Solar José do Canto / Palácio José do Canto / Casa do Jardim

IPA.00008208
Portugal, Ilha de São Miguel (Açores), Ponta Delgada, Ponta Delgada (São Sebastião)
 
Arquitetura residencial, revivalista neobarroca e neoclássica. Palácio construído na década de 1940, com planta retangular e fachadas evoluindo em dois pisos, percorridas por embasamento, com cunhais apilastradas e terminadas em platibanda plena sobre friso e cornija, rasgadas por vãos de molduras simples ou janelas de varandim com pilastras sustentando frontão triangular e guarda em balaustrada.
Número IPA Antigo: PT072103120037
 
Registo visualizado 348 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre  Casa nobre  Tipo planta retangular

Descrição

Planta retangular irregular, formando saliência no ângulo SE., com coberturas diferenciadas em telhados de três águas. Fachadas de dois pisos, rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantaria, com cunhais apilastrados e terminadas em friso e cornija sobreposta por platibanda plena, capeada a cantaria. Fachada virada a O. de dois panos; o esquerdo, mais estreito, termina em frontão triangular com óculo circular no tímpano; é rasgado no primeiro piso por três portais de verga reta, o central mais alto, e, no segundo, por duas janelas de peitoril retilíneas, ladeadas por dois pequenos vãos quadrangulares, centrando o brasão de familia. O pano direito é seccionado em três por pilastras, sendo o esquerdo estreito e cego; o segundo é côncavo e tem portal de verga reta rasgado num alto arco de volta perfeita, com arquivolta de múltiplas molduras, pertencente a falso alfiz, delimitado por pilastras caneladas, coroadas por pináculos piramidais e decorado com bosantes e elemento central recortado; entre a verga do portal e o arco existe cruz de Malta com moldura de cantaria; o falso alfiz é ladeado por portal de verga reta encimado por janela retangular jacente, com moldura de ângulos recortados; no pano direito existe grande lápide inscrita e no segundo piso janela de peitoril. Fachada virada a N. com dois pisos separados por friso de cantaria e rasgada por seis eixos de vãos, correspondendo no piso térreo a dois portais, com acesso rebaixado, por escada, e a quatro janelas jacentes, e, no segundo, a janelas de peitoril retilíneas com molduras formando falsos brincos retos. Fachada S. de dois panos, o direito estreito e saliente; são rasgados por seis eixos de vãos, correspondendo a janelas jacentes molduradas, abertas no embasamento, alto e terminado em cornija, sobre o qual surgem amplas janelas de varandim, com múltiplas molduras encimadas por vários frisos e frontão triangular, possuindo guarda em balaustrada, de cantaria, com acrotérios sob as molduras; as janelas do pano esquerdo avançam da estrutura e são ladeadas por pilastras coríntias. Fachada virada a E. e à clareira do jardim, de três panos, o esquerdo igualmente mais saliente e com uma janela igual à da fachada anterior; o intermédio é rasgado por portal e janela de varandim, largos, com molduras encimadas por cornija reta e friso, precedido por escada de cantaria em L, de dois lanços, com guarda em balaustrada e acrotérios nos ângulos e arranque; o pano direito, com os pisos separados por friso, é rasgado no primeiro por quatro janelas jacentes e no segundo por janelas de peitoril, com molduras formando falsos brincos retos e encimada por cornija reta e friso.

Acessos

Ponta Delgada (São Sebastião), Rua José do Canto nº 9. Latitude 37º 44' N e longitude 25º 40' O (Ponta Delgada)

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Resolução do Presidente do Governo Regional n.º 144/1995, JORAA, 1.ª série, n.º 32 de 10 agosto 1995

Enquadramento

Peri-urbano, isolado, integrado no jardim José do Canto (v. PT072103120078), com grande variedade botânica e notável beleza paisagística. O palácio ergue-se numa zona onde o terreno forma acentuado declive, criando como que plataforma sobrelevada sobre parte do jardim, possuindo a O. recinto ajardinado privado, sobrelevado aos passeios laterais; junto à fachada virada a E., corre varanda virada a clareira do jardim e existem escadas de acesso à plataforma inferior, desenvolvido numa cota bastante rebaixada. O palácio adapta-se ao declive do terreno. No interior do jardim existem outras construções de interesse, nomeadamente o monumento escultórico de José do Canto, o solar Sholtz (v. PT072103120075), o pavilhão ou antiga estufa de traça vitoriana, e a Capela de Sant´Ana (v. PT072103120031).

Descrição Complementar

No pano direito da fachada virada a O., existe lápide de mármore com a seguinte inscrição, em 13 regras: "IN HIS TERRIS QVAE FAMILIIS CARREIRO FRIAS ATQVE / BRUM A SAECULO DECIMO QUINTO PERTINVERVUN / MARIA GUILHERMINA XII DOMI DE BRUNS DOMINA ET / JOSEPH DE CANTO EIVS CONIVX HORTVM HVNC / ARBVS TAVERVNT AB ANNO MILLESIMO / OCTINGENTESIMO QVADRAGESIMO QVINTO. HVIVS / AEDIFICII STRVXTVRA ANNO MILLESIMO / NONINGENTESIMO QVADRAGESIMO INCHOATA AB / EORVUM PRONEPTE MARIA DA GRAÇA AC CONIVGE SVO / AVGVSTO DE ATHAYDE NOMINE SECVNDO RESVNPTA / EST ANNO MILLESIMO NONINGENTRSIMO / SEPTVAGESIMO ABEORVM FILIO AVGVSTO DE ATHAYDE / NOMINE TERTIO AC VXORE SVA MARGARIDA TERTIA / COMITISSA DE ALBVQVERQVE".

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Comercial e turística: casa de turismo de habitação

Propriedade

Privada: pessoa coletiva

Afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 15 - Gonçalo Vaz Carreiro, um povoador vindo para a ilha de São Miguel, foi o primeiro proprietário destas terras; os vínculos posteriormente instituídos provinham de Diogo Vaz Carreiro e do licenciado António de Frias, permanecendo na família por vinte gerações; 1842, 17 agosto - casamento de José do Canto (1820 - 1898) com D. Maria Guilhermina Taveira de Neiva Frias Brum da Silveira, 12ª Senhora da Casa e Morgado da família Brum, a qual foi a última administradora; 1845, a partir - início da plantação de jardim por José do Canto, com projeto do arquiteto inglês David Mocatta; José do Canto aumentou constantemente o projeto inicial do parque, importando espécies de todo o mundo, tornando-o o jardim botânico mais representativo entre os criados por diversas famílias açorianas; 1885 - o projecto do jardim já estava quase terminado; 1937 - morte de D. Margarida Brum do Canto Hintze Ribeiro, filha de José do Canto, seguindo-se partilhas dos seus bens; o jardim é dividido em duas fracções de tamanho diferente, uma parte, referente ao extremo N. da propriedade, de pequena área e onde se ergue a casa do "Calço da Má Cara", coube a António Brum do Canto Hintze Ribeiro, filho de D. Margarida, e o restante jardim e as ruínas das casas de Diogo Vaz Carreiro, coube a D. Maria da Graça, neta de D. Margarida; 1938 - data do casamento de Maria da Graça com Augusto de Athayde; 1940, década - início da construção do palácio, substituindo o edifício seiscentista arruínado em consequência de vários terramotos; toda a construção é feita em grandes blocos de basalto, tendo mais de 3500 pedras de cantaria ornamental talhadas à mão; a construção utilizou apenas materiais e mão de obra locais.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em cantaria de basalto, rebocada e pintada; pilastras, frisos, cornijas, molduras dos vãos e brasão em cantaria basáltica; grades de ferro; portas e caixilharia de madeira; vidros simples; madeiras exóticas, nomeadamente acácias, criptoméria velha, cedro, carvalho e outras caídas no parque; cobertura de telha.

Bibliografia

ALBERGARIA, Isabel Soares de, Quintas e jardins da Ilha de S. Miguel, 1785-1885, Lisboa, Tese de Mestrado em História da Arte Contemporânea [s.n.], 1996; http://pg.azores.gov.pt/drac/cca/inventario, dezembro 2011; www.jardimjosedocanto.com, dezembro 2011.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO

Autor e Data

Paula Noé 2012

Actualização

 
 
 
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