Igreja e Claustro do Convento do Carmo / Convento de Nossa Senhora do Carmo

IPA.00000957
Portugal, Beja, Moura, União das freguesias de Moura (Santo Agostinho e São João Baptista) e Santo Amador
 
Convento carmelita medieval, profundamente remodelado no séc. 16. Igreja de planta longitudinal, com anexos conventuais do lado N., rodeando o claustro de 2 pisos. Manuelino - modinatura e decoração das colunas divisórias da nave e dos arcos de acesso às capelas colaterais; artesoado da abóbada da sacristia e casa do capítulo; recorte do portal da casa do capítulo; o púlpito e a pia de água benta. Maneirismo - portal principal da igreja, arcada serliana da fachada conventual e oa decoração de estuques; portal de modinatura clássica na 1ª capela do lado do Evangelho; sobreposição de ordens dórica e jónica nos 2 pisos do claustro. O primitivo convento carmelita foi o primeiro da ordem fundado em Portugal e dele terão partido os primeiros frades do convento do Carmo em Lisboa cuja traça se terà inspirado na do convento de Moura ( Leal, 1875 ).É o monumento mais significativo de Moura e um dos mais importantes do Baixo Alentejo. A decoração azulejar e em pratos de faiança, da abóbada da 2ª capela do lado do Evangelho, réplica popular da decoração de tectos com pratos de porcelana chinesa.
Número IPA Antigo: PT040210070005
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Convento masculino  Ordem dos Irmãos de Nossa Senhora do Monte do Carmo - Carmelitas

Descrição

Planta longitudinal, composta pelos rectângulos justapostos da nave e da capela-mor, a que se adossam capelas laterais e colaterais de planta quadrangular; do lado N. os anexos conventuais, dispostos em redor do claustro de planta quadrada; entre este e a cabeceira da igreja, a primitiva sacristia e a casa do capítulo, ambas de planta rectangular. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhado sobre a igreja e anexos, em terraço sobre as alas do claustro. Sineira sobre o claustro, junto ao encosto da nave. Fachada principal da igreja virada a SO., de empena angular, rasgada por portal de verga redonda, com bustos nas enjuntas, ladeado por colunelos e rematado por nicho com frontão de volutas; janelão de verga recta no eixo do portal; a fachada é decorada com ornatos em estuque. Na fachada lateral S. destaca-se o balanço da capela de Santana, rodeada por contrafortes cilíndricos com pináculos cónicos, alguns ainda rodeados por merlões. INTERIOR: 3 naves de 6 tramos com tecto em madeira, separadas por arcos moldurados redondos sobre feixes de colunas, com capitéis com elementos vegetalistas e ábacos salientes. Capelas laterais com abóbadas artesoadas, abertas para as naves laterais por arcos redondos sobre colunas de fuste redondo e capitéis vegetalistas; do lado do Evangelho, 1ª capela aberta por portal em cantaria com frontão de enrolamentos e as armas do instituidor no tímpano; retábulo maneirista; na 2ª capela retábulo em talha dourada de estilo nacional; abóbada decorada com painéis de azulejo ( 4 x 5 ) representando cabeças de anjos alados, polícromos, seiscentistas, emoldurados por torsal em estuque, onde se inserem 15 pratos de diferentes tamanhos, aparentemente em faiança decorada a azul. Do lado da Epístola rasgam-se 5 capelas: a 3ª cupulada e a 4ª com azulejos polícromos seiscentistas. Púlpito de planta circular em cantaria adossado a um dos pilares da nave central e pia de água benta integrada no 1º pilar da nave, ambos manuelinos. Arco triunfal redondo sobre pilastras toscanas dá acesso à capela-mor coberta por abóbada de berço redondo; retábulo-mor em talha, joanino, envolvendo o arco triunfal e alçados laterais; abóbada da capela-mor com pinturas murais representando enrolamentos vegetalistas; vestígios de pinturas murais na capela colateral do Evangelho; arca tumular de tampa pentagonal sobre leões na 1ª capela do lado da Epístola. SACRISTIA: sacristia coberta por abóbada de 3 tramos sobre mísulas, rebaixada, polinervada, com combados; azulejos polícromos seiscentistas nas paredes; frontal de altar imitando brocados, de Talavera. CASA DO CAPÍTULO: de 2 tramos, coberta por abóbada polinervada sobre mísulas e meias-colunas; CLAUSTRO: de 2 pisos, o 1º com 4 tramos por ala, separados por contrafortes prismáticos, com arcadas duplas sobre colunas toscanas no 1º piso, colunas jónicas sustentando entablamento no 2º; abóbada de nervuras sobre mísulas e colunas; um gradeamento de losangos em tijolo remata o terraço do claustro.

Acessos

Rua do Carmo

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 33 587, DG, 1.ª série, n.º 63 de 27 março 1944

Enquadramento

Urbano, adossado. A NO. do castelo. O conjunto arquitectónico da igreja e da portaria do convento são antecedidos por um pequeno adro fechado por um murete rematado por volutas, integrando fechos de abóbada esculpidos e troços de colunas com capitéis decorados, formando as ombreiras do portão de acesso.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: convento masculino

Utilização Actual

Religiosa: igreja / Devoluto

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Regularização patrimonial em curso *2

Época Construção

Séc. 13 / 16 / 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

1251 - data de construção do primitivo templo, de que nada resta, pelos cavaleiros da Ordem de Malta, vindos para Portugal com os primeiros religiosos carmelitas, que nele se fixaram; séc. 16, inícios - construção da igreja; séc. 16 - João Fernandes do Pino institui a capela de Santana (1ª da Epístola); o Arcebispo de Braga, Frei Baltazar Limpo, institui a 1ª capela do lado do Evangelho; 1523 / 1597 - construção do claustro (segundo datas nas alas NO. e SE. do claustro); séc. 17 - instituição da última capela do Evangelho por Gonçalo de Pina Lobo e sua mulher Brites Tourega de Brito; 1725 - construção da capela-mor por Frei Pedro das Chagas; 1834 - 1992 - funciona nas dependências conventuais o Hospital Cilvil de Moura.

Dados Técnicos

Materiais

Alvenaria de pedra e tijolo, cantaria, madeira, tijoleira, telha cerâmica.

Bibliografia

CABRAL, Luís de Almeida, História da Notável Vila de Moura, Moura, 1991 (manuscrito setecentista, Biblioteca da Universidade de Coimbra); MATA, José Avelino Silva e, Anais de Moura, Moura, 1991 (manuscrito de 1855, Biblioteca Municipal de Moura); LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, vol.V, Lisboa, 1875; PEREIRA, Pereira, RODRIGUES, Guilherme, Portugal Diccionário, vol. IV, Lisboa, 1909; FERREIRA, Maria Helena M. Duarte, Monografia de Moura, Lisboa, 1950; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956, Lisboa, 1957.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; BNP: E3812 P

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

DGEMN: 1955 - reparação de coberturas; 1956 - obras de pequena envergadura, pelos Serviços dos Monumentos Nacionais; 1966 - reparação de coberturas e fachadas; 1962 - reparação da cobertura da capela lateral; 1969 / 1971 / 1972 / 1974 - reparação de coberturas; 1975 - Reparação da 1ª capela do lado direito; 1995 - Conservação geral.

Observações

*1 - existe projecto para instalação no convento de uma unidade hoteleira; *2 - decorrem negociações entre a Câmara Municipal de Moura e o proprietário para cedência do imóvel à autarquia e sua posterior alienação a privados ( 2002 ).

Autor e Data

Isabel Mendonça 1994

Actualização

 
 
 
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