Convento da Saudação / Convento de Nossa Senhora da Anunciada

IPA.00007992
Portugal, Évora, Montemor-o-Novo, União das freguesias de Nossa Senhora da Vila, Nossa Senhora do Bispo e Silveiras
 
Mosteiro feminino dominicano, localizado nas imediações de uma preexistente Igreja Paroquial - Igreja de Santiago (v. 0706040048), intramuros, estratégicamente encorporado parcialmente nas muralhas do Castelo (v. PT040706040011) e explorando o acentuado desnível do terreno em que se implanta. Igreja de planta tranversal de eixo longitudinal interior, composta por capela-mor, sala de trono e nave única de elevada altura, constituindo a igreja de Fora ( vedada à comunidade monástica ) com acesso público a S.; a esta adossam-se a O. dois coros sobrepostos coro-baixo e coro-alto, constituindo a igreja de Dentro ( reservada à comunidade ), com acesso reservado pelo claustro, situado ao nível do coro-alto, ou por corredor de acesso ao coro-baixo. No interior, unidade espacial entre as duas igrejas conferida pela abóbada de canhão da nave que se prolonga pelo coro-alto com decoração de estuques do mesmo tipo e com coros e nave espacialmente orientados para o altar-mor " num sistema visual de escalas cujo ritmo aumenta de dramatismo na aproximação do Altar " (BARBOSA, 2002). Nave forrada a azulejo de tipo tapete, policromado azul e amarelo sobre fundo branco, seguindo duas padronagens, a inferior mais rica; retábulo-mor de estrutura maneirista, seguindo os elementos da tratadística de Vignola, com nicho central, encimado por tabela rectangular horizontal e aletas; retábulos colaterais rococó, com decoração de concheados e nicho flanqueado por quarteirões. Coro-baixo com cobertura de abóbada nervurada de perfil abatido, integralmente decorada de pinturas murais de temática religiosa e brutescos. Claustro renascentista, atribuível a Mateus Neto, de planta trapezoidal e dois pisos, com alçados de três panos definidos por contrafortes de granito rematados por pináculos piramidais; no piso térreo 2 arcos de volta perfeita por cada pano sobre 3 colunas de granito, toscanas, uma central e 2 adossadas aos contrafortes; no 2º piso disposição idêntica mas com ausência de arcaria substituída por arquitraves na qual assenta a cimalha de remate; encontros das fachadas em ângulos rectos aos quais se vêm adossar as colunas; galerias do piso térreo abobadadas de perfil abatido com lunetas decoradas por estuques e vestígios de pinturas murais. Apresenta semelhanças com o claustro do Convento de Nossa Senhora da Assunção de Faro (v. PT050805050003), de c. de 1548, e com o do Convento de São Francisco de Montemor-o-novo (v. PT040706040025); segundo Carvalho Marques (MARQUES, 1991) tem como protótipo o claustro do Convento da Graça de Évora (v. PT040705210028), de 1586, no qual trabalhou o Arq. Mateus Neto *11. Sala do Capítulo com cobertura manuelina também revestida de pinturas murais de temática religiosa e de brutescos com dois oratórios abertos para o claustro, seiscentistas, decorados com pintura mural, formando estruturas fingidas. Refeitório de 2 naves definidas por fiada de colunas toscanas suportando abóbadas de aresta nervurada, que segundo Ricardo Averini apresenta uma tipologia espacial característica das bibliotecas italianas da ordem dominicana *12. Na Capela de Nossa Senhora da Boa Morte azulejos joaninos, com molduras recortadas. Único convento feminino quinhentista da Vila, nele tendo professado os membros das mais importantes famílias da nobreza e burguesia abastada montemorense, o edíficio, ainda que muito degradado e delapidado da quase totalidade do seu património móvel, mantém, caso raro, não só a integridade tipológica de casa conventual feminina de clausura, conservando intacta a vivência da sua raiz inicial de "mulheres emparedadas", concebida como uma fortaleza quase sem aberturas ao exterior, como conserva igualmente quase inalterados os percursos principais e mesmo secundários da vida monástica, mantendo-se as ligações entre as dependências conventuais e a Igreja e nesta a quase independência entre Igreja de Fora ( nave e capela-mor ) e Igreja de dentro ( coros ) e respectivos acessos pelo exterior. Destaque para o conjunto de pinturas murais atribuíveis a José de Escobar, de uma unidade estilística invulgar, ao qual se atribuem igualmente as pinturas murais da capela-mor da Igreja de São Pedro da Ribeira em Montemor-o-novo. Pouco comum é o piso térreo do claustro situado a um nível inferior ao da entrada no edifício sendo o seu acesso feito pelo 2º piso; atribuído a vários arquitectos, de Manuel Pires a Miguel de Arruda (Espanca) passando por Francisco de Holanda (Ricardo Averini), constitui um notável exemplar de arquitectura claustral renascimental. O coro-alto não se localiza ao nível da enfermaria não permitindo as freiras enfermas assistirem à missa. No retábulo-mor verifica-se a existência de apainelados a ladear os quarteirões da tabela, que prolongam o ático horizontalmente, fugindo à estrutura mais comum, aparecendo teia torneada a proteger a tribuna; Espanca considera-o um exemplar único na região e vê nele a influência da Escola Real de Valladolid (ESPANCA, 1975). Os retábulos colaterais, muito deteriorados, possuem lambrequins e cartelas concheadas ao nível do banco, sendo os altares revestidos a azulejo padrão, com marcação de sebastos e sanefa. Os Oratórios do claustro possuem estruturas fingidas, a imitar retábulos e embutidos de mármore. As pinturas murais do Coro-baixo são executadas sob uma prévia composição esgrafitada quinhentista, cujo motivo de arabesco se inspira segundo Espanca no papel picado da doçaria conventual. A nível epigráfico destacamos a lápide anepígrafe colocada na igreja, entre as grades dos coros alto e baixo, por enunciar o método usual na elaboração de uma inscrição; nela são ainda visiveis restos de letras desenhadas pelo ordinator que nunca foram esculpidas pelo lapicida.
Número IPA Antigo: PT040706040034
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Mosteiro feminino  Ordem de São Domingos - Dominicanas

Descrição

Planta rectangular irregular, composta por vários corpos adossados, organizados em torno de claustro e terreiro conventual, sem coincidência entre o interior e o exterior dado o acentuado desnível do terreno, no sentido N. - S., obrigando a disposição em 4 pisos * 2 na qual o claustro funciona como núcleo distribuidor a nível das articulações horizontais e verticais, estabelecendo as ligações às dependências conventuais: no piso térreo, a S. a Igreja e a O. e E. cisternas; no piso 1, o piso térreo do claustro, a S., o coro-alto da Igreja; a E. a Capela de Nossa Senhora da Boa Morte, uma Sala abóbadada, a Sala do Capítulo e escadas de acesso ao piso superior e à Horta e ao Olival; a O. a antecâmara do coro-alto, zonas de serviço abrindo para o Pátio das Noviças e o corpo tranversal, ligeiramente inflectido para SO. do Lavabo e do Refeitório; a N. o Dormitório das Professas, a Ucharia e a Cozinha; no piso 2 a S. a Horta e Olival; a E., organizados em torno do primitivo pátio conventual, Portaria, Salas da Roda de Fora e de Dentro, Locutório, Vestíbulo e, abrindo para a galeria do claustro, uma Sala com cobertura artesoada e uma outra Sala, provável sala de trabalho comunitário ( BARBOSA: 1996) ; para E. destes espaços, celeiros, Casa do forno e a Vigararia; a O. corredor de acesso aos telhados, extradorso da abóbada da igreja e ao campanário, o primitivo Dormitório das Noviças e o 2º Dormitório das Noviças sobre o Refeitório; a N. o Dormitório das professas que abre para o terreiro conventual, constituindo a fachada principal do complexo conventual, delimitado a E. pelo corpo da Enfermaria, a O. pelo Dormitório das Noviças e a N. pela cerca da muralha; sob estes 2 corpos, paralelos entre si, nos seus topos N. e S., correm túneis abobadados, desenvolvendo-se paralelamente à muralha e à fachada principal, conduzindo para E. à Igreja de Santiago ( v. PT040706040048 ) e para O. à Porta da Vila; o piso 3 corresponde ao corpo do Dormitório Novo e Mirante ( sobre o tunel abobadado, disposto tranversalmente ao topo N. da Enfermaria ), ao 2º piso dos corpos do Dormitório das Noviças e da Enfermaria e ao Dormitório das Conversas na ala N. do Claustro ( sobre o Dormitório das Professas ) e ao 3º piso das dependências a E. do claustro. Volumes escalonados e articulados com cobertura diferenciada em telhados de 1 água, na nave igreja, sacristia, galerias claustro, casa do forno, de 2 águas na capela-mor, sala-trono, coro-alto, dormitório professas, e dependências a E., de 3 águas no refeitório e primitivo dormitório noviças, de 4 águas no dormitorio noviças, enfermaria e dormitório novo. IGREJA: de planta transversal com eixo longitudinal interior, composta por coro-baixo, com corredor de acesso que lhe corre paralelo, nave, capela-mor, sala do trono e sacristia adossada a S., coro-alto e cripta sob o coro-baixo; volumes da capela-mor e sala do trono escalonados. Fachada principal a S. de 6 panos definidos por contrafortes de secção rectangular que se elevam até à altura do beirado que remata os panos; no 3º pano a contar de O. rasga-se o pórtico principal de molduras de mármore e verga recta a que se soprepõe ao centro a esfera armilar; alguns panos são rasgados superiormente por janelas rectangulares; o último pano a E. é ocupado pelo corpo rectangular da sacristia rasgado na fachada S. por 3 frestas rectangulares. Fachada O., correspondendo ao topo do coro-baixo, abre para o Pátio das Noviças através de vão rectangular gradeado completamente aterrado pelo alteamento do terreno. Fachada E. correspondente à capela-mor e sala do trono, de panos únicos com remates rectos em beirado, todos eles cegos excepto o alçado S. da capela-mor, onde se rasga janela rectangular. Fachada N. tendo adossado, ao nível do piso térreo, o corredor de acesso ao coro-baixo e, ao nível do piso 1, a ala S. do claustro e, a O., a ante-câmara do coro-alto. Alçados de alvenaria rebocada e caiada. INTERIOR: nave rectangular, cobertura em abóbada de canhão, em alvenaria de estuque esgrafitado figurando motivos geométricos baseados no octógono e cruz grega; arranca de sanca envolvente de alvenaria de estuque figurando óvulos e dardos; pavimento de cerâmica de estereotomia de malha rectangular na qual se inserem tampas de sepulturas, 4 em mármore e 3 em greanito, encontrando-se ao centro, junto aos degraus de acesso à capela-mor, a sepultura da fundadora; junto ao alçado O., alçapão de acesso à Cripta dos Mascarenhas, constituido por grande lage rectangular de pedra. Alçados completamente revestidos a azulejos de padrão policromo, branco, azul e amarelo, com dois tipos de padronagem, o superior com o P-604 e, inferiormente, P-405, divididos por friso, que também envolve os vãos. O alçado O., oblíquo *3, comunica com o coro-baixo e o coro-alto através de 2 amplos vãos quadrangulares gradeados; o vão superior com verga em arco abatido e molduras de azulejo; o vão inferior com molduras pétreas e grade munida de portinhola destinada a comungatório das freiras; é ladeado por dois confessionários-comungatórios constituídos por duas pequenas aberturas quadradas gradeadas, interrompendo o revestimento azulejar, comunicando o da esquerda com o coro-baixo; entre os dois vãos grande lápide anepígrafe enquadrada por molduras pétreas; ao centro da sua moldura inferior escudo oval pintado; o alçado remata com trabalhos de estuque figurando 2 festões ladeando óculo central, tapado, decorado com esgrafitos de simbologia solar, e delimitado inferiormente por friso esgrafitado com motivos de enrolamentos de natureza zoomórfica. No alçado do lado da Epístola rasga-se a porta principal, actualmente entaipada com blocos de cimento, e superiormente dois janelões rectangulares; inferiormente, pia de água benta, de mármore rosa, da qual resta apenas a bacia e parte do pé. Do lado do Evangelho, porta de acesso ao coro-baixo e ao claustro; segue, à direita, púlpito, de que resta apenas a base pétrea em mísula *4, com acesso por porta simples, a que se acede por escadaria curva, aberta na espessura do muro, com entrada por porta estreita simples, rasgada à direita do púlpito; as escadas e corredor assim formado, bem como as ombreiras e vergas das portas são completamente revestidos azulejos de padrão polícromo, tipo P- 432. Retábulos colaterais de talha dourada e policromada de branco, de planta recta e flanqueados por quarteirões assentes em mísulas, com nicho central, o da Epístola com o fundo pintado de azul e estrelas douradas, a imitar o firmamento, com pomba do Espírito Santo, rematado por cornija contracurvada, do tipo borromínico, com lambrequins e concheados; altar paralelepipédico revestido a azulejo de padrão policromo, com pano central apresentando o P-405 e sebastos e sanefas com fragmentos da barra; sobre o altar, banqueta de talha dourada decorada com elementos geométricos e fitomórficos estilizados; no do lado do Evangelho, no banco, rasga-se pequeno sacrário emoldurado por acantos, actualmente vazio. Diante de cada retábulo colateral, fixo aos alçados laterais, balaústre em pedra rosa, restos da primitiva teia *5. Arco triunfal de volta perfeita sobre pilastras totalmente revestidas a azulejos de padrão e mísulas de alvenaria com decorações de estuque de óvulos e dardos; intradorso decorado por pinturas murais de natureza vegetalista e simbólica; no paramento sobre o arco 3 medalhões em estuque, o da esquerda com a inscrição "IHS", abreviatura do nome "JESUS", o da esquerda com o emblema das dominicanas e ao centro a data de 1673; inferiormente friso esgrafitado idêntico ao do alçado O.. Capela-mor com acesso por 3 degraus, ligeiramente inflectida para NE. em relação à nave; cobertura em abóbada de canhão sobre sanca de alvenaria, totalmente revestida por pinturas murais, nas quais predomina a cor dourada, figurando putti segurando cestas de fruta, anjos músicos e pássaros, envoltos por decoração de carácter vegetalista e fitomórfico, envolvendo grande medalhão central sustentado por busto com turbante tendo aos lados dois mastins deitados; pavimento de soalho de madeira, em parte levantado deixando ver o primitivo em mármore verde; alçados totalmente revestidos a azulejos de padrão polícromo, branco, azul e amarelo; do lado da Epístola, porta para a Sacristia de verga recta e molduras enquadradas por barra de azulejo de padrão e superiormente óculo oval entaipado com molduras também de azulejo; nas ilhargas, junto ao arco triunfal, colunelo, forrado a azulejo, de descarga de uma primitiva abóbada de nervuras, já desaparecida. Sobre supedâneo de 3 degraus centrais, com as zonas laterais protegidas por guarda de madeira plena apainelada, retábulo-mor de planta recta, e 1 eixo, flanqueado por 2 pares de colunas com fuste decorado de grotesco assentes em plintos paralelepipédicos decorados por acantos, surgindo no intercolúnio, pequena mísula vazia, e por 2 pilastras com fuste de acantos pintados, com mísulas estriadas adossadas; no centro, tribuna bastante alta, em arco de volta perfeita e cobertura interna em caixotões decorados com florões, comportando plinto e protegida por guarda torneada; ático formado por tabela central, flanqueada por quarteirões, 2 apainelados de acantos e pilastras com aletas, rematando em frontão interrompido em volutas; altar paralelepipédico ladeado por portas de verga recta de acesso à tribuna e, sob esta, ao nível do banco, zona apainelada, à qual se encostava o sacrário *6. CORO-BAIXO: planta rectangular, cobertura em abóbada de berço abatido, arrancando de sanca sob a qual corre friso, de 5 tramos definidos por arcos torais, tudo revestido por pinturas murais: nos panos da abóbada cenas da vida de Cristo e de São Domingos ( 3 cenas por cada pano ), nos arcos torais, sanca e friso, motivos de grutescos; as pinturas dos panos da abóbada são executadas sobre uma primitiva decoração a esgrafito; pavimento de madeira, rebaixado em relação ao da nave c. de 0,50m, em parte levantado deixando ver o primitivo de tijoleira cerâmica onde se inserem mosaicos quadrados de cerâmica vidrada de cor branca. Alçados totalmente revestidos a azulejo de caixilho enxaquetado branco e verde; ao longo das paredes corre banco envolvente com alçado forrado a azulejo idêntico; no alçado O., janela rectangular gradeada, obstruída, ladeada por 2 composições murais figurando santos; no alçado fronteiro, a ladear a grade de comunicação com a nave, 2 composições murais figurando santos, à esquerda São Domingos e inferiormente, à direita, confessionário-comungatório. O Coro-baixo é antecedido por pequeno vestíbulo, coberto por abóbada totalmente revestida por pinturas murais figurando anjos, flanqueada por 2 arcos ligeiramente abatidos sobre pilastras totalmente revestidos com pinturas murais de brutescos e anjos, alguns ainda ao nível da sinopia. Este vestíbulo abre para corredor abobadado, com diferentes perfis e nervurações que faz a ligação entre este e a nave da igreja; no seu topo O. as escadas de ligação com a antecâmara do coro-alto estabelecento a ligação ao claustro. CORO-ALTO: planta rectangular, trapezoidal, cobertura em abóbada de canhão semelhante à da nave sendo os motivos geométricos baseados no quadrado e no hexágono; alçados com rodapé alto caiado *7 e superiormente revestimento azulejar de enxaquetado verde e branco; nos remates dos alçados E. e O. , decorações em estuque de óculos cegos e medalhões com inscrições e decorações de simbologia solar; friso envolvente com decorações em estuque de natureza geométrica com a data 1647 no alçado O.; neste rasga-se janelão rectangular que abre para o Pátio das Noviças e à esquerda portinhola de acesso às latrinas; no alçado S. rasgam-se 3 janelões quadrangulares e no N. duas portas de acesso, uma que abre para o piso térreo do claustro outra para ante-câmara do coro-alto, a O.. CLAUSTRO: planta trapezoidal, 2 pisos, alçados de 3 panos definidos por contrafortes de granito, munidos de incipientes bases e capitéis dos quais despontam gárgulas em forma de meios balaústres, divididos em 2 registos pela cornija envolvente que delimita os 2 registos e rematados por pináculos piramidais. No piso térreo cada pano com 2 arcos de volta perfeita sobre 3 colunas toscanas de granito ( 1 central e 2 adossadas à face interna dos contrafortes ) assentes em soco contínuo interrompido no pano central para acesso à quadra; nos encontros das fachadas os contrafortes são suprimidos criando-se ângulos rectos a cujos paramentos interiores se vêm adossar as colunas; galerias com cobertura em abóbada de aresta nervurada de perfil em arco abatido, de 8 tramos; nos alçados internos descarregam em pequenas mísulas correndo-lhes inferiormente filete de estuque envolvente; nas lunetas trabalhos de estuque de natureza geométrica, fitomórfica e de carácter religioso; nalgumas delas, sob os estuques, vestígios de pinturas murais de natureza figurativa; pavimento de argamassa esgrafitada com motivos florais de arabesco e inscrições e algumas sepulturas epigrafadas. No 2º piso disposição idêntica mas com ausência de arcaria, substituída por arquitraves na qual assenta a cimalha de remate; a parte superior do parapeito na qual assentam as colunas decorada com rectângulos almofadados; no alçado N. colunas centrais encorporadas em pilares de alvenaria de secção rectangular; galerias com cobertura em madeira de travejamento à vista; pavimento de ladrilho cerâmico polícromo e lages de pedra. Na quadra, ao centro, poço e cisterna. Na ala E. do claustro a Capela de Nossa Senhora da Boa Morte: planta rectangular, cobertura abóbada de aresta nervurada, de perfil abatido, alçados revestidos até 3/4 de altura com painéis de azulejo figurativo, monócromo azul sobre fundo branco, nas ilhargas, figurando o Nascimento da Virgem ( Evangelho ) e uma "Anunciação" na Epístola; na parede testeira azulejos de enchimento com "putti" e árvores; molduras recortadas, encimadas por urnas e "putti", apresentando intensa decoração de volutas, enrolamentos e concheados. Entre o 2º e o 3º tramo, Sala de planta rectangular com cobertura em abóbada idêntica, de 2 tramos com arco toral divisório; na parede testeira vários nichos escavados nos muros, tipo columbário, e no alçado S. vão de acesso a pequeno compartimento rectangular. No 4º tramo porta que conduz a escada de tiro de acesso ao Vestíbulo e Portaria. SALA DO CAPÍTULO: acesso por porta de molduras de granito e verga em arco abatido chanfrado, planta quadrangular, cobertura abóbada cruzaria de ogivas nascendo de coluna central octogonal de granito decorada na face afrontando o claustro por pintura mural figurando "Cristo atado à coluna"; panos da abóbada, nervuras e chaves decorados com pinturas murais de brutescos, emblemas sacros e temática religiosa; banco de alvenaria envolvente e a ladear a porta o corpo dos oratórios, à esquerda o de Nossa Senhora da Trindade à direita o de Nossa Senhora da Saudação, com remates em aleta, abertos para a ala do claustro; junto à coluna urna de alvenaria rectangular com frontal revestido a azulejo polícromo envolvendo cartela em azulejo com inscrição alusiva ao recolhimento de ossadas; nos alçados vestígios de pinturas murais de temática religiosa. No último tramo escadaria de 3 lanços de aceso ao 2º piso do claustro actualmente fechada ( no 1º patim dá acesso à cerca, horta e olival ). Na ala N. vestígios de vãos que abriam para o DORMITÓRIO das PROFESSAS: 3 celas intercomunicantes por pequenas janelas quadradas,cobertura em abóbadas berço, a última cela a O. comunica com a UCHARIA com cobertura em abóbada de aresta nervurada. COZINHA de planta rectangular e cobertura em abóbada de cruzaria de ogivas, 4x2 tramos, com grande lareira no alçado N. e porta no S. que abre para corredor que do 1º tramo desta ala do claustro faz a ligação com o corpo do REFEITÓRIO: de 2 naves definida por 4 colunas de granito toscanas ( com bases almofadas idênticas à decoração do parapeito do claustro ), suportando cobertura em abóbada de aresta de 5 tramos e alçados com vestígios de pinturas murais figurativas. NO 2º Piso a PORTARIA revestida a azulejo de padrão idêntico ao do corredor do púlpito da igreja e VESTÍBULO com abóbada com pinturas murais de brutescos e alçados revestidos a azulejos de padrão.

Acessos

Rua Condessa de Valenças, Porta da Vila

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 38 147, DG, 1.ª série, n.º 4 de 05 Janeiro 1951 (edifício do Asilo da Infância Desvalida, instalado no antigo Convento) 1* / Incluído na Zona Especial de Proteção do Castelo (v. PT040706040011)

Enquadramento

Peri-urbano, intramuros, implantado na orla de uma colina de encostas escarpadas, com c. de 300m de altitude ( a mais alta da região ) protegida a SO. pelo rio Almansor, dominando a actual vila, extramuros, que se desenvolve a N.. O complexo monacal desenvolve-se a N., paralelo à muralha do Castelo (v. PT040706040011), parcialmente encorporado no próprio adarve no troço que parte da Porta da Vila para E.. Dada a pendente existente, o Convento desenvolve-se em 4 pisos, 3 dos quais em contacto directo com o terreno no qual predomina o olival e outras árvores de porte, bem como um pomar e horta delimitados pela cerca do convento cujos muros funcionam como paredes de suporte contendo e acompanhando os vários desníveis. Intramuros localizam-se as ruínas da quinhentista Igreja de Santa Maria do Bispo (v. PT040706040073), a E. a ducentista Igreja de Santiago (v. PT040706040048), intervalada do Convento por parque com árvores e área de merendas e, a S., as ruínas do Paço dos Alcaides (v. PT040706040108); sob um dos 3 cabeços que coroam a colina, a trecentista Igreja de São João Baptista (v. PT040706040056) e a antiga cisterna ( actual depósito de abastecimento de água ).

Descrição Complementar

PISO TÉRREO: SACRISTIA: planta rectangular quadrangular com cobertura em abóbada nervurada de volta perfeita, de 2x3 tramos, arrancando de pequenas mísulas piramidais e sanca envolvente moldurada; no pano central da abóbada da testeira E., trabalho em estuque figurando águia de asas abertas portando nas garras fita sustendo tabela com a data 1605; restantes panos decorados ao centro com rosetas em estuque; no alçado S. rasgam-se superiormente 3 óculos ovais, parcialmente entaipados; inferiormente, à direita, nicho concheado onde ficava o lavabo, com prateleira de mármore; no alçado O., armário de alvenaria, de 3 prateleiras, embutido no muro. PISO 1: Ala E. do Claustro: entre o 2º e o 3º tramo, Sala de planta rectangular com cobertura em abóbada de aresta nervurada, de 2 tramos com arco toral divisório; na parede testeira vários nichos escavados no muro, tipo columbário, e no alçado S. vão de acesso a pequeno compartimento rectangular. No 4º tramo porta que conduz a escada de tiro de acesso ao Vestíbulo e Portaria. Oratório de Nossa Senhora da Trindade, inserido em vão de volta perfeita, protegido por porta de duas folhas de madeira pintada de vermelho exteriormente e com motivos fitomórficos no interior, tendo cobertura em abóbada de aresta e as ilhargas têm azulejos fingidos, em enxaquetado azul e branco, em esquadria e moldura fitomórfica superior; possui retábulo fingido pintado, de planta recta, com painel central a representar a Santíssima Trindade, flanqueado por pilastras com o fuste decorado por motivos fitomórficos e apainelados com grotesco; altar paralelepipédico de madeira pintada de branco. No último tramo escadaria de 3 lanços de acesso ao 2º piso do claustro actualmente fechada ( no 1º patim dá acesso à cerca, horta e olival ). Na Ala N. do Claustro: a N. porta de acesso ao corredor de ligação com o corpo transversal do Refeitório; a S. a porta de acesso à Ante-câmara do coro-alto, de planta rectangular, com cobertura em abóbada de aresta; a S. a porta de acesso ao Coro-alto; a O. as escadas de ligação com o corredor que leva ao coro-baixo; a N., por terra ,um lavabo em mármore e a porta e degraus que conduzem à zona de serviços, disposta paralela ao claustro e num nível inferior, constituída por 3 salas quadrangulares, com acessos individualizados para o Pátio das Noviças a O.; na Sala a S., no seu alçado E., um oratório de alvenaria, em nicho profundo e largo de volta em arco perfeito, decorado com pinturas de estampilha, a azul sobre o fundo caiado e vermelho-ocre; na Sala a N. porta que comunica com o corredor de ligação Claustro-Refeitório, com cobertura em abóbada de canhão. REFEITÓRIO: os panos das abóbadas apresentam decorações em estuque de losangos tendo pintadas as insígnias domenicanas e querubins; no alçado S. rasgam-se 3 grandes janelões que dão para o Pátio das Noviças e no alçado N. duas janelas mais pequenas; o Refeitório é antecedido pela Sala do Lavabo, de planta rectangular, com cobertura em abóbada de cruzaria de ogivas, de 2x3 tramos, com panos da abóbada decorados ao centro por losangos de estuque; pavimento de calçada; a O. escadaria de dois lances, de madeira, que conduz ao Dormitório Novo das Noviças; à sua esquerda a porta de acesso ao Refeitório; à esquerda desta porta, banco de alvenaria que se prolonga no alçado S. apenas interrompido pela porta, que abre para o Pátio das Noviças, rasgada numa arcaria cega; PISO 2: Ala E. do Claustro: Portaria com cobertura de madeira plana; no alçado S., superiormente, cartela em azulejo com o símbolo das domenicanas e a data 1651; inferiormente o Parlatório, grade e chapa metálica munida de portada de madeira e nicho com bacia de água benta em mármore branco e rosa de Estremoz; a N. a primitiva porta de acesso, por onde se fazia a entrada no Convento, hoje obstruída; a E. estreita porta de acesso a pequena divisão com cobertura em abóbada nervurada, segundo Barbosa, talvez o ARQUIVO conventual; a O. a Portaria comunica com a SALA DA RODA de FORA ( acesso hoje obstruido ) que fica contígua à SALA DA RODA de DENTRO encontrando-se nesta o locutório. VESTÍBULO de planta rectangular com cobertura em abóbada de cruzaria de ogivas de 2x2 tramos, descarregando em pilastras adossadas aos alçados; pilastras e alçados totalmente revestidos a azulejos polícromos de padrão, branco, azul e amarelo; os panos da abóbada são totalmente revestidos por pinturas murais de brutescos; no alçado S. porta e janela entaipada que davam para o Pátio do núcleo inicial; no alçado N. a porta de comunicação com a Portaria e o Parlatório; no alçado O. porta obstruída, que dava para escadas, e porta de comunicação com Sala de planta rectangular com cobertura em abóbada de perfil abatido com rede de nervuras formando losangos, 3x7 tramos, na qual se encontram vários fragmentos de talha esculpida; abre para a galeria E. do claustro por porta simples. Ao lado uma Sala de planta quadrangular, com cobertura de travejamento de madeira, com vários armários escavados na espessura dos muros; segundo Barbosa seria provavelmente uma sala de trabalho comunitário das freiras ou um Calefactarium dada a existência de uma grande lareira no alçado S.; entre estas duas salas uma escada de tiro que faz a ligação com o piso inferior. No extremo inferior desta ala escadaria que conduz ao piso inferior. Na ala O. o DORMITÓRIO das NOVIÇAS ( posterior refeitório do Asilo ) de planta rectangular com cobertura em tecto falso e pavimento de ladrilho cerâmico idêntico ao do 2º piso do claustro; 4 portas de verga curva abrem-se para a galeria e no alçado O. janelas de sacada abrem para o Pátio das Noviças; no alçado S., ao centro, lavabo de mármore de 2 penas; aos lados duas portas abrem para duas pequenas despensas; a N. porta de acesso ao corredor que do topo O. da galeria N. do claustro comunica com o DORMITÓRIO NOVO DAS NOVIÇAS ( sobre o Refeitório ). PINTURAS MURAIS: na Sala do Capítulo: "Adoração Pastores" e vestígios de "São João Evangelista em Patmos"; no Refeitório "Senhor da Cana Verde", "Adoração Pastores", "Adoração Magos", vestígios de "Calvário" ( SERRÂO, 1983 ); ESTUQUES e ESGRAFITADOS: no coro-alto no alçado E. estuques figurando óculo cego de simbologia solar com a inscrição "CVIUS.LIVORE/SANAT:SUMU"; a ladea-lo dois medalhões mais pequenos circunscrevem as abreviaturas epigrafadas dos nomes de Jesus e Maria: o da esquerda invoca Jesus e o da direita Maria, sua mãe; no alçado O. estuques idênticos, mas sem inscrições. No Coro-Baixo a composição de alvenaria esgrafitada coberta pelas pinturas murais, apresenta motivos circulares e medalhões recortados de branco. INSCRIÇÕES: IGREJA: 1. Inscrição funerária gravada em tampa de sepultura; sem moldura nem decoração; apresenta-se inclinada, lascada no lado direito e com os cantos inferiores partidos; Mármore; Dimensões: 177,5x70x9; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura: SEPULTURA DE MARTIM CABREIRA E DE FILIPA TAQUA SUA MULHER E DE 5 FILHOS DESCENDENTES A QUEM O SENHOR DOM FERNÃO MARTINS MANDOU PÔR ESTA CAMPA EM SINAL DAS GRANDES OBRIGAÇÕES QUE LHE TEM; 2. Inscrição funerária gravada em tampa de sepultura; sem moldura nem decoração; o lado direito encontra-se lascado; Mármore; Dimensões: 189,5x17; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura: AQUI JAZ MARIA CABREIRA MULHER DE BARTOLOMEU LEITÃO É SUA E DE SEUS HERDEIROS FALECEU A 7 DE NOVEMBRO DE 1599. 3. Inscrição funerária gravada em tampa de sepultura; sem moldura nem decoração; a tampa apresenta desgaste nas extremidades; Granito; Dimensões: 189x55,5; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura: SEPULTURA DE MANUEL MENDES DE SANTA RITA. 4. Inscrição funerária gravada em tampa de sepultura; sem moldura nem decoração; a tampa está deteriorada e truncada na parte inferior, estando a inscrição incompleta; Granito; Dimensões: 169x77; Tipo de Letra: gótica minúscula com inicial maiúscula carolino-gótica; Leitura: Aqui jaz gracia dias de góis E [...]. 5. Inscrição funerária gravada em tampa de sepultura; sem moldura nem decoração; superficíe epigrafada erodida no lado direito e corte no canto superior esquerdo; Granito; Dimensões: 205x77,5; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura: SEPULTURA DE FERNÃO GOMES DE LAMEGO E [DE] SUA MULHER FILI[PA D' AND]DRADA(?). 6. Inscrição funerária gravada em tampa de sepultura; sem moldura nem decoração; truncada no canto superior esquerdo; Mármore; Dimensões: 192,8x87,5; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura: SEPULTURA DE VIOLANTE NUNES DONA VIÚVA E DE SEUS HERDEIROS FALECEU A DEZOITO DE NOVEMBRO DE 1603. 7. Inscrição funerária gravada no terço inferior de uma tampa de sepultura, sendo os restantes dois terços ocupados pela representação das armas dos Moura; Moldura tripla: 10,5; Mármore; Dimensões: Totais: 263x129; Campo Epigráfico: 84,5x100; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura: AQUI JAZ DONA MÉCIA DE MOURA MULHER DE DOM NUNO FUNDADORA E PADROEIRA DESTE CONVENTO DE NOSSA SENHORA DA SAUDAÇÃO TEM MISSA QUOTIDIANA. PISO 1 - CLAUSTRO: 8. Inscrição funerária gravada em fragmento de tampa de sepultura; Mármore; Dimensões: 40x48,5; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura: SEPULTURA DE MARIA DIAS LAMEGO SANTA RITA(?). 9. Sigla gravada em fragmento de tampa de sepultura; Mármore;Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura: SEPULTURA (...). 10. Inscrição esgrafitada comemorativa da obra efectuada no pavimento do claustro; a inscrição é enquadrada por uma cercadura que é rematada nos cantos por motivos florais; Dimensões: Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura: OBRA MANDADA FAZER POR DONA MARIA PAULA DE SANTA RITA VELEZ PRIORESA DESTA CASA ANO DE 1871.

Utilização Inicial

Religiosa: mosteiro feminino

Utilização Actual

Cultural e recreativa: edifício multiusos / Residencial unifamiliar: casa corrente

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, auto de cessão de 28 de Maio 1996

Época Construção

Séc. 16 / 17 / 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Mateus Neto (atr.); ENTALHADOR: Marques Magalhães (atr.); PINTOR: José de Escobar (atr.)

Cronologia

1462, 20 Abril - Leonor de Moura, viúva de Álvaro de Brito, compra por 900 reais brancos, a Diogo Álvares Carvalho, escudeiro e morador em Montemor-o-novo, as casas que estariam na origem do futuro convento; 1500, c. de - Joana Dias Quadrada encabeça uma congregação de mulheres que viviam em recolhimento; 1502, 27 de Janeiro - D. Mécia de Moura, então viúva de D. Nuno de Castro, doa a "Joana Diaz Codrada" as casas que haviam pertencido a seus pais, Leonor de Moura e Álvaro de Brito,"pera ella com congregaçam e ajuntamento de molheres fazer nestas hum mosteiro", acordando com a comunidade um prazo de três anos para a conclusão do mosteiro; localizadas dentro da cerca da vila, as casas possuiam quintais, terreiros e um palheiro constituindo-se como uma construção ampla de 2 pisos; paralelamente D. Mécia solicita à Câmara ajuda para a obra que terá então tido início; 1502, 05 Abril - na sequência do pedido feito por D. Mécia e em resposta à solicitação da Câmara, D. Manuel dá o seu consentimento; 1506, 03 Novembro - em consequência da morte da filha ( sepultada no Convento do Espinheiro (v. PT040705150090) e na ausência de herdeiros, D. Mécia faz doação de todos os seus bens móveis e de raiz ao Convento, tomando "santa maria nossa senhora da saudaçam por minha herdeira...cuja invocaçam quero que se chame o dicto mosteiro" e referindo que a Ordem aprovada deveria ser a franciscana ou dominicana, deixando a D. Manuel a escolha, desde que observante *8; na sua doação D. Mécia refere que já se deu início às obras de construção do convento: "E pera iso lhes tenho ja outorgadas e dotadas (as casas) e ja em ellas he começado pera deus em ella ser servido"; os bens doados totalizavam 24.000 reais de renda em dinheiro a que se somavam um moinho, uma vinha e 5 herdades: do Barrocal grande das Freiras no termo do Lavre, do Carrascal em São Cristovão no termo da vila, do Álemo e do Monte da Prata (também chamada da Mina ou do Almoxarati) em Santiago do Escoural e de Vale de João Pais (ou Terra das Freira ) na freguesia de São Mateus; 1506, 16 de Maio - D. Manuel autoriza a doação de D. Mécia encontrado-se esta já recolhida ao Convento; 1506, Novembro - aprovação notarial da doação de D. Mécia; 1510, 22 de Maio - Joane Mendes de Vasconcelos, fidalgo, testamenteiro de D. Mécia (entretanto falecida), nomeado pela mesma administrador dos seus bens, doados ao Convento, até à conclusão da obra, compra vários prédios contíguos ao Convento; a abadessa é então D. Joana Dias; 1511, 30 Dezembro - ordem régia obrigando os proprietários de um dos prédios, a serem abrangidos pela obra do Convento, à sua venda; a transacção foi feita pelo valor de 8.000 reais brancos; 1512 - ordem régia para que os bens e rendimentos de D. Mécia fossem entregues à Prioressa, daqui se concluindo a conclusão das obras; 1513 - segundo Túlio Espanca, tem ínico a clausura no Convento; 1514, 07 Março - D. Manuel concede ao Convento 1% do rendimento das sisas do Almoxarifado de Évora; 1514, 22 Setembro - o Convento adquire mais casas, provavelmente localizadas junto à Igreja de Santiago (v. PT040706040048) ampliando assim a área inicialmente destinada ao complexo conventual; por esta data estariam já edificados a Igreja, Sala do Capítulo, Refeitório, Dormitório, Portaria e Cozinha; 1518 - a partir desta data o Convento empreende a compra de vários olivais, courelas e outras propriedades; 1522, 28 Março - D. Álvaro da Costa, membro do Conselho do Rei, concede ao Convento 8.000 reais anuais "pera todo o sempre" em troca de uma missa diária pela sua alma e de sua mulher; a comunidade conventual era então de 15 freiras; 1529, 11 Agosto - D. João III confirma a concessão de D. Manuel relativa à percentagem sobre o rendimento das sisas; 1550 - 1551 - Frei Luís de Granada eleito Provincial da Ordem Dominicana em Portugal, visita regularmente o Convento; 1558 - compra de casas a E., junto à Igreja de Santiago (v. 0706040048), destinadas à Vigararia para alojamento dos padres confessores; 1559 - fundação do Convento de frades dominicanos de Montemor-o-novo por influência de Frei Luís de Granada; 1560 - início processo construção do Dormitório a O. na zona ocupada por uma travessa pública; 1564 - início construção Dormitório, tendo-se previamente demarcado a localização da nova travessa em troca daquela que o Convento ia ocupar; 1583 - a comunidade era constituída por 41 freiras; 1586, 25 Agosto - auto de lavramento no qual consta a avaliação das partes já concluídas do Convento e na qual intervêem o arquitecto Mateus Neto, mestre de obras da Casa Real, e os pedreiros João Gomes e Cosme Lourenço; 1596 - início processo construção da Enfermaria, tendo o Convento solicitado à Câmara a construção de um arco de molde a fazer a ligação desta com o edifício através de um passadiço 1597, 07 Maio - solicitada à Câmara a construção de um 2º arco para a obra da Enfermaria; sobre o arco que comunicava com a muralha, construção do corpo a E. da Enfermaria, gradeado e com vista sobre a vila, designado como mirante das religiosas ou miradouro da enfermaria; 1599 - data lápide sepulcral na nave; Séc. 17 - na documentação passa a designar-se como Convento desaparecendo a de Mosteiro; 1603 - a pedido do Convento a Câmara cede um terreno a S. para a edificação da Cerca; data lápide sepulcral na nave; 1604 - a obra da Enfermaria encontra-se em vias de conclusão; 1605 - data inscrita na abóbada da Sacristia; 1612, 25 de Junho - o alargamento do complexo conventual leva à construção de uma travessa nova que partia do terreiro do Pelourinho em direcção à igreja; 1612 - 1620, c. de - execução pinturas murais do Coro-baixo da igreja, Sala do Capítulo e Refeitório atribuíveis a José de Escobar; 1616, 18 Novembro - contrato entre o Convento e o Alcaide-mor D. Fernão Martins de Mascarenhas para a construção do seu jazigo de família no coro-baixo: " hua caza d'abobada por sima da quall ficara a servemtia do dito coro ... e por bacho ficara o carneiro em que (h)am de estar postos sobre seus pujares hos corpos dos ditos defumtos"; entre as grades do coro-baixo e do coro-alto seriam colocadas as armas dos Mascarenhas "com ho llitreiro que elle senhor quiser mandar por"; na capela funerária dos Mascarenhas ficariam sepultados a mulher de D. Fernão e sua mãe; 1620 - conclusão da capela funerária dos Mascarenhas; provávelmente nesta data terá sido colocado, entre as grades dos dois coros, o " letreiro entalhado em pedra muito alva & fina que com caracteres dourados declara cujo he o enterreo & que o mandou fabricar " (FREI LUIS DE SOUSA); segundo Barbosa, por esta data provável reformulação do corredor de acesso ao Coro-baixo *9; 1643, 3 Setembro - D. João IV isenta o Convento do pagamento da décima das suas rendas; 1647 - data inscrita no estuque do alçado O. do Coro-alto; data provável do retábulo-mor segundo Vitor Serrão obra do Arquitecto entalhador Marcos Magalhães (SERRÃO, 1983); 1651 - data inscrita caixa púlpito *4 e data azulejos da Portaria; 1673 - data no medalhão central do arco triunfal da igreja; provável data das pinturas murais da capela-mor; 1699 - gravura de Pier Maria Baldi de Montemor-o-Novo na qual surge figurado o Convento com o Dormitório já construído; Séc. 18 - segundo Espanca, a comunidade era de 65 freiras; 1740 - edificação Capela de Nossa Senhora da Boa Morte e respectivo revestimento azulejar; 1717, 1 Janeiro - durante a Guerra de Sucessão de Espanha, a pedido do Convento, isenção do Azemel e Sacristão serem mobilizados; 1754 - D. José concede que o Juíz de Fora da Vila seja juíz privativo do Convento; Séc. 18, finais - o Convento constituía-se como o 2º maior proprietário da vila e seu termo, logo a seguir à Misericórdia; 1758 - o prior da freguesia de Santiago, Valério da Costa, em resposta ao inquérito do padre Luís Cardoso, descreve os estragos causados pelo terramoto, verificando o estado de ruína e pobreza da casa conventual e referindo que "abalarão notavelmente paredes interiores e o coro..." encontrando-se o Refeitório encerrado; segundo Barbosa provavelmente por estes anos terá tido lugar a reconstrução da abóbada do Coro-alto danificada pelo terramoto, bem como a substituição das primitivas coberturas da Enfermaria em asnas de madeira pelas actuais abobadilhas e o consequente reforço dos alçados exteriores E. e O. e ao entaipamento dos primitivos vãos de iluminação e ao rasgamento das actuais janelas *10; 1820 - suspensão do subsídio relativo às sisas da cidade de Évora que o Convento recebia desde a sua fundação; 1858, 3/4 Setembro - É executada a relação e a avaliação dos bens do convento por dois peritos, um mestre pedreiro e outro carpinteiro, sendo o edifício e suas pertenças avaliado em 4. 500$000 mil réis; nessa época era prioresa do convento D. Brázia Ludovina da Encarnação; 1871 - é executado o esgrafitado no pavimento da galeria do claustro, do piso 1, por D. Maria Paula de Santa Rita Velez, última prioresa do convento; 1874, 27 Fevereiro - data da morte da prioresa; projecta-se instalar no imóvel o Asilo da Infância Desvalida; 1876, 27 Fevereiro - morte da última prioressa a que se segue o arrolamento dos bens e inventário dos mesmos do qual constam vários retábulos de pintura, esculturas, peças de ourivesaria, etc.; 1876, 2 Julho - inauguração do Asilo da Infância Desvalida; 1876, 3 Julho - 22 Dezembro - venda em hasta pública dos bens do Convento tendo algumas peças ficando depositadas no Asilo; 1878, 17 Maio - decreto das Cortes-Gerais autorizando a cedência do Convento à Comissão Administrativa Montemorense de Infância Desvalida, ficando a seu cargo as obras de reparação e conservação; 4 de Setembro - Auto da entrega do Convento à referida Comissão; 1882 - 1883 - obras de adaptação à instalação do Asilo; construção de novas dependências como provavelmente, os 2 compartimentos sobre a zona do altar-mor da igreja; adaptação do antigo Dormitório do Sino ou das Noviças a refeitório com construção de reservatório de água e de 2 copas no seu topo S.; construção de uma cozinha sobre a Cozinha do Convento; no Refeitório retirado o púlpito e seu reaproveitamento para chaminé; abertura de acesso ao edifício a N.; 1889 - o total gasto nas obras de adaptação ascende a 5.833$00; desta época data o recolhimento de ossadas numa urna colocada junto à coluna da Sala do Capítulo; 1901 - data esgrafitada no pavimento da galeria Sudoeste do claustro (Piso 1); 1945, 15 Junho - data inscrita na chaminé que dá para o pátio da cisterna; 1963 - a administração do Asilo é entregue às Religiosas Franciscanas Missionárias de Maria; 1973 - dado o estado de degradação do antigo Convento, o Asilo deixa de funcionar no local; o abandono a que fica votado leva à aceleração da degradação e consequente vandalização com a destruição de altares, azulejos, sepulturas, saque dos bens móveis ainda sobreviventes, como a imaginária em madeira que integrava o retábulo-mor; 1999, 16 Setembro - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN (1ª de 3 versões); 2000, c. de - deixa de funcionar o campo de tiro que funcionava junto à Igreja de Santiago (v. PT040706040048), sendo igualmente liberta a ala N. do Claustro do armazém de equipamento de apoio ao mesmo; Setembro - a autarquia cede a utilização do imóvel ao "Espaço do Tempo", estrutura transdisciplinar que serve de apoio a inúmeros criadores nacionais e internacionais, maioritariamente na área da dança, com a coordenação do coreógrafo Rui Horta; 2003, Outubro - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN (2ª de 3 versões); 2005 - IPPAR lança concurso para reutilização do imóvel como Centro Cultural; 2006, Janeiro - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN (3ª versão); 16 Novembro - alteração do PDM ratificada pela Resolução do Conselho de Ministros nº2/2007, publicada no DR, 1ª série, nº4, de 5 Janeiro;

Dados Técnicos

Paredes autoportantes, estrutura autónoma e estrutura mista.

Materiais

Paramentos: tijolo burro com argamassa, rebocados e caiados; alvenaria de granito; cantaria de granito; vigas de betão e tirantes de ferro; tabiques de alvenarias mista e madeira. Estruturas: granito em colunas e pilares; granito e alvenaria em arcos, contrafortes e cunhais. Vãos: molduras de granito, mármore, madeira e alvenaria rebocada; caixilharias de madeira; gradeamentos de ferro; varandas de alvenaria e cimento. Coberturas exteriores: telha cerâmica, cumeeiras em telha, gárgulas e goterias em pedra, caleiras em alvenaria, beirados em telha, pedra e reboco, algerozesxem zinco. Coberturas interiores: asnas de madeira, vigas de madeira e betão, lages de betão e abobadilha, abóbadas de alvenaria; tirantes de ferro. Pavimentos: sob vigamento de madeira em ladrilho cerâmico, laje de pedra, mármore verde de Viana, soalho, alvenaria e argamassa de betão. Escadas: madeira, pedra e tijolo. Revestimentos: reboco tradicional e cal, estuques, esgrafitos, azulejos, pinturas murais e a fresco, talha dourada e polícroma, madeira

Bibliografia

SOUSA, Frei Luís de, História de São Domingos, Vol.I, IIª Parte, Porto, Lello, 1977; SANTA CATARINA, Frei Lucas de, História de São Domingios, 4ª parte, 1733; CORREIA, José Hilário de Brito, Estudos históricos, jurídicos e económicos sobre o município de Montemro-o-Novo, Vol. V, Coimbra, 1873; ROMEIRAS, Pe. João Joaquim, Historia Summaria da fundação do Asylo Montemorense de Infancia Desvalida da sua admnistração até Junho de 1889 , Évora, Minerva Eborense, 1890; ESPANCA, Túlio, " Convento de Nossa Senhora da Saudação ", Cidade de Évora , nº 51-52, 1968 - 1969, pp. 153 - 164; SIMÔES; João Miguel Santos, Corpus da Azulejaria Portuguesa, vol. II, Lisboa, Gulbenkian, 1971; ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal- Distrito de Évora, vol. VIII, Lisboa, ANBA, 1975; ANDRADRE, A.A. Banha de, Breve História das ruínas do antigo burgo e concelho de Montemor-o-Novo, Évora, 1977; ESPANCA, Túlio, "Evocação Histórica e Artística de Montemor-o-novo", Almansor - Revisa de Cultura , Câmara Municipal de Montemor-o-novo nº 1, 1983; SERRÃO, Vítor, "Marcos de Magalhães Arquitecto e entalhador do ciclo da Restauração ( 1647 - 1664 )", Boletim Cultural da Assembleia Distrital de Lisboa, 3ª série, nº 89, 1º Tomo, 1983; CORREIA HORTA, José, A Arquitectura Religiosa do Algarve de 1520 a 1600, Lisboa, 1984; ARQUIVO DOCUMENTAL, " O Concelho de Montemor-o-novo nas Memórias Paroquiais de 1758", Almansor - Revista de Cultura , nº 3, 1985; MARQUES, João Alberto de Carvalho, O Convento de Nossa Senhora da Assunção em Faro, Cadernos de História da Arte, I, Lisboa, 1991; FONSECA, Jorge, " O Mosteiro de Nossa Senhora da Saudação de Montemor-o-Novo. Fundação e Patrocínio Régio ", Cidade de Évora, 2ª série, nº1, 1994 - 1995, pp. 397-417; BARBOSA, Ana Lúcia, Convento de Nª Sª da Saudação em Montemor-o-Novo, Caracterização do sistema construtivo do Claustro ( texto policopiado, Mestrado em Recuperação do Património Arquitectónico e Paisagístico, Universidade de Évora ), Évora, 1995; BARBOSA, Ana Lúcia e CALADO, Rafael Salinas, Mosteiro de Nossa Senhora da Saudação. Um Património a defender, Montemor-o-novo, Câmara Municipal - Divisão socio-cultural, 1997.SERRÂO, Vítor, A Pintura Proto-Barroca em Portugal 1612 - 1657, vol.II, Coimbra; PORTELA, Ana Margarida e QUEIROZ, Francisco, Contributos para a História da Arquitectura e do Urbanismo em Montemor-o-novo, do Século XVI ao Século XIX:I - O Convento de Nossa Senhora da Saudação; II - O Cemitério de S. Francisco, Almansor - Revista de Cultura, 2ª série, nº1, 2002, pp. 55 - 143.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco, DGEMN/DREMS

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco; Biblioteca e Arquivo Histórico de Montemor-o-novo.

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco, DGEMN/DREMS; Arquivo Histórico Municipal de Montemor-o-Novo: A1B1, A1S2,A1C1; Biblioteca Pública de Évora: Convento de Nossa Senhora da Saudação, maços 7, 21 - 23, 25 - 28, 31 e 33; Arquivo Distrital de Évora: Cartório Notarial de Évora, Livro 292; B.N.L.: Cartórios notariais de Montemor-o-novo, maços 13 e 18. IAN/TT- AHMF, caixa 56.

Intervenção Realizada

DGEMN: 1957- 1958 / 1961 - 1964 - obras de conservação; 1974 - consolidação da passagem sob o convento; 1978 - obras diversas de beneficiação; 1979 / 1980 - 1984 - obras de recuperação e valorização; 1996 - obras de conservação; CMNN: 1998. restauro de carpintarias.

Observações

*1 - *1 - classificado conjuntamento com o Castelo de Montemor-o-Novo (v. PT040706040011); *2 - diferença entre o piso térreo e o piso1 e entre este e o psio 2 de c. de 3,5m ( PORTELA e QUEIROZ, 2002 ); *3 - segundo Ana Lúcia Barbosa devido a construções preexistentes; *4 - Túlio Espanca observou ainda a caixa do púlpito in situ, em madeira, na qual existia a data de 1651; Ana Lúcia Barbosa refere ter encontrado os destroços da caixa espalhados pela Igreja, e entre eles o fragmento com a referida data; * 5 - fragmentos da teia encontram-se dispersos sobre os bancos do coro-baixo; *6 - Vítor Serrão refere no retábulo-mor um baixo-relevo da Anunciação no tímpano e sacrário de 3 corpos com esculturas de atlantes, pâmpanos e na face principal relevo da Ressureição ( SERRÂO: 1983 ); Barbosa refere o sacrário ainda integrado ( BARBOSA, 1996 ); *7 - Ana Lúcia Barbosa refere rodapé pintado imitando mármore substituindo " a zona da parede onde encosta o espaldar do cadeiral do coro "; *8 - por este motivo Damião de Góis atribui a D. Manuel a fundação do Mosteiro; o rei escolheu a Ordem dominicana e por sua ordem e do Vigário da Congregação vieram 3 religiosas do Mosteiro de Santa Ana de Leiria ( v. 1009120011 ) com o objectivo de iniciar a regra no Convento da Saudação; uma destas freiras era Madre Isabel Vaz, nomeada a 1ª prioressa do Convento; *9 - segundo a autora os diferentes tipos de abóbada do corredor de acesso ao Coro-baixo e as deficientes articulações entre os seus tramos apontam para uma sua reformulação; *10 - segundo Barbosa este reforço de estruturas levaria ao entaipamento das arcarias do piso térreo deste corpo que primitivamente seriam abertas; Portela e Queiroz defendem ao invés a existência de uma primitiva arcaria fechada, como actualmente, no piso térreo deste corpo ( bem como no seu similar a O. ), dada a existência de um portal quinhentista ( em tudo semelhante ao da Portaria mas sem esfera armilar ) no interior do túnel a S., bem como o próprio tipo de cobertura do piso térreo das galerias; *11 - Horta Correia considera o claustro da Saudação uma cópia fiel em escala reduzida do claustro da Igreja de S. Damaso ou de Santa Maria della Pace em Roma de Bramante, de 1500; todavia neste último verifica-se a ausência de colunas, sendo a descarga dos arcos feita em pilastras adossadas aos contrafortes, não existindo sequer a divisão de duas arcadas por pano; a própria solução de ângulo é diferente, comungando a desgarga dos arcos um único pilar, numa solução inovadora; *12 - segundo Barbosa inicialmente as colunas alinhavam com a entrada tendo esta sido reposicionada; segundo a autora teria existido no Refeitório um púlpito de pedra retirado e reaproveitado para chaminé aquando da instalação do Asilo; ainda segundo Barbosa, na Sala do Lavabo os bancos nas paredes confinantes sugerem uma localização centralizada para a bacia que deveria estar colocada ao centro da sala.

Autor e Data

Filipa Avellar, Paula Figueiredo e Rosário Gordalina 2003

Actualização

2003
 
 
 
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