Torre do Relógio em Mêda

IPA.00007689
Portugal, Guarda, Mêda, União das freguesias de Mêda, Outeiro de Gatos e Fonte Longa
 
Torre do relógio, construída no final do séc. 19, ou início do séc. 20, aproveitando silhares de construções primitivas, alguns medievais.
Número IPA Antigo: PT020909090055
 
Registo visualizado 374 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Comunicações  Torre do relógio    

Descrição

Planta quadrangular simples com cobertura homogénea em telhado de quatro águas. Fachadas em alvenaria de granito, rematadas por cornijas e ameias. Fachada principal virada a ocidente, rasgada por porta de verga reta, sendo as demais fachadas cegas. Na fachada virada a oriente, as ameias são substituídas por uma sineira em arco de volta perfeita, rematada em cornija e por dois fogaréus, tendo suporte de luminária. Em todas as faces, a meio das mesmas e imediatamente abaixo da cornija, encontram-se os mostradores do relógio.

Acessos

Mêda, Largo da Igreja, Rua da Poça, Travessa do Castelo, Rua Direita

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado e destacado, implantado no topo de um morro, situado a 760 m de altitude, sobranceiro ao aglomerado, de onde é possível observar os espaços circundantes em todas as direcções sendo que no sector nordeste, oriente e sudeste, tal observação pode ser feita a muitas dezenas de quilómetros penetrando em Espanha. Junto, um cruzeiro com base circular.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Comunicações: torre do relógio

Utilização Actual

Comunicações: torre do relógio

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19 / Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 10 - é provável que a zona fosse habitada pelos árabes, que aí terão construído ou aproveitado um antigo castelo ou uma atalaia *1; séc. 12 - a povoação era uma herdade beneditina; 1145 - pertencia à Ordem do Templo, que incorporou os bens de um cenóbio beneditino instalado no sítio do Castelo; 1319 - transferência para a Ordem de Cristo; séc. 15 - provavelmente existia no local uma torre de vigia, que permitia vigiar a Serra da Marofa e apoiar a povoação de Castelo Rodrigo; nesta zona, funcionava um celeiro comunitário; 1519 - D. Manuel atribui foral à povoação; Meda era, nesta data, um importante centro cerealífero; séc. 17 / 18 - edificação da capela de Nossa Senhora da Assunção, provavelmente construída com pedra da primitiva estrutura fortificada; 1708 – o Pe. António Carvalho da Costa, na sua Corografia Portugueza, refere a existência na Meda de uma torre de Relógio e de uma Capela de Nossa Senhora da Assunção; 1758, 07 maio - nas Memórias Paroquiais, assinadas por Frei Manuel Leal Pimentel, é referido um rochedo com vestígios de muros, a que vulgarmente se chama Castelo, tendo uma capela particular da invocação de Nossa Senhora da Assunção; séc. 18, final - numa representação da vila, vê-se a capela e o cruzeiro no cimo do morro e, na base deste, uma torre, com porta e duas janelas, ameada e com sineira *2; séc. 19, final, séc. 20, início - construção da Torre do Relógio com a pedra da primitiva capela.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de granito; argamassa de cal e areia em juntas; cobertura em telhas cerâmicas; madeira e ferro forjado

Bibliografia

COSTA, António Carvalho - Corografia Portugueza (…). Lisboa: Officina de Valentim da Costa Deslandes, 1708, tomo II; MOREIRA, Coronel de Engenharia Bastos - «Monumentos de Evocação Militar, Castelo de Meda» in Jornal do Exército. Lisboa: Estado-Maior do Exército, s.d.; PINHO LEAL, Augusto Soares d’Azevedo Barbosa de - Portugal Antigo e Moderno (…). Lisboa: Livraria Editora de Mattos Moreira & Companhia, 1875, vol. V; RODRIGUES, Adriano Vasco - Terras da Mêda. Natureza e Cultura. Mêda: Câmara Municipal da Meda, 2002, 2.ª ed.; SARAIVA, Jorge António Lima - O Concelho de Meda, 1838-1999. Meda_ Câmara Municipal de Meda, 1999; SIÃO, José - Vila de Meda e seu concelho. s.l.: 1997; STRABULO, Coronel João Manuel Pais - Terras da Meda, https://pt-br.facebook.com/TerrasDaMeda

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN/DSID, DGEMN/DESA, SIPA

Documentação Administrativa

DGLAB/TT: Dicionário Geográfico, Memórias Paroquiais, vol. 23, fl. 675

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO. *1 - RODRIGUES é da opinião que no local da atual Torre do Relógio terá existido “uma esculca, ou torre de vigia” uma vez que a “a sua localização dominava um vasto horizonte, penetrando em Castela, vigiando a Serra da Marofa, Castelo Rodrigo e outros importantes castelos”. Por seu turno, MOREIRA refere que “no cimo da elevação de Meda foi erguida uma antiga atalaia onde presentemente se encontra a torre do relógio. Dada a importância do agregado populacional é natural que Alanos e Visigodos tenham conservado a obra já existente no local, a qual deve ter entrado em decadência durante a ocupação dos Sarracenos. D. Sancho I, ao verificar o profundo desmantelamento, determinou a reconstrução do antigo castelo e a realização do repovoamento. (…) Da atalaia eram enviados sinais e avisos para as fortalezas circundantes de Penedono, Marialva, Numão e Pesqueira.” Também, para SARAIVA, a Torre do Relógio deveria servir de atalaia pois do local se observam os castelos de Numão, Marialva, Ranhados e Penedono. Confirmando-se a possibilidade de comunicação visual direta com os castelos de Penedono, Ranhados e Marialva, o mesmo não acontece com os de Pesqueira e Numão. Para que a comunicação de sinais se realizasse com estes castelos seriam necessários postos repetidores em pontos altos, como por exemplo, para Numão no monte de Santa Colomba, perto de Poço do Canto, onde terá existido um castro e que segundo RODRIGUES “não nos repugna aceitar que teria sido um dos fortes mais importantes da estratégia castreja lusitana”. *2 – Trata-se de uma pintura existente numa das salas do Solar das Casas Novas (v. IPA.00011260) onde, na base do Morro do Castelo é representada uma torre, tida por alguns autores como antigo celeiro da Ordem de Cristo, com ameias e sineira idêntica à da atual Torre do Relógio, e que, conjecturalmente, seria a Torre do Relógio a que o Pe. António Costa se refere na Corografia Portugueza. Na mesma representação, é visível a Capela de Nossa Senhora da Assunção e o cruzeiro ainda hoje ali existente.

Autor e Data

Filomena Bandeira 1997

Actualização

João Almeida (Contribuinte externo) 2018
 
 
 
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