Praça de Touros de Montijo / Praça de Touros Arquitecto Amadeu Augusto dos Santos
| IPA.00007397 |
Portugal, Setúbal, Montijo, União das freguesias de Montijo e Afonsoeiro |
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Arquitectura recreativa contemporânea. Equipamento urbano em construção em betão armado, de expressão plástica tendencialmente geométrica, em linguagem funcionalista, com faixa de aberturas de iluminação na horizontal, e panos murários lisos, onde se garante a presença do edifício como peça de arquitectura autónoma; expressão de brutalismo ao ser deixado à vista o material, o betão rugoso e a tijoleira armada. Constitui a segunda maior praça de touros construída em Portugal. Edifício de carácter citadino dos anos 50, de grande coerência formal na composição volumétrica, de equilíbrio ponderado, com bom sentido de massas e manifesto sentido plástico. |
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Número IPA Antigo: PT031507020022 |
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Registo visualizado 638 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Cultural e recreativo Praça de touros
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Descrição
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Planta centralizada, círcular formada pelo anfiteatro envolvendo arena. Massa de volumes articulados em justaposição, com disposição dos volumes em horizontalidade. Cobertura da zona dos camarotes em pala ondulada no centro e lisa lateralmente e restante área em céu aberto. Fachada principal orientada a O. com embasamento, dividida por uma série de panos encurvados, por pilastras lisas, com dois registos, definidos pelo friso circular reentrante, de apoio à parede murária superior; no registo inferior abrem-se várias portas de acesso ao interior diferenciadas para o público, cavalos e gado taurino; os 3 portais principais com gradeamento, que levam ao vestíbulo, inserem-se num corpo em avançamento que remata em 3 arcos de pleno centro, assentes em pilastras com esfera em cantaria no topo, correspondendo às coberturas; as restantes portas são rectangulares com as folhas em madeira e gonzos de ferro; no registo superior rasgam-se pequenas janelas que formam um friso a toda a volta do pano murário; remate em cornija de coroamento em ressalto. INTERIOR de espaço diferenciado: galeria que se abre sob o anfiteatro onde se organizam o vestíbulo que se estende a toda a volta do edifício, cortado apenas pelo corredor de acesso aos curros e curros; da banda exterior da superfície circular, as cavalariças, o vestíbulo das bilheteiras, duas escadarias de acesso aos camarotes do piso superior, 2 bufetes, sala dos bombeiros e de viaturas de emergência, enfermaria, a sala do museu, um vestíbulo de entrada de menores dimensões que o principal, a capela; fronteiros a estas divisões e divididos ao longo do corredor da galeria, grande número de arrecadações, zona de pesagem dos animais, zona de embolação, 6 escadarias de acesso ao anfiteatro, constituído por filas de assentos que formam degraus com escadas e galerias circulares, interrompidos pelas áreas dos camarotes, pela tribuna e pelos espaços dos órgãos de comunicação social; ao nível da arena abrem-se as portas dos zonas ocupadas pelos participantes no espectáculo; limitando a arena a barreira, elemento separador dos espectadores do espaço da arena; em paralelo a trincheira (barreira construída de madeira, que limita a arena e serve de refúgio ao toureiro e a todos os indivíduos que de algum modo têm desempenhos ligados à lide); nesta e na arena há burladeros (taipais de madeira encaixados na barreira, em paralelo, para protecção dos intervenientes nas lides), espaço entre-barreiras (corredor entre a barreira e a trincheira). Cobertura do interior do anfiteatro em aparelho à vista. Iluminação dada pelas aberturas rasgadas em banda a toda a volta do edifício. No vestíbulo principal existência de painéis murais com pinturas populares de acentuado cromatismo, de cenas relacionadas com a lide nesta praça de touros. No museu, tido também como a Sala de Troféus, a existência da cabeça do primeiro touro lidado na praça. Calçada portuguesa no pavimento da galeria interior. |
Acessos
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Largo do Mercado; Avenida Olivença (Antiga Estrada Circular de Montijo); Avenida Barbosa do Bocage |
Protecção
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Categoria: IM - Interesse Municipal, Edital da Câmara Municipal do Montijo de 23 setembro 2008 |
Enquadramento
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Peri-urbano, em planície, isolado no meio de grande largo formado no cruzamento de dois eixos viários principais, separado deles por esplanada em terra batida e passeio empedrado. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Cultural e recreativa: praça de touros |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: praça de touros |
Propriedade
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Privada: Santa Casa da Misericórdia |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Amadeu Augusto J. G. dos Santos (projecto arquitectónico e pinturas murais) |
Cronologia
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Séc. 20, 1ª metade - A Praça de Touros erguia-se na Rua Joaquim de Almeida e pertencia à Santa Casa da Misericórdia do Montijo; 1948 - Fundação da tertúlia Tauromáquica de Montijo; 1951 - foi vendida em hasta pública para ser construída de novo no actual sítio; 1953 - a Câmara Municipal de Montijo cedeu o alvará do terreno à Misericórdia sob a condição de aí ser construída uma Praça de Touros; 1957, 1 de Abri l-28 de Agosto - início da edificação da praça de touros para uma lotação de 6000 lugares; 1957, 1 de Setembro - Inauguração da Praça de Touros de Montijo, com uma área de 6 358 m2 (2); 1960 - a partir desta data a Misericórdia começou a ter uma renda da exploração dos espectáculos taurinos; 1964 - inauguração da electrificação da praça; 1965 - fundação do Grupo de Forcados Amadores de Montijo; 1985 - fundação do Sol e Sombra - Clube Taurino; 1993, 28 de Julho - a Câmara cedeu mais uma parcela de terreno junto à praça de touros com um área de 1 280 m2 e um valor de 1 280 000$00, que se destinava à ampliação da Praça no que dizia respeito aos curros, cavalariças e picadeiro; 2008, 20 Agosto - despacho camarário de abertura do processo de classificação; 2009, 30 Março - proposta de encerramento do processo de classificação por não ter valor nacional; 30 Abril - despacho de encerramento do processo de classificação do Director do IGESPAR. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes, estrutura autónoma, estrutura autoportante |
Materiais
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Betão armado, vigas de betão com tijolo armado, pedra de calçada portuguesa, madeira, reboco, telhas. |
Bibliografia
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ALMEIDA, Jaime Duarte de, Enciclopédia Tauromáquica, Lisboa, 1962; GRAÇA, Luís, Edifícios e Monumentos Notáveis do Concelho de Montijo, Montijo, 1989; LUCAS, Isabel Maria Mendes Oleiro, Subsídios para a História do Concelho do Montijo - Cronologia Geral, Montijo, 1997. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID; Arquivo da Santa Casa da Misericórdia do Montijo |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; Arquivo da Santa Casa da Misericórdia do Montijo |
Documentação Administrativa
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Arquivo da Santa Casa da Misericórdia do Montijo |
Intervenção Realizada
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Santa Casa da Misericórdia de Montijo: 1964 - inauguração da electrificação da praça; 2000 - obras de conservação e limpeza, pinturas, infra-estruturas, tratamento da envolvência (obras em curso). |
Observações
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*1 - As praças de touros, consoante as condições de comodidade, lotação de espectadores, número de espectáculos taurinos realizados na praça, tipo de construção arquitectónica e até mesmo a tradição tauromáquica da localidade, dividem-se em praças de 1ª, 2ª e 3ª categoria. A praça do Montijo, segundo o site www.festabrava.hpg.ig.com.br , é classifica de de 1ª. categoria. |
Autor e Data
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Albertina Belo 2000 |
Actualização
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