Igreja Paroquial de Tresouras / Igreja de São Miguel Arcanjo
| IPA.00009061 |
| Portugal, Porto, Baião, União das freguesias de Loivos da Ribeira e Tresouras |
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| Igreja paroquial quinhentista, seiscentista e barroca, de planta composta por nave, capela-mor, sacristia e campanário no lado esquerdo, com coberturas interiores diferenciadas em falsas abóbadas de berço, a da nave de caixotões pintados, iluminada unilateralmente por janelas retilíneas rasgadas na fachada lateral direita. Fachada principal rematada em empena, com os vãos rasgados em eixo composto por portal de volta perfeita e moldura superior com a moldura formada pelas aduelas do arco. Fachadas com cunhais simples, os da capela-mor firmados por pináculos e rematadas em cornijas, as laterais com portas travessas de verga reta. Campanário de dois registos e dupla sineira de volta perfeita, seiscentista, reformadas no séc. 19. Interior com coro-alto, púlpito quadrangular e guarda plena no lado do Evangelho. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, ladeado por retábulos de talha do estilo barroco nacional, que se prolongam revestindo o arco. Capela-mor com supedâneo de degraus centrais, com retábulo de talha dourada do estilo barroco nacional, de planta reta e três eixos. Igreja de construção quinhentista, de que subsiste a estrutura, a escassa iluminação lateral e o portal com a moldura formada pelas aduelas do arco, assente em impostas salientes. Foi reformada no séc. 17, com a construção do campanário, este alterado no séc. 19, com ampliação das sineiras, mas mantendo o primitivo remate com pináculos piramidais. Interior com púlpito de talha em branco com decoração dourada, formando cartelas recortadas e concheados, de execução do final do séc. 18. Destaca-se a cobertura da nave com caixotões pintados, setecentista, com representação hagiográfica (Mártires, Apóstolos e Sagrada Família), tendo alguns com a representação dos Mistérios do Rosário, identificados por inscrição. A diferente qualidade pictórica dos caixotões, denotam a existência de vários repintes em sucessivas datas. O arco triunfal encontra-se revestido a talha do estilo barroco nacional, que prolonga os retábulos laterais, com colunas torsas, tendo painéis pintados entre as arquivoltas, a substituir a decoração relevada, entretanto desaparecida. Têm origem semelhante à do retábulo-mor de talha dourada do estilo nacional, de excelente qualidade de talhe, possuindo tribuna em meia-cana, coberta por meia-cúpula. É possível que se trate de uma adaptação de uma estrutura proveniente de outro edifício, justificando a necessidade de altear a capela-mor, bastante mais elevada que a nave. |
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| Número IPA Antigo: PT011302180014 |
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| Registo visualizado 391 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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| Planta retangular composta por nave, capela-mor mais elevada, sacristia e campanário adossados ao lado esquerdo, de volumes articulados e escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de duas e três (sacristia), de telha cerâmica negra, rematadas em beiradas simples. Fachadas em cantaria de granito aparente com as juntas pintadas de branco, as da capela-mor com cunhais simples firmados por pináculos piramidais com bola e assentes em plintos, sendo rematadas em cornijas; as empenas mais elevadas e revestidas a telha estão encimadas por cruzes latinas, sobre tabuleiros. Fachada principal virada a O., rematada em empena e rasgada por portal em arco de volta perfeita, assente em impostas e com a moldura superior formada pelas aduelas; o portal está encimado por óculo circular em capialço. No lado esquerdo, campanário de dois registos definidos por cornija, o inferior cego e o superior com duas ventanas de volta perfeita, rematado por cornija e pináculos piramidais; tem acesso por escadas em cantaria na face posterior, com guarda de ferro pintado de verde, que acede, simultaneamente, ao coro-alto por porta de verga reta. Fachada lateral esquerda com porta de verga reta, dintelada no corpo da nave, tendo sacristia adossada, de dois pisos, com janelas de peitoril protegidas por grades, tendo porta dintelada na face O.. A fachada lateral direita tem, na nave, porta travessa retilínea e janela em capialço. Fachada posterior em empena cega, tendo, no corpo da sacristia, levemente recuado, duas frestas, a superior jacente. INTERIOR com as paredes em cantaria de granito aparente e coberturas em falsas abóbadas de berço de madeira, a da nave formando caixotões com molduras de talha dourada, assente em frisos e cornija, tendo mísulas equidistantes e reforçadas por tirantes de madeira, o da nave pintado com motivos fitomórficos. As pinturas da nave são de temática hagiográfica, representando os Mistérios do Rosário e bustos de santos. No lado do Evangelho, púlpito quadrangular com bacia em cantaria de granito, assente em consola, tendo guarda plena de talha em branco com elementos decorativos dourados, formando apainelados ornados por cartelas concheadas e com elementos fitomórficos; tem acesso por escadas de cantaria no lado direito. Tem guarda-voz de madeira, formando friso estriado, lambrequins recortados e, no intradorso, a pomba do Espírito Santo. No lado oposto, mísula de madeira, com espaldar apainelado, de onde evoluem consolas de acantos que sustentam baldaquino em domo estriado, encimado por cruz latina. Arco triunfal de volta perfeita assente em pilastras toscanas, revestido a talha dourada, que prolonga a estrutura dos retábulos colaterais, dedicados a Nossa Senhora de Fátima (Evangelho) e ao Crucificado (Epístola). A capela-mor tem mesa de altar de talha pintada, composta por tampo e pés volutados, ornados por acantos, surgindo, junto ao arco triunfal, o ambão assente em coluna torsa decorada por pâmpanos, de talha dourada. Sobre supedâneo de cantaria, de degraus centrais, retábulo de talha dourada, de planta reta e três eixos definidos por seis colunas torsas decoradas por pâmpanos e anjos encarnados, assentes em consolas, as exteriores sobre plintos paralelepipédicos com as faces ornadas por acantos e querubins; as colunas prolongam-se em três arquivoltas torsas unidas por aduelas e formando apainelados de cartelas e florões. Ao centro, ampla tribuna de perfil semicircular com boca rendilhada, cobertura em meia-cúpula e contendo trono expositivo de três degraus, profusamente decorados por acantos e querubins. Os eixos laterais possuem apainelados pintados a imitar tecido, envolvidos por moldura rendilhada e assentes em pilastras decoradas por acantos e encimadas por seguintes fitomórficos e querubins. Mesa de altar paralelepipédica com o frontal apainelado, encimado por sacrário embutido na estrutura, rodeado por acantos e com a porta ornada por serafim. |
Acessos
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| Tresouras; EM587; Lugar da Igreja |
Protecção
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| Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 748/2015, DR, 2.ª série, n.º 193 de 02 setembro 2015 *1 |
Enquadramento
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| Urbano, isolado, implantado a meia encosta, em pequeno largo plano, circunscrito por muro nos lados esquerdo e posterior e por casas unifamiliares no lado direito, formando um adro, pavimentado a calçada e com acesso frontal a abrir para a via pública. Está rodeado por casas de habitação e terrenos de cultivo. |
Descrição Complementar
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| O TETO DA NAVE é dividido em caixotões com molduras de talha pintada de vermelho e dourado, formando motivos fitomórficos e com grandes florões nos ângulos. Nele surgem representados, identificados por inscrições: "Degolação de São João Baptista", Santa Isabel de Portugal, Rei David, Santo André, São Bartolomeu, São Bento, São Bernardo, São Brás, São Caetano, São Domingos, São Filipe, São Gonçalo, São Jerónimo, São João Evangelista, São Joaquim, São José, São Judas, São Lourenço, São Luís, São Mateus, São Martinho, São Miguel, São Paulo, São Pedro, São Sebastião, São Simão, São Tiago, São Tomé, São Vicente, Santa Águeda, Santa Ana, Santa Apolónia, Santa Bárbara, Santa Brígida, Santa Catarina de Siena, Santa Cristina, Santo Estêvão, Santa Eufémia, Santa Joana, Santa Rita de Cássia, Santa Teresa, Santo António, Santo Ovídio; surgem, ainda, os Mistérios do Rosário: "Anunciação", "Visitação", "Sonho de José", "Natividade", "Apresentação do Menino no templo", "Menino entre os Doutores", "Flagelação", "Ecce Homo", "Passo do Encontro", "Calvário", "Ressurreição de Cristo", "Aparecimento de Cristo aos Apóstolos", "Pentecostes", "Assunção da Virgem" e "Coroação da Virgem". Os RETÁBULOS COLATERAIS são semelhantes de talha dourada, de planta reta e um eixo definido por duas colunas torsas, ornadas por pâmpanos, assentes em plintos paralelepipédicos com as faces ornadas por acantos e querubins. Ao centro, nicho de volta perfeita, assente em pilastras com os fustes decorados por acantos, prolongando-se em arquivolta interrompida por querubim e seguintes e fitomórficos. A estrutura remata em friso de acantos e querubins e cornijas. Altar paralelepipédico com pintura decorativa no frontal., formando três apainelados. As estruturas prolongam-se no remate, em duas arquivoltas torsas, interrompidas por aduelas salientes, dando origem apainelados com acantos pintados na zona onde perdeu o relevo. |
Utilização Inicial
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| Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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| Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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| Privada: Igreja Católica (Diocese do Porto) |
Afectação
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| Sem afetação |
Época Construção
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| Séc. 16 (conjectural) / 17 / 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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| Desconhecido. |
Cronologia
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| Séc. 16 - provável construção da igreja; 1614, 25 dezembro - primeiro registo de batismo na paróquia; 1615, 15 janeiro - primeiro registo de óbito; 1619, 28 julho - primeiro registo de casamento; séc. 17 - feitura do campanário; séc. 18 - feitura dos retábulos mor e colaterais; 1706 - segundo o Padre Carvalho da Costa a paróquia é vigararia anexa à Comenda de Vila Cova, da Ordem de Cristo, junto a Lixa; rende ao cura 25$000 e ao Comendador 150$000; a paróquia tem 90 vizinhos; 1758, 25 abril - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco Luís Leite de Faria, é referida a igreja, situado no meio da freguesia, dedicada ao Apóstolo São Tiago, sendo padroeiro da mesma o Arcanjo São Miguel; tem três altares, o mor, onde está localizado o sacrário e as imagens do Menino Jesus, São Miguel, Santo António e São Caetano; um dos colaterais tem duas imagens de vulto de Nossa Senhora do Rosário, uma delas pequenina, e a de Santa Luzia, surgindo, no outro, a de São Sebastião; tem duas confrarias, a do Senhor, a da Senhora, surgindo uma associação de devotos das Almas, sem estatutos; o pároco é vigário apresentado pelo reitor da Igreja de Vila Cova da Lixa, do arcebispado de Braga, e tem de côngrua 32$000, 30alqueires de pão meado ou de segunda, 4 alqueires de trigo e 30 almudes de vinho "à bica do lagar"; séc. 19 - provável reforma do templo e ampliação da capela-mor; 1967, 02 julho - data na cruz das Missões; 2013, 03 maio - publicação da abertura do procedimento de classificação no Anúncio n.º 159/2013, DR, 2.ª série, n.º 85; 2015, 16 fevereiro - publicação do projeto de decisão relativo à classificação como Monumento de Interesse Público da Igreja de São Miguel e respetivo adro, no Anúncio n.º 29/2015, DR, 2.ª série, n.º 32. |
Dados Técnicos
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| Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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| Estrutura em cantaria de granito, rebocada e pintada no interior; modinaturas, cornijas, supedâneo, cunhais, pináculos, cruzes e bacia do púlpito em cantaria de granito; tetos, portas, mobiliário, tirantes e bancos de madeira; retábulos de talha dourada; púlpito de talha em branco e dourada: coberturas exteriores em telha cerâmica. |
Bibliografia
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| COSTA, António Carvalho da (Padre) - Corographia Portugueza… Lisboa: Oficina de Valentim da Costa Deslandes, 1706, tomo I. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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| IHRU: DGEMN/DREMNorte, SIPA; Diocese do Porto: Secretariado Diocesano de Liturgia |
Documentação Administrativa
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| DGARQ/TT: Memórias Paroquiais, vol. 37, n.º 111, fl. 1117-1128 |
Intervenção Realizada
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| PROPRIETÁRIO: séc. 20 - limpeza das cantarias e refechamento de juntas; arranjo e calcetamento do adro. |
Observações
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| *1 - DOF: Igreja de São Miguel, paroquial de Tresouras, e respetivo adro. |
Autor e Data
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| Paula Figueiredo 2013 (no âmbito da parceria IHRU / Diocese do Porto) |
Actualização
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