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Conjunto urbano Aglomerado urbano Povoado Povoado proto-histórico Povoado fortificado
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Descrição
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Subsistem restos de muros feitos de pedra sobreposta e de taipa, contornando a vasta plataforma criada no topo do monte. A zona está cercada. Na vertente do lado nascente do cerro, a 18,97m, sob o pavimento da R. do Castelo, foi encontrado um importante depósito secundário de oferendas e ex-votos, uma "favissa" ou "bothros", constituído na 2ª metade do séc. III a.c., certamente incluído numa estrutura de carácter religioso mais complexa. A existência de inúmeras placas oculadas em ouro e prata apontam para o culto de uma divindade com poderes profilácticos nas doenças de olhos; as peças utilitárias podem ter contido oferendas alimentares, as taças podem ter sido usadas para libações ou como queimadores ou lucernas (Beirão, 1985). O depósito votivo foi constituído numa fossa artificial talhada na rocha e foi intencionalmente coberto por grande número de peças fragmentadas misturadas com grandes blocos de quartzo e terra. Na base assentava uma caixa com um crânio humano com indícios de trepanação, rodeado por ossos de animais e fragmentos de cerâmica pisados. Sobre ela assentavam grandes vasos cerâmicos, cheios de outros recipientes menores alguns contendo pequenos objectos em cerâmica, ouro, prata, vidro, cornalina e bronze; os espaços entre eles era ocupado por outros recipientes menores. Entre os objectos destacam-se placas oculadas, 2 figurações antropomórficas sobre placas de prata, com atributos de Tanit, uma fíbula anular, fragmentos de "oinochoai" em vidro polícromo, um hemidracma de Gades, que mostram componentes culturais mediterrânicas (Beirão, 1985). |
Acessos
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Pela aldeia de Garvão, a NO. da povoação |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 29/90, DR, 1.ª série, n.º 163 de 17 julho 1990 |
Enquadramento
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Rural, outeiro, isolado. Implantado numa elevação amesetada dominando a povoação, orientado segundo um eixo NE. / SO., com c. de 250 m. x 120 m., a uma altitude máxima de 124,55 m. A encosta nascente do cerro encontra-se urbanizada até meia altura, com casas e quintais separados por ruas. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Não aplicável |
Utilização Actual
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Não aplicável |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Época Construção
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Proto-história |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Não aplicável |
Cronologia
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Bronze Final - ocupação pelo menos desde esta época; Época Romana - muitos vestígios de romanização; Época medieval - ocupação continuada durante o período islâmico; vila medieval desenvolveu-se nas encostas S. e E. do cerro do castelo. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes |
Materiais
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Taipa, alvenaria de pedra xistosa |
Bibliografia
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DIAS, M. M. A., COELHO, L., Achados de moedas romanas do concelho de Ourique, in O Arqueólogo Português, série III, vol. VII / IX, Lisboa, 1974 / 1977; BEIRÃO, Caetano de Mello, SILVA, Carlos Tavares da, SOARES, Joaquina,, GOMES, Mário Varela, GOMES, Rosa Varela, Depósito votivo da 2ª Idade do Ferro do Garvão, in O Arqueólogo Português, série IV, vol. III, Lisboa, 1985. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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1971 - recolha de objectos existentes à superfície: fragmentos de cerâmica romana, um asse da oficina de Celsa; numa das ruas da vila é identificada uma coluna de mármore romana, retirada do oleito da Ribeira do Garvão; 1981 - identificação de materiais da Idade do Ferro: cerâmicas e restos de uma muralha; sondagens junto à muralha revelam fragmentos de cerâmica e um molde de pedra múltiplo para fundição de armas do Bronze Final, da 2ª Idade do Ferro, do período romano, árabe, moderno; 1982 / 1983 - descoberta do depósito votivo e posteriores trabalhos de prospecção, estudo e restauro das peças |
Observações
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Autor e Data
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Isabel Mendonça 1994 |
Actualização
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