Povoado do Cerro do Castelo / Forte do Garvão

IPA.00000916
Portugal, Beja, Ourique, União das freguesias de Garvão e Santa Luzia
 
Aglomerado proto-urbano. Povoado proto-histórico com ocupação do sítio desde o Bronze Final e posterior ocupação romana e medieval islâmica. Povoado fortificado. Foi exumado espólio significativo.
Número IPA Antigo: PT040212020002
 
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Registo

 
Conjunto urbano  Aglomerado urbano  Povoado  Povoado proto-histórico  Povoado fortificado  

Descrição

Subsistem restos de muros feitos de pedra sobreposta e de taipa, contornando a vasta plataforma criada no topo do monte. A zona está cercada. Na vertente do lado nascente do cerro, a 18,97m, sob o pavimento da R. do Castelo, foi encontrado um importante depósito secundário de oferendas e ex-votos, uma "favissa" ou "bothros", constituído na 2ª metade do séc. III a.c., certamente incluído numa estrutura de carácter religioso mais complexa. A existência de inúmeras placas oculadas em ouro e prata apontam para o culto de uma divindade com poderes profilácticos nas doenças de olhos; as peças utilitárias podem ter contido oferendas alimentares, as taças podem ter sido usadas para libações ou como queimadores ou lucernas (Beirão, 1985). O depósito votivo foi constituído numa fossa artificial talhada na rocha e foi intencionalmente coberto por grande número de peças fragmentadas misturadas com grandes blocos de quartzo e terra. Na base assentava uma caixa com um crânio humano com indícios de trepanação, rodeado por ossos de animais e fragmentos de cerâmica pisados. Sobre ela assentavam grandes vasos cerâmicos, cheios de outros recipientes menores alguns contendo pequenos objectos em cerâmica, ouro, prata, vidro, cornalina e bronze; os espaços entre eles era ocupado por outros recipientes menores. Entre os objectos destacam-se placas oculadas, 2 figurações antropomórficas sobre placas de prata, com atributos de Tanit, uma fíbula anular, fragmentos de "oinochoai" em vidro polícromo, um hemidracma de Gades, que mostram componentes culturais mediterrânicas (Beirão, 1985).

Acessos

Pela aldeia de Garvão, a NO. da povoação

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 29/90, DR, 1.ª série, n.º 163 de 17 julho 1990

Enquadramento

Rural, outeiro, isolado. Implantado numa elevação amesetada dominando a povoação, orientado segundo um eixo NE. / SO., com c. de 250 m. x 120 m., a uma altitude máxima de 124,55 m. A encosta nascente do cerro encontra-se urbanizada até meia altura, com casas e quintais separados por ruas.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Época Construção

Proto-história

Arquitecto / Construtor / Autor

Não aplicável

Cronologia

Bronze Final - ocupação pelo menos desde esta época; Época Romana - muitos vestígios de romanização; Época medieval - ocupação continuada durante o período islâmico; vila medieval desenvolveu-se nas encostas S. e E. do cerro do castelo.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes

Materiais

Taipa, alvenaria de pedra xistosa

Bibliografia

DIAS, M. M. A., COELHO, L., Achados de moedas romanas do concelho de Ourique, in O Arqueólogo Português, série III, vol. VII / IX, Lisboa, 1974 / 1977; BEIRÃO, Caetano de Mello, SILVA, Carlos Tavares da, SOARES, Joaquina,, GOMES, Mário Varela, GOMES, Rosa Varela, Depósito votivo da 2ª Idade do Ferro do Garvão, in O Arqueólogo Português, série IV, vol. III, Lisboa, 1985.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

1971 - recolha de objectos existentes à superfície: fragmentos de cerâmica romana, um asse da oficina de Celsa; numa das ruas da vila é identificada uma coluna de mármore romana, retirada do oleito da Ribeira do Garvão; 1981 - identificação de materiais da Idade do Ferro: cerâmicas e restos de uma muralha; sondagens junto à muralha revelam fragmentos de cerâmica e um molde de pedra múltiplo para fundição de armas do Bronze Final, da 2ª Idade do Ferro, do período romano, árabe, moderno; 1982 / 1983 - descoberta do depósito votivo e posteriores trabalhos de prospecção, estudo e restauro das peças

Observações

Autor e Data

Isabel Mendonça 1994

Actualização

 
 
 
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