Palácio dos Arcos

IPA.00007083
Portugal, Lisboa, Oeiras, União das freguesias de Oeiras e São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias
 
Arquitectura residencial, barroca. Palácio de planta em V composta pela articulação de rectângulos implantados de modo divergente a partir de rectangulo central ao qual adossam, nos extremos do lado S., 2 torreões de planta pentagonal. Além de se assumir como um notável exemplo da arquitectura residencial barroca, constitui-se como um elemento indispensável à história da vila em que se integra
Número IPA Antigo: PT031110050029
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre  Casa nobre  

Descrição

Planta em V composta pela articulação de rectângulos implantados de modo divergente a partir de rectângulo central ao qual adossam, nos extremos do lado S., 2 torreões pentagonais, volumetria escalonada, cobertura efectuada por telhados diferenciados a 2 e 4 águas. Superfície murária em reboco pintado com abertura de vãos a ritmo regular, de 2 e 3 pisos (um deles parcialmente enterrado e o 3º apenas existente ao nível dos torreões). Alçado principal a SE., composto por 3 corpos, respectivamente: um central, com piso térreo definido por galeria rasgada por triplo arco de volta perfeita suportado por pilastras de cantaria que no andar superior se converte em terraço - delimitado por guarda metálica em ferro fundido ritmada por balaústres de cantaria, com pedra de armas ao centro - desenvolvido contíguamente a pano de muro recuado (vazado por portas de verga curva recortada intercaladas por janelas de peito de verga recta). Os corpos extremos, idênticos entre si correspondem a torreões com os cunhais bem demarcados, e pano de muro animado pela sucessão de 1 janela de peito seguida de 2 janelas de sacada servidas por varandas com base em cantaria e guarda em ferro forjado. Alçado lateral NE. com acesso principal coincidente com portal de verga recta e emolduramento simples de cantaria sobrepujado por janela de sacada - de verga recta encimada por cruz ao centro e pináculos embebidos nos extremos - servida por varandim metálico de varas com anel a meia altura. Alçado lateral E., presença de terraço directamente articulado com o jardim da propriedade, através de lanço recto de escadas em cantaria, constituído por 2 plataformas em terraço, uma com fins agrícolas e outra correspondente ao jardim - subsistem algumas estruturas como um poço, um tanque de rega e uma casa de fresco. INTERIOR: (PALÁCIO) dominado por corredor de implantação em U e compartimentos de planta rectangular directamente comunicantes entre si. No 1º andar, o salão principal orientado para o alçado S. - de planta rectangular com tectos de caixotão de madeira animado por 3 arcos de volta perfeita suportados por pilastras de madeira dispostos no sentido transversal do compartimento - e uma pequena sala de planta circular. CAPELA dedicada a Nossa Senhora do Rosário, situada no extremo N. do corpo a E., de planta longitudinal composta pela justaposição de 2 rectângulos correspondentes a nave e capela-mor, com coberturas diferenciadas em abóbada em arco abatido e em abóbada de berço. Delimitado por pilastras de cantaria, apresenta alçado principal a O. - virado para pátio central - rasgado a eixo por portal de verga recta destacada sobrepujado por janela de sacada de perfil análogo servida por guarda metálica em ferro forjado, sendo o conjunto superiormente rematado por pano de muro triangular sobrepujado por cornija e beiral. INTERIOR: (CAPELA) nave única com muro do lado da Epístola rasgado por janelas iluminantes com capialço e coro-alto adossado à face interna da fachada. Precedida de arco triunfal de volta perfeita em cantaria sobrepujado com pedra de armas, a capela-mor separada por teia apresenta muro de topo animado por retábulo marmóreo de planta côncava rasgado ao centro por camarim de remate contracurvado delimitado por colunas pseudo-salomónicas que suportam entablamento superiormente rematado por frontão composto por 2 registos - um deles, curvo e outro curvo interrompido. Pelo lado da Epístola acede-se à sacristia.

Acessos

Largo Conde das Alcáçovas, n.º 3 - 6. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,695871; long.: -9,289706

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, implantado junto à orla marítima e isolado. Localiza-se no limite, com exclusão, da demarcação do núcleo antigo de Paço de Arcos. Fachada de grande impacto arquitectónico voltada ao Tejo. Alinhado com a rua, este alçado é precedido por uma via de circulação paralela à marginal e por uma zona pública ajardinada. No quarteirão contíguo ergue-se a capela do Senhor Jesus dos Navegantes (1110050027).

Descrição Complementar

EMBRECHADOS: apesar de algo deteriorada e invadida pela vegetação, a casa de fresco existente no jardim apresenta muros interiores animados com embrechados de porcelana chinesa policroma; EMBUTIDOS: destaca-se o recurso a esta técnica com materiais pétreos de diferentes cromatismos na decoração do retábulo-mor da capela ; PINTURA: algumas das superfícies murárias interiores - de corredores e da capela - apresentam-se decorados com pintura decorativa de marmoreados

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 15 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

1490 - estaria concluída a construção do primitivo edifício aplaçado neste local, pertencente a Antão Martins Homem, 2º capitão da Vila da Praia, passando depois aos senhores das Alcáçovas; 1698 - os senhores das Alcáçovas recebem o morgadio de Paço d'Arcos, instituído por D. Teresa Eufrásia de Meneses; 1722 - 1733 - são visitas do palácio durante estes anos a princesa Mariana Vitória de Borbón (depois rainha de Portugal, pelo seu casamento com D. José I), a rainha D. Mariana de Áustria (esposa de D. João V), o futuro D. José I, o infante D. Pedro; 1736 - sendo propriedade de D. António Henriques Pereira de Faria, 9.º senhor das Alcáçovas, o palácio é restaurado e empliado; 1755 - o tetrramoto causa danos muito significativos no palácio, falando alguns autores de quase total destruição; 1755 - 1762 - campanha de reconstrução, por iniciativa do proprietário de então, D. José de Lencastre e Saldanha; 1834, depois de - instalação no palácio de um oratório em mármore italiano proveniente da capela que os titulares do palácio possuíam no extinto convento das Marianas, a São Bento, em Lisboa; séc. 19, 2ª metade - frequentemente assistem às regatas de Paço de Arcos, desde as janelas do palácio membros da família real portuguesa como o rei D. Fernando II, o rei D. Luís, a rainha D. Maria Pia e mesmo D. Manuel II (que pernoitou na casa em Setembro de 1910); 1978 - última das várias desanexações; 1994 - era proprietário do palácio o 3º conde da Arrochela e de Castelo de Paiva ; 2001 - aquisição do direito de usufruto do palácio pela Câmara Municipal de Oeiras aos herdeiros do conde de Arrochela, a qual assegura a plena propriedade do prédio com excepção do rés do chão do palácio bem como da casa e garagem do caseiro

Dados Técnicos

Estrutura autoportante

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira, vidro, azulejos industriais

Bibliografia

COLAÇO, Branca Gonta, ARCHER, Maria, Memórias da Linha de Cascais, Lisboa, 1943 ; VIDEIRA, M. P., Monografia de Paço de Arcos (Apontamentos), s.l., 1947 ; AZEVEDO, Carlos, GUSMÃO, Adriano, FERRÃO, Julieta , Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Vol. II, Lisboa, 1963 ; STOOP, Anne de, Quintas e Palácios dos Arredores de Lisboa, Barcelos, 1985 ; GONÇALVES, R. O., O Palácio dos Arcos. Meio Milénio, Oeiras, 1989 ; CRISPIM, Mário N., LOBO, Pedro V., Retratos de Oeiras, Oeiras, 1994 ; ROCHA, Filomena Isabel S., Oeiras. O Património - A História, Oeiras, 1997 ; Câmara Adquire Usufruto Vitalício do Palácio dos Arcos aos Familiares do Conde de Arrochela, in Boletim da Câmara Municipal de Oeiras, Nº 12, Dezembro 1999 ; SANTOS, Sofia Paredes de Oeiras Resistem ao Ano 2000, in O Correio da Linha, 25.01.2000 ; HENRIQUES, João Aníbal, Palácio dos Arcos. Mais de Meio Milénio de História, in Cascais e as Linhas, Nº 1, Julho 2001

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMO: Departamento de Planeamento e Gestão Urbanística. Sector de Património Construído - Plano de Salvaguarda do Património Construído e Ambiental do Concelho de Oeiras, Departamento de Projectos Especiais

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 2012 - obras de remodelação do edifício.

Observações

Autor e Data

Filomena Bandeira 2000 / Teresa Vale e Maria Ferreira 2002

Actualização

 
 
 
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