Igreja Paroquial de São Jorge

IPA.00008330
Portugal, Ilha da Madeira (Madeira), Santana, São Jorge
 
Arquitectura religiosa, barroca. Igreja de planta longitudinal composta por nave única e capela-mor mais baixa e estreita, com torre sineira e sacristia adossadas. Fachada principal terminada em frontão triangular, rasgada por portal de arco de volta perfeita sobre pilastras toscanas, enquadrado por outras pilastras que suportam frontão de volutas interrompido, encimado por janelas, e um vão no tímpano. Fachadas laterais rematadas em beiral e rasgadas por porta travessa, de verga recta encimada por friso e cornija, e janela. Interior com coro-alto, púlpito no lado do Evangelho, dois retábulos laterais e dois colterais em talha dourada joaninos e tecto de madeira em masseira. Capela-mor com retábulo em talha dourada joanina, paredes laterais decoradas com dois registos de pintura, de composição figurativa, as do segundo emolduradas a talha e separadas por colunas torsas; cobertura em falsa abóbada de berço, de madeira, com pintura em tromp l'oeil.
Número IPA Antigo: PT062210040012
 
Registo visualizado 1016 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta por nave única e capela-mor, mais baixa e estreita, com torre sineira quadrangular, pequeno anexo e a residência paroquial rectangular adossadas a E. e edifício da sacristia geral e os serviços da freguesia a O.. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de quatro, duas e uma água na igreja e edifícos anexos e em pequeno domo na torre. Fachadas rebocadas e pintadas de branco com embasamento a cinzento. Fachada principal virada a N. com pilastras nos cunhais, assentes em estilóbatos, e terminada em frontão triangular coroada por cruz de cantaria. Portal de arco de volta perfeita assentes em pilastras toscanas, de fuste almofadado, enquadrado por pilastras, prolongadas por friso, ambos com a mesma modinatura, sustentando entablamento e frontão de volutas interrompido; seguintes salientes em ponta de diamante; superiormente, abrem-se três janelas rectangulares, molduradas e com avental recortado, surgindo a central entre o frontão do portal e tendo no avental a data "1761" inscrita; no tímpano rasga-se janela ladeada por pilastras suportando cornija recta. Torre sineira sensivelmente recuada, rasgada inferiormente por janela rectangular moldurada a cantaria e, no topo, por uma sineira em cada uma das faces, de arco de volta perfeita, conservando os sinos; remate em cornija de cantaria coroada por platibanda revestida a azulejos, com pináculos piramidais sobre os cunhais, dez outros dispersos sobre a cúpula e o último no centro da mesma. Fachadas laterais rematadas em beirais duplos de telha de canudo portuguesa, rasgadas por porta travessa, de verga recta encimada por friso e cornija, o da fachada O. em mármore continental, e uma janela rectangular moldurada, sensivelmente no mesmo alinhamento; a fachada lateral E. possui escada de pedra de acesso à torre sineira, com guarda de alvenaria rebocada, a seguir ao portal, pequena construção adossada de acesso ao púlpito e a casa dos serviços paroquiais; esta é de dois pisos, rasgada por porta e duas janelas viradas a N., e na virada a E. por três janelas de peitoril no primeiro piso e quatro no segundo, com molduras de cantaria e tapa-sóis pintados de verde escuro. Na fachada O., dispõe-se a residência paroquial, de dois pisos, o primeiro rasgado por porta de verga recta e o segundo por janela e porta, igualmente de verga recta, precedida por escada de tiro. Fachada posterior com a capela-mor terminada em empena e casa dos serviços paroquiais rasgada no primeiro piso por porta de cerga recta entre duas janelas quadrangulares e no segundo por três janelas de peitoril, com molduras superiormente recortadas, todas elas com tapa-sóis. Residência paroquial com três janelas de peitoril no segundo piso e tapa-sóis. INTERIOR de paramentos rebocados e pintados de branco, com silhar de azulejos de padrão policromo de 2 x 2 *1. Nave com pavimento de madeira e cobertura de madeira em masseira, assente em cornija moldurada de estuque e com tirantes de ferro. Coro-alto de madeira assente em colunas com guarda em balaústres de madeira; no lado do Evangelho surge púlpito cilíndrico de madeira, pintado a marmoreado, assente em coluna entalhada, tipo balaústre, com baldaquino circular formando cúpula de onde pendem falsos drapeados abertos em boca de cena, em talha dourada, enquadrando a porta de acesso, e coroado por anjo músico. No topo da nave, presbitério marcado por teia de balaústres, em pau-santo, formando curva nas zonas lateais, junto aos dois retábulos laterais, confrontantes, e aos colaterais, todos de talha dourada, e de estrutura semelhante dois a dois. Arco triunfal de volta perfeita sobre pilastras toscanas, com seguintes salientes em ponta de diamante, encimado por friso e cornija e frontão interrompido por brasão nacional, com coroa aberta, apresentando vestígios de policromia. Capela-mor de pavimento em madeira e supedâneo em cantaria acedido por cinco degraus. Retábulo-mor de planta côncava e cinco eixos delimitados por colunas torsas com espira fitomórfica, assentes em consolas, surgindo no central enorme tribuna com trono de exposição eucarística e nos laterais nichos com imaginária, os interiores sobrepujados por baldaquinos com cortinas abertas em boca de cena; na base da tribuna surge um sacrário; ático com entablamento que se projecta sobre as colunas e fragmentos de frontão com anjos de vulto e cartela central coroada, sustentada por anjos. Sobre as colunas exteriores, falso arco de volta perfeita a envolver a estrutura retabular. A talha prolonga-se pelas ilhargas da capela, servindo de moldura a quatro painéis pintados, possuindo num primeiro registo pinturas de composição figurativa, mas aqui sem molduras. Cobertura em falsa abóbada de berço de madeira, pintada com quadraturas, formando nichos com imagens no alinhamento das mísulas de talha das paredes, ornadas com festões e cartelas, enquadrando uma glória de nuvens com anjos músicos centrada pelo delta luminoso. Sacristia com silhar de azulejos policromos de padrão, com arcaz a toda a largura da sala, de espaldar em talha, seccionado em sete apainelados frontais e dois laterais, por colunas torsas assentes em consolas e suportando arcos curvos rematados por arquitrave; em cada um dos apainelados surgem telas com santos pintados e ao centro a imagem de Cristo na cruz; amplo lavabo, com espaldar formado por tabela rectangular horizontal, com duas bicas, ladeado por aletas volutadas, encimado por friso e frontão curvo, de tímpano ornado de raios; taça rectangular de bordo curvo.

Acessos

São Jorge, Sítio da Achada, Lg. da Igreja

Protecção

Categoria: VL - Valor Local, Resolução do Presidente do Governo Regional n.º 222/95, JORAM, 1.ª série, n.º 46 de 07 março 1995

Enquadramento

Rural, integrado numa pequena achada, pequena planície no alto de um monte, com um conjunto de edificações adossadas de que faz parte a residência do capelão e as instalações paroquiais. Insere-se em adro murado, com pavimento de lajes e em calhau rolado miúdo, formando desenhos, acedido por escadaria de três degraus demarcada por muretes, pilastras rematadas por pirâmides e mais quatro, por candeeiros, tudo em cantaria rija regional. Portal principal precedido por soco quadrangular.

Descrição Complementar

Capelas retabulares laterais, de estrutura semelhante em talha dourada, de planta recta e três eixos; inserem-se em vãos de arco de volta perfeita sobre pilastras toscanas, revestidos a talha dourada decorada com elementos vegetalistas encimados por sanefas contracurvadas com lambrequins e seguintes volutados; os retábulos propriamente ditos têm os eixos definidos por colunas torsas com espira fitomórfica sustentadas por consola, com nicho central onde se insere uma maquineta em forma de templete contendo imaginária, e sobre a qual surge mísula com imagem do orago; nos eixos laterais surgem mísulas com imaginária protegida por baldaquino; ático formado por dupla arquivolta que prolongam as colunas centrais e as pilastras que enquadram o vão da capela formando um falso tímpano onde se inscreve cartela volutada e enrolamentos. Altares paralelepipédicos. Retábulos colaterais de planta recta com corpo convexo e de eixo único flanqueado por duas duas colunas torsas, com espira fitomórfica, e dois quarteirões, as primeiras assentando em consola e os segundos em plintos paralelepipédicos; no centro surge nicho com imagem do orago, protegido por baldaquino de onde pendem cortinas abertas em boca de cena; sob o nicho rasga-se um segundo nicho, de volta perfeita, apoiado em pilastras e remate em cornija. Ático formado por friso, lambrequim e fragmentos de frontão encimados por anjos de vulto que enquadram cartela, que, por sua vez, é sobrepujada por sanefa semelhante à dos retábulos laterais.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Dourador: José António da Costa; entalhador: Julião Francisco Ferreira; mestre de obras: João Moniz de Abreu (atr.); Domingos Rodrigues Martins; pedreiro: Pedro Fernandes Pimenta.

Cronologia

1475 - Fundação da primitiva ermida com esta invocação no Sítio do Calhau; 1517 - criação de um curato; 1521 - referência ao ordenado do Vigário de São Jorge; 1552, 4 Julho - alvará de aumento do ordenado anual do vigário, fixando-o em 8$000, um moio de trigo e uma pipa de vinho; 1598 - referência a um incêndio ter destruído a Igreja e os fregueses a terem reconstruído; 1631, 28 Julho - provimento mandando ordenar as Confrarias do Bom Jesus e da Senhora do Rosário; 11 Agosto - provisão proibindo a passagem de gado pela escarpa, pelo perigo que representava para a Igreja, situada na base da mesma; 1647, 20 Julho - provimento para ordenamento das Confrarias de São Jorge e do Santíssimo e execução de "caixinhas de três chaves (...) dentro de um mês" para a administração das mesmas; 1653, 28 Julho - informação do Visitador de que a imagem do Senhor Jesus, "tão excelente e devota (...) que custou o feitio 30$000 reis" não havia sido paga; 1660, 19 Julho - doação do terreno do Sítio da Achada pelo morgado Francisco de Carvalhal e Vasconcelos, mediante a celebração de quatro missas anuais por sua alma e de seus sucessores; 4 Setembro - informação de ter sido iniciada a nova igreja no Sítio da Achada, determinando o Visitador a construção de um forno de cal, a vinda de pedra de cal do Porto Santo, ficando todo esse encargo para o capitão Henrique Teixeira Calaça e tendo o serviço paroquial passado a realizar-se na capela de São Pedro; 1672, 27 Novembro - alvará aumentando o ordenado do vigário para 25$000 em dinheiro; 1669, 16 Julho - provimento determinando a preservação de "coisas profanas" do "lugar da Igreja Velha"; 26 Agosto - novo provimento do Visitador determinando a construção de uma casa sobre a sacristia para os Visitadores, com tribuna sobre a capela-mor; 1672 - ordem do bispo D. Frei Gabriel de Almeida de se fechar a tribuna sobre a capela-mor "por desnecessária"; 1677, 8 Julho - informação de se encontrar concluída a nova igreja, faltando somente algumas alfaias e deixando o serviço paroquial realizar-se na capela de São Pedro; 1698, 20 Abril - provisão de aumento de ordenado ao vigário com mais 30 alqueiros de trigo e um quarto de vinho; 1706, 12 Julho - provisão do Visitador proibindo exercícios militares "de rebate e alardo" no adro da igreja; 15 Agosto - informação de que o retábulo-mor, dedicado a São Jorge, apresentava "rupturas"; 1727 - informação de que não estava terminado o camarim; 10 Outubro - provisão do bispo para que o páraco Barradas requeresse um cura coadjutor do vigário; 1728, 28 Agosto - nomeação provisória do padre Sebastião Gonçalves para coadjutor do vigário; 1737, 13 Setembro - informação de se terem começado as obras de ampliação da igreja; 1740 - trasladação dos ossos da igreja em obras para a capela de São Pedro; 1749, 9 Janeiro - breve do Papa Bento XIV de indulgência plenária à Confraria de São Jorge; 1743, 27 Julho - informação de já haver serviço na capela-mor e provimento do bispo D. Frei João do Nascimento para ordenação da Confraria do Santíssimo, que não tinha Compromisso; 1744, 28 Junho - provisão de erecção da Confraria do Santíssimo; 1746, 11 Fevereiro - alvará régio de criação de um curato; 2 Dezembro - inquirição ao mestre das obras reais João Martins de Abreu e ao mestre pedreiro Pedro Fernandes Pimenta sobre a petição do vigário Francisco Marques de Mendonça de um retábulo dourado, pintura do orago, azulejos e muros para o adro da igreja; 3 Dezembro - informação do escrivão da fazenda e contos Domingos Afonso Barroso, servindo de Provedor, não entendendo necessário o muro para o adro; 1748, 3 Maio - termo de sujeição da Confraria do Santíssimo; 13 Maio - aprovação do Compromisso da Confraria do Santíssimo; 1749, 8 Novembro - ordem do conde de Unhão para se efectuar o processo para o altar de São Jorge; 10 Dezembro - ordem do provedor da fazenda Manuel Teixeira de Castro para se deslocarem a São Jorge o mestre das obras reais Domingos Rodrigues Martins e o entalhador Julião Francisco Ferreira; 1750, 8 Janeiro - termo de juramento do entalhador para se deslocar a São Jorge com o mestre das obras reais, feito perante o provedor adjunto Domingos Afonso Barroso; 18 Julho - informação do mestre das obras reais Domingos Rodrigues Martins do orçamento do novo retábulo com tribuna, de que executa desenho, ficando a talha a cargo de Julião Francisco Ferreira e o douramento, de José António da Costa; 20 Julho - juramento do dourador comprometendo-se a executar o douramento e a pintura de São Jorge para o altar; 25 Julho - informação do provedor da fazenda alvitrando a vinda do painel de São Jorge de Lisboa, por ficar em metade do preço; 1751, 3 Fevereiro - informação positiva do Conselho da Fazenda; 1755 - informação sobre a demarcação do local onde fora a primitiva igreja no calhau; 1758 - informação do sítio da "Igreja Velha" ter sido vendido ao padre José António de Aguiar por 4$000; 1756, 4 Agosto - informação de residir em São Jorge José António da Costa "por causa do douramento e da pintura" da igreja; 1761, 17 Setembro - benção da nova igreja pelo bispo D. Afonso da Costa Brandão e trasladação dos ossos da capela de São Pedro para a "casa dos ossos" no vão da escada da torre; 19 Setembro - ordenação de minoristas e prebíteros da Diocese na nova igreja de São Jorge; 1776, 24 Setembro - escritura de doação do morgado Diogo de Ornelas Frazão de Figueirôa e sua mulher D. Isabel Maria Brito do terreno anexo à igreja designado por Passal; 1840, 5 Março - ruína do tecto do corpo da igreja motivado por fortes chuvadas; 1846, 17 Novembro - diligência do governador José Silvestre Ribeiro para se angariarem fundos para a reconstrução do telhado da igreja; 1849, 14 Maio - aprovação da proposta das obras na igreja na Câmara dos Deputados, em Lisboa; 1850, 15 Abril - início da obra de reposição do tecto; 1892, 27 Fevereiro - ciclone que causou danos na igreja, especialmente na residência paroquial.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Cantaria mole e rígida regional aparente, alvenaria de cantaria rebocada, madeira (carvalho e outras), amarrações mistas de tirantes de madeira e de ferro, azulejos; retábulos de talha dourada e pintada; pintura sobre tela; janelas de vidro simples; cobertura em telha de canudo.

Bibliografia

FRUTUOSO, Pe. Gaspar, Saudades da Terra, Livro Segundo, c. 1580, [Ponta Delgada, 1984]; NORONHA, Henrique Henriques de, Genealogia...Ilha da Madeira, ano de 1700, [São Paulo, Brasil, 1948]; CORDEIRO, Pe. António, História Insulana..., Lisboa, 1717, [Ponta Delgada, 1981]; SILVA, Pe. Fernando Augusto da, Elucidário Madeirense, 3 vol., Funchal, 1945; SIMÕES, J. M. dos Santos, Azulejaria Portuguesa nos Açores e na Madeira, Lisboa, 1963; PIO, Manuel Ferreira, Esboço Histórico para o Concelho de Santana, 1974; S. M., Igreja de São Jorge: recuperação do interior, Jornal da Madeira, 21 Julho 1996; GONÇALVES, Luísa e GOMES, Duarte, Igreja de São Jorge. Talhas e quadros estão a ser restaurados, Jornal da Madeira, 8 Setembro 1996; MACEDO, M. Luís, Em São Jorge, Bispo e Jardim foram ver Património, Diário de Notícias, Funchal, 21 Abril 1997; D. Teodoro de Faria na Igreja de São Jorge, Jornal da Madeira, 21 Abril 1997; NUNES, Pe. Carlos, Diocese esclarece restauro, Diário de Notícias, 22 Abril 1997; São Jorge, tesouro da Igreja será exposto, Diário de Notícias, 8 Agosto 1997; L. G., Pertença da Igreja de São Jorge, tesouro fabuloso será exposto pela primeira vez, Jornal da Madeira, 8 Agosto 1997; FREITAS, Miguel de, Na Igreja de São Jorge, tesouro exposto merece ser visitado, Jornal da Madeira, 12 Agosto 1997; CARITA, Rui, História da Madeira, vol. 5, Funchal 1998; MATOS, Pe. Silvério Aníbal de, São Jorge e suas Ermidas, Câmara Municipal de Santana, 2000; LADEIRA, Paulo, A talha rococó na Madeira, Tese de Mestrado, Universidade da Madeira, 2003.

Documentação Gráfica

Col. particular, Funchal (projecto do retábulo de 1751)

Documentação Fotográfica

IAN/TT, Provedoria da Fazenda do Funchal, livros 973 e 974; Arquivo Paroquial de São Jorge, livros de provimentos

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Fábrica Paroquial: 1996 / 1997 - recuperação geral das talhas e telas (equipa do cónego Joaquim Martinela); Fábrica Paroquial e Gabinete do Arq. João Paredes: Junho 1998 - estudo e consolidação do arco atriunfal e do forro sobre a capela-mor, que ameaçava derrocada.

Observações

*1 - A igreja do séc. 18 deve ter recuperado elementos das anteriores, como as armas reais sobre o arco tiunfal, com coroa aberta, como se usava nos séculos anteriores. Efectivamente, o projecto de retábulo executado em 1751 previa o coroamento no ático do retábulo-mor com as armas reais, o que não se veio a verificar, provavelmente, pela colocação no arco triunfal das anteriores. *2 - No processo do retábulo de 1746 foram ouvidos o anterior mestre das obras reais João Moniz de Abreu, por lapso de transcrição referido como "Martins de Abreu" e o pedreiro Pedro Fernandes Pimenta, por certo ambos intervenientes nas obras aí feitas. *3 - As obras levadas a efeito em 1996 levantaram certa celeuma na Ilha, dada a quase brutalidade da intervenção, com o total douramento da talha. A acção levou à publicação de esclarecimentos por parte da Diocese, evocando a qualidade do cónego Martinela, como chefiando "uma equipa de restauro da Diocese de Pamplona, em Espanha" (esclarecimento de 22 Abril 1997).

Autor e Data

Rui Carita 2003

Actualização

 
 
 
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