Cerca do Convento de Santa Catarina da Carnota / Quinta da Carnota

IPA.00007926
Portugal, Lisboa, Alenquer, União das freguesias de Alenquer (Santo Estêvão e Triana)
 
Cerca conventual, transformada em estrutura turística. A sua localização geográfica privilegiada é favorável ao desenvolvimento de uma vegetação luxuriante que envolve o conjunto edificado. No interior da quinta usufrui-se de uma ambiência fresca, acolhedora e de uma paz espiritual muito grande. Pertence ao Conjunto das Cercas dos Conventos Capuchos da Província de Santo António dos Capuchos.
Número IPA Antigo: PT031101110038
 
Registo visualizado 294 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Religioso  Cerca    

Descrição

Quinta murada, em encosta de declive acentuado, exposta a Sudoeste. O acesso é feito por uma estrada de terra que sobe pela encosta até à entrada da quinta. A topografia é uma condicionante que estrutura a quinta. A mata ocupa o terço superior da encosta, o terço médio recebe o edificado e os jardins e, a zona da antiga horta e pomar ocupam o terço inferior. O pátio de entrada, em calçada de granito, tem uns arcos imponentes e decorativos com embrechados e nichos com estátuas de terra cota. A mata é composta, essencialmente, por espécies autóctones, mas é de realçar a existência de uns pinheiros seculares que se destacam, pela sua grandiosidade, da restante vegetação. Os acessos à mata fazem-se com alguma dificuldade uma vez que a vegetação se desenvolveu à mercê das leis da natureza obstruindo os caminhos . No interior da mata ainda subsistem ruínas de pequenas capelas dos Passos de Nosso Senhor outrora construídas pelos frades. O conjunto edificado é composto pela casa principal, a capela, forno e anexos. O jardim, a NO. da casa, delimitado por muretes que definem a sua forma rectangular, onde outrora existiu um labirinto de buxo, existe hoje um relvado. No muro NE. do jardim surge uma fonte que alimenta um tanque. O jardim a SO, que assenta num patamar mais baixo em relação à casa, dominado pela presença de uma piscina enquadrada por arbustos e algumas palmeiras. A partir deste jardim tem-se acesso a um caminho que nos dirige para a horta e pomar. É um caminho serpenteado, ao longo da encosta, acompanhado por caleiras, que atravessa o interior de uma pequena mata, também, esta de espécies autóctones. É um percurso agradável, pontuado por alguns pontos de estadia com bancos de pedra. Na antiga horta e pomar está implantado um campo de ténis e, junto a este, existe um roseiral. Também, nesta zona, existe uma fonte - Fonte da Samaritana -com um revestimento azulejar, do séc.19, que representa cenas do novo renascimento. Uma grande mesa de pedra, ladeada por dois bancos compridos, igualmente, de pedra estão em frente da fonte.A qual através de uma caleira alimenta um tanque rectangular. Este tanque tem a particularidade de, no seu interior, ter adossado um banco em todo o seu perímetro.Apresentando, assim, uma dupla função: armazenamento de água para rega da horta e pomar e tanque de banhos dos frades.De regresso, ao núcleo edificado, por um caminho junto ao muro S. da cerca, encontra-se uma antiga gaiola, do séc. 19, numa clareira da pequena mata. Seguindo por umas escadas de pedra chegamos ao núcleo edificado.

Acessos

EN115-3; Estrada Santana da Carnota - Refugidos

Protecção

Em estudo

Enquadramento

Rural, numa encosta arborizada, de declive acentuado, exposta a SO.

Descrição Complementar

" O sítio era um fragoso monte, vestido de árvores silvestres, com que o cobriu a natureza, e favoreceu com a corrente de um ribeiro de deliciosas águas." ( ?) " Fr. Diogo Arias com quatro companheiros de Castela, foram enviados por D. João I a reformar o Convento de S. Francisco de Alenquer. Nos seus passeios pelos arredores da vila, vieram até uma pequena ermida erguida no meio da bela vegetação. Encantados pela frescura do bosque, abundância de águas e profunda e edílica solidão, pediram licença a el-rei para fundarem aí um convento." (...) "Ficou o bosque tão gracioso, devoto, e admirável, que com mais razão se lhe pode chamar celestial floresta." (?) " A entrada, com as suas árvores seculares, os grandes e decorativos arcos e a capela quinhentista ao fundo forma um conjunto extraordinariamente pitoresco" (...) "Na quinta há ainda a registar a bela Fonte da Samaritana, revestida de azulejos do séc. XVIII que representam cenas do novo renascimento." ( Monumentos e edifícios notáveis do distrito de Lisboa - Alenquer, Arruda, Azambuja, Cadaval, Junta distrital de Lisboa, 1962 )

Utilização Inicial

Religiosa: cerca

Utilização Actual

Comercial e turística

Propriedade

Privada: pessoa colectiva

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 15

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

Séc. 14 - o terreno pertencia ao Mosteiro de Odivelas; 1400 - D. João I compra o terreno às freiras de Odivelas para fundar o convento de Santa Catarina da Carnota; 1408 - fundação do Convento de Santa Catarina da Carnota por Frei Diogo Arias; 1420 - morre Frei Diogo Arias, ficando Frei Garcia de Montanos, um dos camaradas de Diogo Arias, como 1º guardião do convento;1435 - chuvas torrenciais e terramoto danificaram o convento; 1435 / 1450 - período de reeedificação parcial do convento; 1471 - doação feita por João Gonçalves de grande parte do monte deixando a passagem livre para os aquedutos; 1473 - construção do muro que cerca a quinta; 1531- vários terramotos destruiram grande parte das edificações do convento; 1550 /1570 - primeira fase de reconstrução; 1557 - construção dos Passos de Nosso Senhor na mata; 1563- foi eleito guardião do convento Fr. Francisco de Santa Águeda «que era religioso de grande engenho e habilidade», realizando-se novas obras por direcção deste; 1568 - formada a província de Santo António dos Capuchos na qual ficou integrada a Casa de Carnota; 1578 / 1581 - construção das minas que conduzem e a cisterna que recebe as águas; 1603 - descendentes de António Correia Baharen possuiram o padroado, chegando seu neto a reedificar o convento;1653- Construção dos arcos do páteo.1679 - D. Pedro II ordenou o despejo dos Baharens do Padroado e colocou as armas reais sobre a portaria e capela mor; 1755, 01 Novembro - o terramoto destrói grande parte do convento sendo, posteriormente, reedificado; 1834 - dissolução das ordens monásticas; 1845 - já em ruína, foi comprada pelo ministro da Suécia, Adolpho Kantzow; 1852 - foi vendido a John Smith Athelstane, Conde da Carnota, que após a sua morte esta propriedade passa, por doação, para Guilherme João Carlos Henriques. 1962 - pertence ao Sr. José Manuel Homem de Macedo Martins Nogueira.

Dados Técnicos

Muros de suporte e escadas. Embrechados.

Materiais

Terracota, embrechado.

Bibliografia

HENRIQUES, Guilherme João Carlos, Alenquer e seu Concelho, Lisboa, 1873; A Hora, Lisboa, Ano I, nº7, Janeiro 1934; Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa - Alenquer, Arruda, Azambuja, Cadaval, Junta Distrital de Lisboa, 1962; GUAPO, António Rodrigues, MARTINS, José Eduardo, MELO, António de Oliveira, O Concelho de Alenquer 3, Rio Maior, 1986.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Marta Calçada 2000

Actualização

 
 
 
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