Judiaria de Castelo de Vide

IPA.00007361
Portugal, Portalegre, Castelo de Vide, Santa Maria da Devesa
 
Setor urbano. Área com unidade morfológica de traçado orgânico com origem no espaço estruturante do largo da Fonte da Vila (v. PT041205020012), cuja nascente abastecia em água o burgo medieval. Malha urbana consolidada composta por quarteirões alongados e compactos com lotes estreitos sem logradouro.
Número IPA Antigo: PT041205020043
 
Registo visualizado 340 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Conjunto arquitetónico   Edifício        

Descrição

O bairro da Judiaria está delimitado pelas ruas da Judiaria e do Mercado, Largo e Rua do Arçário, Ruinha da Judiaria e Rua Nova. Este destaca-se no conjunto urbano pela sua malha urbana de traçado radioconcentrico em que o pólo dinamizador é a Fonte da Vila (v.PT041205020012), nascente que abastecia o burgo medieval. Este traçado tem origem no eixo que percorria a Rua da Fonte, ligando a nascente às portas do Burgo.

Acessos

EN246-1, Rua Bartolomeu Álvares da Santa ou Rua de Santo Amaro

Protecção

Inclui Fonte da Vila (v. PT041205020012) / Casa na Rua Nova nº 24 (v. PT041205020013) / Incluído na Área Protegida da Serra de São Mamede (v. PT041214020015)

Enquadramento

Urbano. Castelo de Vide situa-se no alto Alentejo, no cimo de uma formação rochosa, com o mesmo nome, na serra de S. Mamede, a 600 metros de altitude. Este é constituído por três maciços sendo os outros dois o de Urra e de S. Paulo, a Noroeste e S. respectivamente. Neste relevo acentuado a paisagem alterna entre montanhas e vales numa sequencia que se dispõe no sentido NO-SE envolvida por uma peneplanície. É neste contexto que nascem entre dois vales os cursos de agua de grande importância para a subsistência e desenvolvimento da vila, a ribeira de Vide a N. e a Ribeira de S. João a S.. A constituição geológica da serra é dominada pelo xisto nas encostas que formam os vales interiores e por granito nas vertentes exteriores. As características topográficas do terreno associadas a uma pluviosidade elevada estão na origem da boa qualidade da água proporcionando o aparecimento da exploração termal. A Judiaria situa-se na vertente menos exposta à luz solar, na encosta N. delimitada pela Rua de Santa Maria, que liga a Porta da Vila (v. PT041205020010) à Igreja Matriz (v. PT041205020056) este eixo é a linha de festo a partir do qual se estrutura a malha urbana.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Pública: municipal / Privada: pessoa singular, Misericórdia

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 12 / 15

Arquitecto / Construtor / Autor

Mestre Jorge/ Diogo Belo

Cronologia

1180 - recebeu Carta de Foral de Pedro Annes, seu donatário; 1273 - D. Afonso III doou a Terra de Vide a seu filho D. Afonso Sanches; 1276 - instituição do concelho de Castelo de Vide, desanexado de Marvão; 1372 - D. Fernando doa a vila e seu termo à Ordem de Cristo; 1492 - a expulsão dos judeus de Castela e Aragão fez aumentar a comunidade castelovidense, existente pelo menos desde o reinado de D. João I; Séc. 16 - construção da Fonte da Vila; 1509 - desenhos de Duarte de Armas; 1512 - novo foral concedido por D. Manuel; 1527 - o cadastro da população regista 885 vizinhos e 3540 habitantes, sendo 115 vizinhos (460 habitantes) no burgo e 770 vizinhos (3080 habitantes) nos arrabaldes; 1569 - construção da nova Casa da Câmara (provavelmente na Rua de Santa Maria de Cima); 1572 - registados 1400 vizinhos; 1585 - fundação do Convento de S. Francisco; 1603 - registados 1600 vizinhos; 1640 - levantamento contra os Espanhóis fazendo prisioneira a guarnição do castelo; 1641, depois de - perante a desadequação do sistema defensivo medieval, Castelo de Vide foi fortificada com tranqueiras, paliçadas e banquetas de tiro feitas com terra. Construiram-se arcos em alvenaria fechados por portas para permitir o acesso ao campo, dos quais restaram os de S. Pedro, da Barreira e da Porta Nova; 1642 e 1647 - ataque do exército espanhol; 1649 - início da construção da cintura abaluartada; 1674 - D. Pedro II concede a Castelo de Vide o título de "Notável"; 1692 - a Casa da Câmara muda-se para o Rossio após incêndio no anterior local; 1715 - Paz com Espanha; grandes festejos populares; 1749 - decidida a demolição da Igreja de Santa Maria, ameaçada de ruína; 1789 - início da construção da nova Igreja de Santa Maria da Devesa; 1794 - registados 1700 vizinhos e 7000 habitantes; 1801 - os espanhóis atacam e tomam a Praça durante cinco meses (Guerra das Laranjas); 1808 - libertação da ocupação francesa que durava há alguns meses; 1823 - transferencia do Regimento de Infantaria 8 para Évora, deixando Castelo de Vide de ser considerada Praça de Guerra; 1923 - instalação do Hotel das Águas no Asilo do Espírito Santo; 1942 - construção do balneário das Termas

Dados Técnicos

Estrutura autoportante. Paredes estruturantes em alvenaria de pedra ordinária argamassada com cal, saibro ou barro, rebocadas e caiadas. As paredes interiores não estruturantes são em alvenaria de tijolo maciço ou em tabique com fasquiado. Pavimentos térreos em lajes de granito ou xisto. Nos pisos elevados os pavimentos são em soalho corrido ou por vezes em ladrilhos cerâmicos sobre vigamento de madeira. Escadas interiores em cantaria de granito no primeiro lance e em madeira nos restantes.Guarnições de portas e janelas em cantaria de granito ou molduras de argamassa pintada. Janelas de guilhotina ou de abrir, com caixilhos e portadas interiores de madeira pintada. Coberturas de uma ou duas águas, com beirado, revestidas a telha de canudo sobre madres, varas e ripas ou forro de madeira.

Materiais

Granito, xisto, terra, cal, areia, ferro, material cerâmico

Bibliografia

TAVARES, Maria José Ferro, Os Judeus Portugueses - séc. 14, Lisboa, Guimarães & Ca, 1979; GIL, Júlio, As Mais Belas e Vilas e Aldeias de Portugal, Lisboa, Verbo, 1984; BICHO, Susana Maria de Quintanilha e Mendonça Mendes, A Judiaria de Castelo de Vide, Évora, Universidade de Évora, 1999.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/ DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/ DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

DGEMN: 1936 / 1937 / 1942 / 1948 - apeamento e reconstrução de panos de muralha; 1986 - consolidação de troços de muralha. CMCV: 1983 - apresentação e discussão do Plano Geral de Urbanização; 1988 / 1989 - escavações arqueológicas no imóvel conhecido por Sinagoga;1999 - conclusão do Plano de Pormenor para a Zona Urbana Mais Antiga de Castelo de Vide elaborado pelo Gabinete Técnico Local; 2000 - apresentação do Plano de Acção, ao abrigo do Projecto de Revitalização das Aldeias e Vilas Históricas

Observações

Autor e Data

Rita Vale 2008

Actualização

João Vieira 2012
 
 
 
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