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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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De planta longitudinal composta pela articulação de dois corpos rectangulares, em que o principal apresenta remate poligonal a N., correspondente à ábside da antiga igreja *2. De volumetria escalonada e cobertura diferenciada em telhados de três e cinco águas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco. Fachada principal a S. de dois panos separados por pilastras, de dois e três registos, rasgados, regularmente, por vãos em arcos apontados, com moldura simples de cantaria. No eixo do pano principal, porta de acesso ao interior, sendo o remate superior em empena. Fachada lateral E. e fachada posterior, correspondente à antiga ábside, ritmadas por contrafortes de cantaria de aparelho regular articulados com goteiras e modilhões de suporte da cornija, e rasgadas por janelas de peito de verga recta e em arco apontado. No INTERIOR, escada de madeira de lanço recto disposta segundo o eixo longitudinal definido pelo acesso principal, de ligação ao primeiro piso. O piso térreo, com corredor de circulação contíguo à fachada principal, apresenta zona de serviços, composta por cozinha, e zona social, e o primeiro piso área privada. No piso superior, destaca-se quarto localizado na antiga cabeceira, onde existem dois fustes com respectivos capitéis integrados em dois ângulos do compartimento. |
Acessos
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Rampa do Castelo. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,795837, long.: -9,389585 |
Protecção
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Incluído na Área Protegida de Sintra - Cascais (v. PT031111050264) |
Enquadramento
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Situa-se no arrabalde da "Vila Velha", na rampa de acesso ao Castelo dos Mouros (v. PT031111120005). No extremo SO., integrada no muro de delimitação da propriedade, torre-mirante *1, de dois registos, com remate em merlões. No primeiro registo, dois arcos de volta perfeita em cantaria, sobrepujados por gablete, um deles de acesso ao mirante através de lanço de escadas com patamar intermédio, e no segundo, correspondente ao mirante, rasgam-se janelas de peito de verga curva. No interior, destaca-se lambril de azulejos monócromos oitocentistas de fabrico industrial. Na proximidade da Igreja de Santa Maria (v. PT031111090011). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Residencial: casa |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 12 / 13 (conjectural) / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 12 / 13 - provável fundação da igreja; 1283 - João Soares Alão é apresentado como prior da Igreja de São Miguel; 1287 - D. Dinis faz doação de Sintra à Rainha Isabel, passando a vila a integrar o senhorio das Rainhas; séc. 14 - construção da ábside gótica, que ainda hoje se observa; 1336 - D. Afonso IV concede o padoado da igreja de São Miguel ao cabido da Sé de Lisboa; 1469 - D. Afonso V deu ao reitor do Convento de Xabregas, o direito de apresentar o cura da igreja de São Miguel; 1489 - o direito de apresentação concedido por Afonso V, foi revogado por D. João II e passou a ser da Casa das Rainhas; 1506 - realização da cobertura de madeira (de cedro) da nave da igreja, a expensas do pároco Padre João Lobo, depois Bispo de Tânger; 1521 - para a igreja, que era sede da freguesia de São Miguel, é nomeado pelo Arcebispo de Lisboa, o Padre Vicente Figueira (confessor da rainha D. Leonor) "rector" da mesma; 1524 - Martim Pires é prior de São Miguel; 1538 - inventário dos bens da igreja de São Miguel; 1550 / 1565 - Pedro Álvares de Landim é prior da Igreja de São Miguel; 1652 - em visita à vila de Sintra, a rainha D.Luísa de Gusmão, desloca-se à Igreja de São Miguel para admirar um "santo crucifixo" que aí se encontrava; 1755 - após esta data e provavelmente na sequência dos danos sofridos pelo terramoto, a igreja de São Miguel deixa de ser sede da paróquia; 1758 - a igreja é referida como sendo de uma só nave, com tecto de madeira e capela-mor abobadada, na resposta do pároco ao questionário efectuado pelo Marquês de Pombal, a fim de se averiguar os danos do terramoto; séc. 19 - adaptação a residência sasonal por iniciativa de D. Fernando II, sendo denominada Villa de São Miguel, antes da edificação do Palácio da Pena; 1860 - extinção da freguesia de São Miguel, sendo a sua área territorial anexada à freguesia de Santa Maria, tomando a designação de Freguesia de Santa Maria e São Miguel; séc. 20 - o imóvel passa para a propriedade do estado, sendo aí instalados os Serviços Florestais, que utilizam o edifício como residência para técnicos. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira, azulejos industriais. |
Bibliografia
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AZEVADO, José Alfredo da Costa, Velharias de Sintra, vol. V e VI, Sintra, 1984 e 1987; SERRÃO, Vítor, Sintra, Lisboa, 1989; RIBEIRO, José Cardim (coord.), Sintra, Património da Humanidade, Sintra, Câmara Municipal de Sintra, 1996; AZEVEDO, José Alfredo da Costa, Memórias Paroquiais, in Obras de José Alfredo da Costa Azevedo, vol. V - Memórias do Tempo, Sintra, Câmara Municipal de Sintra, 1997, pp. 129-192. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1984 - campanha de obras de remodelação e transformação do interior; séc. 20, déc. 90 - obras de conservação, nomeadamente substituição da cobertura. |
Observações
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*1 - esta torre-mirante poderá corresponder a uma adaptação da antiga torre sineira. *2 - da igreja resta apenas a abside que está integrada numa habitação. |
Autor e Data
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Teresa Vale, Maria Ferreira e Sandra Costa 2000 / Patrícia Costa 2004 |
Actualização
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