Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Arouca

IPA.00000874
Portugal, Aveiro, Arouca, União das freguesias de Arouca e Burgo
 
Igreja de Misericórdia maneirista, de planta poligonal, de pequenas dimensões e portal axial. Toda a estrutura original seiscentista se mantém - incluindo a azulejaria de padronagem, da primeira metade do séc. 17 - embora se tenha aberto o arco que encerra o altar do Senhor dos Passos, do barroco final, e a cobertura interior setecentista. A riqueza da capela centra-se no enorme programa iconográfico do tecto, embora de pintura ingénua, onde se representam Evangelistas, Apóstolos, Doutores da Igreja, temática do Nascimento, Vida e Paixão de Cristo e temática Mariana.
Número IPA Antigo: PT010104030010
 
Registo visualizado 441 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja de Confraria / Irmandade  Misericórdia

Descrição

Planta rectangular, composta por capela rectangular e campanário paralelepipédico de elevada estatura, ao seu lado direito. Massa simples com cobertura em telhado de duas águas. Fachada com frontão triangular que se estende por todo o alçado, com marcação nos cunhais da ordem arquitectónica e albergando duas frestas rectangulares, um portal em arquivolta com remate arquitravado assente em duas pilastras em longo pedestal e rematadas por pináculos, óculo central encimado por emblemática real. Interior de nave única com tecto trapezoidal em peça única, constituído por 45 caixotões de madeira policromada, com painéis pintados com iconografia religiosa. Do lado do Evangelho capela em arco, de talha dourada e policromada, com ornatos em concha e duas pilastras com atlantes e no lado da Epístola, púlpito de madeira trabalhada e policromada, com base pétrea e mísula concheada, tribuna dos mesários com varandim abalaustrado e pequena porta rectangular. Todo o interior é revestido com azulejaria de padronagem, excepto na parede fundeira onde se crava uma superfície retabular, desenvolvida em dois registos, o primeiro com dois nichos com estatuária e três tábuas pintadas e o segundo com cinco tábuas e um crucifixo, dispostas em degraus, salientando o registo vertical central, sem coroamento. Os registos verticais dividem-se por colunas corintizantes polícromas com motivos de grutesco nos fustes, adaptando-se toda a superfície ao marco arquitectónico, ligeiramente abaulado. Os espaços pictóricos alongam-se entre a superfície retabular e a cobertura. Ao nível da base retabular abrem-se, lateralmente, duas pequenas portas que conduzem ao espaço anterior da sacristia.

Acessos

Praça Brandão de Vasconcelos

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 42 255, DG, 1ª Série, nº 105, de 08 maio 1959 / Incluído na Zona Especial de Protecção do Mosteiro de Arouca (v. PT010104030002)

Enquadramento

Urbano. Defronte a pequena praceta arborizada, adossada a E. à Antiga Casa da Câmara (v. PT010104030047 ).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja de confraria / irmandade

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Privada: Misericórdia (Arouca)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

1612 - Data fixada no friso do portal (DEVOTI - FECERE - AN - 1612); 1714 - data inscrita na porta interior ao Evangelho "Sendo Provedor Manuel Pereira Burgo, mandou abrir este portal à sua custa - ano - 1714"; 1773 - data das pinturas dos caixotões do tecto: "esta obra de pintura se mandou fazer em ano 1773 sendo Provedor o Doutor José dos Santos Teixeira Teles"; 1994 - a Misericórdia comunica a suspenção da actividade religiosa por degradação do imóvel (causa: queda de travessas que seguram os painéis do tecto); 1995 - a DGEMN inicia processo para futura intervenção, que passa ao IPPAR.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria e cantaria nos cunhais, madeira (tecto e retábulos), azulejaria (revestimento parietal interno) e telha (cobertura exterior).

Bibliografia

JUNIOR, Simões, A Capela da Misericórdia. Subsídios para a sua monografia; CORREIA, Azevedo de, Arte Monumental Portuguesa, Vol. 1, Porto, 1975, p. 36; GONÇALVES, A. Nogueira, Inventário Artístico de Portugal. Distrito de Aveiro, XI, Lisboa, 1991, pp. 66 - 67; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73211 [consultado em 14 outubro 2016].

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN / DSID; CM de Arouca

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMC

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DREMC

Intervenção Realizada

DGEMN: 1969 - Execução de viga de apoio do telhado no vão lateral do coro, caiação da fachada; 1978 - reconstrução total da cobertura, incluindo laje de esteira com material pré-esforçado, cintas de travação, assentamento de nova telha regional dupla e beiral, consolidação do tecto com substituição de peças apodrecidas, execução de caleiras, rufos e condutores.

Observações

*1 - Programa iconográfico disposto nos painéis do tecto: São João, São Pedro, Santo André, São Tomé, São Simão, São Filipe, São Mateus, São Tiago Menor, São Matias, São Bartolomeu, São Marcos, São João Evangelista, São Paulo, São Judas Tadeu, São Tiago, São Lucas, São Mateus, São Jerónimo, Santo Ambrósio, Santo Agostinho, Cristo e a Samaritana, Cristo a dar vista aos Cegos, Cristo curando os leprosos, Cristo ressuscitando Lázaro, São Gregório, Cristo entre os Doutores, Apresentação no templo, Epifania, Visitação, Anunciação, Cristo no Horto, Cristo preso à coluna, Cristo a caminho do calvário, Cristo na cruz, Coroação da Virgem, Assunção, Pentecostes, Cristo subindo ao céu, Cristo ressuscitado, São João, Santa Pelonia, São Sebastião e São Martinho (leitura da esquerda para a direita, da cabeceira para a entrada da capela). *2 - O retábulo de madeira policromada, deliberadamente maneirista, apresenta-se mutilado pela construção dos dois nichos laterais que encerram esculturas de vulto redondo. No registo inferior, a Visitação entre a Anunciação e Creche identificam claramente a temática cara às Misericórdias. As tábuas apresentam forte repintura posterior, patrocinando ainda mais a sua baixa qualidade técnica. *3 - Em 1994 - a Misericórdia comunica a suspenção da actividade religiosa por degradação do imóvel (causa: queda de travessas que seguram os painéis do tecto). 1995 - A DGEMN inicia processo para futura intervenção, que passa ao IPPAR.

Autor e Data

Margarida Alçada 1983 / Carlos Ruão 1996

Actualização

 
 
 
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