Capela da Venerável Ordem Terceira de São Domingos

IPA.00000076
Portugal, Braga, Guimarães, União das freguesias de Oliveira, São Paio e São Sebastião
 
Arquitectura religiosa, barroca, rococó e neoclássica. Capela de planta longitudinal, de nave única e capela-mor rectangular em eixo. Fachada principal com decoração rococó. Nave e capela-mor cobertas por abóbadas de berço estucadas e pavimento com taburnos de madeira. Coro-alto assente em arco de volta perfeita, com paredes laterais da nave com capelas retabulares à face neoclássicas entre dois púlpitos. Retábulo-mor neoclássico. O portal principal com excelente trabalho de cantaria lavrada.. O portal lateral com características que fazem lembrar os trabalhos de André Soares.
Número IPA Antigo: PT010308600057
 
Registo visualizado 856 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja de Confraria / Irmandade  Ordem de São Domingos - Dominicanos Terceiros

Descrição

Planta longitudinal com nave única e capela-mor, rectangulares, adossadas em eixo, com sacristia rectangular, adossada à capela-mor a E.. Volumes articulados de dominante horizontal, com cobertura única em telhado de duas águas, com beiral saliente nas fachadas laterais. Fachadas rebocadas e pintadas de branco percorridas por embasamento avançado e rematadas por largo friso cornijas salientes, com pilastras nos cunhais encimadas por pináculos, e cruzes sobre acrotério no remate das empenas da fachada principal e posterior. Fachada principal voltada a S., com possantes pilastras nos cunhais, de base bojuda moldurada, sobre soco prismático, rematada por espaldar contracurvado com florão ladeado por acantos no tímpano. Portal principal constituído por vão moldurado, em arco abatido, sobrepujado pelo escudo da Ordem de São Domingos, e enquadrado por possantes colunas às quais se adossam três pilastras coríntias, rematadas por frontão interrompido onde repousam duas figuras. O conjunto é encimado por nicho recortado e moldurado, albergando a imagem de Santa Catarina de Sena sobre peanha, ladeado por dois janelões de recortados sobrepujados por cornija curva saliente. Fachada lateral E. com portal recortado e moldurado, decorado com espirais e motivos vegetalistas, encimado por fragmentos de cornija interrompida com urna com fogaréu, ao centro, e janelão recortado no segundo registo. INTERIOR rebocado e pintado de branco com silhar de azulejos estampilhados azuis, amarelos e brancos, coro-alto assente em arco de volta perfeita com guarda vazada de madeira, com porta de acesso do lado do Evangelho. Sub-coro com guarda-vento de madeira, com portas enquadradas por pilastras coríntias e remate em cornija saliente, com decoração fitomórfica ao centro, ladeado por duas pias de água benta gomadas. Nave coberta por abóbada de berço assente em cornija saliente de pedra, com decoração de estuque marcada a amarelo, com decoração geométrica e fitomórfica e motivo central representando São Domingos. Pavimento em taburnos de madeira, com guias de pedra. Lateralmente duas portas rectangulares, com aletas no arranque das molduras, e sanefa de talha dourada, encimadas por janelões de verga contracurvada com varandim de madeira e sanefa de talha dourada, sendo a porta do lado da Epístola ladeada por pia de água benta gomada; quatro capelas retabulares à face, de talha dourada e branca, idênticos da invocação de Nossa Senhora de Fátima e Sagrado Coração de Jesus, do lado do Evangelho e de São José e Nossa Senhora das Dores, do lado da Epístola, intermeados por púlpitos de base quadrada sobre mísula de pedra decorada por volutas, com guardas plenas de talha polícroma e portas de acesso com sanefas de talha dourada. Arco triunfal, pleno, assente em pilastras dóricas, coberto por sanefa de talha dourada. Capela-mor com pavimento em taburnos de madeira com guias de pedra, com três tampas de sepultura, no centro e cobertura em abóbada de berço rebocada e pintada de branco sobre cornija saliente em pedra, com cúpula oitavada com lanternim. Paredes laterais rasgadas por duas portas rectangulares, com sanefa de talha dourada, encimadas por quatro janelões de verga contracurvada com varandim de madeira e sanefa de talha dourada. Parede testeira totalmente preenchida pelo retábulo-mor sobrelevado a que se acede por três degraus de granito, de talha dourada e monócromo a branco, de planta convexa, de um só eixo, rematado por cornija com par de urnas nos extremos e espaldar com cartela e decoração fitomórfica. Tribuna em arco de volta perfeita enquadrada por pilastras, com trono eucarístico. Lateralmente dois pares de colunas de fuste liso com grinaldas, e capitéis coríntios, e duas mísulas com as imagens de São Domingos e Santa Catarina de Sena. Banco largo, com decoração fitomórfica e sacrário dourado ao centro. Sacristia com silhar de azulejos, lavabo de pedra, de taça rectangular assente em mísula gomeada, espaldar rectangular de duas bicas encimado por decoração de volutas, mesa de mármore preto e dois oratórios em talha dourada e monócromos a branco..

Acessos

Rua D. João I, Rua Dr. Avelino da Silva Guimarães.

Protecção

Incluído na Zona Especial de Proteção do Núcleo Urbano da Cidade de Guimarães (v. PT010308340101) e na da Igreja e claustro de São Domingos (v. PT0308600008)

Enquadramento

Urbano, junto à Igreja de São Domingos, numa plataforma lajeada, cerrada por grade de ferro entre plintos de pedra coroados de pináculos, sobreelevada em relação à R. de D. João I, em declive, para onde abre a fachada principal. A capela está adossada a um palacete, destacando-se deste pela superior altura e pela fachada principal e parte da fachada lateral voltada a E..

Descrição Complementar

TALHA: Capelas retábulares com estrutura de planta recta, de um só eixo, em arco de volta perfeita, enquadradas por pilastras toscanas con ornatos de dentículos e decoração fitomórfica, rematadas por sanefa e espaldar recortado, vazado ao centro com resplendor e decoração de acantos. Ao centro tribuna recortada, coroada por cornija com decoração idêntica às ordens das pilastras e espaldar idêntico ao remate da capela. A tribuna é enquadrada por colunas coríntias, com decoração espiralada fitomórfica. Altar recto; IMAGINÁRIA: Na sacristia existem dois oratórios com as imagens de Cristo Crucificado e São Vicente; INSCRIÇÕES: (sepultura da nave) JAZ D. MARIA JULIA DA / LUZ ALVIM E NAPOLES / CUJA VIDA ROUBOU A / BARBARA MÃO DE UM AS / SASSINO NA TENRA IDA / DE DE 15 ANNOS E 4 ME / ZES NA NOUTE DE 4 DE / MAIO DE 1841. / DEDICADA PELA DÔR / DE SEUS TIOS A EXMA. / D. JOAQUINA DE FARIA / E ANDRADE E ANTO / NIO DE NAPOLES DA / CAZA DO CUSTIADO.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja de confraria / irmandade

Utilização Actual

Religiosa: igreja

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

José da Cunha Correia Vale (desenho da capela); Mestres pedreiros: Pedro António Lourenço (fachada principal), Amaro José Farto.

Cronologia

1270 - Os religiosos de São Domingos tiveram licença de D. Afonso III para edificarem o seu convento em Guimarães; 1271 - por meio de esmolas compraram algumas casas e quintas e iniciaram a construção do convento, concluído 8 anos mais tarde; 1323 - para melhorar o sistema defensivo da cidade D. Dinis mandou arrasar o convento dos dominicos; 1375 / 1397 - com a ajuda de diversos beneméritos, entre os quais o Arcebispo de Braga, D. Lourenço, os frades edificaram um novo convento, no sítio onde actualmente se encontra; 1741 - início da construção do portal rococó da capela, junto à velha igreja dos dominicos; 1750 - Amaro José Farto, mestre-pedreiro galego, recebe por conta da Ordem de São Domingos 150 carros de pedra fina e 650$000 réis "para continuar a obra da sua capela e fazer a capela-mor conforme a planta"; 1791 - dado grande impulso para a conclusão das obras da capela da Venerável Ordem de São Domingos; 1800 - conclusão da frontaria da capela; 1816 - instituição de um" Lausperene" todos os domingos do ano por D. Ana Margarida dos Guimarães Golias; 1836 - com toda a solenidade é lançada, com a presença dos seus dois fundadores, Custódio José Ribeiro Guimarães e José Gomes Fernandes Baptista, a primeira pedra para a construção do Hospital da Venerável Ordem Terceira de São Domingos; 1840 - abertura solene do hospital para tratamento dos irmãos enfermos pobres; 1851 - extintas as Ordens Religiosas, a Igreja de São Domingos, depois de abandonada durante algum tempo, é cedida à Ordem Terceira de São Domingos, por determinação da rainha D. Maria II; 1854 - António Alves Teixeira e sua mulher fundam o Asilo de Entrevados de São Domingos, colocado nas dependências do Hospital da Ordem Terceira de São Domingos, destinado a recolher 6 entrevados de ambos os sexos, aos quais fornece cama, abundante mesa e vestido; 1861 - D. Maria Teresa do Amaral Branco institui um "Lausperene" quinzenal, às quartas-feiras; 1865 - a condessa de Vila Pouca instituiu um "Lausperene" quinzenal, às segundas-feiras; 1879 - a Ordem possuía, então, 2511 associados.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes

Materiais

Estrutura, decoração exterior, pavimento do sub-coro, tampas de sepultura do pavimento da capela-mor, bases e mísulas dos púlpitos e pias de água benta em granito; silhar de azulejos nas paredes da nave, capela-mor e sacristia; taburnos, guarda do coro-alto e púlpitos, guarda-vento, retábulos, sanefas, portas e janelas de madeira; tampa de sepultura, no pavimento da capela-mor, em mármore; tectos em estuque; cobertura exterior em telha de canudo.

Bibliografia

MORAES, Maria Adelaide Pereira de, Guimarães, Terras de Santa Maria, Guimarães, 1978; NÓBREGA, Artur Vaz Osório da, Pedras de Armas e Armas Tumulares do Distrito de Braga. Cidade de Guimarães, vol. VII, Tomo II, Braga, 1985, pp. 322 - 325; CALDAS, Pe. António José Ferreira, Guimarães, apontamentos para o seu estudo, Guimarães, 1996, pp. 81, 358; ROCHA, Helder, Efemérides Vimaranenses, 2 vols., Guimarães, 1996.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DREMN

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

António Dinis 1999

Actualização

 
 
 
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