Paços Reais e Capela da Rainha Santa Isabel

IPA.00006880
Portugal, Leiria, Leiria, União das freguesias de Monte Real e Carvide
 
Arquitectura residencial, medieval. Resto de paços reais medievais e campanário. Arquitectura religiosa, maneirista e revivalista. Igreja de nave única e capela-mor
Número IPA Antigo: PT021009160035
 
Registo visualizado 1448 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Residencial senhorial  Paço real    

Descrição

Planta retangular formada pela articulação de três corpos, um espaço murado por quatro paredões rematados em merlões, apresentando dois arcos ogivais e aberto por duas portas de verga recta, uma das quais, com cornija saliente, acede à CAPELA de frontespício adossado ao paredão com remate em empena angular sobressaindo à altura das ameias e sineira. Cobertura em telhado diferenciado de duas águas, prolongando-se em aba corrida sobre sacristia. Fachada O. composta por contraforte (entre o Paço e Capela), pano da nave e da capela-mor (saliente). Fachada S. em empena angular aberta por duas frestas sobrepostas. Fachada E. em empena recta, aberta na capela-mor por janelão ogival; corpo saliente da nave rasgado por janela recta e contraforte disposto paralelamente à lateral. INTERIOR de nave única com pavimento lajeado e cobertura em tecto de madeira disposto em três planos, arco triunfal pleno, ladeado por dois altares, abre para capela-mor de pavimento e cobertura da mesma feição com altar contendo imagem do orago. Iluminação feita pelas janelas da nave e capela-mor. No pavimento lajeado da nave estão dispostas lápides tumulares oitocentistas.

Acessos

Parte alta de Monte Real. WGS84 (graus decimais) lat.: 39.849968, long.: -8.856159

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Periurbano. Implantação destacada no cimo de um outeiro donde se avistam os campos do Lis. O edifício encontra-se rodeado por árvores sendo o acesso efectuado por escadaria (v. PT021009160015).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: paço real

Utilização Actual

Religiosa: capela

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Leiria - Fátima)

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 14 / 17 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1292, outubro - D. Dinis funda a povoação de Monte Real, no Reguengo de Ulmar; 1300, 4 agosto - a Rainha Santa Isabel, Senhora de Leiria e dos seus termos, manda construir os Paços de Monte Real (conjectural); 1310 - carta de aforamento de D. Dinis, sendo Monte Real elevada à categoria de vila com juiz ordinário e câmara de três vereadores; 1425, 1 janeiro - D. João I, em Santarém, concede o benefício de 20 dos 40 besteiros de Leiria se empregarem na abertura dos seus reguengos; 1433, 9 de Dezembro - D. Duarte segue o exemplo de seu pai confirmando o foral de D. Dinis; 1439, 5 julho - D. Afonso V revalida o mesmo foral; 1463, 22 de Agosto - D. Afonso V doa a D. Pedro de Meneses, conde de Vila Real, os direitos e rendas do Campo de Ulmar, ficando os moradores de Monte Real e dos outros reguengos de Leiria sob pesados impostos; 1504, 10 maio - D. Manuel concede o foral novo a Leiria, deixando os Reguengos de Ulmar mais pesados com impostos do que os outros concelhos de Leiria e determinou que os moradores de Monte Real teriam o privilégio do quarto das colheitas, não do mar à Bóca, mas do mar ao Paço, um quilómetro mais a jusante; 1512 - é desmembrada a freguesia de Monte Real da freguesia de São Tiago do Arrabalde. Monte real é criada freguesia pelo bispo da Guarda, D. Pedro Vaz de Gavião, Prior-Mor do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, que era então defensor do senhorio eclesiástico do termo de Leiria; 1528, 18 novembro - D. João III confirma os direitos de Monte Real; 1568, 4 julho - confirmação feita em nome de D. Sebastião; 1605 - a Capela da Rainha Santa é mandada construir pelo bispo de Leiria, D. Martim Afonso Mexia, dentro das ruínas dos Paços Reais, para impedir que D. Miguel de Meneses, duque de Caminha, ali construísse um palácio; 1633, 20 julho - confirmação feita por Filipe III; 1632 - o bispo de Leiria, D. Dinis, separa de Monte Real o lugar de Carvide; 1641 - com a Restauração de 1640 e a degolação do marquês de Vila Real e do seu filho, o duque de Caminha, volta Monte Real ao domínio da coroa; 1654, 11 agosto - Monte real é incluída na Casa do Infantado; 1658, 12 abril - D. Pedro recebe a doação da Vila e Póvoa de Monte Real. Os moradores passaram a gozar do privilégio da isenção de impostos; 1793, 9 abril - D. Maria I mantém os privilégios de Monte Real; 1834 - é extinta a Casa do Infantado. O Concelho de Monte Real foi anexado ao de Leiria; 1899 - restauro das paredes dos Paços Reais por orientação de R.X. da Silva, que pode ter resultado numa alteração completa das feições das ruínas; 1950, 12 agosto - pedido do conservador de classificação como Monumento Nacional dos Reais Paços. A Fazenda Pública perfilha a ideia de que embora os restos deste antigo edifício não tenha excepcional valor artístico, merece ser conservado pelo seu significado e valor artístico, além do interesse turístico, e dado o estado de ruína em que se encontra; 1950, 23 julho - no ofício nº 151/50 a junta de Turismo de Monte Real refere à Direcção geral da Fazenda Pública que dos antigos Paços Reais apenas restam hoje algumas paredes em ruína, que embora não tenham valor artístico importa conservar e proteger do vandalismo; 1951, 13 abril - a Direcção dos Serviços dos Monumentos Nacionais, informa que as ruínas não possuem qualquer interesse que motive a sua classificação. O restauro efectuado no séc. 19 pode ter resultado numa alteração completa da feição das ruínas, sendo lícito admitir que o que hoje se nos apresenta nenhumas semelhanças tenha com as ruínas que até à data existiriam; 1964, 28 fevereiro - a Comissão Regional de Turismo de Leiria, defendendo promover o arranjo dos antigos Paços Reais, de traço medieval, cuja edificação se atribui à Rainha Santa Isabel, solicita ao Ministério das Obras Públicas o interesse pelo estudo do referido arranjo; 1967, 22 fevereiro - a Direcção de Serviços dos Monumentos Nacionais informa que se verificou no local terem sido executadas as obras pela entidade em condições muito satisfatórias; 1981, 23 janeiro - a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais não concorda com a adaptação a pousada dos Paços Reais de Monte Real, pois não reunem condições.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes e estrutura autoportante.

Materiais

Estrutura em aparelho rusticado (Paços), Estrutura em alvenaria e cantaria, lajes, madeira, telha rebocos (Capela).

Bibliografia

ALBERTO, Isidro da Piedade, Monte Real - Terra Histórica Ontem e Hoje, Leiria, 1991; LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, vol. 5, Lisboa, 1875; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Inventário Artístico de Portugal, Vol V, Lisboa, 1955; SOUSA, Acácio, SOUSA, Gentil Ferreira e, CARDOSO, Orlando, Levantamento do Património Edificado, Leiria, 1990.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

CMLeiria / DGEMN: 1967 - consolidação estrutural, arranjo da envolvente.

Observações

João de Almeida no Roteiros dos Monumentos Militares Portugueses, atribui uma outra finalidade ao edifício (Paço). Seria um castelo medieval reconstruído por D. Dinis sobre um castro lusitano, local escolhido atendendo à estratégica posição que ocupa sobre o vale do Lis. Essa reconstrução, adianta o mesmo autor, dataria de 1291.

Autor e Data

Lurdes Perdigão 1999

Actualização

 
 
 
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