Igreja Paroquial de Pombeiro / Igreja de São Salvador

IPA.00000877
Portugal, Coimbra, Arganil, Pombeiro da Beira
 
Igreja paroquial de prospecto simples, com torre sineira à direita e cobertura de duas águas. Interior de três naves com dois altares colaterais e dois laterais e capela-mor com altar em talha e os dois túmulos. Os retábulos dos altares colaterais e o retábulo mor são do final do séc. 17 , de colunas torsas e arcos com pâmpanos, de um eixo e planta côncava, apresentando o altar mor quatro colunas de cada lado e os colaterais duas. Os altares colaterais, do séc. 18 apresentam duas colunas e pintura a beje e dourado. O túmulo de Mateus da Cunha, sétimo senhor de Pombeiro, do primeiro quartel do séc. 16 , obra manuelina, com caixa sustentada por cinco leões, tem na tampa a estátua jacente representando-o armado mas com a cabeça descoberta. No frontal entre dois escudos um anjo sustenta uma fita com a inscrição gótica. A pia baptismal é coeva da construção da igreja.
Número IPA Antigo: PT020601130006
 
Registo visualizado 533 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal, rectangular, composta por três naves, torre sineira, capela-mor mais baixa e estreita, sacristia e salas de arrumos. Fachadas rebocadas e pintadas de branco com embasamento marcado a cor cinza e delimitadas por cunhais em cantaria; coberturas diferenciadas em telhados de 2 águas na nave e capela-mor, de uma água na sacristia e arrumos e piramidal sobre a torre sineira com sino datado e assinado, remates em beirada simples e empena. Fachada principal virada a NO., delimitada por cunhais apilastrados firmados por pináculos e remate em empena com cruz latina no vértice, rasgada por portal em arco de volta perfeita assente em impostas salientes com porta rectangular de duas folhas de madeira almofadadas e bandeira fechando o arco; está encimado por cornija, onde assenta um pequeno nicho em arco de volta perfeita, flanqueado por pilastras ladeadas por grandes volutas. Sobre o nicho um janelão de moldura em cantaria de verga curva e rematada por cornija mistilínea. Adossado à direita a torre sineira delimitada por cunhais em cantaria firmados por pináculos, de 2 registos, o primeiro cego e o segundo somente rasgado numa das faces por uma sineira r cujo acesso ao interior é feito por escada de tiro em cantaria com guarda plena em alvenaria. Fachada lateral direita aberta por porta travessa de moldura rectangular e janelão rectangular com capialço; adossado prolonga-se pela nave e capela-mor os corpos da sacristia e arrumações abertas por portas e janelas de moldura rectangular. Fachada lateral esquerda aberta por portas travessas e janelões com capialço. Fachada posterior cega. INTERIOR rebocado e pintado, de três naves e cinco tramos marcados por colunas toscanas e arcos de volta perfeita. Tectos de 3 planos nas naves centrais e laterais, reforçados por tirantes; pavimento cerâmicos. Entrada protegida por guarda-vento com portas laterais suportando o coro alto de planta contracurva com guarda em balaustrada; o acesso é feito através de uma escada de caracol em madeira. No sub-coro, do lado do Evangelho um capela com pia baptismal em forma de cálice coeva da construção da igreja. Na segunda coluna do lado do Evangelho, junto ao presbitério adossa-se um púlpito assente em pedestal e guarda plena cilíndrica em cantaria com pequena abertura e acesso através de escadas de ferro; nas naves laterais, junto ao presbitério e confrontando-se dois retábulos; no presbitério, ladeando o arco triunfal dois altares colaterais em talha dourada. O arco triunfal de volta perfeita abre para capela-mor de pavimento mais elevado, provido de degraus, que tem na parede testeira retábulo-mor em talha dourada de estilo nacional. Do lado da Epístola integrado em arcossólio o túmulo de Mateus da Cunha. Cinco leões deitados sustentam a arca, onde no frontal dois brasões ladeiam um anjo sustentando uma fita com inscrição gótica. Na tampa a estátua jacente, armada, de mãos postas e cabeça descoberta. No mesmo local, no pavimento, uma campa rasa com brasão os donatários ao centro com inscrição no topo e envolta, na periferia, outra inscrição. No lado da Epístola, porta de verga recta de acesso à sacristia.

Acessos

Pombeiro da Beira, EN 522, Rua Visconde de Sanches de Frias

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 33 587, DG, 1ª série, nº 63 de 27 março 1944 (túmulos) *1

Enquadramento

Urbano, destacado, isolado. A N. encontra-se o cemitério. Junto do adro dependências diversas de apoio às actividades da Paróquia. Templo rodeado por muro em alvenaria rebocado e pintado de branco, formando adro com zona relvada e corredor em cantaria frente ao portal principal.

Descrição Complementar

Nas naves laterais, dois altares confrontantes em talha de cor creme e dourada, de planta recta de um eixo com nicho central ladeado por duas colunas de fuste liso, marmoreado, encimados por fragmentos de frontão enquadrando enrolamentos e remate em frontão triangular com resplendor e a representação do Espírito Santo; sotobanco marmoreado e mesa de altar tipo urna. Ladeiam o arco triunfal dois altares colaterais em talha dourada de planta recta e um eixo com colunas pseudo-salomónicas decoradas com pâmpanos e prolongando-se em arquivolta constituindo o ático; colunas assentes em consolas e mesas de altar tipo urna. Na parede testeira, retábulo-mor de talha dourada, de planta côncava de um só eixo vertical com quatro colunas torsas que se continuam nas arquivoltas de arco pleno, formando o ático; o eixo central com tribuna em arco de volta perfeita, onde se integra trono de cinco degraus, com imagens; o altar paralelepipédico é ladeado por portas de acesso à tribuna e encimado por sacrário. INSCRIÇÃO do túmulo de Mateus da Cunha (transcriçãi da inscrição que é em minúsculas góticas): "Aqui jaz o muito esforçado / e estimado s(e)m(h)or mateus da cu / nha s(enh)or q(ue) foi desta vila e tera / de po(m)beiro o qual noso s(e)n(h)or / tenha na sua sa(n)ta groria ame(n)." INSCRIÇÃO da campa rasa: "Aqui yas ... / ao da Cunha prior que foi de S / Martinho da Sãoguinheda // Faleceo aos / 7 de Mayo de / 1564." INSCRIÇÃO num dos sinos: " Me fez Joze Amaro Dias de Campos, 1827."

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Coimbra)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

MESTRE: Diogo Pires-o-Moço (túmulo); FUNDIDOR: Joze Amaro Dias de Campos

Cronologia

Séc. 13, último quartel - residia em Arganil D. Marinha Afonso, "descendente dos primeiros donatários e padroeiros de Arganil, Pombeiro e seus termos", com seu marido Fernão Rodrigues Redondo; 1354 - o rei separou a jurisdição de Pombeiro da de Arganil, dividindo-a em dois senhorios, agregando o de Arganil ao dote de sua neta, a infanta D. Maria, que estava casada com D. Fernando de Aragão, ficando para si, com a jurisdição e posse do senhorio de Pombeiro; 1355 - o mesmo rei, D. Afonso IV, doou-o a Martim Lourenço da Cunha, 1.º Senhor de Pombeiro. Sucede-lhe João Lourenço da Cunha que, por volta de 1368, casa com D. Leonor de Telles, que mais tarde vem a ser rainha, casando com el-rei D. Fernando; 1513, 10 de Novembro - D. Manuel dá carta de foral a Pombeiro passando-o a vila, concedendo aos seus habitantes muitos privilégios. Entre outros, se contava o "de não servirem gratuitamente o senhor da terra com suas pessoas e cousas, tendo este de pagar qualquer objecto que necessite"; Séc.16 - construção do túmulo de Mateus da Cunha; 1564 - data da campa rasa do prior de Sanguinheda; séc. 17 - a família dos Mateus da Cunha esteve à frente do senhorio de Pombeiro até ao princípio do século, data do actual templo, mandado reconstruir / ampliação pela 9.ª Senhora de Pombeiro, D. Maria de Bryteiros da Cunha, e a edificação do túmulo de seu pai; são desta data os retábulos mor e colaterais; 1827 - - data de um dos sinos assinado por Joze Amaro Dias de Campos e com inscrição1876 - este senhorio, outrora importante, estava completamente desfeito e ao encargo de rendeiros; 1939 - elaborado o parecer para classificação do túmulo quinhentista de Mateus da Cunha e da campa rasa; 1940, 01 novembro - classificação do túmulo de Mateus da Cunha, pelo Decreto n.º 30762, DG, 1.ª série, n.º 225; 01 novembro - supensão do decreto de classificação quanto aos imóveis que fossem propriedade particular, até que se cumprisse o disposto no art.º 25.º do Decreto n.º 20 985, DG, I Série, n.º 56, de 7-03-1932, pelo Decreto nº 30762, DG, 1ª série, n.º 225; 1955 - pedido de assistência técnica à DGEMN para a reparação da igreja, por José Lopes Ferreira.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria; túmulo em pedra de Ançã; cantarias em arenito local.

Bibliografia

CORREIA, Vergílio, GONÇALVES, A. Nogueira, Inventário Artístico de Portugal, Distrito de Coimbra, Lisboa, 1952 (3); http://www.pombeirodabeira.pt/mod_texto.asp?pag=historia [consulta em 21-07-2009)]; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74012 [consultado em 11 agosto 2016].

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSARH, DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSARH, DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSARH, DGEMN/DSMN, DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1941 - obras de reparação da cobertura; DGEMN: 1959 - obras gerais de reconstrução e restauro interior e exterior.

Observações

*1 - DOF: Dois túmulos existentes na parede e no pavimento da capela-mor da igreja de Pombeiro, sendo um de Mateus da Cunha e outro de «...vão da Cunha, prior de Martinho de São Guinhêda».

Autor e Data

João Cravo 1993 / Cecília Matias 2009

Actualização

 
 
 
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