Igreja Paroquial de Midões / Igreja de São Paio
| IPA.00008088 |
| Portugal, Braga, Barcelos, União das freguesias de Gamil e Midões |
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| Arquitectura religiosa, românica, manuelina, barroca e rococó. Igreja paroquial de planta longitudinal, composta por nave única, capela-mor e adossados lateralmente, torre sineira e sacristia. Fachadas em cantaria de granito, com os topos em empena coroada por cruz sobre acrotério. Do periodo tardo românico, conserva a estrutura primitiva, o portal principal de feição muito simples, com arquivolta plena, ligeiramente quebrada, e a cachorrada do remate da capela-mor. Interiormente, apresenta pia baptismal manuelina, também muito simples, sendo da mesma altura, os vestígios renascentistas da pintura mural da capela-mor. A pintura mural apresenta afinidades com a da Igreja de Folhadela (v. PT011714090060) e de Vila Marim (v. PT011714290050) atribuídos ao pintor Arnao (CAETANO, 1998). Nave e capela-mor com coberturas em masseira, na capela-mor com caixotões decorados por acantos e concheados rococós. Retábulo-mor barroco joanino, com alguma exuberância decorativa já ao gosto rococó. Ainda se conserva, apesar de em mau estado, a pintura mural quinhentista, que revestiria a parede testeira da capela-mor. Esta pintura encontra-se assinada e datada. | |
| Número IPA Antigo: PT010302480067 |
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| Registo visualizado 259 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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| Planta longitudinal composta por nave única e capela-mor, rectangulares, em eixo, torre sineira quadrangular, adossada à nave, a S., e sacristia rectangular, adossada lateralmente, à nave e capela-mor a N. Volumes escalonados de dominante horizontal, quebrada pelo verticalismo da torre sineira. Coberturas diferenciadas em telhados de uma água na sacristia e duas águas na nave e capela-mor. Fachadas em cantaria de granito, em fiadas de aparelho irregular, coroadas nas empenas dos topos da nave e capela-mor por cruz de secção quadrangular sobre acrotério. Fachada principal orientada, encimada no cunhal N. por pináculo piramidal, com portal principal em arco pleno, ligeiramente apontado com arquivolta chanfrada assente em duas impostas lisas, encimado por óculo circular. Torre sineira, na continuação da fachada, a S., com acesso pelo exterior e estruturada em dois registos separados por cornija. A torre possui no primeiro registo, fresta no pano O. e porta, rectangular, no oposto. O segundo registo, rebocado e pintado de branco e com pilastras nos cunhais, desenvolve-se em L cobrindo apenas os panos O. e S. e integra duas ventanas em arco pleno sobre pilastras. Remate em cornija com pináculos piramidais enquadrando duas platibandas contracurvadas, coroadas por pináculo. Fachadas laterais rematadas na nave por cornija saliente e, na capela-mor, por cachorrada. Fachada lateral S. com porta de verga recta e pequena janela em capialço, na nave, e na capela-mor janela também em capialço. A fachada lateral N., rasgada na capela-mor por fresta, é marcada pelo corpo da sacristia, mais baixo, com duas portas e duas janelas jacentes. Fachada posterior a E., cega. INTERIOR rebocado e pintado de branco com silhar de azulejos industriais, policromos com estampilha azul e amarela. Nave com cobertura em tecto em masseira de madeira e pavimento em soalho.Coro-alto de madeira, assente em trave, com guarda vazada, formando balaustrada e acesso pela torre sineira. Sub-coro com baptistério do lado do Evangelho, delimitado por supedâneo rectangular de granito, onde se ergue pia baptismal, de pé torso e taça, monolítica, oitavada, ornada com flores nas faces. Do lado oposto, a ladear o portal, pia de água benta gomada. A nave, iluminada por janelão com sanefa de talha, possui, do lado do Evangelho, púlpito com base de pedra, quadrangular, sustentada por modilhão, emoldurado, e decorado com círculos concêntricos, guarda em balaustrada de madeira, com acesso por escada de pedra, adossada, com guarda de ferro. No lado da Epístola, porta ladeada por pia de água benta gomada. Arco triunfal pleno sobre pilastras toscanas, ladeado por duas mísulas de talha dourada sustentando imaginária. Capela-mor com cobertura em tecto de masseira com caixotões com representações de volutas e concheados pintados nas cores branca, azul e dourada. Pavimento em soalho. Parede do lado do Evangelho, com porta comunicação com a sacristia, em arco abatido de arestas chanfradas. Retábulo-mor talha policroma, com marmoreados em tons verde, azul e beije, e decoração marcada a dourado. Apresenta planta côncava, de três eixos, marcada por colunas compósitas, que suportam entablamento, com fragmentos de frontão no eixo central, encimados por figuras femininas de vulto, que ladeam espaldar, com delta com resplendor sobre querubins, ao centro. Tribuna recortada com trono eucarístico. Eixos laterais com peanhas com imaginária. Sobre a banqueta sacrário encimado pelo Crucificado. Altar recto com frontal decorado por flores pintadas. Na parede testeira, por detrás do retábulo-mor, encontra-se pintura mural, parcialmente destruída pela estrutura que suporta o retábulo, formando triptíco, com figuras representando São Paio, Nossa Senhora com o Menino e Santa Maria Madalena, moldura enxaquetada e inscrição ARNAUS F (?) com data de 1535. A sacristia rebocada e pintada de branco, com soalho e tecto de madeira, é precedida por vestíbulo com saída para o exterior. Possui lavabo de pedra com reservatório oculto por espaldar, possuindo neste, inferiormente, bica antropomórfica, encimada por volutas com cruz, e bica com motivo decorativo antropomórfico. Taça quadrangular. Conserva um arcaz em madeira de castanho. |
Acessos
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| Lugar da Igreja |
Protecção
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| Em estudo |
Enquadramento
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| Rural, no vale do rio Cávado, isolado, rodeado por casas e campos de cultivo, fronteiro ao caminho que conduz ao cemitério paroquial. Este caminho integra calvário, com cruzes de pedra, de secção quadrangular, estando a última colocada fronteira à igreja. A cruz fronteira à igreja, apresenta secção quadrangular, emoldurada e decorada com motivos alusivos à Paixão, assente em base prismática, emoldurada, com a face posterior decorada com alegoria à morte. Existem outras duas cruzes que possuem inscrições. A igreja é rodeada por pequeno adro, térreo e empedrado, murado e com escadaria de pedra pelo lado N. |
Descrição Complementar
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| INSCRIÇÕES: Inscrição gravada numa das cruzes do calvário; leitura: BENTO FRCO. E ANTO. FRZ. MANDARÃO FAZER ESTA CRUZ POR SUA DEVOÇÃO PADRE NOSSO E AVÉ MARIA PELAS ALMAS; inscrição gravada numa outra cruz do calvário; leitura: 1719. |
Utilização Inicial
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| Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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| Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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| Privada: Igreja Católica (Diocese de Braga) |
Afectação
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| Sem afectação |
Época Construção
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| Séc. 13 (conjectural) / 16 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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| PINTOR: Manuel Arnao Leitão *1 (atr.) (1535). |
Cronologia
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| 1220 - referência, nas Inquirições de D. Afonso II, a "Sancto Pelagio de Midões", onde o rei tem alguns reguengos; séc. 13, final - provável reedificação da igreja; 1534 - referência a João Aguiar, abade de Midões; 1535 - execução de pintura mural na capela-mor pelo pintor Arnao, segundo inscrição na mesma; séc. 16, primeira metade - execução da pia baptismal e colocação de púlpito; 1758 - referência a Midões com 220 almas na matriz dedicada a São Paio, cujo "Paroco é vigário apresentado pelo reitor de Santo Eloi do Porto, e tem de congrua 60$000 reis"; 1773 - é ordenada a feitura de um novo retábulo-mor porque o que possuía estava arruinado pela sua antiguidade e falta de pintura; séc. 18, finais - edificação da sacristia e lavabo. |
Dados Técnicos
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| Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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| Estrutura, elementos decorativos, pia baptismal, pias de água benta, base do púlpito, arco trinfal e lavabo da sacristia em granito; silhar de azulejos industriais na nave e capela-mor; portas, janelas, balaustrada do coro-alto e do púlpito, retábulos, mísulas, sanefa, pavimentos e tectos, em madeira; grades das janelas e guarda da escadaria do púlpito em ferro; cobertura exterior em telha de canudo. |
Bibliografia
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| MONTEIRO, Manuel, Dois artistas inéditos do século de quinhentos: um escultor; um pintor, in O Primeiro de Janeiro, 12, 15 e 19/2/1936; REIS-SANTOS, Luís, Arnaus fresquista e Manuel Arnao pintor, in O Primeiro de Janeiro, 22/2/1936; Estudos de Pintura Antiga, Lisboa, 1943, pp. 53 - 58; CORTEZ, Fernando Russel, Arnaus, Manoel Arnao, Manoel Arnao Leytão, in Boletim Cultural da C.M. do Porto, vol. 22, 1959, pp. 473 - 495; Vv.Aa., Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976, p. 395; FONSECA, Teotónio da, O Concelho de Barcelos Aquém e Além-Cávado; vol. 2, Barcelos, 1987, pp. 229 - 237; SERRÃO, Vitor, A Pintura do Renascimento e do Maneirismo no Noroeste Português (1520 - 1620), in Do Tardo-Gótico ao Maneirismo. Galiza e Portugal, 1995, pp. 258, 271; RODRIGUES, Dalila, A pintura mural portuguesa na região Norte. Exemplares dos séculos XV e XVI, in A colecção de pintura do Museu de Alberto Sampaio. Séculos XVI - XVIII, IPM, Lisboa, 1996, pp. 52 - 53; CAPELA, José Viriato; BORRALHEIRO, Rogério, Barcelos nas Memórias Paroquiais de 1758, Barcelos, 1998, p. 165; SERRÃO, Vítor, André de Padilha e a Pintura Quinhentista entre o Minho e a Galiza, Lisboa, 1998, pp. 208 - 209; CAETANO, Joaquim Inácio, O Marão e as oficinas de pintura mural nos sécs. XV e XVI, in Actas do Congresso Histórico sobre Amarante. Reconstruir a Memória, vol. 3, Amarante, 1998, pp. 143 - 176; GONÇALVES, Catarina Valença, A Pintura Mural em Portugal: os casos da Igreja de Santiago de Belmonte e da Capela do Espírito Santo de Maçainhas, [dissertação de Mestrado na Faculdade de Letras de Lisboa], 2 vols. Lisboa, Março de 2001. |
Documentação Gráfica
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| IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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| IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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| PROPRIETÁRIO: 1968 - obras de restauro e beneficiação geral. |
Observações
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| *1 - A atribuição desta obra ao pintor fidalgo Manuel Arnao Leitão foi rejeitada por Vitor Serrão (SERRÃO 1995, p. 271; 1998, pp. 208 - 209). |
Autor e Data
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| António Dinis 2001 |
Actualização
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