Quinta de Nossa Senhora do Monte do Carmo / Biblioteca Municipal de Odivelas

IPA.00006806
Portugal, Lisboa, Odivelas, Odivelas
 
Arquitetura residencial, seiscentista e oitocentista e arquitetura cultural, do séc. 20. Quinta de produção composta por zona residencial e capela seiscentista, ampliada e remodelada no séc. 19 e 20, formando dois corpos, a zona residencial e a dos trabalhadores, unidos por pátio, possuindo um jardim formal junto à casa, a zona dos animais junto à casa dos trabalhadores, sucedendo-se várias alamedas, ladeadas pela horta no lado E. e o pomar no lado oposto, que desembocam num grande lago. A casa é de planta quadrangular, evoluindo em dois pisos, o inferior com a zona pública e o superior, aproveitando as coberturas, ocupado pelos quartos, com escadas centrais e corredores de distribuição. É rasgada por vãos retilíneos, formando portas, janelas de peitoril e janelas de varandim. A capela é de planta retangular, composta por nave e capela-mor, com coberturas diferenciadas em falsas abóbadas de berço, ornados por estuque decorativo, iluminada por janelas retilíneas rasgadas na nave. O portal é seiscentista e rasga-se na fachada lateral, antecipada por pequeno muro e portão retilíneo. Possui retábulo-mor de talha dourada, do estilo barroco nacional, de planta reta e três eixos. A atual biblioteca é composta por dois pisos, o térreo com a zona de leitura e cafetaria, surgindo, o auditório e reservas no piso inferior, com amplos acessos envidraçados, protegidos por alpendres. Antiga Quinta, loteada, de que subsiste o núcleo edificado primitivo, destacando-se a Capela, com retábulo de talha do estilo nacional, o púlpito com bacia setecentista e o portal e vãos, seiscentista, o primeiro com remate em apainelado decorado e almofadados, encimado por frontão interrompido por cruz, mas que evidencia ter possuído aletas volutadas. Mantém, no pavimento interior, a lápide sepulcral de Gil Vaz Lobo. O edifício residencial, completamente despojado do seu recheio e reinterpretado no seu espaço interior, tendo em conta a sua nova funcionalidade, mantém as antigas paredes, exteriormente marcadas por frisos de azulejo, de inspiração Arte Nova, e por janelas centrais em arcos abatidos, contrastando com as linhas retas dos demais vãos, possuindo molduras recortadas, existindo, na fachada virada ao exterior, uma janela de sacada. Para o pátio, abrem as janelas alpendradas, sustentadas por colunelos em ferro e rematadas por lambrequins, de que subsistem raros vestígios. O novo edifício, adossado à fachada posterior, não resulta dissonante, composto por um único piso e com acessos retilíneos e envidraçados, protegidos por pátios e alpendres, adaptando-se à linguagem do conjunto primitivo. Possui no extremo esquerdo, vestígios da fonte que encimava um poço de abastecimento das dependências destinadas aos animais, atualmente em péssimo estado de conservação e que urge recuperar.
Número IPA Antigo: PT031116030012
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa    

Descrição

Planta retangular irregular composta por quatro corpos articulados, o do lado esquerdo correspondente às antigas casas dos serviçais da quinta, em estado de ruína, que se separa por um pátio da antiga residência, atual biblioteca, de planta retangular, ligada por estreito corpo retilíneo à capela, surgindo, no extremo NE., um novo corpo adossado, também ele retangular. Possui coberturas diferenciadas em telhados de duas e quatro águas no corpo arruinado, de doze águas inscritas em cobertura plana na residência, a duas águas na capela e em terraço praticável no novo corpo. O CORPO ARRUINADO é composto por dois corpos adossados, ambos em alvenaria, percorridos por soco de cantaria, que na fachada principal se adapta ao ligeiro declive do terreno. Fachada principal virada a SO., revestida a azulejo de padrão bícromo, verde e branco, rematando em friso polícromo, de motivo fitomórfico unido por festões, encimado por platibanda plena, dividida por almofadados e acrotérios. Divide-se em quatro panos por frisos verticais em cantaria, e em dois pisos definidos por frisos de cantaria. Os panos do extremo esquerdo e central são rasgadas por cinco portas de verga reta e seis janelas de peitoril, no primeiro piso, sendo encimados por onze janelas de peitoril com guarda metálica vazada; todos os vãos são retilíneos e possuem molduras simples em cantaria, sendo protegidas por caixilharias de alumínio, algumas de madeira e com portadas interiores. O pano do lado direito é centrado por portal em arco abatido com fecho saliente, ladeado por duas portas retilíneas e duas janelas de peitoril com modinaturas semelhantes às anteriores; no segundo piso, cinco janelas de varandim com guardas metálicas e caixilharias de alumínio. Fachada lateral esquerda marcada pelo adossamento da estrutura de uma fonte que ficava junto a um dos poços da quinta, em empena cega e com vestígios de um nicho, emoldurada a cantaria de silharia fendida. A fachada lateral direita encontra-se virada ao pátio, marcado por um amplo alpendre de madeira e sustentado por colunelos finos metálicos, com vestígios de lambrequins do mesmo material, sendo rasgada, no extremo direito, por porta de verga reta; no segundo piso, janela de peitoril em arco abatido, tendo moldura recortada e remate em pequeno friso, rematando em empena curva, friso de azulejo polícromo e cornija, ladeado por dois panos de muro mais baixos, rematando em platibanda e ornado por friso estriados. A fachada posterior é rebocada e pintada de amarelo, formando o acesso a residências individuais, compostas por três balcões com escadas de alvenaria e guardas planas, que leva, às portas de verga reta, ladeadas por janelas de peitoril com o mesmo perfil; no piso inferior, janelas de arejamento, jacentes. O PÁTIO é fechado por muros a SO. e NE., o primeiro rasgado por portão ladeado por pilares em silharia fendida, encimados por urnas, surgindo, no lado oposto, um portão e pequena porta de verga reta de acesso ao espaço, pavimentado a gravilha e terra batida, bastante arruinado. A ANTIGA CASA possui as fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por alto soco em cantaria de granito, rematadas em friso e cornija, encimados por platibandas plenas ornadas por estrias, que centram empenas mais altas, a marcar o segundo piso recortadas e ornadas por frisos em azulejo polícromo e cornijas. A fachada principal, virada a SO., possui o soco rasgado por janelas de arejamento jacentes, surgindo, no piso imediato, cinco janelas de varandim, com guardas metálicas; na empena, janela de sacada, assente em duas consolas de cantaria e bacia do mesmo material, tendo guarda metálica, que também surge nas duas janelas de varandim que a ladeiam. Fachada lateral esquerda, rasgada por janelas retilíneas, com varanda semelhante à do espaço arruinado. No lado direito, forma uma reentrância, um pequeno pátio, de acesso ao interior do edifício, através de portal retilíneo, protegido por alpendre metálico e com guarda-vento em vidro. Para este pátio, dão as antigas janelas da casa, formando bíforas, a da empena ladeada por duas janelas de peitoril em arcos abatidos. Fachada posterior rasgada por portas retilíneas no piso inferior, que abrem para um pequeno pátio ajardinado, que estabelece a ligação ao NOVO CORPO, com as paredes rebocadas e pintadas de branco, rematadas por guarda metálica vazada, que protege as coberturas planas. Fachada principal virada a NO., possuindo uma ampla entrada alpendrada sustentada por pilar no extremo esquerdo e com acesso por porta de verga reta. O lado direito, revestido a cantaria, é cego. Fachada lateral esquerda cega, com vão no extremo direito de acesso ao alpendre. Fachada lateral direita rasgada por quatro janelas jacentes. INTERIOR *2 com acesso por ampla recepção com tecto plano e marcada por vários pilares coloridos, fazendo ligação com uma sala de exposições temporárias, um bar, a antiga capela e um auditório, com 120 lugares e, virando para a fachada NO., uma cafetaria, onde é possível consultar jornais e revistas; possui uma sala de leitura infantil, uma sala de leitura e a sala de multimédia. Junto à capela escadas de acesso ao piso inferior, onde se situam as reservas e depósitos, com acesso por portão adossado à capela. A CAPELA é de planta retangular com as paredes rebocadas e pintadas de branco, rematadas por platibandas plenas lisas. Tem acesso pela fachada SE., com portal de verga reta e moldura simples em cantaria, rematado por friso, cornija e por pequeno painel almofadado, encimado por frontão interrompido por cruz lenhosa; possui duas janelas retilíneas com molduras simples em cantaria e protegidas por grades metálicas. A fachada oposta, possui uma janela semelhante. A fachada virada a SO., é flanqueada por cunhais apilastrados, rematando em frontão triangular revestido a azulejo bícromo, azul e branco, representando o Menino redentor, envolvido por molduras de acantos e festões. A fachada é cega e possui um registo de azulejo polícromo, azul e branco, formando um falso nicho. INTERIOR com acesso pela galeria da Biblioteca, com as paredes rebocadas e pintadas de branco, com teto plano, também rebocado e pintado de branco, e pavimento em lajeado de calcário. No lado do Evangelho, o antigo púlpito, de que resta a base em cantaria, sustentando uma pedra com cruz gravada. Arco triunfal de volta perfeita, assente em impostas salientes, pintadas de cinza, e com fecho saliente e volutado, de acesso à capela-mor, elevada por um degrau. Tem retábulo de talha dourada, de planta reta e três eixos definidos por quatro colunas torsas, ornadas por pâmpanos, assentes em consolas, e por duas pilastras exteriores com os fustes ornados por motivos fitomórficos; as colunas e pilastras prolongam-se em três arquivoltas, as primeiras torsas, formando o ático, percorrido por aduelas no sentido do raio, formando apainelados decorados por acantos. Ao centro, tribuna de volta perfeita, assente em meias-pilastras com os fustes ornados por acantos, contendo fragmentos do painel de fundo, ornado por resplendor. Os eixos laterais possuem nichos de volta perfeita, envolvidos por talha vazada, formando motivos vegetalistas. Tem altar moderno, em cantaria de calcário, sobre supedâneo de um degrau do mesmo material. No pavimento, uma lápide tumular.

Acessos

Rua Combatentes da Grande Guerra. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,792299, long.: -9,18203

Protecção

Em vias de classificação. Incluído na Zona de Protecção do Mosteiro de Odivelas (v. PT031116030003)

Enquadramento

Urbano, isolado, implantado numa zona plana, com a zona da antiga quinta a evoluir por uma elevação a N.. Encontra-se virado à via pública que atravessa a povoação, exceto no extremo SE., onde se forma um pequeno largo, onde se integra um chafariz oitocentista (v. PT031116030038). Está rodeado por edifícios residenciais multifamiliares, estando fronteiro ao Edifício na Rua dos Combatentes da Grande Guerra, nº 5 (v. PT031116030039), tendo, nas traseiras uma pequena via pavimentada a calçada, que subsiste da primitiva Quinta, surgindo a NO. e num pátio formado por edifícios, vestígios de uma primitiva zona ajardinada e, mais afastado, mas na mesma direção, vestígios do primitivo grande lago, aproveitado para a construção do Odivelas Skate Park (v. PT031116030058) *1.

Descrição Complementar

Sobre o alpendre de acesso à biblioteca, a inscrição: “BIBLIOTECA MUNICIPAL / D. DINIS”. O registo de azulejo da capela forma um falso nicho, ladeado por colunas torsas ornadas por pâmpanos, assentes em dados ornados por rosetões, as quais se prolongam em arquivolta, envolvida por enrolamentos e motivos fitomórficos e por festões, representando, ao centro, Nossa Senhora do Carmo a salvar as Almas. Na base, a inscrição “NOSSA SENHORA DO MONTE DO CARMO”.

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Cultural e recreativa: biblioteca municipal

Propriedade

Pública: municipal (biblioteca e capela) / Privada: pessoa singular (zona arruinada)

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 17 / 18 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Fernando Martins (1998). CONSTRUTOR: HCI, Construtores, SA. (1998-1999).

Cronologia

1669, 11 dezembro - aforamento de um terreno a Gil Vaz Lobo Freire, alcaide-mor da vila de Sintra e valoroso comandante militar, por meio tostão e um frango; séc. 17, final - fundação e edificação da capela de Nossa Senhora do Monte do Carmo por Gil Vaz Lobo; 1678 - falecimento, em Castelo Branco, de Gil Vaz Lobo, posteriormente trasladado para a capela de Nossa Senhora do Monte do Carmo, sepultado junto ao altar; os seus bens são herdados pelo sobrinho António de Miranda Henriques, o qual igualmente lhe sucede nos cargos que detinha, visto ter apenas uma filha, D. Luísa Maria Simoa de Moura e Andrade, abadessa no Mosteiro de Odivelas e falecida em 1678; a quinta passa a ser designada por Quinta do Miranda; séc. 18 - reforma da capela e feitura do retábulo-mor; 1758 - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo cura Joaquim Lopes Cardoso, é referenciada a capela de Nossa Senhora do Monte do Carmo, pertencente a José Joaquim de Miranda Henriques; 1856 - é hipotecada pelos seus proprietários Francisco de Paula Marques e sua esposa, D. Francisca Luísa de Miranda Brito e Marques, residentes em Lisboa; na escritura, a quinta é descrita como estando totalmente murada, tendo acesso por um pátio, composto por arcos de cantaria e algumas parreiras, ladeada por capela com porta para a rua; tem uma adega, com lagar de cantaria, palheiro e acomodações para gado; possui vinha, árvores de fruto e espinho, horta, dois poços com noras e tanque, abastecido por aqueduto; 1879 - a quinta é perdida, por via judicial, pelos seus antigos proprietários, que não conseguem cobrir a hipoteca; 1880 - aquisição do imóvel em hasta pública por José Rodrigues Mendes, nascido na freguesia de Nossa Senhora do Monte do Carmo, no Crato, que ordena a sua recuperação; passa a ser designada pela Quinta de Nossa Senhora do Monte do Carmo ou popularmente por Quinta do Mendes; a imagem da Virgem tem rico manto de seda e rendas, com brincos de ouro e pedras lavradas; séc. 19, final - o genro, João António de Sousa, manda plantar palmeiras, roseiras e buxos nos jardins, decorar lagos e cascatas e ampliar as capoeiras, onde despende cerca de 40:000$000; séc. 20, início - a sua viúva, Virgínia Clara Mendes, manda colocar energia eléctrica, sem danificar a canalização do gás, coloca uma rede de campainhas e manda fazer arruamentos na quinta; 1925 - é baptizado na capela da casa Manuel Pedro Lima de Sousa; séc. 20, década de 40 - a casa evidencia sinais de degradação; 1953 - venda da quinta e terrenos anexos, com 43 hetares, uma casa com 26 divisões e a capela ao Dr. Augusto Abreu Lopes pelos herdeiros da antiga proprietária; cedência de parte dos terrenos da Quinta para a construção de um reservatório de água e de um Bairro das Obras Públicas; 1970 - o médico cede a casa para a construção da Cantina Escolar D. Dinis; 1992 - ocorrem três incêndios na casa; 1997 - a capela encontra-se sem cobertura; 1998 - 1999 - instalação no local da Biblioteca Municipal de Odivelas, após recuperação do imóvel; recuperação da imagem da capela e do túmulo do fundador, obras levadas a cabo pela empresa HCI, Construtores, SA., conforme projeto do arquiteto Fernando Martins.

Dados Técnicos

Sistema estrutural misto.

Materiais

Estrutura em alvenaria mista, rebocada e pintada, sendo em betão no novo edifício; pavimentos, modinaturas, bacia do púlpito, altar, cruzes, cornijas, socos em cantaria de calcário; retábulo de talha dourada; frisos e revestimentos a azulejo industrial; janelas com vidro simples e foscos; caixilharias de alumínio e de madeira, existindo portadas de madeira; cobertura em telha.

Bibliografia

FERREIRA, Manuela, Toponímia da Freguesia de Odivelas, Odivelas, Junta de Freguesia de Odivelas, 2005; Odivelas - um Concelho a descobrir, Odivelas, Câmara Municipal de Odivelas, 2005; Património Cultural Construído, Loures, 1988; VILLARINHO, Luísa, Uma Casa de Férias em Finais do Século XIX. Quinta de Nossa Senhora do Monte do Carmo, Lisboa, SPB - Editores e Livreiro, Lda., 1997.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, SIPA; CMOdivelas

Documentação Administrativa

DGARQ/TT: Memórias Paroquiais. Odivelas (vol. 26, Memória nº 6, pp. 56 – 69), Cartório Notarial de Lisboa (Caixa 35, Livro 172, fls. 94 - 98 v., Livro 187, fls. 31 v. - 32 v., Livro 190, fl. 89 - 89 v.); AHCML: Administração (Cod. 31 /170, fl. 72)

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1998 / 1999 - construção de um novo corpo adossado; transformação da antiga residência em espaço de leitura da biblioteca e de auditório, com renovação das coberturas e pavimentos; tratamento de rebocos e pinturas; restauro dos azulejos; arranjo e ajardinamento dos pátios internos; tratamento de cantarias; arranjo das caixilharias e reaproveitamento dos primitivos vãos; restauro da capela, com feitura de novas coberturas, execução de novo altar e conservação do retábulo-mor.

Observações

*1 - a Quinta era composta, no início do séc. 20, pela casa, com ligação à capela e pela casa dos trabalhadores e cocheira, que abrem para um pátio central. Separadas por um arruamento, a Rua da Hortênsias, surgindo, junto à casa, um jardim com caramanchão, surgindo, no lado oposto, as capoeiras, a vacaria e um palmar; No extremo E., a adega, um palheiro, o lagar e a casa do azeite; do jardim, partia a alameda principal e a Rua dos Eucaliptos, surgindo, no lado direito, o pomar, o tanque da horta e uma horta, tendo, no lado oposto, o pomar, o meloal e a eira, possuindo dois poços; no topo da alameda, a casa da lenha, a que se sucede a vinha e a alameda das Nespereiras, de que sai pequena vereda, de acesso ao grande lago, com ponte e mirante central; no topo da quinta, os campos de cultivo e um pinhal. *2 - a casa tinha o acesso principal através da varanda que liga ao pátio, de onde partiam dois corredores de distribuição, o esquerdo ligado à cozinha, despensa e instalações sanitárias, ficando no topo, a casa de jantar, com ligação direta ao pátio da capela, surgindo, no lado direito, o escritório, o salão e a sala do piano; ao centro, escadas de quatro lanços, os intermédios divergentes, de acesso ao segundo piso, onde se situavam as instalações sanitárias e sete quartos. As escadas eram de madeira com guarda metálica em ferro forjado vazado, orando por elementos geométricos; a capela tinha coberturas em falsas abóbadas de berço, ornadas por elementos em estuque decorativo, formando apainelados geométricos, sendo a capela-mor protegida por teia de metal. O púlpito tinha guarda plena de talha pintada, com acesso por escadas no lado direito, sendo o portal protegido por guarda-vento de madeira e vidro; o espaço da capela era percorrido por silhar de azulejos de padrão. A casa tinha as paredes rebocadas e pintadas, com apainelados, excepto a casa de jantar, com lambril de madeira, tendo tetos ornados de estuque e pavimentos em ladrilho hidráulico.

Autor e Data

Teresa Vale e Maria Ferreira 1999 / Paula Figueiredo (SIPA) 2012 (no âmbito da parceria IHRU / CMOdivelas)

Actualização

Paula Figueiredo 2012
 
 
 
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