Casa da Quinta da Alagoa

IPA.00009420
Portugal, Lisboa, Cascais, União das freguesias de Carcavelos e Parede
 
Arquitectura residencial, romântica. Casa senhorial. Preserva vestígios da mata original, canteiros em topiária de buxo junto às ruínas dos antigos edifícios e elementos estruturais da quinta, nomeadamente peças hidráulicas de captação de águas subterrâneas e de armazenamento, e condução à superfície.
Número IPA Antigo: PT031105020062
 
Registo visualizado 1155 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa    

Descrição

A propriedade, na actualidade com planta em U, apresenta no extremo N.E. complexo arquitectónico composto pela primitiva casa e por edifícios destinados às diferentes actividades agrícolas. Destes, destaca-se, no extremo S. do conjunto, o edifício principal (habitação), de planta rectangular e volumetria paralelepipédica, cuja cobertura terá sido efectuada por telhado a 2 águas. Com os muros revestidos a tijolo e cunhais de cantaria, o edifício compõe-se de 3 pisos separados por frisos de cantaria, exibindo abertura de vãos de verga curva com emolduramento simples de cantaria, a ritmo regular. Fachada principal a S., vazada a eixo no piso térreo por portal em arco alteado ladeado por 2 óculos e 2 janelas de peito, sendo o conjunto encimado ao nível do 1º andar por 5 janelas de peito e à altura da empena, por uma janela axial ladeada por 2 óculos. Este alçado é articulado com jardim formal. Das outras estruturas reconhecem-se ainda a adega, que define a N., o limite de implantação das estruturas arquitectónicas (de planta rectangular, orientação N.-S.), zona de moagem assinalada pela presença de moinho de vento sob estrutura cilíndrica (localizada paralelamente e a S. do celeiro), o pombal - construção arquitectónica de planta poligonal e cobertura em cúpula facetada - e partes do antigo sistema hidráulico da quinta, designadamente, tanque de rega (transformado em piscina), aqueduto e canal que atravessa a propriedade segundo o eixo N.-S. e se prolonga a S. fora dos limites da propriedade.

Acessos

Estrada da Alagoa / Rua Henrique António da Mota / Rua Mário Henrique Leiria

Protecção

Em estudo

Enquadramento

Rural, destacado, isolado por gradeamento metálico, rodeado por jardim (v. PT031105020156). Integrado em urbanização recente.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Residencial: casa

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

Séc. 16 - fundação da propriedade, ficando associada à Companhia de Jesus; 1641 /1653 - Padre António Vieira terá aí vivido ou terá passado férias; 1759 - no alvará de elevação de Carcavelos a vila é referenciada a quinta da Alagoa; 1763 - D. José I doa a herdade da quinta da Alagoa a José Francisco da Cruz, instituída em morgadio; a quinta torna-se então propriedade dos morgados da Alagoa, entre os quais se destaca, ainda no séc. 18, Francisco Inácio da Cruz Alagoa, um dos grandes proprietários agrícolas da região de Oeiras (sendo também sua pertença a Quinta de Santo António, v. PT03110502063); 1841 - os morgados tornam-se barões de Alagoa, concedendo D. Maria II este título, por 2 vidas, a José Francisco da Terra Brum (1776 - 1842), destinando-se os terrenos à produção vinícola; 1842 - pela morte do 1º barão, ocorrida neste ano, a propriedade passa para a posse de seu filho José Francisco da Terra Brum (1809 - 1844), 2º barão de Alagoa, que todavia nunca a visita, residindo sempre no Faial; 1844 - por falecimento do 2º barão a propriedade passa para seu irmão Manuel Maria da Terra Brum (1825 - 1905), a quem o rei D. Carlos renova o título (aquando da visita régia aos Açores em 1901), tornando-se assim 3º barão de Alagoa; 1863 - pela lei de extinção dos morgadios, José Francisco da Cruz Alagoa, é o 3º e último morgado de Alagoa; 1871, Ago. - José Francisco da Cruz Alagoa arrenda a quinta a Jerónimo José Moreira; 1871, Dez. - levada á praça no Depósito público, a quinta - então propriedade do menor Jaime da Cruz Alagoa - é arrematada por Jerónimo José Moreira por 4.560$00; 1879 - Jerónimo José Moreira, proprietário da quinta, torna-se presidente da freguesia de Carcavelos; 1886 - o rei D. Luís, e os ainda príncipes D. Carlos e D. Amélia visitam a quinta; 1892 - o falecimento de Domingos José Moreira (irmão e herdeiro de Jerónimo José Moreira), faz com que a quinta passe para a posse de seu filho, Luís Carlos Moreira; 1896 - a quinta é arrematada em praça por Frederick Augustus Davidson; 1897 - falecimento de Frederick Augustus Davidson; 1898 - a quinta torna-se propriedade de uma das filhas de Frederick Augustus Davidson, Fanny Mary Davidson, casada com Eduardo António Perestrelo de Vasconcelos; 1899 - aquisição da quinta por D. Vasco da Câmara, filho dos condes de Belmonte (que já aí se instalara no Verão do ano anterior), casado, desde 1892, com D. Eugénia Maria de Mello Breyner, filha dos condes de Sobral; 1903 - 10 - na quinta são recebidos com frequência vários membros da família real portuguesa; 1933 - falece, na quinta, D. Vasco da Câmara; 1944 - na sequência do falecimento de D. Eugénia Maria de Mello Breyner procede-se a partilhas entre os filhos, ficando a quinta na posse do único varão, D. Vasco Manuel José de Figueiredo Cabral da Câmara, o qual empreende grandes transformações na propriedade, procedendo à plantação de pomares, ao arranjo do jardim, etc.; 1978 - morre o último patriarca da família Cabral da Cãmara e é decidido o loteamento e urbanização dos terrenos da quinta, tendo em conta a impossibilidade da família em manter a propriedde; 1980 - aprovação em sessão de Câmara o loteamento e urbanização dos terrenos da quinta; 1994 - aquisição da propriedade pela Câmara Municipal de Cascais, a qual celebra um protocolo com a instituição privada Ensino, Investigação e Administração, com vista à edificação de um estabelecimento de ensino superior no local; 1999 - A CMCascais, pretende transformar o espaço, já em completa ruína, num Centro de Artes interpretativas, sendo o anteprojecto da autoria do Arq.Caldeira Cabral

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira

Bibliografia

PROENÇA, Raul, (dir. de), Guia de Portugal, Vol. I, Lisboa, 1924; ARCHER, Maria, COLAÇO, Branca Gonta de, Memórias da Linha de Cascais, Lisboa, 1943; CASTILHO, Júlio de, Lisboa Antiga Bairro Alto, Vol. III, Lisboa, 1954 - 1966 (1ª ed. 1897); MIRANDA, Jorge, CARDOSO, Guilherme, TEIXEIRA, Carlos A., Registo Fotográfico de Carcavelos e Alguns Apontamentos Histórico-Administrativos, Cascais, 1988; CÂMARA, Luís Manuel da, A Quinta da Alagoa em Carcavelos, Cascais, 1989; MIRANDA, Jorge, Um Projecto Gorado. A Construção do Porto de Paço de Arcos, in O Jornal da Região.Oeiras, 23.09.1999

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

DGA/TT: Chancelaria de D. José I (Livro 48, fl. 136)

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO

Autor e Data

Teresa Vale e Maria Ferreira 2000

Actualização

 
 
 
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