Casa do Doutor Manuel Duarte

IPA.00009430
Portugal, Lisboa, Cascais, União das freguesias de Cascais e Estoril
 
Palacete revivalista. Assume-se como um bom exemplo de arquitectura residencial, revelando um programa decorativo coerente de gosto neomanuelino.
Número IPA Antigo: PT031105040055
 
Registo visualizado 52 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa  Palacete  

Descrição

De planta rectangular, o edifício apresenta volumetria escalonada, sendo a cobertura efectuada por telhado a 4 águas e em mansarda perfurada por trapeiras (4 alçados). De 3 pisos (um deles ao nível da cobertura) e com panos de muro em reboco pintado e cunhais em cantaria a terminarem em chanfro, o edifício apresenta um tratamento das fachadas de marcada feição neomanuelina, sobretudo observada ao nível do tratamento dos vãos e de apontamentos decorativos de teor escultórico, como frisos e platibandas. Com abertura de vãos a ritmo regular, exibe alçado principal a S., que, em posição dominante relativamente ao terreno em que se implanta, se apresenta, ao nível do piso térreo, servido por terraço delimitado por balaustrada de cantaria - acesso por meio de lanço recto de escadas, coincidente com o eixo definido pela entrada principal. Composto por 3 corpos, destes, distingue-se o axial, não só em planta, mas especialmente pelo programa decorativo que exibe: vazado a eixo por portal inscrito em arco quebrado com mainel de remate em Y, acentuado por alfiz - em torçal com remate em arco conopial e cogulho - articula superiormente com friso em cantaria precedido por arcatura em arco quebrado, e janela, também, em arco quebrado e emolduramento em torçal: rasgada ao nível da cobertura, em pano de muro rectangular que interrompe e se eleva acima da cornija, este é superiormente rematado por platibanda delimitada por pináculos. Os corpos laterais, idênticos e em simetria entre si, exibem pisos ritmados pela abertura de janelas de sacada em arcos quebrados (1 em cada piso), articuladas respectivamente, com alpendre ao nível do piso térreo e varanda, com guarda em balaustrada (e goteiras assinaladas por mascarões), no 1ºandar. O edifício é superiormente rematado por beiral precedido de friso decorativo em estuque com arcaturas de volta perfeita articuladas com cogulhos. Nos alçados laterais E. e O., observam-se em cada um deles, 2 janelas de peito de verga recta no piso térreo, encimadas por janelas de sacada em arco quebrado com guarda em ferro fundido - todas com emolduramento simples de cantaria (* 1).

Acessos

Monte Estoril, Rua do Pinheiro, n.º 2; Avenida Marginal, n.º 7980

Protecção

Em estudo

Enquadramento

Urbano, destacado, isolado por jardim murado. Integrado na malha urbana oitocentista do Monte do Estoril, faz parte das construções levantadas no loteamento envolvente do Hotel Miramar ( v. PT031105040036 ). Encontra-se a S., num terreno de gaveto, acompanhando o traçado da Av. Marginal e o desenvolvimento, para a O., de um dos principais acessos ao Monte do Estoril.

Descrição Complementar

Ladeando os degraus de acesso à propriedade, a partir da via pública, reconhecem-se pequenos paineis azulejares monócromos historiados, com emolduramento em torçal.

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Serviços: banco

Propriedade

Privada: pessoa colectiva

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

PINTOR: Francisco Vilaça (séc. 19).

Cronologia

Séc. 19, final da década de 90 - construção da casa para o Dr. Manuel Duarte, segundo projecto do pintor decorador Francisco Vilaça, o qual todavia assinara já outros projectos de arquitectura; séc. 20, década de 90 - aquisição do edifício pelo Banco Comercial Português

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira, azulejos

Bibliografia

ARCHER, Maria, COLAÇO, Branca Gonta de, Memórias da Linha de Cascais, Lisboa, 1943; SILVA, Raquel Henriques da, Sobre a Arquitectura do Monte Estoril 1880 - 1920, in Arquivo de Cascais. Boletim Cultural do Município, Nº 5, 1984; BRIZ, Maria da Graça Gonzalez, A Arquitectura de Veraneio. Os Estoris 1880 - 1930, Lisboa, 1989 (Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa)

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: séc. 20, década de 90 - campanha de obras de conservação e restauro e adaptação a novas funções

Observações

*1 - aguarda-se autorização para visita do interior (e realização da respectiva descrição mais detalhada).

Autor e Data

Teresa Vale e Maria Ferreira 2000

Actualização

 
 
 
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