembarque na Pontinha"; tinha 7 peças de artilharia, "todas no chão", logo sem reparos; 1852, 4 Mai. - ofício de António Pedro de Azevedo enviando orçamento de obras para o forte; 1854, 30 Nov. - reformulação do anterior orçamento; 1855, Fev. - aprovação do orçamento das obras, depois arrematadas por 259$000 réis; 1857, Ago. - conclusão das obras; 1862, 17 Set. - descrição no "Tombo Militar", referindo António Pedro de Azevedo que "a construção desta bateria era tão fraca, que poucos tiros inimigos a podem reduzir a um montão de ruínas, pela escarpa ter por alicerce tufa ou lava escarcacia pouco consistente"; 1880 - fotografias várias do forte; 1899, Jul. - repartição da fortificação em 2 terrenos, ambos arrendados a José Pereira por 3 anos e com uma renda anual de 12$100 réis; 1902, Abr. - entrega do forte à Câmara Municipal do Funchal.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Cantaria mole e rígida regional aparente e alvenaria de cantaria e cimento.

Bibliografia

ALMEIDA, Paulo Dias, Descrição da Ilha da Madeira (1827), mss. da Universidade do Minho; CARITA, Rui, A planta do Funchal de Mateus Fernandes, Coimbra, 1982 e Lisboa, 1983; Paulo Dias de Almeida e Descrição da Ilha da Madeira, 1982; idem, O regimento de fortificação de D. Sebastião de 1572 e a carta de Bartolomeu João de 1654, 1984; idem, Arquitectura Militar na Madeira, 2º vol. 1993, pp. 153 a 400; idem, História da Madeira, vols. 2, 4 e 5, 1996 e 1999; SANTOS, Rui, A demolição do reduto da Penha de França, Jornal da Madeira, 7 Mar. 1999; RODRIGUES, Paulo Miguel, A política e as questões militares na Madeira. O período das guerras napoleónicas, Funchal, Dez. 1999.

Documentação Gráfica

1570 - "Planta do Funchal"; 1772 - Panorâmica do Funchal; 1799 - "Plano da cidade do Funchal e seu subúrbio na Ilha da Madeira e da linha de fortificações que cobre e defende a mesma cidade desde a Bateria da Penha de França athe a fortaleza de Santhiago", de Inácio Joaquim de Castro; 1800 - "Planta da cidade do Funchal" de Agostinho José Marques Rosa; 1802, 6 Jan. - Planta da área do "British Camp" de T. W. Gordon, F. R. S.; 1804 - "Planta da cidade do Funchal..." do brigadeiro Reinaldo Oudinot; 1808 - "Plan of fortifications / of Funchal in the Island of Madeira" do Ten. G. B. Lawrence; 1853 - "Planta / das fortificações da Ilha da Madeira / em 1855 / pelo Major graduado do E. M. d'Engenheiros / António Pedro de Azevedo"; 1860 - "Planta / Da Bateria da Penha de França da Cidade do / Funchal e de alguns prédios contiguos cujos ter- / renos pagam foros por serem pertencentes a an..." e "Reconhecimento Militar da Ilha da Madeira" por António Pedro de Azevedo; 1876 - "Planta / da / Bateria da Penha de França" por António Pedro de Azevedo.

Documentação Fotográfica

Museu Vicentes Photographos, Funchal

Documentação Administrativa

AHU: Madeira; ARM: CM Funchal / GC; GEAEM, Lisboa

Intervenção Realizada

Observações

O antigo forte foi entregue à Câmara Municipal do Funchal em 1902, datando o alargamento da ligação da R. da Penha de França e da construção da Tv. do Reduto de poucos anos depois. Entretanto, as propriedades anexas, sobre o porto e confinantes com os panos de muralha, foram registadas nos anos seguintes entre os proprietários da residência a E. e o prelado do Funchal. Mais tarde, por testamento do bispo D. Manuel Agostinho Barreto, em 1911, a residência O. do conjunto da Penha de França, com o acesso pela Tv. do Reduto, foi deixado ao avô de D. Muriel Henriques de Freitas, actualmente ali a residir.

Autor e Data

Rui Carita 2001

Actualização

 
 
 
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