Ponte de Pedra sobre o Rio Tuela
| IPA.00000827 |
Portugal, Bragança, Mirandela, São Pedro Velho |
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Arquitectura de comunicações e transportes, romana e oitocentista. Ponte de arco romana, de tabuleiro plano assente em arcos de volta perfeita e com talhamares prismáticos a montante e jusante, possivelmente de feitura oitocentista. Ponte romana de considerável largura, assente em seis arcos de iguais dimensões tendo, segundo o Abade de Baçal, nos arcos vincos do "forfex" bem nítidos, mas com a singularidade de serem cavados em forma de cunha, com secção quadrangular que vai adelgaçando para o interior da aduela. Em data posterior, mas não definida, foram rasgados em cada um dos topos dois vãos quadrangulares para escoamento do excesso das águas. Os talhamares, com o mesmo perfil de ambos os lados, surgem adossados e muito altos, até ao nível do pavimento. Apresenta ainda guardas plenas em cantaria, referência que vem desde 1758. |
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Número IPA Antigo: PT010407300010 |
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Registo visualizado 3567 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Estrutura Transportes Ponte / Viaduto Ponte pedonal / rodoviária Tipo arco
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Descrição
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Ponte de tabuleiro plano, orientado no sentido N. - S., assente em seis arcos de volta perfeita, de iguais dimensões, tendo o raio dos arcos 4,4 m, com aduelas e silhares do intradorso marcadas ao centro por fissuras do "forfex". O aparelho dos paramentos é regular. Apresenta, a montante e a jusante, implantado no espaço entre os arcos, talhamares triangulares, altos, até ao nível do pavimento, de aparelho distinto. Em cada um dos extremos, surgem ainda dois vãos quadrangulares, para o escoamento das águas nas grandes enchentes. Pavimento recente em alcatrão, protegido por guardas plenas, compostas de grandes lajes aparelhadas. |
Acessos
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São Pedro Velho, EN. 206, de Torre de D. Chama para Valpaços |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto nº 28/82, DR, 1.ª série, n.º 47 de 26 fevereiro 1982 |
Enquadramento
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Rural, isolado, a 3 Km. a O. da Torre de Dona Chama. A ponte surge lançada sobre o rio Tua ou Tuela, como é designado na região, que corre de Norte para S., sendo envolvida por paisagem de amieiros e choupos, bem como campos de cultivo. Prolongando a saída da ponte, para N., existe calçada em linha recta, formada por grandes blocos de granito, assente em terreno de constituição granítica e arenosa, tendo algumas zonas sobre rocha viva, sendo visíveis os sulcos das rodas dos carros, com cerca de 40 cm de profundidade. A cerca de 300 m da ponte possui uma bifurcação em duas direcções, um seguindo para E. e outro para S., na direcção de Torre de Dona Chama. A cerca de 50 m da ponte e à beira da calçada existem ainda as ruínas da Quinta da Ponte de Pedra, composta por várias casas e palheiros, com escadas exteriores de acesso. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Transportes: ponte |
Utilização Actual
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Transportes: ponte |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 03 (conjectural) / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 03 - época provável da construção da ponte; 1758, 3 Maio - segundo o cura nas Memórias Paroquiais da freguesia, no arrabalde da vila havia uma ponte de cantaria sobre o rio Tua ou Tuela, com seis "olhais" ou arcos com bastante grandeza, "com largura e altura muito forte e bem feita", suficientemente larga para caberem dois carros carregados e aparados; tinha guardas de ambas as partes, de uma ponta à outra "oitavadas, bem lavradas e muito fortes"; os braços principais do termo da vila de Torre de D. Chama eram na ponte de Vilares e entre Vila Nova e este termo e a Ponte de Pedra; o cura refere que nas imediações existia uma quinta, anexa à freguesia, antiquíssima, denominada Quinta da Ponte de Pedra e que outrora se chamara Quinta dos Palheiros por haver nela lavradores bons e ricos e grandes palheiros que ficavam de uns anos para os outros; nesta data, no entanto, a quinta estava pobre e humilde; na quinta existia uma capela com invocação do Santo Nome de Jesus, administrada pelo pároco da freguesia; séc. 19, meados - época provável do alteamento dos talhamares até ao nível do tabuleiro; 1934 - já o Abade de Baçal a considerava romana, ainda que com reconstruções. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista. |
Materiais
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Estrutura de granito; pavimento de asfalto. |
Bibliografia
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CAPELA, José Viriato, BORRALHEIRO, Rogério, MATOS, Henrique, As Freguesias do Distrito de Bragança nas Memórias Paroquiais de 1758. Memórias, História e Património, Braga, 2007; MOURINHO, António Maria, Ponte romana no rio Tuela e síntese das vias e pontes romanas no nordeste transmontano, Porte, Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, 1978; Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, vol. I, Lisboa, 1993; PINTO, Direcção de Paulo Mendes, Pontes Romanas de Portugal, Lisboa, Associação Juventude e Património, 1988; RIBEIRO, Aníbal Soares, Pontes Antigas Classificadas, MEPAT - JAE, 1998; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70346 [consultado em 11 janeiro 2017]. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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DGEMN:DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Junta Autónoma das Estradas: 1980, década - consolidação geral da estrutura da ponte, benefício dos paramentos, impermeabilização do tabuleiro e refechamento das juntas. |
Observações
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Pela ponte passava uma antiga via romana integrada no esquema viário da região, com ligação ao Itinerário de Antonino, que ia de Braga a Astorga, por Aquae Flaviae. Segundo António M. Mourinho, esta via vinha do Norte, desde Leon e Astorga, descia a grande via romana que se dirigia para Zamora e Salamanca e incidia para O., entrando no território português, dirigindo-se a Braga e Chaves, desde o castro de Gimonde, por Castro de Avelãs e Gostei. Daqui, parece que se dividia em dois ramos, um indo mais paa N., passando por Vinhais e outro pelo norte da serra de Nogueira, por Rebordãos, Edrosa e Lamalonga, bordejando Torre de D. Chama, atravessando a ponte de pedra, atravessando depois o rio Mente, próximo de Vale de Telhas, seguindo para Possacos e Valpaços. Daqui, um ramo seguia para Chaves e outro para Braga e Portus Cale, por Murça. |
Autor e Data
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Ernesto Jana 1993 / Paula Noé 2010 |
Actualização
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