Casa Grande / Casa Cunha Reis

IPA.00000771
Portugal, Braga, Braga, União das freguesias de Braga (Maximinos, Sé e Cividade)
 
Casa nobre setecentista, de planta rectangular de dois pisos, com fachada principal rematada por frontão triangular com brasão, flanqueada por cunhais apilastrados, rasgado regularmente por vãos rectilíneos, os do piso superior, por janelas de sacada. A fachada posterior possui três panos, com os laterais mais salientes, apresentando modinaturas de vãos diferenciados, e tendo o pano llateral esquerdo remate com merlões. Interior com vestíbulo amplo de acesso ao piso nobre por escadaria de dois lanços divergentes, iluminada por clarabóia. Possui os tectos estucados e pintados com medalhões em "trompe d'oeil". Edifício imponente, de volume único, marcando a praça onde se insere. Destaca-se o tratamento da fachada principal marcada por vários eixos verticais de vãos, definidos pelas pilastras de dupla ordem, num ritmo decorativo simétrico, em que os vãos do piso térreo com molduras e entablamento se unem às janelas de sacada do piso superior. No interior, é de salientar a decoração dos estuques e as pinturas em "trompe l'oeil" do andar nobre.
Número IPA Antigo: PT010303520028
 
Registo visualizado 662 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre    

Descrição

Planta rectangular com coberturas em telhados de quatro águas, integrando clarabóia e mansardas de duas águas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, de dois pisos separados por cornija, rasgados por vãos de verga recta, com pilastras nos cunhais de dupla ordem, percorridas por embasamento de cantaria granítica, rematadas em duplo friso e cornija. fachada principal virada a NE., flanqueado por pilastras de dupla ordem entre os sete vãos da fachada e ainda delimitado por cunhais apilastrados coroados por urnas assentes em plintos paralelepipédicos, terminando em frontão triangular, com tímpano em cantaria ornado de brasão de formato francês, e ladeado por guarda em balaustrada de cantaria. No piso térreo, rasgam-se sete vãos de verga recta, com moldura granítica encimados por entablamento que os une às janelas de sacada do piso superior. O piso superior, é rasgado por sete janelas de sacada com bacia de cantaria assentes em mísulas volutadas e guardas em ferro, de moldura em cantaria, e entablamento sobrepujado por frontão triangular. fachada lateral esquerda virada a SE., parcialmente adossada por construção mais baixa, apresenta o mesmo esquema e decoração da fachada principal, com dois vãos encimados por janelas de sacada. fachada lateral direita virada a NO., rasgado no piso térreo por duas janelas quadrangulares gradeadas, de molduras simples, possuindo ainda dois vãos entaipadas, uma porta e uma janela; no piso superior, abrem-se cinco janelas de sacada, corridas por um único varandim, assente em balcão de cantaria, suportado por mísulas volutadas, com guarda em ferro. Fachada posterior de três panos, o central mais recuado, tendo no piso superior, as molduras de quatro vãos de volta perfeita, parcialmente entaipados, onde se rasgam vãos de verga recta; no pano do lado esquerdo, abrem-se vãos de verga recta, de molduras simples, com remate em friso e cornija, encimado por merlões; o pano do lado direito, ainda mais saliente, é rasgado por vãos de verga recta, de molduras simples. INTERIOR com vestíbulo amplo, a partir do qual se desenvolve a escadaria de dois lanços divergentes iluminada por clarabóia de acesso ao piso nobre. Possui os tectos estucados e pintados com medalhões em "trompe l'oeil". As salas do piso nobre possuem decoração de linguagem neoclássica, com os tectos pintados segundo temas mitológicos e paisagens.

Acessos

Campo das Hortas, Largo Senhora Boa Luz, Rua Fernando Namora

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 129/77, DR, 1ª Série, nº 226 de 29 setembro 1977 *

Enquadramento

Urbano, implantação harmónica na malha urbana da cidade, com a fachada principal voltada para o Campo das Hortas, praça de configuração triangular, envolvida por árvores de pequeno porte e placas ajardinadas com buxo e flores que enquadram chafariz de tanque circular; e a posterior voltada para amplo jardim da casa delimitado por altos muros de cantaria. A fachada virada a SE. possui, parcialmente, uma construção adossada, actualmente utilizado como restaurante. Nas imediações, ergue-se o Arco da Porta Nova (v. PT010303520012).

Descrição Complementar

No tímpano do frontão, perda de armas com o escudo esquartelado, com a seguinte organização, os Guedes no I e IV quartel, os Cunhas no II e os Godinhos no III.

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Residencial: casa

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 18 - Mandada edificar por D. António Alexandre da Cunha Reis Mota Godinho; séc. 19 - colocação do brasão no frontão da fachada principal; 1852, 14 Maio - os senhores da Casa Grande receberam o Rei D. Fernando II, os princípes e o duque da Terceira, por ocasião da sua visita a Braga.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de granito, com paramentos rebocados e pintados; molduras de vãos, pilastras, frisos, cornijas, frontão, balaustrada, merlões e outros elementos em cantaria de granito; portas e caixilharias de janelas em madeira; guardas em ferro forjado; vidros simples; tectos em estuque; cobertura em telha cerâmica de canudo.

Bibliografia

www.igespar.pt, 02 Novembro 2010.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN / DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

* DOF: Casa Grande do Campo das Hortas; A propriedade pertencia aos Teixeira Coelho antes de adquirida pelos Cunha Reis. D. Alexandre da Cruz Reis Mota era neto de Lucas da Mota da Cunha Reis, negociante que enriqueceu no Porto, e filho de António José da Cunha Reis Mota Godinho, deputado da Companhia dos vinhos do Alto Douro e negociante. Após a sua morte a casa passa para o seu irmão Joaquim Jerónimo da Cunha Reis Mota Godinho (1793/1866), capitão de infantaria, coronel das milícias de Braga e cavaleiro da Ordem de Cristo. Supõe-se que terá sido este último que mandou colocar o escudo e existente na frontão da fachada.

Autor e Data

Isabel Sereno, João Santos 1994 / Sónia Basto 2010

Actualização

 
 
 
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