Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Aguiar da Beira

IPA.00007557
Portugal, Guarda, Aguiar da Beira, União das freguesias de Aguiar da Beira e Coruche
 
Igreja da Misericórdia, de planta poligonal composta por nave e capela-mor mais estreita e baixa, tendo sacristia e baptistério adossados à fachada lateral esquerda, anexo sobre o qual surge a sineira. Fachada principal com eixo central pronunciado, constituído por portal de verga recta, brasão, nicho com a imagem da Virgem e remate em empena com cruz latina; é rasgada por janelas rectilíneas e óculos. Fachadas circunscritas por cunhais apilastrados com pináculos de bola, remates em friso e cornija, sendo os laterais rasgados por portas de janelas de perfis rectilíneos que acedem ao anexo ou à nave. Interior com coberturas em falsas abóbadas de berço de madeira, baptistério e púlpito no lado do Evangelho. Retábulos colaterais em ângulo, de talha policromada com apontamentos dourados, do estilo rococó; retábulo-mor sobre supedâneo, de talha policromada e dourada do barroco joanino, com três eixos e remates em baldaquino com cortinas e lambrequins.
Número IPA Antigo: PT020901010023
 
Registo visualizado 79 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja de Confraria / Irmandade  Misericórdia

Descrição

Planta poligonal composta por nave, capela-mor, ligeiramente mais baixa e estreita, e volume da sacristia e dependências adossado à fachada lateral esquerda. Massas horizontalizantes, com volumes articulados coincidentes no exterior e interior, com coberturas diferenciadas em telhado de aba e canudo de duas águas nas nave e capela-mor e de uma água no anexo. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantaria, escalonado, adaptando-se ao desnível do terreno, com cunhais apilastrados, firmados por pináculos de bola na fachada principal e piramidais nas demais, e remates em amplo friso e cornija. Fachada principal virada a E., com portal de verga recta, circunscrito por duplas pilastras toscanas almofadadas, rematado por friso e cornija, que se prolonga lateralmente constituindo a base de duas janelas rectilíneas molduradas. Sobre o portal, uma cornija curva, interrompida na base e no vértice superior em volutas, forma falso frontão em arco levemente apontado, enquadrando no tímpano o escudo e coroa portugueses, envolto por motivos fitomórficos em baixo relevo e ladeado por motivo volutado. Sobre o friso e cornija que atravessa a base das pilastras dos cunhais, a empena, em cujo muro se rasgam dois óculos quadrilobados e nicho centralizado, assente em cornija, de volta perfeita e cobertura concheada, ladeado por motivos volutados, onde se implanta a imagem de vulto de Nossa Senhora da Graça. No vértice da empena, cruz latina com hastes lanceoladas. O corpo adossado, ligeiramente recuado, é rasgado por janela rectilínea, com remate em meia empena e sobre o cunhal, sineira de volta perfeita, com remate em cornija e pináculos de bola. Fachada lateral esquerda a N. dividida em dois panos por pilastras, o da direita rasgado por fresta em capialço e por porta de verga recta, com acesso por plataforma semicircular com oito degraus; no do lado esquerdo, janela rectilínea, sendo todos os vãos moldurados. Fachada lateral direita a S., rasgada por janela em arco abatido no corpo da capela-mor e por porta travessa de verga recta, ambas com molduras simples. Fachada posterior em empena com cruz no vértice na capela-mor e, no mesmo enfiamento, a sacristia a meia empena. INTERIOR rebocado e pintado de branco, com coberturas em falsas abóbadas de berço de madeira, assentes em cornija, e pavimento em lajeado granítico. Sobre o portal axial, quatro vãos iluminam intensamente o imóvel, sendo os superiores, de perfil quadrangular. No lado do Evangelho, rasga-se o baptistério, em arco abatido, com moldura almofadada, arrancando o arco de impostas salientes, com pequenas volutas e friso perlado. No espelho interno do arco, elemento em dente de cão assinalado por semiesfera. Interior com silhar de alvenaria com as juntas pintadas de branco, tecto de madeira e pavimento em lajeado com lápide com a cruz da Ordem de Malta relevada. Junto da entrada, pia baptismal, assente sobre coluna, decorada com óvulos relevados equidistantes e bordo estrangulado. Púlpito quadrangular assente em mísula de cantaria, com guarda metálica com motivos geométricos vazados e porta de acesso de verga recta. Cobertura da nave com tirantes de madeira e assente em cornija, pintados de branco e cinzento respectivamente, ostenta pintura decorativa, com moldura acompanhada por grinaldas, tendo, nos centros das faces do rectângulo, motivos vegetalistas e urnas com flores; no centro do conjunto, uma pujante cartela de concheados, coroas de louros e urnas com flores, tendo ao centro, o escudo nacional, encimado por coroa. O presbitério eleva-se três degraus, onde assentam dois retábulos colaterais dispostos em ângulo, de talha dourada e policromada, dedicados ao Ecce Homo e a Nossa Senhora das Dores, os quais ladeiam o arco triunfal em arco de volta perfeita. Capela-mor com cobertura em 32 caixotões, assentes em cornija pintada de creme e em mísulas equidistantes. Sobre supedâneo, retábulo-mor de talha dourada e policromada, de três eixos divididos por colunas torsas com espira fitomórfica, tendo, ao centro, enorme tribuna de volta perfeita, com o interior apainelado, onde se integra trono de três degraus com a imagem do orago, envolta por enorme resplendor. Lateralmente, duas mísulas com imaginárias. Os três eixos são sobrepujados por baldaquinos com cortina aberta, o central com lambrequins. Remate em tímpano semicircular, com fragmentos de frontão e volutas, interrompido na base pela tribuna e respectivo remate, com cartela e dois anjos encarnados. Na base do trono, o sacrário, tendo na porta resplendor, encimada por querubim, e com aletas volutadas. Altar paralelepipédico com o frontal tripartido, decorado com motivos fitomórficos. No lado do Evangelho, janela rectilínea sobre cornija e porta com o mesmo perfil de acesso à sacristia, com paredes rebocadas e pintadas, cobertura de madeira em masseira e pavimento lajeado, a qual liga a corredor lateral.

Acessos

Largo da Misericórdia; Avenida de Nossa Senhora do Castelo

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, a meia-encosta, isolado, em zona de pendor inclinado, com adro a NO e fachada da capela do extinto Convento de Sismeiro a S. (v. PT020901010012). Na fachada principal, forma-se um pequeno adro artificial, com acesso por escadas de oito degraus. Várias árvores e canteiros com flores nas imediações. Fachada lateral direita confina com dois lanços de escadas que permitem vencer o desnível do terreno e, adossado ao volume da capela-mor, surge um nicho da Via Sacra, de perfil rectilíneo, com remate em cornija, sobre o qual surge cruz latina sobre plinto.

Descrição Complementar

Retábulos colaterais são semelhantes, pintados de creme, com colunas marmoreadas e elementos dourados, de planta recta e um eixo composto por nicho ladeado por colunas de fuste liso com aplicação de acantos e capitéis coríntios. Remate em friso, cornija, frontão interrompido e espaldar com resplendor, encimado por cornija interrompida. Altar em forma de urna, com frontal formando cartela, decorada com acantos. Cobertura da capela-mor apresenta do lado do Evangelho para a Epístola e do arco triunfal para o retábulo, as seguintes representações: São Tomás, São Félix, São Domingos, Santo Isidoro, São Paulo, São Sebastião, Santa Maria Madalena, Santo Estêvão, São Bento, Santo Amaro, São Luís rei dos franceses, Senhora da Conceição, Santo Inácio, Santa Marta, São Francisco, Santa Ana, São Pedro, Santo António, São Mateus, Santa Isabel, Santo Ambrósio, São João de Malta, São Bernardo, São Brás. A fiada central encontra-se de frente para o observador; as três laterais viradas para as paredes respectivas. Lavabo de pedra rectangular, com cornija saliente e bacia assente em mísula. A torneira integra-se no centro de um florão duplo, sobrepujado por nicho ovalado decorado com elemento concheado.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja de confraria / irmandade

Utilização Actual

Religiosa: igreja de confraria / irmandade

Propriedade

Privada: Misericórdia

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 (conjectural) / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

João de Ruão (atr.).

Cronologia

Séc. 16 - feitura da imagem da fachada principal, atribuída a João de Ruão; séc. 17 - provável construção do imóvel; execução das bandeiras que se encontram no baptistério; 1751 - lavrado um registo de petição, despacho, informação e licença para se benzer a igreja e altares da Misericórdia de Aguiar da Beira, considerada, pois, a obra de reconstrução concluída, que compreendeu em ladrilhar, forrar, apainelar, caiar e surtir de paramentos necessários; concessão de licença de culto; séc. 19 - pintura da cobertura da nave; séc. 19 - 20 - execução dos caixotões da capela-mor; execução de algumas pinturas que decoram o imóvel; 1985 - existia um coro-alto em madeira, de onde provinha o cadeiral de alto espaldar e remate ameado, existente na sacristia.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

Cantaria de granito nas estruturas, estas rebocadas e pintadas, cunhais, molduras, friso e cornija, sineira, embasamento, escadas, púlpito, arco triunfal, pavimento, escultura da fachada principal, nicho e lavabo da sacristia; madeira nas portas, coberturas, cornijas internas, retábulos ( em talha ), cadeiral; ferro nas grades das janelas e na guarda do púlpito; telha de aba e canudo nas coberturas; vidro incolor nas janelas, sendo as da fachada principal com vidros amarelos, formando cruz.

Bibliografia

COSTA, Fernando Jorge dos Santos e PORTUGAL, José A. de Sequeira Alves, Aguiar da Beira, a História, a Terra e as Gentes, Aguiar da Beira, 1985 ; CARREIRA, Abel, Passeio turístico pela vila de Aguiar da Beira. Regresso ao passado, in Município de Aguiar da Beira, ano II, n.º 3, Aguiar da Beira, Julho / Setembro 1994, p. 10; PAIXÃO, Carlos e PAIXÃO, Tó-Zé, Aguiar da Beira, roteiro turístico, s.l., 2000.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: séc. 20, década de 90 - obras de remodelação, que removeram o coro-alto.

Observações

Autor e Data

Alexandre Pais 2001

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login