|
|
|
Edifício e estrutura Edifício Serviços Banco
|
Descrição
|
| Edifício de planta quadrangular constituída por três corpos principais e um lateral recuado. Volumes articulados na horizontalidade. Cobertura em telhados diferenciados de três e quatro águas e clarabóia sobre o átrio em torno do qual se desenvolve o espaço. Fachada principal virada a SE. assente em embasamento duplo de pedra de lioz e de alvenaria em silhares almofadados de igual feição aos cunhais sobrepostos por pilastras que delimitam os corpos salientes. Pano central recuado com portal emoldurado por colunas de capitéis jónicos e entablamento interrompido, coroado por volutas e rematado por frontão triangular em chaveta, flanqueado por janelões encimados por medalhões. Piso superior com janelão central de peitoril, enquadrado por dois silhares de alvenaria que partem do pórtico, ornado com sobreverga contracurvado e encimado por brasão que se inscreve no tímpano do frontão curvo; dois janelões rectos de peitoril flanqueiam o janelão central. Corpos laterais salientes abertos no 1º piso por amplos vãos rematados por frontões triangulares encurvados com prolongamentos horizontais de igual feição ao remate do portal. Um friso com a inscrição: "AGÊNCIA DO BANCO / DE PORTUGAL", repartido entre os dois corpos, delimita ambos os pisos, sendo os superiores abertos por duas janelas rectas que flanqueiam um janelão em arco decorado no seu perfil por pontas de diamantes com fecho realçado e encimado por sobreverga contracurvada, paralela à cornija saliente que remata o conjunto. Em ambos os lados dos corpos salientes da fachada, perfilam-se dois largos portões rematados por cornijas contracurvadas. Fachadas laterais de dois panos, delimitadas por silhares de alvenaria, abertas por janelões rectos moldurados e com fecho saliente. Edifício adossado, mais baixo, de panos únicos definidos por silhares de cantaria, aberto por janelas, porta e passadiço de interligação ao edifício principal. INTERIOR: uma ampla escadaria de um lanço em oito degraus acede ao vestíbulo protegido por corta-vento de três portas dispostas angularmente. Átrio de pavimento em mármore branco, rosa e preto formando motivos geométricos e cobertura em três claraboias emolduradas; silhar de mármore amarelo com aplicações em cartela a preto, motivos que se repetem no balcão de três vãos em arcos sustentados por pilastras revestidas do mesmo material e nas portas de bandeira cega que contornam o espaço. Uma escadaria com poço aberto de guardas em ferro forjado com enrolamentos, acede ao piso superior; toda a parede que acompanha a escada é revestida por um silhar de azulejos escalonado paralelo aos degraus. Iluminação feita através de janelas e da clarabóia tripartida. |
Acessos
|
| Rua Cinco de Outubro, nº 42 - 44; Largo das Forças Armadas. WGS84: 39º44'42.02''N.; 8º48'25.73''O. |
Protecção
|
| Inexistente |
Enquadramento
|
| Urbano, destacado. Adossado ao edifício de autoria de Raul Lino (v. PT021009120074), e de implantação harmoniosa na zona histórica da cidade, frente ao Jardim Luís de Camões (v. PT021009120151); a fachada lateral direita voltada ao lg. das Forças Armadas, é marcada pela presença da antiga Casa da Diocese (v. PT021009120072) e a Casa Parreira (v. PT021009120097); fachada posterior voltada à R. de D. Dinis que desemboca no Lg. Paio Guterres que dá acesso à R. Acácio Paiva onde se situa a "Casa dos Pintores" (v. PT021009120099), na antiga Judiaria. |
Descrição Complementar
|
| AZULEJO: silhar de corredores e escadas, com azulejos lisos brancos, ocres e azuis esverdeados (rodapé e friso); silhar de corredor com azulejos brancos e verdes, formando rectângulos e quadrados); silhar de corredor com azulejos esmaltados castanhos; ESTUQUE: tectos trabalhados em relevo, formando caixotões quadrangulares e frisos com uma sucessão de óvulos e de concheados; INSCRIÇÕES: "AGENCIA DO BANCO" (esq.), "DE PORTUGAL" (dta.) - na fachada, entre os dois pisos, em duas reservas rectangulares de mármore rosa; "FUNDADA / ESTA / AGENCIA / EM / 1893" (esq.) e "INSTALADA / NESTE / EDIFÍCIO / EM / 1928" (dta.) - ao centro, sobre janelas laterais do 1º piso e em reservas ovais de mármore rosa; "ERNESTO KORRODI / ARQVITETO" - numa pedra integrada no embasamento central; LADRILHO CERÂMICO: pavimentos em forma de tapete, com cercadura e desenhos longilíneos vermelhos (corredores, halls) ou motivos quadrangulares inseridos por elementos florais estilizados dourados (lanços de escada); MARCENARIA: pavimentos de salas em madeira envernizada (tábuas corridas); portas (com almofadas salientes e trabalhadas), bandeiras de portas, rodapés, remates de silhares, silhares e ombreiras em madeira envernizada; MARCHETARIA: pavimento com embutidos em madeira; pavimento do átrio principal com mármore branco, cinzento escuro e rosa a formar quadrículas; MÁRMORE: silhares, ombreiras e elementos decorativos trabalhados; METAL: portas com ferragens rendilhadas em latão e remate do corrimão; rosáceas decorativas da porta principal e puxador do guarda-vento em bronze; gradeamento de janelas, portões, arcos no terraço, corrimãos e grelhas de protecção no átrio principal em ferro forjado trabalhado, com elementos longilíneos entrelaçados, por vezes formando "S" invertidos e com o monograna "BP" pintado a dourado; MOBILIÁRIO: armários embutidos nas paredes, em madeira envernizada; cadeiras, consolas; MOSAICOS: pavimentos e rodapés de átrios e corredores, em beige decorado a "grão", nalgumas áreas circunscrito por faixa cinzenta escura; VIDRO: parte central do tecto do átrio principal em vidro pintado em branco, amarelo e preto, formando quadrículas; TALHA: alguns tectos de estuque apresentam frisos relevados com sucessões de óvulos e concheados dourados. |
Utilização Inicial
|
| Serviços: banco |
Utilização Actual
|
| Cultural e recreativa: centro de exposições |
Propriedade
|
| Pública: municipal |
Afectação
|
| Sem afetação |
Época Construção
|
| Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
| ARQUITECTO: Ernesto Korrodi (1923). |
Cronologia
|
| 1923 - data do projecto concebido por Ernesto Korrodi para a agência do Banco de Portugal; 1924, 24 maio - pedido de aprovação para construção do edifício; 26 maio - o Banco de Portugal apresentou o projeto de construção do edifício da sua agência em Leiria, o qual foi aprovado; 1929, 17 janeiro - inauguração do edifício; 1999 - obedecendo a um projecto de reutilização, o espaço funcionou provisóriamente como posto de turismo, passando a ser utilizado como Centro de Exposições Temporárias, pelos Serviços Culturais da Câmara Municipal; 2001 - encontra-se encerrado para remodelação e transformação em museu municipal. |
Dados Técnicos
|
| Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
|
| Estrutura em alvenaria rebocada e pintada; cantaria (elementos arquitectónicos e decorativos, molduras das portas e janelas, colunas, cornijas, cunhais, embasamentos, balaustrada do muro, armas de Portugal no portal principal, lavatório de pé no exterior); mármore (escadaria exterior, escadaria interior lateral, escadaria principal de acesso ao átrio, silhar da escadaria principal, pavimento da entrada, pavimento do átrio, pavimento de sala, silhar, colunas e arcos do átrio principal); calçada portuguesa (pavimento de terraço lateral, pavimento do lado exterior esquerdo); estuque (tectos de salas e gabinetes); ferro forjado (gradeamento de janelas, portões, gradeamento de arcos no terraço, corrimão de escadaria de acesso ao átrio, corrimão de escada interior lateral, grelhas de protecção no átrio principal, corrimão exterior); ferro fundido (algumas portas interiores e exteriores); bronze (rosáceas decorativas da porta principal, puxador do guarda-vento); latão (fechaduras de algumas portas, remate superior de corrimão); alumínio (parte inferior da porta de acesso ao átrio principal); tijoleira (pavimentos e rodapés da cave); ladrilho cerâmico (pavimentos de lanços de escada lateral, pavimentos de corredor do rés-do-chão, pavimento da cave); azulejo industrial (silhar no piso térreo, escadas laterais no interior, silhar de corredor, silhar em wc, junto de lavatório exterior); madeira (portas, guarda-vento, delimitação de lambris, rodapés, pavimento das salas de exposição e gabinetes); talha dourada (friso no tecto do átrio principal, frisos decorativos em relevo em tecto de gabinete); vidro simples (janelas, portas), vidro pintado (cobertura do átrio principal), vidro temperado (portas interiores); vidro biselado (na estrutura de madeira do guarda-vento); cobertura exterior em telha. |
Bibliografia
|
| CABRAL, João, Anais do Município de Leiria, volume II, Leiria, 1993; COSTA, Lúcilia Verdelho da, Leiria, Col. Cidades e Vilas de Portugal, Lisboa, 1988; COSTA, Lúcilia Verdelho da, Ernesto Korrodi, 1889 - 1844, Arquitectura, Ensino e Restauro do Património, Lisboa, 1997; Leiria, Alcobaça e Batalha, Guia Expresso das Cidades e Vilas Históricas de Portugal, nº 14, 24 de Agosto de 1996; ZÚQUETE, Afonso, Monografia de Leiria. A Cidade e o Concelho. 1950, Leiria, 2003. |
Documentação Gráfica
|
| CMLeiria: Arquivo Histórico Municipal (Processo nº 39 (mapa arq.), 1924-1929) |
Documentação Fotográfica
|
| IHRU: DGEMN/DSID; CMLeiria |
Documentação Administrativa
|
| CMLeiria: Arquivo Histórico Municipal (Processo nº 20, 1924) |
Intervenção Realizada
|
| CMLeiria: 1999 - obras de acomodação obedecendo ao projecto de reutilização do difício em espaço expositivo. |
Observações
|
| O actual Largo Cinco de Outubro corresponde ao antigo Rossio, mais tarde Campo de D. Luís e vulgarmente conhecido por Praça das Sardinhas. Ernesto Korrodi nasceu em Zurique em 1870, tornou-se arquitecto e foi contratado no final do séc. 19 para leccionar em escolas técnicas portuguesas. Fixou-se em Leiria em 1889, onde faleceu em 1944. A 24 de Maio de 1911 a Câmara tomou conhecimento que o Banco de Portugal pretendia construir uma agência no terreno do Convento de Sant'Ana e para isso pediu uma planta da área. Enquanto funcionou como banco os serviços distribuíam-se do seguinte modo: o átrio era reservado ao público e separado dos serviços por uma tripla arcada, recebendo luz através de uma clarabóia central que cobre esta área do edifício. À volta agrupavam-se os diferentes serviços (expediente, contabilidade, tesouro, etc.) e no andar superior ficavam os arquivos e restantes serviços que não contactavam com o público. No sub-solo estavam as caixas-fortes, uma privativa do banco e outras acessíveis ao público, precedidas de vestíbulos. A restante superfície era destinada a arrecadações, casa da caldeira para aquecimento central e depósitos de lenha ou carvão. No r/c do anexo, separado do edifício principal por uma passagem abobadada, ficava o guarda, com pequena caserna e cozinha anexa. Actualmente, funciona como um centro de exposições municipal: r/c - 3 espaços expositivos; 1.º piso - 7 espaços expositivos. |
Autor e Data
|
| Lurdes Perdigão 2000 / Ana Lemos (CMLeiria) 2007 |
Actualização
|
| Cecília Matias 2008 |
| |
| |
|
|
| |