Igreja Paroquial de Alvaredo / Igreja de São Martinho

IPA.00009021
Portugal, Viana do Castelo, Melgaço, Alvaredo
 
Arquitectura religiosa, seiscentista. Igreja paroquial de planta longitudinal composta por nave única e capela-mor, mais baixa e estreita, interiormente com iluminação axial e bilateral. Fachadas em cantaria aparente, a principal terminada em empena, e rasgada por portal de verga recta e janela. Fachadas laterais rasgadas por janelas de capialço, tendo porta travessa de verga recta na lateral direita; a posterior termina em empena.
Número IPA Antigo: PT011603010049
 
Registo visualizado 172 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta de nave única e capela-mor, mais baixa e estreita, tendo adossado à fachada lateral direita torre sineira quadrangular, capela lateral profunda e, entre estas, corpo rectangular e à oposta sacristia rectangular. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na igreja, de três na sacristia, de uma no corpo rectangular e coruchéu piramidal na torre, coroado catavento de ferro. Fachadas em cantaria aparente, com embasamento, cunhais apilastrados na nave e torre sineira e terminadas em friso e cornija, sobreposta por beirada simples. Fachada principal virada a O., terminada em empena, rematada por cruz latina de braços quadrangulares sobre acrotério, tendo as pilastras coroadas por urnas; é rasgado por portal de verga recta, com moldura terminada em cornija, e por janela de verga abatida com a moldura formando pingentes e encimada por silhar com elemento concheado. Torre sineira no alinhamento da fachada, de dois registos, separados por friso e cornija, o segundo rasgado, em cada uma das faces, por sineira em arco de volta perfeita sobre pilastras, tendo avental recortado, e albergando sino; nos cunhais possui pináculos sobre plintos paralelepipédicos e a meio surge relógio circular. Fachada lateral esquerda rasgada na nave por frestas de arejamento e duas janelas de capialço, tendo a meio lápide rectangular com brasão de família; a sacristia é rasgada a O. por porta de verga recta e moldura simples e lateralmente por uma outra porta e três janelas rectilíneas. Na fachada lateral direita a torre tem o primeiro registo rasgado por porta de verga recta sobrelevada, precedida por escada de pedra; a capela lateral termina em empena coroada por cruz latina de braços quadrados sobre acrotério e é rasgada por janela de capialço; o corpo intermédio é rasgado por duas janelas rectilíneas de capialço e, sensivelmente a meio, por porta travessa de verga recta, encimada por cartela inscrita. Na capela-mor abre-se uma outra janela de capialço. Fachada posterior da capela-mor terminada em empena, coroada por cruz latina de braços quadrangulares sobre acrotério.

Acessos

Alvaredo, Largo da Igreja

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, no interior da aldeia, de povoamento disperso, nas imediações de algumas habitações e envolvido por campos plantados de vinha. Integra-se em adro, disposto junto à estrada, parcialmente delimitado por muro, e com pavimento de paralelos de granito.

Descrição Complementar

Sobre a porta travessa surge lápide rectangular, de ângulos curvos, com a inscrição, em três regras, RECONSTRUÍDA EM 1943.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Viana do Castelo)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1118 - Onega Fernandes fez doação à Sé de Tui da quarta parte da igreja de São Paio de Paderne, equivalente da igreja de São Martinho de Valadares e outro tanto da vila chamada de São Vicente e da sua igreja *1; 1125 - doação da igreja de São Paio de Paderne e da igreja de São Vicente, junto ao rio Minho, por D. Teresa Sé de Tui; 1320 - no catálogo das igrejas situadas ao norte do rio Lima, que D. Dinis mandou organizar, para determinação da taxa a pagar, São Martinho de Alvaredo foi taxada em 60 libras; enquadrava-se nessa época na Terra de Valadares; 1551 / 1581 - no Censual de D. Frei Baltasar Limpo, que descreve a situação canónica dos benefícios eclesiásticos da comarca de Valença do Minho, diz-se que a igreja de Alvaredo era da apresentação de padroeiros, designadamente, de Pedro Gomes de Abreu; 1758, 25 Maio - segundo o pároco António Rodrigues de Morais nas Memórias Paroquiais, a freguesia pertencia ao arcebispado de Braga, comarca de Valença e termo de Valadares; tinha 220 fogos inteiros e meios fogos e 613 pessoas, entre ausentes e presentes e menores; a igreja ficava no meio do lugar de São Martinho, tinha duas naves com três arcos e os altares: o altar-mor, o de Nossa Senhora do Rosário, o altar das Almas, o altar de santo António, o altar da capela da Senhora da Expectação, o altar da capela de São Francisco e o altar da capela de São Miguel; tinha uma confraria das Almas; o pároco era vigário anual apresentado pelo prior dos mosteiros de Sanfins e São João de Longos Vales, da Companhia de Jesus, como procurador do reitor do Colégio de Coimbra, e tinha de ordenado anual 8$000 e com o pé de altar ficava tudo em 60$000, de rendimentos certos e incertos; 1759, 3 Setembro - expulsão da Companhia de Jesus, revertendo todos os seus bens para o erário régio; 1774, 4 Julho - provisão de D. José incorporando todos os bens da extinta Companhia de Jesus no património da Universidade de Coimbra, que assumiu a sua administração; pouco depois visitaram-se todas as igrejas da antiga Companhia de Jesus; a igreja era semelhante aos demais da zona, ou seja, humilde, tosco e pobre; a capela-mor tinha o forro quase perdido, o pavimento muito mal unido e as paredes muitas negras; o altar-mor tinha retábulo, que ainda podia servir; o corpo da Igreja pertencia aos fregueses; a sacristia era pequena e necessitava de muitos reparos, assim como a capela-mor, os quais foram mandados fazer e constavam dos apontamentos anexos; o passal era da mesma qualidade e rendimento do das igrejas vizinhas, podendo render para o pároco, tiradas as despesas, cerca de 8$000; a Universidade cobrava os dízimos da freguesia e apresenta o cura anualmente e tinha a obrigação de reparar ou reedificar a capela-mor, sacristia e dar todos os paramentos necessários para as mesmas, pertencendo ao povo tudo o que dissesse respeito ao corpo da Igreja; devia dar ao pároco côngrua suficiente, bem como mandar pregar dois sermões na Quaresma; 1835, 5 Maio - decreto incorporando nos Bens Próprios Nacionais os bens pertencentes à Universidade de Coimbra, que continuava, no entanto, a usufruir dos seus rendimentos; 1848, 21 Novembro - decreto delimitando como bens da Universidade de Coimbra apenas os edifícios estritamente necessários para o seu funcionamento, situados em Coimbra; 1855 - até esta data pertenceu, em termos administrativos, à comarca de Monção e concelho de Valadares; 24 Outubro - decreto extinguindo o concelho de Valadares, passando Alvaredo a integrar o de Melgaço; 1977, 3 Novembro - passou a pertencer à Diocese de Viana do Castelo; 1943 - data inscrita sobre a porta travessa assinalando a reconstrução da igreja.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em cantaria aparente; pináculos, cruzes, frisos, cornijas e pináculos em cantaria de granito; portas de madeira; vidros simples; grades de ferro; cobertura de telha.

Bibliografia

CAPELA, José Viriato, As freguesias do distrito de Viana do Castelo nas Memórias Paroquiais de 1758, Braga, Casa Museu de Monção / Universidade do Minho, 2005.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

SIPA

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID; Universidade de Coimbra: Igrejas da Universidade de Coimbra, Tomo II, Cota - Depósito 14, Secção 8. E, Estante 5, Tabela 9, Nº. 560; Arquivo Distrital de Braga (datas extremas: 1632 - 1899 (não consultada)

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO. *1 - Segundo o Padre Avelino de Jesus da Costa, São Martinho de Valadares deve corresponder a São Martinho de Alvaredo (limite de São Paio de Paderne), à qual pertencia a povoação e igreja de São Vicente, junto ao rio Minho.

Autor e Data

Paula Noé 2003

Actualização

 
 
 
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