Igreja Paroquial de Santana de Cambas / Igreja de Santa Ana

IPA.00000919
Portugal, Beja, Mértola, Santana de Cambas
 
Arquitectura religiosa, maneirista. Igreja paroquial de três naves, a central mais larga, com cobertura em madeira e arcadas de colunas toscanas, que caracteriza a vertente erudita das paroquiais construídas no Baixo Alentejo durante o período maneirista; fachada principal com empena angular, tendo à esquerda o volume saliente da capela baptismal, quadrada e à direita a torre sineira com coruchéu; porta travessa a S. bem como a porta de acesso à torre sineira; na testeira salienta-se apenas o pequeno volume da sala de acesso ao trono delimitados por contrafortes. No interior retábulos de talha dourada e polícroma, de planta recta e estrutura vertical tripartida, os laterais com ático em pintura mural, de tipologia maneirista; paredes fundeiras das naves ocupadas respectivamente por retábulos colaterais (o do Evangelho maneirista o da Epístola já com alterações rococó) e retábulo-mor de pintura mural enquadrando a boca da tribuna profunda e abobada decorada por pinturas murais oitocentistas.
Número IPA Antigo: PT040209050007
 
Registo visualizado 298 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal, escalonada, composta por três naves, tendo adossados, a N., a capela baptismal quadrada e a sacristia, sala de acesso ao trono e torre sineira quadrada a S., de planta quadrangular; no topo da fachada S., junto ao último tramo da nave, adossa-se corpo moderno, aberto dos lados e com cobertura em telhado albergando as caixas postais da povoação. Volumes articulados com cobertura diferenciada em telhados de duas águas no corpo das naves, cuja aba N. se prolonga pelos corpos anexos e na sala de acesso ao trono, de 4 águas na capela baptismal e em cúpula piramidal com urnas nos ângulos na torre sineira. Fachadas de alvenaria rebocada e caiada com remates em cornija e beirado. Fachada principal a O., de três corpos correspondentes às naves, à capela baptismal, à esquerda, recuado, e à torre sineira à direita; corpo central de pano único com empena triangular rematada no vértice por plinto de alvenaria piramidal, rematando a cumeeira, suportando cruz de ferro; ao centro rasga-se pórtico de mármore de verga recta sobreposta de friso e arquitrave e sobrepujado por arco de ressalva; portadas de madeira de duas folhas almofadadas, pintadas a verde sapo; superiormente, axial, janelão rectangular de verga curva, com caixilharias de madeira pintadas a branco e molduras a verde sapo. Torre sineira com fachadas de dois registos, definidos por cornija moldurada, o inferior erguendo-se à altura do corpo das naves e rasgado a O. por fresta de verga curva, a S. por porta de acesso ao interior de chapa verde sapo e superiormente, junto à cornija, por fresta idêntica à da face O., e a E., interrompendo a cornija, mostrador de relógio e no coruchéu a inscrição "MUC 1893"; no registo superior rasga-se em cada face sineira de volta redonda, cada munida de seu sino de bronze. Fachada N. de três corpos correspondentes à capela baptismal, mais elevado, rasgado superiormente por janelão rectangular e ao corpo das naves rasgado por porta e janela; corpo da sala de acesso ao trono cego tendo adossado corpo rectangular. Fachada S. de três corpos correspondentes à torre sineira, nave e sala de aceso ao trono; corpo da nave rasgado à esquerda pela porta travessa com molduras de granito tendo a ombreira direita cruz esculpida; portada de chapa pintada a verde sapo; corpo da sala ce acesso ao trono cego. Fachada N. cega tendo ao centro, adossado ao corpo das naves, o corpo da sala de acesso ao trono, rectangular e estreito, de pano único definido por dois contrafortes, mais baixos com remates piramidais. INTERIOR: paredes de alvenaria rebocadas e caiadas, pavimentos de soalho nas naves e tijoleira na zona do altar-mor, cobertura em tecto de uma aba nas naves laterais e de três na central, com tábuas pintadas a branco e azul delimitando as abas. Naves, a central mais larga, separadas por arcos de volta perfeita assentes sobre colunas toscanas, formando quatro tramos; a O.e a E. os arcos descarregam em meias colunas adossadas a pilares; os fustes e capitéis apresentam vestígios de pinturas murais a amarelo, verde, azul e vermelho; nas meias colunas a E. figuram em cada, sob fundo azul celeste, um anjo sobre um plinto, envolto em panejamento azul, erguendo sobre a cabeça cesta de flores. Coro-alto ocupando o 1º tramo das naves, de madeira com guarda de balaústres; guarda-vento em madeira e vidraças. No último tramo das naves teia de madeira envernizada e dois degraus de acesso à plataforma da mesa do altar-mor. Na nave lateral do lado do Evangelho, no 1º tramo, porta simples de acesso à capela baptismal; adossado à 2ª coluna, púlpito de alvenaria de caixa fechada, hexagonal, decorado por pintura de marmoreados, a azul e amarelo, munido de baldaquino suspenso, hexagonal, com pequena sanefa, pomba do espírito santo e resplendor em talha no interior e cruz no remate; no 3º tramo, porta de acesso a dependência; no 4º e último tramo retábulo lateral de talha polícroma e dourada, de planta recta e estrutura vertical tripartida, com ático de pintura mural e mesa de altar rectangular com frontal de tapeçaria de flores e ramagens estilizadas; à direita do retábulo, pequena porta, rasgada na espessura do muro; sobre ela painel de pintura mural de cor verde claro servindo de fundo a dois painéis de pintura rectangualres, sobrepostos, com episódios sacros; na parede fundeira, retábulo colateral de talha polícroma, de planta recta e estrutura vertical tripartida, com ático em frontão triangular suportado por colinas e pilasttas jónicas e com quatro painéis de pintura sobre madeira. Na nave lateral do lado da Epístola, no 1º tramo, porta simples de verga curva de acesso à torre sineira; pia de água benta reaproveitando um capitel; no último tramo retábulo lateral de talha polícroma, de planta recta e estrutura vertical tripartida, com ático de pintura mural; retábulo colateral de talha polícroma, de planta recta e estrutura tripartida. Na parede fundeira da nave central, retábulo-mor de pintura mural figurando de cada lado um anjo ajoelhado, sobre mísula fingida, segurando uma candeia; sobre eles figura grande cortina, vermelha com sanefa e borlas, aberta ao meio de molde a descobrir o vão em arco de volta perfeita que abre para a tribuna, profunda e abobadada, com acesso por duas pequenas portas, rasgadas em cada um dos lados desta parede; a sala do trono é inteiramente revestida de pinturas murais de apainelados, frisos e molduras predominando as cores verde, amarelo e azul; a abóbada de canhão é decorada, nas mesmas cores, por medalhões circulares envoltos por flores e folhagem.

Acessos

Rua Tomás António Revez

Protecção

Incluído no Parque Natural do Vale do Guadiana

Enquadramento

Urbano,adossado, com adro murado disposto paralelamente à fachada principal, com pavimento em calçada portuguesa com faixa central tendo assinalado a data 1966, com acesso por dois degraus diante do pórtico; no ângulo NE. pequeno adro murado; as restantes fachadas abrem para vias de circulação tendo como elemento separador passeio calcetado; envolvido por casario de habiração, predominantemente térreo; diante do adro, fica a Casa do Povo.

Descrição Complementar

Retábulo lateral do Evangelho: a dividir os eixos colunas torsas, decoradas de pâmpanos dourados sobre fundo vermelho, e capitéis compósitos, dourados, suportando entablamento de talha dourada com friso polícromo alternando vermelho e azul e interrompido por mísulas; banco marcado pelos plintos que sustentam as colunas e por painéis, ambos relevados de parras douradas sobre fundo azul celeste e nos plintos extremos sobre fundo vermelho; painéis com o fundo pintado em tons de azul, figurando pâmpanos; no eixo central painel relevado, em forma de nicho de volta perfeita, decorado por volutões e parras dourados sobre fundo verde esmeralda, sobreposto de pequeno friso vermelho relevado de parras douradas; em cada eixo lateral dois painéis de pintura rectangulares, dispostos na vertical e sobrepostos, figurando episódios da vida de Santa Catarina de Alexandria identificados por legendas, entre eles, em cima à esquerda, a Decapitação; àtico de pintura mural figurando frontão curvo de arquivoltas concêntricas e no tímpano molduras circulares, nas cores vermelho, verde amarelo, azul, envolvendo os símbolos de Santa Catarina de Alexandria, a espada e roda dentada, sobre fundo verde claro; o frontal da mesa de altar figura barras vermelhas, separadas por frisos amarelos, decoradas por ramagens estilizadas a negro, emoldurando composição central de rosetas vermelhas e ramagens verdes, sobre fundo creme. Retábulo colateral do Evangelho: eixo central, definido por duas pilastras, de dois registos conferidos por peanha dourada em meio círculo, o inferior mais pequeno encontra-se preenchido por pintura figurando a Virgem com o Menino; o superior, de fundo tripartido decorado por pintura imitando tecido adamascado em tons de azul, é protegido por baldaquino concheado; eixos laterais definidos cada por coluna e pilastra, com capitéis pintados de verde; cada eixo apresenta dois painéis de pintura sobre madeira, rectangulares e sobrepostos; no da esquerda figura-se em cima a Anunciação e em baixo um Santo Bispo; no da direita, em cima, a Visitação e em baixo Santa Águeda ou Santa Bárbara; as coulunas e pilastras suportam entablamento com arquitrave dourada e intradorso ritmado de cartelas quadradas decoradas por flor estilizada de 4 pontas, a vermelho sobre fundo verde; friso pintado de marmoreados em tons de vermelho e amarelo e moldura do frontão pintada de verde; tímpano totalmente preenchido por pintura figurando Deus Pai; sottobanco decorado por pinturas murais, muito delidas, delimitado pelos plintos que suportam as colunas; mesa de altar rectangular. Retábulo lateral da Epístola: a dividir os eixos, 4 colunas jónicas com a metade inferior do fuste estriada, pintada de azul com espiral simulando fuste torso, e a superior canelada com as entrecanas e caneluras pintadas de azul, amarelo, verde e vermelho; bases e capitéis pintados nas mesmas cores; as colunas suportam entablamento pintado a cor verde com friso polícromo vermelho e azul semelhante ao do retábulo fronteiro e cornija de mútulos dourada; o intradorso do entablamento é decorado por enrolamentos estilizados de cor vermelha; banco marcado pelos plintos que sustentam as colunas, decorados por losangos, rosetas e enrolamentos, a vermelho, azul e amarelo; no eixo central nicho de volta perfeita concheado e sobre ele tabela pintada com composição estilizada de jarra e enrolamentos; em cada eixo lateral, com molduras de marmoreados a azul e amarelo, dois painéis de pintura, rectangulares, dispostos na vertical e sobrepostos, figurando várias figuras santas; ático de pintura mural idêntico ao do retábulo fronteiro, mas tendo no tímpano monograma com a letra M. Retábulo colateral da Epístola: eixo central em nicho de volta abatida, pouco profundo, decorado por composição, a vermelho e branco, imitando tecido de brocado de fohagem gorda; nichos laterais de volta abatida decorados por pintura imitando tecido adamascado em tons de azul claro; em cada uma volumosa peanha, tronco-piramidal, com pintura de marmoreados em verde, amarelo e vermelho alaranjado; banco e sotobanco tripartido decorado por pintura de marmoreados em tons de azul e verde; ático tripartido formado pos cartelas de madeira recortadas de orelhões, enrolamentos e concheados; mesa de altar em urna, polícroma.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Beja)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17 / 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 16 - provável data de construção da igreja; séc. 17 - retábulos laterais e colateral; séc. 18 - retábulo colateral; 1758 - a documentação refere a existência de seis colunas nas naves; existiam três irmandades: das Almas, de Nossa Senhora do Rosário e a do Santíssimo Sacramento; 1873 - construção do coro-alto e reparos gerais; 1893 - construção da torre sineira.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Paredes de alvenaria de pedra e cal, rebocadas e caiadas, telhado com forro de madeira, pavimentos de soalho e tijoleira. Talha dourada e polícroma, teia e coro-alto de madeira.

Bibliografia

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1966 - pavimentação do adro.

Observações

Autor e Data

José Falcão e Ricardo Pereira 1996 / Rosário Gordalina 2007

Actualização

 
 
 
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