Igreja Paroquial de Cachoeiras / Igreja de Nossa Senhora da Purificação

IPA.00006808
Portugal, Lisboa, Vila Franca de Xira, União das freguesias de Castanheira do Ribatejo e Cachoeiras
 
Arquitectura religiosa, maneirista e barroca. Igreja paroquial. Conjunto rico e diversificado do ponto de vista da componente ornamental, devendo destacar-se a qualidade do revestimento azulejar padronado policromo da nave, o retábulo-mor de talha dourada barroca, as composições pictóricas sobre madeira nas paredes (séc. 16) e no tecto da nave (séc. 18) e mesmo a teia (de pau preto entalhado e mármore) que precede o presbitério. Na capela baptismal conserva-se uma pia quinhentista.
Número IPA Antigo: PT031114030020
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

De planta longitudinal composta pela justaposição de 2 rectângulos (nave e capela-mor), o edifício apresenta volumetria escalonada, sendo a cobertura diferenciada efectuada por telhados a 1, 2 e 3 águas e em domo. Em reboco pintado, o edifício apresenta alçado principal delimitado por pilastras de cantaria de aparelho rusticado, visível ao nível da metade inferior. Vazado a eixo por portal de verga recta destacada com emolduramento simples de cantaria, o portal é encimado por ornamentação escultórica em estuque caracterizada por forma cartelar de feição com as letras AM, ladeada por 2 janelas de peito rectangulares. O edifício é superiormente rematado por cornija, acima da qual se eleva ao centro, pano de muro curvo com estuques policromados, ladeado por paramento recortado a terminar em aletas; o conjunto é delimitado por pináculos. Reconhece-se adossado ao alçado principal do lado esquerdo a presença de torre sineira com os cunhais em aparelho de cantaria de efeito rusticado: de planta quadrada, apresenta ao nível do remate do corpo descrito, 4 ventanas sineiras sobrepujadas por cúpula hemisférica a incorporar relógio, animado por pináculos nos acrotérios. INTERIOR: nave única com cobertura em tecto de madeira de 3 panos, ornado com pintura sobre tábua, com muros revestidos por lambril azulejar setecentista de padrão e pintura de marmoreados, do lado da Epístola, capela com pia baptismal quinhentista, e de púlpito de madeira ladeado por capela inscrita em arco de volta perfeita, delimitada por gradeamento em ferro forjado. Coro-alto adossado à face interna da fachada. Precede a capela-mor, arco triunfal alteado em cantaria, delimitado por 2 altares colaterais em talha dourada. Com cobertura em abóbada de nervuras animada por apontamentos ornamentais em pintura mural, a capela-mor apresenta panos laterais totalmente decorados por azulejos de padrão setecentistas, registando-se do lado da Epístola a existência de lápide tumular e porta de acesso à sacristia (onde se distingue lavabo seiscentista em cantaria). No muro de topo, reconhece-se retábulo em talha dourada composto por colunas de fuste torso animadas por pâmpanos, a inscrever camarim albergando trono, sobrepujado de coroa suportada por anjos. Complementam o altar, figurações escultóricas de São Francisco, São Sebastião, Nossa Senhora da Conceição e São Pedro.

Acessos

Rua do Miradouro, Cachoeiras. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,985850; long.: -9,015400

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 1161/2009 de 02 novembro 2009

Enquadramento

Rural, destacado, isolada por adro em posição altimétrica dominante, ao qual se acede por escadaria de lanço recto.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Lisboa)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

Séc. 16 - construção da primeira igreja matriz de Cachoeiras, povoação pertencente à Casa da Rainha desde o séc. 15, da qual resta como vestígio a pia baptismal; séc. 17 - colocação dos azulejos no interior do edifício; 1641 - reedificação da igreja por iniciativa por Bartolomeu Dias Ravasco, guarda-mor dos coutos do rei, o qual se constitui como seu padroeiro reservando a capela-mor para local de sua sepultura; séc. 18 - campanha decorativa, responsável designadamente pelas pinturas sobre madeira que se observam no tecto da nave e pela decoração estucada e policromada da fachada principal do edifício; execução do retábulo-mor; 1984, 08 fevereiro - proposta de classificação do edifício pela CMVila Franca de Xira; 1994, 06 julho - Despacho de abertura do processo de classificação pelo presidente do IPPAR; 1995, 22 dezembro - porposta da DRLisboa de classificação como Imóvel de Interesse Público; 2005, 25 outubro - proposta da DRLisboa de fixação da Zona Especial de Proteção; 20 dezembro - parecer favorável à classificação e definição da Zona Especial de Proteção pelo Conselho Consultivo do IPPAR; 2007, 12 junho - Despacho de homologação da classificação e fixação da Zona Especial de Proteção pela Ministra da Cultura.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes (nave); Estrutura autónoma (capela-mor)

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado e fundido, madeira pintada e dourada, azulejos (séc. 17)

Bibliografia

CARDOSO, Pe. Luís, Dicionário Geográfico, Vol. I, Lisboa, 1747; BAPTISTA, João Maria, Corographia Moderna do Reino de Portugal, Vol. IV, Lisboa, 1876; LEAL, A. de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Vol. III, Lisboa, 1874; PEREIRA, Esteves, RODRIGUES, Guilherme, Portugal. Diccionário Histórico, Chorographico, Biographico, Bibliographico, Heráldico, Numismático e Artístico, Vol. II, Lisboa, 1905; Freguesia de Cachoeiras, in A Hora, Nº 29, 1936; CÂNCIO, Francisco, Algumas Considerações sobre as Cachoeiras, in Vida Ribatejana, Vol. II, nº Especial, 1940; AZEVEDO, Carlos, FERRÃO, Julieta, GUSMÃO, Adriano, Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Vol. III, Lisboa, 1963; BASTOS, Fernando Pereira, Apontamentos sobre o Manuelino no Distrito de Lisboa, Lisboa, 1991; MACEDO, Lino de, Antiguidades do Moderno Concelho de Vila Franca de Xira, Vila Franca de Xira, 1992 (1ª edição 1893); O Concelho em que Vivemos, Vila Franca de Xira, 1998

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IGESPAR: IPPAR: pº nº 90/23-14(1)

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: c. 1984 - preenchimento de lacunas no revestimento azulejar seiscentista da nave com réplicas dos azulejos originais realizados na Fábrica Viúva Lamego; c. 1987 - pintura dos retábulos de talha dourada (sobre o douramento); c. 1992 - substituição do telhado (sem que todavia se procedesse ao restauro do tecto); c. 1995 - revestimento da mesa do altar com azulejos de padrão sobrantes do revestimento da nave; 1999 - obras de restauro e beneficiação geral com financiamento do MEPAT.

Observações

Autor e Data

Teresa Vale e Maria Ferreira 1999

Actualização

 
 
 
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