Cine-Teatro Joaquim de Almeida

IPA.00007029
Portugal, Setúbal, Montijo, União das freguesias de Montijo e Afonsoeiro
 
Arquitectura cultural e recreativa modernista. Casa de espectáculos de arquitectura modelada segundo as tendências modernas num jogo de volumes secos articulados, de gosto tendencialmente geometrizante; arquitectura do betão armado, que permitiu uma planta arrojada de espaços amplos, conduzindo a uma expressão compositiva com exploração formal variada, em manifesto sentido plástico de linguagem versátil; exploração de uma atitude que associa uma estética cubista baseada num funcionalismo formal com formalismos típicos "art déco". Edifício construído num ponderado equilíbrio, como peça de arquitectura urbana com presença autónoma, sem que se destaque grandemente da continuidade da rua que integra. Arte Nova na rejeição à simetria, nos pilares de base rectangular e nos traçados suavemente geométricos. Grupo escultórico neo-realista. Edifício de grande coerência formal e funcional, numa composição volumétrica em completa assimetria, expressão do grande domínio plástico da linguagem utilizada, com recorrência ao betão armado. Integrado na Rede Municipal de Espaços Culturais.
Número IPA Antigo: PT031507020018
 
Registo visualizado 579 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Cultural e recreativo  Casa de espetáculos  Cine-teatro  

Descrição

Planta longitudinal, composta, irregular, sem coincidência exterior - interior. Volumes articulados em justaposição por adossamento, dispostos com horizontalidade. Cobertura exterior em terraço e em placa de betão com perfil rectilíneo. Fachada principal orientada a E. com embasamento, dividida em dois panos: o principal é de dois registos; no inferior destaca-se à esquerda um grupo escultórico em alto relevo, figurativo, simbolizando as artes que ali se apresentavam; segue-se um ante-vestíbulo com o conjunto de portas da entrada principal da casa de espectáculos, e para a direita abre-se uma série de janelas de iluminação ao vestíbulo: o registo superior compõe-se de um pano estriado na vertical patenteando um letreiro destacado do pano com a identificação do edifício, sobre vão de varanda larga; o pano desenvolve-se dentro de uma moldura simples rectilínea em destaque, a toda a volta; no pano da esquerda, o primeiro registo é o prolongamento do descrito, cego, com idêntico tipo de tratamento murário, com placas de cantaria; o registo superior é totalmente chão e cego. Nas restantes fachadas, destaca-se o contraste entre uma continuidade horizontal dada por sequência de grupos de janelas desenvolvidos lado a lado no sentido do comprimento, formando frisos nos alçados simples e chãos, contrariada por corpos verticalizantes que se destacam com algum avançamento nos panos murários rectilíneos, que se prolongam para além do remate dos panos murários. A fachada orientada a N. é nobre, nela se abre o vão de entrada que dá acesso directo para o vestíbulo frente à sala de espectáculos; o alçado desenvolve-se em avançamento, formando uma secção de cilindro, com moldura destacada e série de aberturas de janelas adossadas no sentido do comprimento. Os remates são em friso de coroamento ou em empenas lineares. Articulação exterior - interior desnivelada pelo que se acede subindo escassos degraus. INTERIOR de espaço diferenciado em três pisos: plateia, primeiro e segundo balcão, e sala de projecção, e por diversas divisórias de acordo com as necessidades de funcionamento do edifício: bilheteiras, bar, tabacaria, bengaleiro, arrecadações, sala do electricista, etc.. Passando as portas de acesso, entra-se num amplo vestíbulo com escadaria frontal larga, de um lance que leva a patamar de onde partem dois lances opostos de escadas. A sala de espectáculos é formado por um amplo anfiteatro escalonado, para o público e por palco em plataforma elevada, a que se acede por dois lances de escadas colocadas lateralmente a partir da plateia; o palco tem o seu corpo avançado em secção cilíndrica. Lateralmente junto ao palco desenvolvem-se lances de escadas que levam a camarins. O amplo espaço desta estrutura de betão é forrado em grande parte com madeira. Interiormente desenvolvem-se corredores de forma rectilínea, que fazem juntamente com as escadas a articulação do interior. Destacam-se os alçados elaborados a partir de um grande geometrismo plástico de reticulados vários. No piso térreo há um espaço reservado a um guarda, com instalação de cozinha e sanitários, que dá acesso para um pátio murado, com portão de entrada pela fachada a S.. Adossado a parte da fachada O. e em avançamento destaca-se um corpo de um piso coberto por terraço, que pertence a um Bar do Cine-Teatro, de planta trapezoidal, de interior de espaço único. GRUPO ESCULTÓRICO alegórico, cor de bronze, composto por cinco figuras femininas colocadas em friso, separadamente umas das outras, identificáveis pelos objectos alegóricos que seguram e apresentam a quem passa em forma de convite. Figuras delicadas, elegantes, de linhas puras, representadas com grande sentido de seriedade. A unidade da escultura é conferida pelas posturas de braços e mãos que conferem não só unidade à obra como lhe dá vida e movimento.

Acessos

R. Joaquim de Almeida, R. Cândido dos Reis, R. Luís Calado Nunes

Protecção

Categoria: IM - Interesse Municipal, Edital n.º 85/2009 da Câmara Municipal do Montijo de 25 junho 2009

Enquadramento

Urbano, em planície, adossado lateralmente em parte da fachada ocupada pelo Bar a O., a prédio de habitação; preenche um gaveto formado por encontro de duas ruas, e a sua fachada a S. está alinhada por outras em sequência de rua integrada em processo de urbanização.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Cultural e recreativa: cine-teatro

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Sérgio Gomes. ESCULTORES: José Farinha e Martins Correia (grupo escultórico).

Cronologia

1953 / 1956 - Construção do edifício, empreendimento da iniciativa de quatro empresários locais, Isidoro Sampaio de Oliveira, José Sampaio de Oliveira, Gabriel da Fonseca Mimoso e Luís da Silva Salgado de Oliveira; 1957, 20 de Outubro - Inauguração do Cine-Teatro *1; 1991 - cessa a actividade, devido a problemas financeiros; 1996, 08 março - despacho de abertura do processo de classificação; 1999 - é adquirido pela Câmara Municipal para o transformar em fórum municipal; 2000 - abertura de concurso para obras de intervenção. Ficando o concurso deserto a Câmara Municipal faz uma consulta a 8 empresas; 2002 - foi celebrado contrato com uma empresa, sendo recusado pelo tribunal de contas; 2006, 12 dezembro - despacho de revogação e de encerramento do processo de classificação no âmbito do IPPAR, por não ter valor nacional; 2008, 20 agosto - proposta para classificação como Imóvel de Interesse Municipal aprovada em Reunião de Câmara.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes, estrutura autoportante.

Materiais

Alvenaria, reboco, cantaria, madeira, ferro, tijoleira, tijolo.

Bibliografia

GRAÇA, Luís, Edifícios e Monumentos Notáveis do Concelho de Montijo, Montijo, 1989; LUCAS, Isabel Maria Mendes Oleiro, Subsídios para a História do Concelho do Montijo - Cronologia Geral, Montijo, 1997

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMM: gabinete técnico da Câmara

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMM: arquivo fotográfico da Câmara.

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

*1: Inauguração oficial, para se patentear ao público com a peça de teatro, O Prémio Nobel. Esta casa de espectáculos faz parte do grupo de três edificações de equipamento citadino edificado e inaugurado no Montijo na década de 50 deste século. Além dele foram edificados o Mercado Central inaugurado em 1957 e a Praça de Touros inaugurado no mesmo ano.

Autor e Data

Albertina Belo 1999

Actualização

 
 
 
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