Palácio dos Marqueses de Minas / Lar Nossa Senhora do Amparo
| IPA.00009433 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Misericórdia |
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Arquitectura residencial, barroca. Palácio urbano de planta rectangular irregular composta de dois lotes, interiormente interligados, e possuindo logradouro em cota sobrelevada na fachada posterior. Fachada principal rasgada por vãos rectilíneos, moldurados, abrindo-se no primeiro piso duas portas e janelas de peitoril, num jogo alternado, e no andar nobre janelas de sacada com guarda de ferro, possuindo o lote do palácio propriamente dito pilastras nos cunhais. No interior, a organização espacial processa-se em função da divisão dos lotes, marcados pela existência de dois vestíbulos rectangulares, dispostos transversalmente à fachada, a partir dos quais se desenvolvem escadarias de lanços rectos com patamares intermédios, acedendo aos vários pisos, e possuindo corredor longitudinal, interligando os lotes. Os vestíbulos, escadas e as várias salas, as principais dispostas ao longo da fachada principal e comunicado entre si, apresentam silhares de azulejos monocromos azuis sobre fundo branco, de composição figurativa, barrocos. |
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Número IPA Antigo: PT031106280516 |
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Registo visualizado 5312 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre Casa nobre
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Descrição
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Planta rectangular irregular, composta por dois núcleos, correspondentes aos dois edifícios adossados, que se desenvolvem longitudinalmente, no sentido E. / O., entre a R. da Rosa e a R. de São Boaventura, mas interligados interiormente separados por parede interior grossa, rasgada por portas. Massa disposta na vertical com cobertura diferenciada em telhados de duas águas. Fachadas rebocadas e pintadas a amarelo, com cunhais apilastrados, e embasamento e molduras dos vãos em cantaria. Fachada principal virada a E., com edifícios de modinatura distinta; o núcleo S., o Palácio dos Marqueses de Minas propriamente dito, apresenta quatro pisos, um deles ao nível da cobertura, marcado pela abertura de vãos de verga recta, com moldura simples, a ritmo regular: duas portas, uma delas com bandeira gradeada e o central encimado por friso de cantaria, e duas janelas de peitoril rectangulares, gradeadas, dispostas alternadamente no piso térreo; quatro janelas de sacada corrida moldurada com guardas individualizadas em ferro forjado (de varas verticais com anéis a meia altura), possuindo algeroz, bandeira e sendo encimado por friso e cornija recta no segundo piso; e quatro janelas de peitoril, pequenas, no terceiro; a separar os dois primeiros pisos surge um friso em cantaria. O núcleo N., de cinco pisos, os primeiros três separados por friso de cantaria, e o último correspondendo às águas furtadas, tem a fachada principal rasgada, ao nível do piso térreo, por duas portas e três janelas de peitoril com grades, alternadas; quatro janelas de sacada com guarda de ferro nos segundos e terceiros; quatro de peitoril, pequenas, no quarto, e uma água furtada ao nível do telhado. Fachada posterior virada a O.; a do núcleo S. abre para o pátio, com dois corpos, o da direita, avançado, tendo o piso térreo rasgado por duas portas de quatro batentes, envidraçadas, duas janelas de sacada nos pisos intermédios e água furtada ao nível da cobertura; o da esquerda, com o piso térreo rasgado por duas portas de dois batentes, três janelas de sacada no segundo piso, duas janelas de peitoril no terceiro e água furtada ao nível do telhado. O núcleo N. tem dois corpos adossados, mais baixos; o da esquerda com dois pisos, sendo o primeiro rasgado por porta de verga recta e janela de peitorial e o segundo por duas janelas de peitoril; o da direita tem três pisos, o primeiro rasgado por porta, os superiores por uma janela de peitoril; o terceiro piso é rasgado por duas janelas de sacada, o quarto por três janelas de peitoril, e, ao nível do telhado, uma água furtada. No INTERIOR, reconhece-se a organização e distribuição da compartimentação em função das entradas dos dois edifícios, existindo dois vestíbulos de planta rectangular, dispostos transversalmente à fachada, ambos com silhares de azulejos de albarradas, a partir dos quais se desenvolvem escadarias de lanços rectos com patamares intermédios, acedendo a todos os pisos, sendo a circulação completada por corredor longitudinal N. - S., interligando, não só os edifícios, mas também os corpos que delimitam o pátio nos extremos longitudinais; os espaços mais significativos dispõem-se ao longo da fachada principal, comunicado entre si. O NÚCLEO S. tem no piso térreo vestíbulo central, com dois arcos abatidos, em cantaria, de chave relevada assentes em pilastras, um disposto frontalmente, a O., descentrado, e o outro a N.; a N. do vestíbulo, passando o arco, surge um patamar iluminado com uma janela conversadeira e uma sala de arrumos antecedida de porta de bandeira a O. e ao outro edifício a N.; a S. do vestíbulo, no sentido E. / O., surge ainda uma sala de convívio, comprida, dividida ao meio por porta com a largura da sala. A O., existem duas escadarias de acesso ao piso superior, a primeira com silhar de azulejos com painéis figurativos, com uma balaustrada em trompe l'oeil e figuras humanas caricaturadas, vestidas à época, acompanhadas de animais e figuras hibridas, a segunda em madeira; um corredor transversal e uma sala de trabalhos manuais com duas janelas de peitoril voltadas para o pátio. No segundo piso, dispõem-se duas salas voltadas para a R. da Rosa, interligadas e com silhares de azulejos figurativos, a primeira designada por "sala das batalhas" em alusão ao tema dos painéis de azulejo, e a segunda correspondendo ao salão nobre, com silhar de azulejos com cenas palacianas, e dois medalhões ovais na parede O., representando os Marqueses de Minas; a O. surgem duas salas pequenas, correspondentes a gabinetes de trabalho. No terceiro piso, existem quatro quartos voltados para a R. da Rosa, instalações sanitárias e quatro quartos voltados para o pátio, e no quarto, ao nível das águas furtadas, um quarto amplo, ao centro, instalações sanitárias, arrumos e casa da caldeira. Pavimento cerâmico, disposto em losango branco e preto e de mármore, no vestíbulo, corredores do piso térreo e escadas, e em tabuado de madeira e placa forrada com linóleo nos pisos superiores, e tectos planos. O NÚCLEO N. possui no piso térreo vestíbulo, tendo a S. uma sala, a N. uma escadaria, com os três primeiros lanços em mármore e as paredes apresentando silhar de azulejos, com painéis figurativos, alusivos à caça, e os restantes lanços em madeira; a O., instalações sanitárias. No segundo piso, dispõem-se quartos, gabinetes médicos e de enfermagem e instalações sanitárias; no terceiro, surge a capela, de planta rectangular, virada a O. (exteriormente distinta na fachada posterior, com pano curvo sobrepujado por beirado), e cobertura em falsa abóbada de berço de estuque; nos paramentos, possui silhares de azulejo de composição ornamental, em albarradas, e de composição figurativa, representando cenas da vida da Virgem: Anunciação, Adoração dos Magos e Fuga para o Egipto; a antiga cozinha (actual cabeleireiro), integralmente forrada com azulejos de "figura avulsa", conservando ainda a chaminé e duplo lavabo inserido num vão; quartos, instalações sanitárias e arrumos. No quarto piso existem quartos, salas-de-estar, arrumos e instalações sanitárias. O núcleo N. tem, ainda, um elevador, de acesso a todos os pisos; pavimentos em madeira e forrados a linóleo nos quartos e salas e cerâmico nas instalações sanitárias; e tectos planas. Em torno do pátio, surgem construções recentes; a S. e O., de dois pisos, o térreo ocupado por cozinha, copa, despensas e armazéns e o segundo por lavandaria a S. e terraço a O.. A N. e O., corpo com três pisos, tendo refeitório no térreo, com silhar de azulejos de albarradas, quartos e instalações sanitárias nos dois superiores. |
Acessos
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Rua da Rosa, n.º 199 - 211; Rua de São Boaventura, n.º 2 |
Protecção
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Incluído na classificação do Bairro Alto (v. IPA.00005019) |
Enquadramento
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Urbano, flanqueado. Integrado harmonicamente no conjunto urbano do Bairro Alto (v. PT031106150275), numa das principais artérias, ocupando parte significativa de um quarteirão, que inclui o Palácio do Cunhal das Bolas (v. PT031106281093); adaptado ao desnível do terreno e formando frente de rua, constitui um todo com o edifício que lhe fica á direita e ao qual está ligado interiormente. No passeio fronteiro, com calçada à portuguesa, possui pilaretes de ferro. Nas traseiras do palácio desenvolve-se pátio de planta rectangular, murado, em dois níveis separados por três degraus, o mais elevado, a S., com pavimento de cantaria e com um poço, o outro em terra, ajardinado, com canteiros e árvores; muro alto, em reboco pintado a amarelo, rasgado por uma porta de verga recta, simples, duas janelas de peitoril e uma pequena janela, quadrada, que abrem para a R. de São Boaventura. |
Descrição Complementar
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AZULEJO. Importante conjunto de azulejos monocromos sobre fundo branco, de composição figurativa, formando silhares, revestindo as paredes das escadarias e salas dos dois edifícios. NÚCLEO S. (nº 199 a 203): vestíbulo com silhares (8 azulejos de altura), de temática de albarradas, surgindo cestos de flores ladeados por figuras infantis sustentando cestos de flores à cabeça, com enrolamentos de folhagem na barra e palmetas de canto. O patamar de acesso à escada, tem painel fazendo canto (10 x 18), de composição figurativa, com caça ao javali, barra horizontalmente de enrolamentos de folhagem, anjos aladas e leões, e, verticalmente atlantes com urna à cabeça. O patamar e lanços da escada têm silhar organizado em 6 painéis (10 azulejos de altura), correspondentes aos espaços em que se subdivide a escadaria (um patamar com 2 paredes e 2 lanços, cada um com 2 paredes), cuja temática representa balaustrada por trás da qual se encontram as mais diversas figuras: nobres e damas, figuras infantis, macacos, cães, gatos, pássaros e figuras humanas caricaturais; os balaústres são intercalados, de 3 em 3, por pilastras decoradas com enrolamentos de acanto, coroadas por jarros em azulejo recortado. Os azulejos que compõem o silhar foram cortados em losangos de forma a acompanhar o ritmo diagonal ascendente / descendente da escadaria, e o espaço triangular formado pelo ângulo dos degraus é preenchido com azulejo esponjado, azul e branco, imitando cantaria. No 1º lanço a parede à esquerda de quem sobe, tem 2 figuras masculinas representadas de modo caricatural, e a da direita 3 figuras também representadas de modo caricatural e pássaro a voar; este silhar tem por cima um corrimão de madeira, aparafusado nos próprios azulejos; o patamar de acesso ao 2º lanço tem, de um lado, 2 figuras infantis masculinas, cão, papagaio no poleiro e papagaio no chão, e do outro, dama com leque e penteado de fontange e fidalgo com chapéu; o 2º lanço tem à esquerda cão, figura de africano com cesto de cerejas, gato e gaiola com pássaro, apresentando-se o silhar cortado na parte que abrangia a parede do 3º patamar para aí se abrir uma porta de ligação com o segundo edifício; à direita de quem sobe, surgem figuras infantis, ovelha, lobo, gato, figura masculina, tendo por cima um corrimão de madeira, aparafusado nos próprios azulejos. No 2º piso, o ANDAR NOBRE, a SALA 1 tem 5 painéis de composição figurativa, formando silhares, tendo como temática cenas galantes, barra horizontalmente de grotescos, enrolamentos vegetalistas, carrancas de leão e, verticalmente, atlantes; na parede surgem ainda 2 painéis de azulejo, de forma oval, representando um nobre e uma dama, geralmente identificados (sem fundamento) como sendo o retrato do marquês e da marquesa de Minas. Estes painéis integravam o revestimento de azulejo do pátio do palácio, acutalmente descaracterizado e sem um único azulejo. A SALA 2 tem 5 painéis de composição figurativa, com temática de Batalhas (10 azulejos de altura), surgindo: um acampamento militar e canhão; ataque a uma aldeia, cavaleiros e casas a arder; acampamento militar e soldados a beber; atlantes (iguais aos da barra); batalha, exército, cavaleiros, cidade fortificada; a barra horizontalmente é de enrolamentos de acanto, cabeça de leão, anjos e, verticalmente, figuras infantis com vaso de flores à cabeça. NÚCLEO N. (nº 205 a 211): no 1º piso, vestíbulo de silhares de composição ornamental (8 azulejos de altura), com temática de albarradas, com jarras de flores ladeada por figuras infantis, barra de enrolamentos de acanto e nos cantos carranca. O patamar e lanços da escada para o 2º piso têm revestimento de azulejos de composição figurativa formando silhar recortado, com temática de cenas de caça; o silhar organiza-se em 13 painéis, correspondentes aos espaços em que se subdivide a escadaria (4 patamares e 4 lanços, 3 dos lanços com 2 paredes revestidas a azulejo). Cada painel é enquadrado por imponente guarnição de forte efeito cénico: balaústres laterais com decoração de "grade", coroados por vaso de azulejo recortado e sobrepujados por anjos alados segurando a sanefa com borlas que pende do remate superior, formado por friso e volutas coroadas por elemento ornamental concheado. Na fiada inferior, o espaço triangular formado pelo ângulo dos degraus é preenchido com azulejo esponjado, azul e branco, imitando cantaria. Os azulejos são quadrados (e não losangos, como no núcleo 1) e foram colocados em diagonal para acompanhar o ritmo ascendente da escada. Surge representado no 1º lanoço, à esquerda de quem sobe, um Caçador com espingarda (12 azulejos (na parte mais alta) x 10 de largura) e à direita caça ao veado, silhar sobreposto por corrimão de madeira, aparafusado nos próprios azulejos, (11 x 15); no patamar de acesso ao 2º lanço, cavaleiro e amazona, esta tendo na mão direita um pássaro (14 x 10); verticalmente, à direita, surge ainda uma fiada de azulejos desemparelhados para preencher a totalidade da parede. Do outro lado, surge caça ao veado (14 x 10). No 2º lanço, à esquerda de quem sobe, surge caça ao leão (12 x 16) e à direita caça ao lobo (10 x 14), sobreposto também por corrimão de madeira, aparafusado nos próprios azulejos. No patamar de acesso ao 3º lanço, surge caça ao javali com amazona a cavalo (13 x 12), com alguns azulejos novos, e balaústres com snjos alados, iguais aos da guarnição dos painéis (12 azulejos de altura). No 3º lanço, à esquerda de quem sobe, caça ao javali (11 x 14) e, no patamar de acesso ao 4º lanço, caça à avestruz (14 x 11). Na fiada inferior alguns azulejos estão desemparelhados. No patamar de acesso ao 4º lanço, surge caça ao veado (14 x 20) e caça ao urso com caçador a pé (14 x 8). No 4º lanço, à esquerda de quem sobe, surge caça ao leão (11 azulejos (na parte mais alta) x 20 de largura) e no patamar de acesso ao 5º lanço cavaleiro (13 x 10); faltam 15 azulejos que foram roubados e correspondem aos anjos alados do centro dos balaústres que ladeiam a composição. No patamar de acesso ao 5º lanço, surge balaústre com anjo alado, faltando 6 azulejos que foram roubados e correspondiam ao anjo alado (12 azulejos de altura); do outro lado, balaústre com 2 anjos alados (12 azulejos de altura). No 2º piso, o ANDAR NOBRE, a SALA 1 tem silhares de azulejo de composição ornamental (8 azulejos de altura), com temática de albarradas, com jarra de flores ladeada por figuras infantis e separadas por jarra mais fina com flores, e barra de enrolamentos de folhagem. A SALA 2 tem igualmente silhares com temática de albarradas (8 azulejos de altura), mas com cesto de flores ladeado por figuras infantis sustentando cesto de flores à cabeça; a barra é de enrolamentos de folhagem e tem palmetas no azulejo de canto. A SALA 3 tem silhares de albarradas enquadradas por volutas e elementos arquitectónicos (8 azulejos de altura). SALA 3A: Antiga cozinha (?) tem as paredes totalmente revestidas de azulejo de figura avulsa - flores, animais e figuras humanas - intercalado com azulejo branco, com cercadura de motivos ornamentais vegetalistas: flor e enrolamentos de folhagem. No 3º piso, a SALA 1 tem silhares de albarradas, com cesto de flores ladeado por figuras infantis sustentando cesto de flores à cabeça, com barra de enrolamentos de folhagem e palmetas no azulejo de canto; os 2 painéis que ladeiam a porta de entrada para o quarto têm uma albarrada diferente, constituída por jarra de flores ladeada por figuras infantis apoiadas em volutas e sustentando cesto de flores à cabeça, parecendo constituir um "remendo" que não corresponde ao silhar de origem. A SALA 2 (antiga cozinha ?) tem as paredes totalmente revestidas de azulejo de figura avulsa, de motivos de flores, intercalado com azulejo branco, com cercadura de motivos ornamentais vegetalistas, flor e enrolamentos de folhagem. A SALA 3, correspondente à CAPELA, apresenta azulejos de composição figurativa formando silhares (10 azulejos de altura) com temática da vida da Virgem, figurando a Anunciação, Fuga para o Egipto e Adoração dos Reis Magos, tendo guarnição de motivos arquitectónicos, balaústres decorados com cartela, palmeta, enrolamentos de folhagem, volutas vegetalistas e grinaldas de flores. Por baixo da janela, surge um painel de composição figurativa, com 2 peregrinos, e tendo de guarnição motivos arquitectónicos. A SALA 3 A tem silhar de azulejo de composição ornamental seriada (8 azulejos de altura), com albarradas, surgindo taças de flores ligadas por festões de flores, com barra de enrolamentos vegetalistas e carranca nos cantos. A SALA 4: tem apenas rodapé composto por 1 fiada de azulejo neoclássico. |
Utilização Inicial
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Residencial: casa nobre |
Utilização Actual
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Assistencial: lar |
Propriedade
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Privada: Misericórdia |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 17 / 18 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTOS: Andrade e Sousa Arquitectos, Lda. (Bernardo Pizarro de Miranda, Miguel Andrade e Sousa) (séc. 20). PINTORES DE AZULEJOS: Bartolomeu Antunes (atr., séc. 18); mestre P.M.P. (atr., séc. 18). |
Cronologia
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Séc.17, 2ª metade - construção do palácio e revestimento azulejar da escadaria com silhar monócromo figurativo, sendo então residência do marquês das Minas (ramo dos Sousas, senhores de Beringel e condes do Prado), D. Francisco de Sousa (m. 1674), que foi embaixador de Portugal em Roma entre 1669 e 1672; 1755 - o terramoto terá causado danos no edifício; séc. 19, início - no palácio, então pertença de D. Ana de Oliveira, esteve instalado um recolhimento de orfãs de militares, posteriormente integrado nos Recolhimentos do Reino; 1928, 23 Julho - por efeito do Decreto n.º 15778, o imóvel passou a estar na dependência da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, continuando a funcionar como asilo feminino, sob a designação de Pensionato da Rua da Rosa; nesse ano encontravam-se 32 raparigas no estabelecimento; 1941 - extinção do Pensionato da Rua da Rosa; 1944, 13 Janeiro - a Mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa deliberou que se constituisse nos edifícios o Centro Social n.º 1 com a designação de Dispensário Central, conservando parte do edifício com a função de Recolhimento e aprovou o projecto de obras de adaptação ao funcionamento do Centro Social; 1977, 2 Setembro - por Despacho, a Direcção geral do Património do Ministério das Finanças, cedeu o edifício a título definitivo e gratuíto à Misericórdia de Lisboa; 1997 - instalação no imóvel do lar de 3ª idade de Nossa Senhora do Amparo. |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante. |
Materiais
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Estrutura de alvenaria rebocada; elementos estruturais, cunhais, pilastras, frisos e cornijas, molduras dos vãos e outros elementos em cantaria calcária; silhares de azulejos; pavimentos de tijoleira, lajes de cantaria e soalho de madeira; tectos de estuque e madeira; portas e caixilharia de madeira; vidros simples; grades de ferro forjado; cobertura de telha. |
Bibliografia
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ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, Vol. II, Fasc. 6, Lisboa, 1939; SEQUEIRA, Gustavo Matos, Memória Histórica do Bairro Alto, Lisboa, 1948; CASTILHO, Júlio de, Lisboa Antiga. Bairro Alto, vol. V, Lisboa, 1954 - 1966 (1ª ed. 1879); CARITA, Hélder, CARDOSO, Homem, Oriente e Ocidente nos Interiores em Portugal, Barcelos, s.d.; MECO, José, Azulejaria Portuguesa, Lisboa, 1985; CARITA, Hélder, Bairro Alto. Tipologias e Modos Arquitectónicos, Lisboa, 1994; Palácio Marqueses de Minas, in Architécti, nº 46, Abril - Maio - Junho 1999. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DRELisboa/DRC, DGEMN/DSARH; SCML: DGIP; |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSARH; SCML: DGIP |
Documentação Administrativa
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SCML: DGIP |
Intervenção Realizada
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Santa Casa da Misericórdia de Lisboa : 1993 / 1994 / 1995 / 1996 / 1997 - obras profundas de recuperação e de adaptação do imóvel a lar da Terceira Idade, segundo projecto do atelier Andrade e Sousa Arquitectos, Lda. (elaborado entre 1993 - 94) |
Observações
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Santos Simões (Azulejaria em Portugal no séc. 18) refere, relativamente aos silhares de azulejo de composição figurativa das salas do andar nobre do edifício 1, "cercaduras rectas, de anjinhos"; estas cercaduras não correspondem às actuais. |
Autor e Data
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Teresa Vale e Maria Ferreira 2000 / Paula Correia 2001 / Helena Mantas 2004 |
Actualização
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