Praça de Touros de Montijo / Praça de Touros Arquitecto Amadeu Augusto dos Santos

IPA.00007397
Portugal, Setúbal, Montijo, União das freguesias de Montijo e Afonsoeiro
 
Arquitectura recreativa contemporânea. Equipamento urbano em construção em betão armado, de expressão plástica tendencialmente geométrica, em linguagem funcionalista, com faixa de aberturas de iluminação na horizontal, e panos murários lisos, onde se garante a presença do edifício como peça de arquitectura autónoma; expressão de brutalismo ao ser deixado à vista o material, o betão rugoso e a tijoleira armada. Constitui a segunda maior praça de touros construída em Portugal. Edifício de carácter citadino dos anos 50, de grande coerência formal na composição volumétrica, de equilíbrio ponderado, com bom sentido de massas e manifesto sentido plástico.
Número IPA Antigo: PT031507020022
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Cultural e recreativo  Praça de touros    

Descrição

Planta centralizada, círcular formada pelo anfiteatro envolvendo arena. Massa de volumes articulados em justaposição, com disposição dos volumes em horizontalidade. Cobertura da zona dos camarotes em pala ondulada no centro e lisa lateralmente e restante área em céu aberto. Fachada principal orientada a O. com embasamento, dividida por uma série de panos encurvados, por pilastras lisas, com dois registos, definidos pelo friso circular reentrante, de apoio à parede murária superior; no registo inferior abrem-se várias portas de acesso ao interior diferenciadas para o público, cavalos e gado taurino; os 3 portais principais com gradeamento, que levam ao vestíbulo, inserem-se num corpo em avançamento que remata em 3 arcos de pleno centro, assentes em pilastras com esfera em cantaria no topo, correspondendo às coberturas; as restantes portas são rectangulares com as folhas em madeira e gonzos de ferro; no registo superior rasgam-se pequenas janelas que formam um friso a toda a volta do pano murário; remate em cornija de coroamento em ressalto. INTERIOR de espaço diferenciado: galeria que se abre sob o anfiteatro onde se organizam o vestíbulo que se estende a toda a volta do edifício, cortado apenas pelo corredor de acesso aos curros e curros; da banda exterior da superfície circular, as cavalariças, o vestíbulo das bilheteiras, duas escadarias de acesso aos camarotes do piso superior, 2 bufetes, sala dos bombeiros e de viaturas de emergência, enfermaria, a sala do museu, um vestíbulo de entrada de menores dimensões que o principal, a capela; fronteiros a estas divisões e divididos ao longo do corredor da galeria, grande número de arrecadações, zona de pesagem dos animais, zona de embolação, 6 escadarias de acesso ao anfiteatro, constituído por filas de assentos que formam degraus com escadas e galerias circulares, interrompidos pelas áreas dos camarotes, pela tribuna e pelos espaços dos órgãos de comunicação social; ao nível da arena abrem-se as portas dos zonas ocupadas pelos participantes no espectáculo; limitando a arena a barreira, elemento separador dos espectadores do espaço da arena; em paralelo a trincheira (barreira construída de madeira, que limita a arena e serve de refúgio ao toureiro e a todos os indivíduos que de algum modo têm desempenhos ligados à lide); nesta e na arena há burladeros (taipais de madeira encaixados na barreira, em paralelo, para protecção dos intervenientes nas lides), espaço entre-barreiras (corredor entre a barreira e a trincheira). Cobertura do interior do anfiteatro em aparelho à vista. Iluminação dada pelas aberturas rasgadas em banda a toda a volta do edifício. No vestíbulo principal existência de painéis murais com pinturas populares de acentuado cromatismo, de cenas relacionadas com a lide nesta praça de touros. No museu, tido também como a Sala de Troféus, a existência da cabeça do primeiro touro lidado na praça. Calçada portuguesa no pavimento da galeria interior.

Acessos

Largo do Mercado; Avenida Olivença (Antiga Estrada Circular de Montijo); Avenida Barbosa do Bocage

Protecção

Categoria: IM - Interesse Municipal, Edital da Câmara Municipal do Montijo de 23 setembro 2008

Enquadramento

Peri-urbano, em planície, isolado no meio de grande largo formado no cruzamento de dois eixos viários principais, separado deles por esplanada em terra batida e passeio empedrado.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Cultural e recreativa: praça de touros

Utilização Actual

Cultural e recreativa: praça de touros

Propriedade

Privada: Santa Casa da Misericórdia

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Amadeu Augusto J. G. dos Santos (projecto arquitectónico e pinturas murais)

Cronologia

Séc. 20, 1ª metade - A Praça de Touros erguia-se na Rua Joaquim de Almeida e pertencia à Santa Casa da Misericórdia do Montijo; 1948 - Fundação da tertúlia Tauromáquica de Montijo; 1951 - foi vendida em hasta pública para ser construída de novo no actual sítio; 1953 - a Câmara Municipal de Montijo cedeu o alvará do terreno à Misericórdia sob a condição de aí ser construída uma Praça de Touros; 1957, 1 de Abri l-28 de Agosto - início da edificação da praça de touros para uma lotação de 6000 lugares; 1957, 1 de Setembro - Inauguração da Praça de Touros de Montijo, com uma área de 6 358 m2 (2); 1960 - a partir desta data a Misericórdia começou a ter uma renda da exploração dos espectáculos taurinos; 1964 - inauguração da electrificação da praça; 1965 - fundação do Grupo de Forcados Amadores de Montijo; 1985 - fundação do Sol e Sombra - Clube Taurino; 1993, 28 de Julho - a Câmara cedeu mais uma parcela de terreno junto à praça de touros com um área de 1 280 m2 e um valor de 1 280 000$00, que se destinava à ampliação da Praça no que dizia respeito aos curros, cavalariças e picadeiro; 2008, 20 Agosto - despacho camarário de abertura do processo de classificação; 2009, 30 Março - proposta de encerramento do processo de classificação por não ter valor nacional; 30 Abril - despacho de encerramento do processo de classificação do Director do IGESPAR.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes, estrutura autónoma, estrutura autoportante

Materiais

Betão armado, vigas de betão com tijolo armado, pedra de calçada portuguesa, madeira, reboco, telhas.

Bibliografia

ALMEIDA, Jaime Duarte de, Enciclopédia Tauromáquica, Lisboa, 1962; GRAÇA, Luís, Edifícios e Monumentos Notáveis do Concelho de Montijo, Montijo, 1989; LUCAS, Isabel Maria Mendes Oleiro, Subsídios para a História do Concelho do Montijo - Cronologia Geral, Montijo, 1997.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; Arquivo da Santa Casa da Misericórdia do Montijo

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; Arquivo da Santa Casa da Misericórdia do Montijo

Documentação Administrativa

Arquivo da Santa Casa da Misericórdia do Montijo

Intervenção Realizada

Santa Casa da Misericórdia de Montijo: 1964 - inauguração da electrificação da praça; 2000 - obras de conservação e limpeza, pinturas, infra-estruturas, tratamento da envolvência (obras em curso).

Observações

*1 - As praças de touros, consoante as condições de comodidade, lotação de espectadores, número de espectáculos taurinos realizados na praça, tipo de construção arquitectónica e até mesmo a tradição tauromáquica da localidade, dividem-se em praças de 1ª, 2ª e 3ª categoria. A praça do Montijo, segundo o site www.festabrava.hpg.ig.com.br , é classifica de de 1ª. categoria.

Autor e Data

Albertina Belo 2000

Actualização

 
 
 
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