Edifício, Igreja e Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Redondo

IPA.00008969
Portugal, Évora, Redondo, Redondo
 
Arquitectura religiosa, manuelina e barroca e hospitala, setecentista. Igreja de Misericórdia de planta longitudinal composta de nave única e capela-mor mais estreita, desenvolvendo-se junto à fachada lateral esquerda Consistório, sacristia e hospital. Fachada principal terminada em empena recortada e rasgada por portal de verga recta encimado por friso e cornija, janela com o mesmo tipo de remate e brasão. Sineira colocada recuada à fachada, sobre a cobertura, no lado N.. Interior com coro-alto, púlpito barroco no lado do Evangelho, tribuna dos Mesários rococó, com cadeiral sobre mísulas, no lado da Epístola, e cobertura em falsa abóbada de berço em estuque, sobre cornija, escaiolada. Capela-mor coberta por abóbada estrelada manuelina, com pintura decorativa de temática fitomórfica maneirista, paramentos forrados a azulejos monocromos azuis sobre fundo branco joaninos com representação das Obras de Misericórdia corporais; retábulo-mor barroco, de talha dourada e policroma, de transição do estilo nacional para o joanino. Sala do Consistório decorada com pinturas e trabalhos de estuque bastante coloridos do final do séc. 19 / inícios do 20. Igreja de exterior singelo, seguindo os modelos da arquitectura rural alentejana, com embasamento, cunhais e remates sublinhados a ocre, sendo os da fachada principal enriquecidos por trabalhos de estuque, em grinaldas sobrepujando os capitéis dos cunhais, nas volutas que marcam a empena e no brasão nacional oitocentista sobre o eixo dos vãos, sem coroa desde 1910. A modinatura dos vãos, de linhas rectas e simples, deverá datar de uma reforma barroca. A fachada lateral apresenta-se bastante robusta, rasgada por pequenos janelos que dão para o anexo, com a capela-mor à mesma altura da nave. Interior denotando várias reformas, as da nave, possivelmente, do período barroco, altura em que se abriram os arcos laterais cegos, quatro do lado do Evangelho e dois no da Epístola, de arco a pleno centro mas com o topo recto sob a cornija. Esta, com friso de decoração diferente, mais rica sobre a tribuna dos Mesários, bem como as pilastras de suporte, arco triunfal e friso sobrepujante junto à cobertura, são escaiolados a ocre e ornados com trabalhos de estuque, dentro da tradição alentejana. O coro-alto, assente em arco abatido sobre pilares, fruto de uma reforma do séc. 19 / 20, e o púlpito, com base, balaustrada e porta de acesso em mármore, são acedidos por corredor de ligação ao hospital, desenvolvido a N. da igreja. Tribuna dos Mesários com cadeiral rococó muito simplicado e com marmoreados, marcando no espaldar doze lugares mais um, individualizado e com braços, para o Provedor; a guarda é do mesmo estilo, mas de decoração mais rica. O brasão pintado sobre o arco triunfal é rococó e figura sem coroa igualmente desde 1910. Existência de teia de madeira, rococó, com balaustrada em pintura policroma, demarcando o presbitério na nave e separando este da capela-mor, conservando na última dois interessantes confessionários giratórios. A antiga capela-mor manuelina foi redecorada no séc. 17 e no séc. 18, constituindo a zona mais rica do imóvel. A sua abóbada estrelada foi pintada com motivos fitomórficos maneiristas e os paramentos laterais foram revestidos a azulejos barrocos, joaninos, organizados em dois registos. Representam seis das sete Obras de Misericórdia corporais, não sendo retratada a sétima "Enterrar os mortos", sem legenda ou qualquer identificação e são ilustradas por cenas Bíblicas, com guarnição de motivos arquitectónicos, friso, anjos atlantes e cartela. O espaço disponível para os painéis do segundo registo é limitado, devido aos vãos e ao perfil arredondado da cobertura, levando a que algumas composições, que não foram adaptadas para o local, surjam com figuras cortadas, facto mais notório no painel do lado da Epístola representando "Dar pousada aos peregrinos". O retábulo-mor, de transição do estilo nacional para o joanino, possui estrutura nacional, com as típicas colunas pseudo-salomónicas e apianelados laterais, mas a decoração de concheados e o remate é já joanino. O oratório sobre o arcaz da sacristia é igualmente de transição. Conserva oito bandeiras processionais, pintadas sobre tela, com vários passos da Via Sacra, do séc. 17 e 18, algumas de figuração muito naif. Destaque para a "Mater Omnium", com a Virgem de tradição Imaculista, com grupo de pedintes aos pés e representação bipartida da sociedade sob o seu manto, e a "Lamentação do Cristo Morto", datada de 1753.
Número IPA Antigo: PT040710020007
 
Registo visualizado 1102 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Edifício de Confraria / Irmandade  Edifício, igreja e hospital  Misericórdia

Descrição

Igreja de planta longitudinal, composta de nave única e capela-mor quadrangular, mais estreita e à mesma altura, tendo adossada a S. pequeno anexo, estreito e mais baixo, e desenvolvendo-se a N. edifício hospitalar, de planta rectangular, adaptado ao desnível do terreno, integrando a sacristia e Sala do Consistório. Volumes diferenciados, com coberturas em telhados de duas águas na igreja, de uma no anexo e de quatro no hospital. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com embasamento e cunhais a ocre. Fachada principal virada a O. IGREJA de cunhais apilastrados, decorados no topo por grinaldas em estuque e coroados por pináculos, pintados de branco, e terminada em empena contracurvada, decorada sobre os capitéis dos cunhais e no topo por volutas, realçadas a ocre, e tendo ao centro cruz de ferro. É rasgada por portal de verga recta, com friso e cornija, encimada por janela, também com friso e cornija, ambos em granito; no seu alinhamento, surge brasão nacional, em estuque, arredondado e sobre duas folhas de louro, pintado a ocre. Recuada da fachada, ergue-se sobre a cobertura, do lado N., sineira em alvenaria rebocada e pintada de branco, com cunhais, arco a pleno centro e remate sublinhado a ocre, terminando em cornija encimada por frontão; contém sino de bronze epigrafado. INTERIOR: nave com pavimento em lajes de mármore e mosaico cerâmico e cobertura em falsa abóbada de berço de estuque apoiado em cornija, moldurada, com friso pintado em escaiolado amarelo, a do lado da Epístola mais saliente e ritmada com almofadas côncavas brancas, apoiada em pilastras pintadas de branco e almofada côncava em escaiolado amarelo, decoradas com trabalhos de estuque no topo e no capitel. Coro-alto sobre arco abatido assente em pilares de alvenaria de ângulos chanfrados, com guarda de ferro e corrimão de madeira, de onde pende colcha de damasco verde, bordada a ouro. No lado do Evangelho, a nave é ritmada por três arcos plenos, com fecho plano, avançados em relação à caixa murária, tendo no do meio púlpito em mármore branco, de base rectangular sobre mísula estriada, e balaustrada também de mármore; é acedido por porta de moldura em mármore, de arco abatido encimado por cornija. Nos outros arcos dispõem-se cinco bandeiras processionais representando "Flagelação de Cristo", "Beijo de Judas", "Jesus no Horto", "Lamentação de Cristo Morto", "Mater Omnium", e um painel com a Virgem. No lado da Epístola tem dois arcos, iguais aos anteriores, um sob o coro e outro junto a este, no último dos quais se dispõem mais três bandeiras, figurando "Cristo a caminho do Calvário", "Cristo perante Herodes" e "Senhor da Cana Verde". Segue-se-lhe a tribuna dos Mesários com cadeiral, assente em seis mísulas de mármore branco, com espaldar de talha pintada e marmoreada a verde e dourado, delimitando 13 lugares por pilastras ornadas por elementos fitomórficos e sobrepujados por fogaréus; doze deles têm almofadas rectangulares sobrepostas, com os cantos e topos recortados e rosetas nesse enfiamento, sendo rematadas sobre a cornija recta por palmetas de acantos. O assento do topo, destinado ao Provedor, tem o espaldar mais largo, forrado a veludo verde, terminado em frontão semicircular sobrelevado com palmeta, e possuindo braços. A guarda é de madeira com o mesmo tipo de decoração, mas cada uma das cinco almofadas é sobreposta por decoração fitomórfica dourada. O acesso à tribuna faz-se por porta, escondida atrás do terceiro lugar do espaldar, que se torna giratório. Arco triunfal pleno sobre pilastras, de alvenaria, ambas decoradas na face frontal e intradorso por almofada côncava em escaiolado; sobre a chave do arco, em voluta, também pintada, brasão nacional em cartela recortada; junto à cobertura, friso entrecortado pintado em escaiolado. Separando a nave da capela-mor surge teia, de balaustrada, em madeira marmoreada, encimada por dois confessionários giratórios. Capela-mor com paramentos revestidos a azulejos monocromos azuis sobre fundo branco, de composição figurativa de temática alusiva às Obras de Misericórdia corporais *1, sobrepostas em dois registos, aparecendo as do segundo com recorte superior curvo e enquadrando janelas. Assim, no lado do Evangelho figura, ao lado da porta para a sacristia, "Dar de beber a quem tem sede", encimado por "vestir os Nus" e "Remir os cativos"; no lado da Epístola, ao lado da porta para o anexo que conduz à escada para a tribuna, "Dar de Comer a quem tem fome", encimado por "Visitar os enfermos" e "Dar pousada aos peregrinos". As janelas, a do lado do Evangelho fingida, têm capialço pronunciado com pinturas murais em tromp l'oeil e molduras de talha dourada, ornadas com elementos fitomórficos e putti. Sobre supedâneo de mármore branco, com frontal decorado por almofadas côncavas recortadas, assenta o retábulo-mor de talha dourada e policroma, de planta recta e três eixos; o central, de corpo côncavo é ladeado por duas colunas pesudo-salomónicas com pâmpanos e putti encarnados, e os laterais formam apainelados com putti, fragmentos arquitectónicos e acantos, tendo um pelicano do lado do Evangelho e uma fénix do lado oposto. No centro, tribuna com tecto em caixotões decorados com acantos e na parede fundeira grande resplendor enquadrando crucificado; remate em frontão interrompido sobre o qual surgem dois anjos de vulto, estofados, e espaldar com sanefa e cortina que abre, deixando ver o escudo nacional ladeado por dois anjos; fecho da boca da tribuna, rendilhada, com querubim. Remates laterais com pequena cartela com enrolamentos e concheados. Banco com duas portas de acesso à tribuna com atlantes. Frontal de altar em forma de urna com mármores coloridos. Cobertura em abóbada estrelada sobre mísulas, encobertas pelo retábulo, com liernes e bosetes pintados e panos com pintura vegetalista. Do lado do Evangelho, sacristia com pavimento cerâmico colorido e cobertura em falsa abóbada de berço; possui arcaz de madeira encimado por nicho de talha dourada e policromada, com arco de volta perfeita sobre pilastras decoradas por acantos volumosos, albergando imagem de Cristo na cruz. Da sacristia parte corredor coberto por falsa abóbada de berço, com escadas de acesso ao púlpito, ao coro-alto e, do lado N. de acesso ao hospital, ao arquivo e à Sala do Consistório. Esta tem as paredes pintadas a beje sobre embasamento a tijolo, decorado com molduras recortadas, num tom mais claro, e os cantos com trabalhos de estuque, branco, castanho e verde, formando frisos verticais que se prolongam para o tecto, pintado de azul, tendo no centro cartelas recortadas e pintadas de branco, vermelho e dourado envolvidas por grinaldas brancas.

Acessos

Rua do Castelo; Rua de Monsaraz

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 45/93, DR, 1.ª série-B, n.º 280, de 30 novembro 1993 (Igreja)

Enquadramento

Urbano, adossado, no interior das muralhas da vila (v. 0710020005), envolvido por casario contíguo. Fronteiro desenvolve-se pátio com calçada à portuguesa, parcialmente vedado por muro, que se adossa ao cunhal SO. da igreja, e junto à fachada S. corre uma das principais ruas da vila que desemboca na Porta da Ravessa. A N. do edifício hospitalar ergue-se a torre de menagem do castelo.

Descrição Complementar

No pavimento da capela-mor existem quatro campas, de benfeitores da Santa Casa da Misericórdia, com as seguintes inscrições: "S.ª DE DONA VILANTE / DE MENEZES E DE / SEV F.º F.F.º DE NORONHA / CAV.º DO HABITO DE / XP.º E BISNETO DO M / ARQ.S DE V.ª REAL DOM / PEDRO E P.ªSEV F.º JOÃO / DEN.ª E DESCENDETES: S.ª DE J.ºMIZ COELHO / E DE SVA MOLH / ER.ISABEL GLZ; S.ª DE FRC.ºGVO / MEZ DA SILVA / E DE SEVS ER / DROS".

Utilização Inicial

Religiosa: edifício de confraria / irmandade

Utilização Actual

Religiosa: edifício de confraria / irmandade

Propriedade

Privada: Misericórdia

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Oficina de João da Mata Botelho (atr.); John Scott - Gloucester Street.

Cronologia

1443, 30 Julho - Testamento de D. Catarina Pires Folgosa, viúva de Vicente Anes Colombo, deixando um terço da sua herança para a instituição de uma albergaria, legando para os pobres e para camas, entre outras propriedades, uma morada de casas no castelo da vila; por cerca de 100 anos manter-se-ia assim, as rendas distribuídas ao conselho de Juíses-Mordomos Nomeados; 1521 - instituição da Irmandade de "O Senhor Jesus da Misericórdia" com a absorção integral dos bens passivos e futuros da albergaria e a obrigação de manter botica para os enfermos pobres; 1561 - aumento do pequeno edifício existente com doação de casas à Misericórdia por Manuel Mendes; 1566, 13 Maio - incorporação do hospital da vila na Misericórdia; séc. 17 - execução das pinturas decorativas na abóbada da capela-mor; séc. 17, finais / 18, inícios - feitura do retábulo-mor; séc. 18 - revestimento da capela-mor com azulejos de composição figurativa; provável remodelação da nave, com abertura dos arcos laterais; 1712 - o Padre Carvalho da Costa *2 refere a existência de Misericórdia e hospital; 1750 - data do relógio na Sala do Consistório, assinado por John Scott - Gloucester Street, London; 1752 - data de uma das bandeiras processionais; 1758 - execução da tribuna dos Mesários, atribuída à oficina de João da Mata Botelho; 1821, cerca - Câmara autoriza cedência à Misericórdia do terreno entre o edifício do hospital e a torre de menagem; 1869 - edificação de Recolhimento de Inválidos a expensas de João António Marques Rosado, morador na vila, passando a chamar-se Recolhimento João António Marques Rosado, junto ao hospital e na dependência do qual ficou; 1880, 2 Julho - registo testamentário de António Inácio Pereira legando à Misericórdia um pequeno quintal com duas oliveiras e uma figueira existente junto ao recolhimento; 1885 - data do sino, fundido em Lisboa, na firma Manuel António da Silva; 1910 - remoção da coroa do brasão nacional existente na fachada principal e sobre o arco triunfal; 1930 - Mesa administrativa da Misericórida aliena tapete persa da segunda metade do séc. 17; 1987, fevereiro - Despacho de homologação de classificação da Igreja como IIP - Imóvel de Interesse Público.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de pedra e tijolo, rebocada e pintada; vãos da fachada principal em granito; portas de madeira; vidros simples; pavimento de lajes de mármore, mosaico cerâmico, por vezes policromo, e madeira; púlpito, mísulas da tribuna dos Mesários, supedâneo, lavabo da sacristia e outros elementos em mármore; trabalhos de estuque no exterior e interior; revestimento de azulejos; tribuna dos Mesários e teia em talha com pintura policroma e dourada; retábulo-mor, molduras dos vãos da capela-mor, oratório e sacrário da sacristia em talha dourada e policroma; pintura mural na cobertura da capela-mor e capialços da janelas da mesma; gradeamentos de ferro; pintura sobre telas; sino de bronze; cobertura exterior em telha de canudo.

Bibliografia

COSTA, P. António Carvalho da, Corografia Portugueza..., 2.ª ed., tomo II, Braga, 1868 [1.ª ed. de 1712]; ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Évora, vol. 9, Lisboa, 1979.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; Santa Casa da Misericórdia de Redondo

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH; DGARQ/TT: Dicionário Geográfico, 1758, vol. 31, p.390; Arquivo da Santa Casa da Misericórdia de Redondo

Intervenção Realizada

Observações

*1 - a capela-mor apresenta-se revestida com azulejos de composição figurativa com temática das Obras de Misericórdia corporais. Os painéis têm a seguinte distribuição e representação: lado do Evangelho: no primeiro registo "Dar de beber a quem tem sede" (5ª O.C.), representando Moisés dando água ao povo milagrosamente do rochedo em Refidim; no segundo "Vestir os nus" (3º O.C.), com personagem masculina dando roupas a um homem semi-nu, e "Remir os cativos" (1ª O.C.), representando um homem idoso, junto a um burro, tratando as feridas causadas por grilhões nas mãos de figura masculina nua, ajoelhada no chão. No lado da Epístola, possui no primeiro registo painel com a "Dar de comer a quem tem fome" (4ª O.C.), representando o encontro de Melquisedeque e Abraão, em que o sacerdote e rei de Salém oferece pão e vinho ao patriarca, e, no segundo, registo, painel coim "Visitar os enfermos" (2ª O.C.), retratando várias pessoas visitando uma mulher idosa, deitada num leito, e "Dar pousada aos peregrinos" (6ª O.C.), figurando Abraão acolhendo hospitaleiramente três anjos enquanto estava em Manre. *2 - segundo este, o nome Redondo advém de "hum penedo redondo, (que estava no sítio, em que hoje está a Igreja da Misericórdia, o qual era malhada de Pastores)".

Autor e Data

Manuel Branco e Castro Nunes 1994 / Paula Amendoeira 1999 / Paula Noé 2002

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login