Igreja Paroquial de Oleiros / Igreja de Nossa Senhora da Conceição

IPA.00006740
Portugal, Castelo Branco, Oleiros, Oleiros-Amieira
 
Igreja paroquial quinhentista, de três naves. Talha do altar-mor em estilo nacional e azulejos na capela-mor da Escola de Lisboa do ciclo dos grandes mestres, próximo ao estilo de Valentim de Almeida. Cobertura em tectos de caixotões. Possui vestígios de azulejaria hispano mourisca do séc. 16.
Número IPA Antigo: PT020506080002
 
Registo visualizado 404 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta por nave, capela-mor mais estreita e baixa, sacristia, anexo e torre sineira. Volumes de disposição na horizontal, à excepção do volume da torre sineira e alguns anexos, de disposição na vertical. Cobertura em telhado de uma, duas e três águas. Fachada principal orientada a O. com três panos limitados por pilastras encastradas na parede e pintadas. No pano central, uma porta de duas folhas com lintel recto com frontão angular, em cujo tímpano se destaca um registo da padroeira encimado por janela com lintel em arco abatido e lápide. O pano do lado esquerdo corresponde ao volume da torre sineira com vão, onde se localiza um sino. Pilastras rematadas por pináculos. Remate em empena angular encimada por cruz latina na nave e cornija com cobertura piramidal na torre sineira. Fachada N. rasgada por uma porta de duas folhas e três janelas de rampa na nave. Na sacristia, duas janelas gradeadas de duas folhas e uma porta. No anexo, dois postigos gradeados. Remate da fachada em beiral. Fachada E. com uma janela gradeada no anexo e uma janela de duas folhas na sacristia. Remate em empena na capela-mor e beiral nos restantes corpos. Fachada S. rasgada por uma janela gradeada na capela-mor. Volume da sacristia com uma janela gradeada e uma janela em alumínio. No volume da nave, uma porta de duas folhas e três janelas de rampa. Os restantes têm lintéis rectos. INTERIOR de três naves definidas por três colunas coríntias sobre plintos quadrangulares. Piso em parquet de madeira e tijoleira, existindo algumas sepulturas brasonadas. Lambrim em azulejo. Tecto tripartido com caixotões pintados com cenas do Antigo Testamento. Coro-alto em madeira com guarda-vento. Adossado a uma coluna do lado do Evangelho, púlpito em xisto. Nas paredes laterais, dois retábulos com tribunas com arcos de volta perfeita, assentes em impostas salientes. Ladeando o arco triunfal com impostas salientes e lintel em arco perfeito, dois retábulos. Capela-mor com piso em madeira, paredes revestidas a azulejos e tecto em abóbada de berço com caixotões pintados. Retábulo-mor em talha dourada.

Acessos

Largo da Igreja

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 618/2014, DR, 2.º série, n.º 142 de 25 julho 2014

Enquadramento

Urbano, isolado, rodeada por adro com pavimento em calçada de granito. Próximo localizam-se a Capela da Misericórdia (v. PT020505080003) e a Capela de Nossa Senhora dos Passos.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Portalegre - Castelo Branco)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16

Arquitecto / Construtor / Autor

ENTALHADOR: José Rodrigues Ramalho (séc. 17). PINTOR de AZULEJOS: Teotónio dos Santos (séc. 18); Valentim de Almeida (séc. 18).

Cronologia

1260, 16 julho - no documento que divide as paróquias entre o bispado da Guarda e o Cabido da Egitânea, a igreja surge como pertencendo ao Cabido; 1320, 23 maio - bula do Papa João XXII concedendo a D. Dinis, por três anos, para subsídio de guerra contra os mouros, a décima de todas as rendas eclesiásticas do reino, não sendo taxadas as igrejas da Sertã, Álvaro, Oleiros e Cortiçada, pertencentes à Ordem do Hospital e integram o termo da Covilhã e bispado da Guarda; 1532 - início da construção do imóvel, por iniciativa de D. Manuel; séc. 17 - execução do retábulo-mor atribuível a José Rodrigues Ramalho; 1639 - registos demonstram que a igreja não se encontrava ainda concluída e ameaçava ruína; 1688 - decisão de construção da torre sineira; séc. 18 - pintura dos azulejos numa parceria de Teotónio dos Santos e Valentim de Almeida; 1784, 19 de Fevereiro - encontrava-se em estado de ruína; 1811 - algum do espólio existente numa sepultura é saqueado aquando das invasões francesas; 1996, 23 dezembro - Despacho de homologação da classificação como Imóvel de Interesse Público; 2003, Agosto - na sequência do calor provocado pelos incêndios que lavraram na região, o retábulo desagregou-se.

Dados Técnicos

Estrutura mista e estrutura autoportante.

Materiais

Xisto, telha marselha, alumínio, reboco, madeira, madeira exótica, granito polido, azulejos, ferro forjado.

Bibliografia

PIMENTEL, D. João Maria Pereira d'Amaral, LEAL, Pinho e outros, Memórias da Vila de Oleiros e do seu concelho, Angra do Heroísmo, 1885; LEAL, Pinho e outros, Portugal antigo e moderno, Dicionário corográfico - Oleiros, Lisboa, 1873; Oleiros - Igreja Matriz, in Arquivo Nacional, 15 de Abril de 1936, nº 223; NUNES, António Pires e RIBEIRO, João Henriques, Castelo Branco e a sua Região: História, Arte, Etnografia, Coimbra, 1980; "Oleiros", in Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1980; FRAGÃO, A. C. Amaral, Novo Dicionário Corográfico de Portugal, Porto, 1981; OLIVEIRA, Manuel, Guia Turístico de Portugal de A a Z, Lisboa, 1990; PROENÇA, Raúl, Guia de Portugal - Beira Baixa e Beira Alta, Vol. II - tomo II, Lisboa, 1994; SERRÃO, Vítor, História da Arte em Portugal - o Barroco, Barcarena, Editorial Presença, 2003; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/72086 [consultado em 14 outubro 2016].

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMO; IPPAR: DRC

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMO; IPPAR: DRC

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID; CMO; IPPAR: DRC

Intervenção Realizada

Câmara Municipal de Oleiros: 1995 - obras de restauro que incluem a remoção do pavimento na nave substituído por soalho de madeira exótica com bordadura de granito polido, rebocada, pintada e acrescentado um lambrim de azulejos modernos nas paredes do corpo da igreja.

Observações

*1 - o Padre não autorizou que se fotografasse o interior. *2 - supõe-se que as colunas da nave que terão pertencido à antiga Igreja fundada pela Ordem do Hospital, no lugar do Mosteiro.

Autor e Data

Luis Castro 1999

Actualização

 
 
 
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