Escola Industrial Machado de Castro / Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa

IPA.00007809
Portugal, Lisboa, Lisboa, Campo de Ourique
 
Arquitectura educativa, contemporânea. Instalações escolares para o ensino técnico e profissional industrial que conjugam a adaptação de um edifício preexistente com a construção de um novo projectado para escola industrial.
Número IPA Antigo: PT031106300490
 
Registo visualizado 570 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Educativo  Escola  Escola comercial e industrial  

Descrição

Conjunto composto por dois edifícios tipologica e arquitectonicamente diferenciados: um, preexistente, resultante da adaptação à função educativa de um "palácio" anterior ao séc. 19; e outro, contíguo, construído de raiz na segunda década do séc. 20 para um estabelecimento escolar. O mais antigo, apresenta planta em "L" e cobertura em telhado, oculta por uma platibanda, e desenvolve-se longitudinalmente, no alinhamento urbano e à face da rua, com a frontaria prolongada para E. pelo muro do logradouro que não ultrapassa o limite superior do primeiro piso dos dois que levantam o alçado principal do edifício. A entrada, descentrada, localiza-se no corpo O. com o vão, decorado por um frontão triangular, a subir até ao nível da verga arqueada das nove janelas de sacada que definem o andar nobre. O edifício mais recente apresenta uma planta simétrica próxima de um "U" aberto para o interior, onde se levanta um corpo de planta quadrangular - centrado em relação ao "U", mas avançado, encontrando-se a fachada anterior no alinhamento dos alçados posteriores dos corpos laterais - e está ligado ao edifício principal por duas passagens. O imóvel, de três pisos, eleva-se no eixo central da propriedade, está recuado em relação aos edifícios contíguos e é contornado por um espaço descoberto de circulação interna, de maior área a tardoz. A comunicação com o edifício mais antigo faz-se a E., por uma passagem superior a ligar os alçados laterais (entre os segundos pisos). Fruto do desnível do terreno, o piso térreo (primeiro pavimento) está a uma cota inferior à da rua, mediando entre o edifício e o muro de suporte - coroado por um gradeamento de desenho geométrico a acompanhar toda a frontaria - um espaço calcetado. Sobre este fosso lança-se a passagem superior, ao centro, a possibilitar o acesso à escola ao nível do segundo piso. No topo O. abre-se um portão de entrada directa no recinto interior descoberto, ao qual se acede por uma rampa que acompanha o alçado lateral. De volumetria compacta e densa, o edifício mostra-se ao exterior através de uma fachada impositiva. Apresenta uma composição simétrica, definida a partir de um corpo central, mais largo, e de dois laterais, ligeiramente salientes. Caracteriza-se pela profusa utilização de cantarias sobre uma superfície rebocada e pintada, onde dominam amplos vãos a sugerir a amplitude dos espaços interiores: pilastras salientes, de ângulo e a dividir os corpos, frisos horizontais, interrompidos pelos gradeamentos de ferro das sacadas, emolduramento dos vãos, salientes e ostensivos, estes os elementos que valorizam a frontaria através da combinação de diferenciados desenhos e texturas. No conjunto salienta-se o corpo central: fenestração de verga arqueada no terceiro piso (3 vãos), acompanhada por um balcão único sustentado por 4 mísulas ornamentadas que se prolongam entre os vãos do segundo pavimento, onde se salienta, por uma molduração mais complexa, a porta de entrada na escola; aberta ao centro, esta acorda-se com o vão central e mais largo do piso superior, bem como no seu eixo, com o remate do eidfício, em ângulo interrompido para receber uma ornamentação simbolizando a indústria e o trabalho. Os panos entre os vãos do terceiro piso exibem quatro pilastras apostas no alinhamento das mísulas do balcão. O piso térreo conhece tratamento diferenciado, sendo integralmente revestido a cantaria.

Acessos

Rua Saraiva de Carvalho, n.º 35 a 41

Protecção

Incluído na Zona de Proteção do Liceu de Pedro Nunes (v. IPA.00007048)

Enquadramento

Urbano. Localiza-se numa artéria de traçado irregular que liga o Bairro de Campo de Ourique (a partir da Rua Saraiva de Carvalho) ao Largo do Rato (cruzando a Rua do Sol ao Rato), inserindo-se numa malha urbana antiga de que a Igreja de Santa Isabel e, na sua envolvente, outros prédios urbanos, são exemplo. Encontram-se igualmente neste caso as construções que compõem a frente urbana a nascente da escola, enquanto a O. e S. o terreno onde a escola se implanta confronta, respectivamente, com o Cemitério dos Ingleses (v. PT031106300239) e o Liceu de Pedro Nunes (v. PT031106300502), propriedades estas que se estendem até ao Jardim da Estrela e Avenida Álvares Cabral.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Educativa: escola comercial e industrial

Utilização Actual

Educativa: escola profissional

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Vítor Bastos Júnior.

Cronologia

1888 - por acção judicial, requerida pelos Condes de Paraty contra D. António do Carmo de Noronha e outros, a propriedade que estes possuem a Santa Isabel é arrematada por José Ferreira da Cunha: consta de um palácio e quinta situados a Santa Isabel, com frente para a Rua Direita de Santa Isabel (actual Saraiva de Carvalho) e limitada a S. pelo Jardim da Estrela, a E. pelas traseiras dos prédios da Travessa de Santa Quitéria (hoje Rua de Santa Isabel) e a O. pelo Cemitério dos Ingleses; 1907 - com o propósito de dar cumprimento à decisão governamental de dotar o ensino liceal com instalações próprias, é adquirido este terreno a Santa Isabel para ali ser construído o liceu da 3ª Zona Escolar (o Pedro Nunes): tem uma área de 36 000 m2 e a compra concretiza-se pelo preço de 85 contos de réis. Mas o decreto publicado nesse ano a autorizar a transação entre o Estado e um particular, prevê para esta extensa propriedade um uso mais vasto, nele englobando outras construções que, a efectivarem-se, teriam constituído uma espécie de "campus" escolar: além do Liceu, contava-se edificar uma escola primária para 1 000 alunos e uma escola normal primária para 250 alunos, acrescentando-se no relatório a "possibilidade instalar-se definitivamente uma escola industrial que já ali se encontra funcionando em edifício de aluguer, o qual pela operação em projecto passará também para a posse do Estado e poderá ser definitivamente adaptado a esse fim" (LOBO: 1943). Especificava-se ainda as áreas e quantias reservadas a cada parte do plano de construções: aos 18.000 m2 e 16.000 m2 destinados, respectivamente, ao liceu e escolas primária e normal, concedia-se ao Ministério das Obras Públicas 1.380 m2 de "propriedade rústica e urbana, susceptíveis de aplicar-se ao funcionamento de uma escola industrial" (idem); 1911 - conclui-se a construção do Liceu Pedro Nunes; 1915 - à volta destes anos ter-se-á abandonado o plano de construções inicialmente previsto (1106300502), situação que se reflecte nas instalações destinadas à referida escola industrial: opta-se então pela construção de um novo edifício, numa parcela de terreno cedida pelo Liceu e sob projecto de Vítor Bastos Júnior, ele próprio docente do ensino técnico; 1970 - Inauguração de um laboratório de ensaios, construído em betão armado; alguns dos apetrechos eram provenientes do LNEC.

Dados Técnicos

Materiais

Bibliografia

Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956, Lisboa, 1957; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos Anos de 1959, 2º Volume, Lisboa, 1960; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no Ano de 1961, 1º Vol., Lisboa, 1962; A propriedade urbana, 3.ª série, ano LVI, n.º 187, Lisboa, Associação Lisbonense de Proprietários, Novembro - Dezembro 1970; LOBO, João Matilde Xavier, O Liceu de Pedro Nunes, in Liceus de Portugal, nº 24, Março de 1943, pp. 1976-1999; Guia Urbanístico e Arquitectónico de Lisboa, Lisboa, AAP, 1987; http://arqpapel.fa.utl.pt/jumpbox/node/74?proj=Escola+Industrial+Machado+de+Castro, 20 Setembro 2011.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

DGEMN: 1956 - obras de instalação eléctrica no edifício principal, pelos Serviços de Construção e Conservação; 1961- execução de diversas reparações, pelos Serviços de Construção e de Conservação.

Observações

EM ESTUDO

Autor e Data

Filomena Bandeira 1999

Actualização

 
 
 
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