Quinta da Alfarrobeira

IPA.00006711
Portugal, Lisboa, Lisboa, São Domingos de Benfica
 
Arquitectura residencial, barroca, neoclássica e novecentista. Quinta de recreio, composta por palácio, jardim, com lagos e casa de fresco, muito alterada no séc. 20, tendo sido construídos vários anexos, de apoio à sua nova função, de carácter militar. A casa é de planta rectangular simples, evoluindo em dois pisos separados por friso de cantaria, com portal principal virado para um pátio, a que se acede por portão em arco abatido, flanqueado por gigantes em silharia fendida, o qual esconde a fachada de aparato, composta por átrio antecedido por arcadas de volta perfeita, também elas em silharia fendida. Todo o edifício é rasgado regular e simetricamente por vãos rectilíneos, correspondentes a portas ou janelas de peitoril, excepto na fachada posterior, onde se desenvolve uma sacada corrida, com três janelas. A única excepção é o portal de acesso ao interior da casa, em arco contracurvado e com decoração mais exuberante, com molduras côncavas e remate em cornija. A fachada virada ao exterior é sóbria, centrada pela capela da casa, que remata em frontão triangular. O interior é composto por pequeno vestíbulo, de onde evolui uma escadaria em cantaria, mas de pequenas dimensões, com arcadas de volta perfeita na zona superior, dando acesso a corredores laterais, que comunicam com as várias dependências. No piso inferior, as salas são intercomunicantes, apresentando coberturas de madeira plana ou em gamela. A capela é a zona mais elaborada do edifício, de planta longitudinal simples, composta por nave e capela-mor, com coberturas diferenciadas em abóbada de vela na nave e de berço com caixotões pétreos na capela-mor, amplamente iluminada pelas janelas da tribuna. É composta por apainelados almofadados em cantaria de várias tonalidades, com arco triunfal de volta perfeita e moldura côncava e altar obedecendo à simplicidade das normas pombalinas, composto por um painel pintado, emoldurado a cantaria, sob o qual surge um altar paralelepipédico. Na fachada posterior, surge o jardim. No séc. 20, foram construídos anexos militares, entre os quais um enorme pavilhão modernista, com amplo acesso por portal de verga recta, mais elevado que os dois pisos do edifício, rasgado uniformemente por janelas rectilíneas, com corredor central, que acede às várias dependências. Relativamente aos jardins, é ainda possível ler a linguagem barroca embora as existências sejam apenas fragmentos da estrutura inicial, patente nos eixos inscritos no terreno e nos fragmentos do jardim de buxo ainda presentes. Quinta de veraneio, de linhas simples, neoclássicas, de pequenas dimensões, revelando a sua ocupação sazonal, apresentando elementos barrocos no interior da capela e em certos elementos decorativos, mas apontando o esquema classicista que o período pombalino iria optar. No edifício, destaca-se a fachada de aparato, virada a um pátio, composta por arcadas e com portal bastante decorado, onde se destaca a pedra de fecho, em forma de cabeça de guerreiro, que abre para um pátio, marcado por uma fonte desactivada, encimada por registo de azulejo religioso, policromo e de expressão barroquizante, representando Nossa Senhora da Conceição. A fachada posterior, virada ao jardim, apresenta um pano central saliente, com janelas que abrem para uma sacada corrida, encimada por mansardas, correspondendo à zona nobre do edifício. No interior, destaca-se a Capela, onde abundam os jogos de pedraria de várias tonalidades, com almofadados pontuados por querubins, a enquadrar telas pintadas; o retábulo-mor apresenta as mesma soluções, pontuado por laçarias douradas e por estípides em pedras semi-preciosas, revelando o gosto pela policromia barroca. A escadaria é sóbria, tendo sido ampliada em épocas posteriores, por uma estrutura com pilastras de madeira e tecto em apainelados com estrela central, consistindo a única nota decorativa no espaço. Nos jardins, destaca-se a existência de uma pérgula, anexa à casa, com acesso por portal flanqueado por ilhargas côncavas, revestidas a azulejo, formando uma rectícula florida, onde se rasgam dois nichos, que possuíam imaginária. No lado oposto, um tanque suspenso, assente em arcarias, que permitem o acesso à zona inferior do mesmo, coberto a abobadilha, sendo o exterior dos muros do tanque revestidos a azulejo, em monocromia, de roxo manganês, representando cenas de género e mitológicas; este tanque estava na base do sistema hidráulico da Quinta, permitindo canalizar a água para os pomares e jardim, que é seccionado por um muro, rasgado por portal rectilíneo, onde surgem duas esfinges, em pose teatral. O pavilhão militar é muito simples, tendo algumas dependências destinadas a museu, onde se reúnem várias peças relativas à medicina durante as campanhas militares. O jardim possui uma estrutura de rega e drenagem integradas entre si, de nível técnico altamente sofisticado para a época, cuja peça fundamental é o tanque suspenso, sendo a parte superior aplicada no armazenamento da água de rega enquanto a parte inferior, parcialmente situada abaixo da linha de terra, aplicada na drenagem do terreno envolvente do tanque, permanecendo alagada durante quase todo o ano.
Número IPA Antigo: PT031106390063
 
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Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Residencial unifamiliar  Quinta  Palacete  

Descrição

Núcleo edificado de planta em L invertido, com muro na zona posterior, em alvenaria de tijolo, rebocada e pintada de beje, onde se implementam quatro guaritas, também rebocadas e pintadas. É composto por vários edifícios sem articulação entre si, constituído, no extremo N. por um edifício mais antigo, o palácio, de planta rectangular simples, implantando-se no lado O., e separado por um pátio fechado, um anexo, composto por dois corpos rectangulares, unidos por um arco, correspondendo às antigas cavalariças. No lado E. surgem vários pavilhões de dimensões e funções distintas, construídos no séc. 20, e, na zona posterior, desenvolve-se o jardim e um pequeno pomar; o acesso à propriedade processa-se por amplo portão rasgado no muro lateral, rebocado e pintado de branco, capeado e encimado por rede e arame farpado; o portão é flanqueado por dois pilares em silharia fendida, encimados por lanternas metálicas e protegido por grades do mesmo material. PALÁCIO de planta rectangular simples, evoluindo em dois pisos, com coberturas diferenciadas em telhados de duas, três e quatro águas, tendo águas-furtadas na fachada posterior, com cobertura de quatro águas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento revestido por placas de cantaria, flanqueado por cunhais com pilastras toscanas colossais, com os pisos divididos por friso de cantaria, rematadas por friso, cornija e beirada simples, rasgada uniformemente por vãos rectilíneos, as janelas têm caixilharias de madeira pintada de branco e vidro simples, tendo, interiormente, portadas de madeira pintadas de castanho. As fachadas possuem um tratamento simétrico, excepto a lateral esquerda, a partir de um eixo central, mais elevado no caso das fachadas principal e posterior, a primeira marcada pelo pano da capela, dedicada a Nossa Senhora da Assunção, ou mais largo, como na fachada lateral direita, a que constitui o principal acesso ao palácio, criando, em todas elas, três panos, definidos por pilastras toscanas colossais. O pano central é sempre alvo de tratamento mais cuidado, com os vãos ornados por elementos clássicos, com recurso aos glifos e triglifos. No lado direito da fachada principal, desenvolve-se um pequeno muro, rebocado e pintado de branco, rasgado pelo portão de acesso ao pátio e ao edifício principal, com o vão em arco abatido e dupla moldura, flanqueado por pilares de silharia fendida, rematando em friso de falso dórico, sem qualquer decoração, e cornija, possuindo, nos ângulos, elementos de cantaria, que suportavam elementos decorativos de remate; o vão tem portão metálico, parcialmente vazado e ornado por elementos fitomórficos. INTERIOR com acesso por átrio pavimentado com calçada à portuguesa e tecto de madeira, assente em cornija do mesmo material, para onde abrem cinco portas, quatro laterais e uma frontal, esta constituindo o principal acesso ao imóvel, pelo que merece tratamento distindo, em arco contracurvado e moldura côncava e recortada, com pedra de fecho ornada por cabeça de guerreiro, flanqueado por triglifos e seguintes decorados com um botão, que sustentam uma cornija recta. O portal é flanqueado por duas meias-lunetas, com molduras de cantaria e protegidas por grades metálicas. O portal acede a pequeno vestíbulo, que abre, por portas de verga recta, para dependências laterais; na zona frontal, surge a escadaria, de dois lanços em cantaria de calcário e com guarda metálica vazada, formando elementos estilizados e sinuosos, com caixa bastante estreita e elevada. É amplamente iluminada por vários óculos ovalados e, a ladear o patamar, surgem três arcos de volta perfeita em cantaria, assentes em pilares cruciformes e emoldurados por pequeno alfiz, dois com guarda plena, protegendo um corredor e um constituindo o acesso a uma das alas do edifício. A caixa é alteada por estrutura em madeira, assente em pilastras e cornija do mesmo material, com tecto de madeira, formando apainelados e estrela central. As dependências de ambos os pisos têm acesso por corredor, excepto as viradas à fachada posterior, no primeiro, e ao pátio, no segundo, todas intercomunicantes e com tectos planos de madeira, pintada de branco ou em gamela. No centro, a CAPELA, de planta longitudinal composta por nave e capela-mor, ligeiramente mais estreita, com as paredes revestidas a cantaria de calcário branco e vermelho, com coberturas em falsas abóbadas, de vela na nave e em caixotões na capela-mor, assentes em friso de calcário vermelho e cornija, com pavimentos em calcário de várias tonalidades, formando um padrão geométrico. A capela-mor é separada por teia e elevada por um degrau, onde surge o altar, encimado por painel de perfil curvo, representando a "Assunção da Virgem". À fachada lateral esquerda, adossa-se um ANEXO rectilíneo com cobertura em terraço, que serve de casa do guarda, rasgada por portas e janelas, estas com caixilharia de alumínio, bem como uma PÉRGULA de planta em L, constituída por 24 pilares de alvenaria, de arestas biseladas, parcialmente pintados de branco, e consolas que sustêm vigas em cimento, revestidas superiormente por 3 exemplares notáveis e centenários de glicínia (Wisteria sinensis), pavimentada em calçada portuguesa a N. da porta e em terra batida a S. da mesma; a limitá-la, a E., entre o seu extremo N. e a porta, existe um murete com 0,5 m. de altura, coroado por alegretes. O acesso a esta processa-se por portal de verga recta e moldura recortada, rematado em frontão sem retorno, com cornija contracurvada e tímpano ostentando elemento fitomórfico. Possui duas ilhargas côncavas, com cunhais em silharia fendida, rematadas em duplo friso, o superior boleado, totalmente revestidas a azulejo de padrão, formando uma teia, onde se enrolam flores; em cada ilharga, surge um nicho de cantaria, semicircular, com friso interrompido superiormente por volutas e falso fecho em triglifo, sobre os quais surgem cornijas rectas. No lado oposto, o PÁTIO de acesso ao imóvel, com pavimento em calçada de basalto e muro que o separa do jardim, rebocado e pintado de branco, rasgado por portal flanqueado por pilastras toscanas e com portão metálico. No lado direito deste, surge um vão em arco de volta perfeita, fechado por grade, correspondente a uma antiga fonte, com tanque rectilíneo em cantaria; sobre este, registo de azulejo policromo, a representar Nossa Senhora da Conceição. No lado direito as antigas CAVALARIÇAS, compostas por dois edifícios rectangulares, articulados por um transversal, com coberturas diferenciadas em cinco e duas águas, criando, entre eles, um pequeno pátio em terra batida. INTERIOR incaracterístico, transformado em gabinetes de trabalho. No lado esquerdo da propriedade, surge um amplo PAVILHÃO construído no séc. 20, de planta rectangular e coberturas diferenciadas em telhados de duas águas, evoluindo em um e dois pisos, com fachadas rebocadas e pintadas de branco, rematadas por friso de betão e beirada simples, rasgado uniformemente por portas e janelas rectilíneas, estas com molduras que se prolongam em friso corrido pelas fachadas. INTERIOR com corredor fechado central, antecedido por vestíbulo amplo, acedendo a várias dependências, onde se situa o museu, vários serviços e arrecadações. No extremo direito da propriedade, encontram-se vários ANEXOS, correspondentes à área de Escola Veterinária do Exército, com edifício de planta rectangular simples, com cobertura em tesoura, com amplos vãos rectilíneos, encimados por vão circular. Junto a estes, mais dois corpos de plantas rectangulares simples, ambos com coberturas a duas águas, o do lado esquerdo com três portões e conjuntos de quatro janelas quadrangulares, na zona superior, surgindo um corpo mais recente, com fachadas revestidas a ladrilho e possuindo um alpendre sustentado por colunas cilíndricas, com porta de verga recta e várias janelas junto à cobertura. Todos eles estão adossados a logradouros dos edifícios residenciais que envolvem a propriedade. O JARDIM situa-se em frente da fachada posterior do palácio, encontrando-se subdividido em quatro zonas distintas, com uma zona arrelvada e arborizada, separada, a poente, por canteiros em buxo quadrangulares da zona do tanque suspenso, e, a NE., da zona da pérgula; a zona arrelvada é delimitada, a S., por um murete com cerca de 1 m., com alegretes, interrompido ao centro por um portal composto por dois pilares em silharia fendida, a que se adossam estípides, rematados por friso, cornija e esfinges, em pose teatral, possuindo duas portadas metálicas. Fronteiro a este, a E., a zona do antigo roseiral, rodeado, em toda a sua extensão, por um troço do referido murete e por mais três troços similares e a poente a zona do jardim formal em buxo, com o qual confina, a O., o pomar de pomoideas e, confinando com este mesmo jardim e o antigo roseiral, a S., encontra-se o pomar de citrinos. A ZONA ARRELVADA apresenta uma planta rectangular, com um caminho ao longo do seu perímetro e dois caminhos ortogonais que se cruzam ao centro. Dispersos no relvado encontram-se várias espécies arbóreas das quais se destacam dois exemplares de magnólias (Magnolia grandiflora) que enquadram a porta principal da fachada posterior, de acesso ao jardim, de um lado e de outro do caminho transversal do relvado. Além destas árvores existem: 2 exemplares de plátanus (Platanus orientalis), 7 de grevílias (Grevillea robusta), 1 de árvore-da-borracha (Ficus elástica), 1 de palmeira (Washingtonia filifera) e ainda alguns eucaliptos (Eucalyptus globulus). Existem ainda alguns arbustos dispersos de: loendros (Nerium oleander), lantanas (Lantana Camara), agaves (Agave americana), aloes (Aloe vera) e pitosporos (Pittosporum tobira). A O., separada da zona arrelvada por três sebes lineares, paralelas em buxo talhado, interrompidas ao centro pelo caminho longitudinal do eixo ortogonal central, inscrito no terreno, encontra-se a ZONA DO TANQUE SUSPENSO, de planta oitavada, encontrando-se suspenso sobre 8 pilares que enquadram 8 arcos de volta perfeita que delimitam uma zona soterrada com cerca de 1 m., no centro da qual se encontra uma mesa circular em pedra, com 1 metro de diâmetro, pavimentada em tijolo lambaz ao cutelo e com cobertura em abobadilha, também de tijolo. O lago tem acesso através de escada de cantaria, em leque, com nove degraus e guardas baixas, com os arranques em forma de colunas, encimadas por urnas do tipo Médicis, sendo rodeado por passadiço externo, onde são visíveis os vestígios das antigas guardas; encontra-se revestido por oito painéis de azulejo figurativo, em roxo manganês, de 4x25, representando cenas do quotidiano e mitológicas. A alimentação de água ao tanque efectua-se por elemento escultórico em pedra, representando uma cabeça de peixe aplicada sobre concavidade de concha. As infraestruturas hidráulicas situadas no muro limítrofe O. da propriedade junto ao tanque, como regadeiras adossadas ao muro e caixas de drenagem, demonstram que este tanque constituiu peça fundamental de acumulação de água para alimentação do sistema de rega da quinta. A S. da zona arrelvada, no prolongamento do seu eixo transversal, surge o ANTIGO ROSEIRAL, circundado por murete, apresentando lago hexagonal ao centro. Actualmente esta zona apresenta cerca de 20 pés de buxo talhado apresentando formas esféricas. Do lado esquerdo deste eixo, encontra-se o JARDIM FORMAL EM BUXO em que banquetas em buxo inscrevem desenhos no solo ora predominantemente curvilíneos, formando um labirinto, ora rectilíneos, delimitando canteiros de bolbosas. A S. destas duas zonas de carácter tão distinto situa-se um recente pomar de citrinos. A O. da zona do jardim formal em buxo e a S. da zona do tanque suspenso, está implantado um também recente pomar de pomoideas *2.

Acessos

Rua António Saúde, n.º 11 - 15. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,746197, long.: -9,187901

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 35 817, DG, 1.ª série, n.º 187 de 20 agosto 1946 *1

Enquadramento

Urbano, isolado, excepto nas zonas laterais, em que o lado esquerdo da propriedade se encontra adossado a logradouros e o direito a instalações, com alguns pavilhões pré-fabricados, pertencentes à Câmara Municipal de Lisboa, de que se separa por alto muro, encimado por arame farpado. Encontra-se rodeado por prédios de rendimento, excepto na zona posterior, em que o muro que o protege se encontra virado a ampla via pública, separado dela por passeio público, pavimentado a calçada. A face principal encontra-se virada a um pequeno largo, separado por passeio público, pavimentado a calçada, compondo uma via, cortada ao centro por pequeno passeio com algumas árvores de médio porte.

Descrição Complementar

PALÁCIO com a fachada principal virada à via pública, a N., com disposição simétrica, a partir de um eixo central mais elevado, correspondente à capela, dedicada a Nossa Senhora da Assunção, o qual remata em frontão triangular, vazado por óculo oval e com cruz latina no vértice; é flanqueado por pilastras toscanas colossais, rematadas por triglifos, que sustentam o frontão do remate; o pano é rasgado por portal com dupla moldura em cantaria, rematando em friso, flanqueado por glifos e pingentes, que servem de sustentação a uma janela de sacada, rasgada no eixo do portal; tem bacia em cantaria e guarda metálica vazada, com o vão envolvido por moldura recortada, que se une ao friso do remate da fachada. Cada um dos panos laterais tem, no primeiro piso, duas janelas de peitoril, com molduras simples, protegidas por grades metálicas; no piso superior, surge uma janela de peitoril e uma de sacada, com bacia idêntica à janela da capela, mas com moldura simples em cantaria. Fachada lateral esquerda, virada a E., rasgada por vãos com molduras simples de cantaria, correspondendo, no primeiro piso, a três portas e três janelas de peitoril, uma delas jacente; no segundo piso, surgem cinco janelas de peitoril e, no terceiro, correspondendo às águas-furtadas, três janelas de peitoril, jacentes. Fachada lateral direita, virada a O., com os vãos dispostos simetricamente, a partir de um eixo central, mais largo, tendo o piso inferior em silharia fendida, rasgado por três arcos de volta perfeita, assentes em possantes pilares toscanos, com as arestas parcialmente chanfradas, e com pedra de fecho saliente, de acesso ao átrio; o segundo piso tem três janelas de peitoril, com molduras simples de cantaria, rematadas por cornija e com pano de peito em cantaria almofadada. Cada um dos eixos laterais possui uma janela de peitoril em cada piso, com molduras simples, a inferior protegida por grades metálicas. Fachada posterior simétrica, rasgada por vãos com molduras simples, em cantaria, tendo o pano central mais elevado e demaracado por pilastras toscanas, rasgado, no primeiro piso, por três portas, no segundo, por três janelas que abrem para sacada corrida, com bacia de cantaria, assente em consolas e guarda metálica; correspondendo às águas-furtadas, três janelas jacentes. Cada um dos panos laterais tem uma janela de peitoril em cada piso. INTERIOR com o átrio pavimentado a calçada à portuguesa, formando elemento radiante, com as portas das ilhargas rodeadas por molduras recortada e falsas pedras de fecho estriadas, com as jambas assentes em plintos paralelepipédicos, e acesso por três degraus de cantaria; são encimadas por óculos circulares, entaipados, rebocados e pintados de branco. Todas as portas que abrem para o átrio, incluindo o portal principal, têm duas folhas de madeira pintada de castanho. Uma das salas do primeiro piso possui fogão de sala em mármore negro, de planta contracurvada e ornado por apainelados e concha; no interior, possui uma salamandra. A CAPELA possui nave com dois tramos, divididos por pilastras toscanas, de fustes almofadados o primeiro totalmente preenchido com o coro-alto ou tribuna, de madeira e com guarda balaustrada do mesmo material, com acesso por ambos os lados, através de portas de verga recta, junto às quais surgem pias de água benta embutidas nas paredes, formando vieira de cantaria. No sub-coro, os panos de muro formam apainelados almofadados com ângulos recortados, em cantaria azul, amarela e vermelha. O segundo tramo divide-se em dois registos por friso de cantaria, o inferior com apainelados almofadados, onde se inscrevem elementos salientes e recortados em calcário vermelho, flanqueando um painel circular com querubim inscrito, em mármore. No segundo registo, surgem telas pintadas, a do Evangelho a representar uma "Anunciação" e a da Epístola o "Nascimento da Virgem" (?). Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, de arestas côncavas. Capela-mor elevada por um degrau e protegida por teia balaustrada, de mármore preto, interrompida por acrotérios de calcário amarelo. Sobre supedâneo de um degrau, revestido a alcatifa vermelha, surge a mesa de altar, assente em colunas do tipo balaústre. Na parede testeira, revestida a mármore negro e envolvido por pilastras e arco de cantaria; possui painel pintado com moldura de cantaria e remate superior em elementos fitomórficos e inferior em festões, representando a "Assunção da Virgem", assente em plintos e em quarteirões, executados em pedras semipreciosas, decorados por querubins; flanqueiam apainelado recortado e decorado por acantos, volutas e concheados dourados. Altar paralelepipédico de cantaria, ornado por uma cruz. Confrontantes, duas portas de verga recta, com moldura dupla e rematadas por elementos fitomórficos, sobre as quais surgem apainelados de cantaria vermelha, com pingentes nos ângulos inferiores, e tribunas rectilíneas, com guarda de madeira em falsos balaústres e portadas do mesmo material. PÁTIO com painel de azulejo policromo, representando Nossa Senhora da Conceição sobre a esfera e glória de anjos, em monocromia, azul sobre fundo branco, rodeada por elementos policromos, formando um baldaquino de lambrequins, de onde pendem drapeados a abrir em boca de cena, flanqueados por anjos e festões. As antigas CAVALARIÇAS têm fachadas rebocadas e pintadas de branco, com cunhais em cantaria na fachada virada ao pátio, rematadas em cornija e rasgadas por vãos rectilíneos, alguns com molduras de cantaria; a fachada virada a N. tem dois panos, o da esquerda de dois pisos, com duas janelas de peitoril em cada piso, as do piso inferior gradeadas, e, no extremo direito, um óculo circular. O pano do lado direito tem quatro janelas de peitoril, protegidas por grades metálicas. A fachada virada a E. é de dois pisos, simétrica, tendo, no primeiro piso, arco abatido com pedra de fecho saliente central, de acesso ao pátio posterior, flanqueado pelos vestígios de dois amplos vãos em arco abatido e pedra de fecho saliente, parcialmente entaipados e enquadrando janelas de peitoril. No segundo piso, cinco janelas de peitoril. Fachada virada a O., tem, no corpo do lado direito, de dois pisos e remate em empena, quatro janelas de peitoril, uma no piso inferior e três no superior; na face virada a N., apresenta cinco vãos em cada piso, no inferior uma porta e os restantes correspondentes a janelas de peitoril; o corpo de articulação, possui arco de perfil abatido e pedra de fecho saliente, encimado por duas janelas de peitoril. O corpo do lado direito, de um piso e remate em empena, tem uma janela de peitoril e, na face S., duas portas e três janelas de peitoril. PAVILHÃO com fachada principal virada a O., de disposição simétrica, a partir de um eixo central mais elevado, que marca o corredor que atravessa toda a estrutura, com empena recta, rematada em friso, flanqueado por cunhais de silharia fendida, rasgado por amplo portal de verga recta e moldura côncava, em cantaria, com falso fecho saliente, encimado por pano revestido a ladrilho, onde se inscreve relógio circular. Cada pano lateral possui doze vãos em cada piso, com algumas portas no piso inferior, protegidas por portadas metálicas, e janelas de peitoril, com os extremos emoldurados em cantaria, que ligam todos os vãos. As fachadas laterais são semelhantes, com dois panos, o posterior de um piso e o anterior de dois, ambos rasgados por janelas rectilíneas, as do piso inferior jacentes, e por quatro portas. INTERIOR composto por vestíbulo com paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por azulejos de padrão policromo, formando silhar, com pavimento em ladrilho e tecto plano, rebocado e pintado de branco, com duas portas laterais e, no lado esquerdo um guichet; fronteiro, amplo portal de acesso a enorme corredor, protegido por portadas de quatro folhas de madeira e vidro, flanqueadas por duas figuras alegóricas, em cerâmica. O corredor tem as paredes rebocadas e pintadas de branco, com pavimento em ladrilho e cobertura em vigamento de asnas de madeira, com um poço de luz. Possui várias portas e janelas que ligam a dependências amplas e incaracterísticas. O LAGO possui azulejos onde surge representado, partindo do acesso ao tanque e no sentido dos ponteiros do relógio: 1 - cena marinha, representando, ao centro, um lago, de onde vários carregadores transportam água para um cais, onde surgem vários barcos, tendo, no lado esquerdo, uma fortificação; 2 - cena do quotidiano campestre, onde se vislumbra uma casa, uma nora, uma ponte, várias cenas de galanteria, com dois casais, surgindo uma lavadeira, a trabalhar no riacho; 3 - cena de pesca, sendo visível a margem do rio, com uma ponte e uma construção apalaçada; 4 - este painel apresenta-se bastante degradado, sem moldura, representando uma cena mitológica - o momento em que Hades rapta Perséfone; 5 - o painel está dividido por um pilarete de cantaria, representando, no lado direito um pequeno lago, uma fonte, um rapaz e duas figuras orientais; o do lado esquerdo, representa figuras orientais junto a uma fonte clássica, a transportar água, enquanto outro grupo da mesma etnia interpreta instrumentos musicais; 6 - representa um porto de mar, com aguns barcos e cenas de pesca; 7 - cena junto ao mar, com várias personagens, em cenas do quotidiano; 8 - nova cena mitológica, representando o "Nascimento de Vénus".

Utilização Inicial

Residencial: quinta

Utilização Actual

Saúde: centro de saúde / Educativa: escola de ensino especial / Cultural e recreativa: museu

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Ministério da Defesa Nacional

Época Construção

Séc. 18 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: João Frederico Ludovice (1670 - 1752). EMPREITEIRO: António Ferreira de Almeida (1954-1955). PINTOR: Abel Moura (1954- 1955); Agostino Masucci (1727, atr.).

Cronologia

1720 - aquisição da Quinta da Alfarrobeira pelo arquitecto João Frederico Ludovice, constituindo uma vasta propriedade, que se estendia desde o Caneiro de Alcântara até ao alto do Monsanto; continha uma capela, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, reformada pelo arquitecto, antes de iniciar as obras do palácio; 1727 - conclusão das obras da Quinta *3 e inauguração da mesma; pintura das telas da capela, atribuídas a Agostino Masucci; 1734 - a propriedade já é designada como Quinta do Frederico, embora aí apenas residisse o caseiro; 1739 - início das medições para a construção do aqueduto das Águas Livre (v. PT1106...), que atravessou parte da mata da Quinta; 1748 - a Quinta estava na posse de João Pedro Ludovice, cujos irmãos residiam na Quinta, acompanhados por oito serviçais; 1750 - o número de serviçais elevava-se a treze; 1751, 15 Janeiro - João Pedro Ludovice casou com D. Maria Joaquina de Abreu, nascendo do consórcio sete filhos; 1752 - com o falecimento de João Frederico Ludovice, a esposa, D. Maria Ana Verny Ludovice, passou a habitar a Quinta; 6 Janeiro - foi baptizado na capela da Quinta, o primogénito do casal, José Frederico Ludovice, afilhado de D. José I e D. Mariana Vitória, representandos pelos Condes de Unhão e Vale de Reis; 1753, 18 Dezembro - baptizada na Capela da Quinta D. Mariana Clara Ludovice, afilhada dos monarcas, que se fizeram representar pelo Marquês de Marialva e D. Vasco da Gama; 1754 - baptizada na mesma capela D. Ana Rosa, também afilhada dos monarcas; 1755, 16 Janeiro - baptizado na capela Manuel Frederico Ludovice, também afilhado dos monarcas, representandos por D. Vasco da Gama e pelo Marquês do Alegrete; 1756 - D. Ana Maria Verney Ludovice habitava a quinta, com dois dos seus filhos, Caetano e José Joaquim, e seis criados; 1757, 6 Março - baptizado de Estêvão Ludovice, afilhado dos monarcas, representandos pelo Marquês de Marialva e José Felix da Cunha; 1758, 12 Abril - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo cura João da Mata, é referida a Capela, como sendo dedicada a Nossa Senhora da Conceição; 1760 - morte de João Pedro Ludovice; 1762 - morte de D. Maria Joaquina de Abreu, ficando os bens da família entregues a um tutor, que arruinou parte da herança; as meninas foram colocadas no Mosteiro de Odivelas (v. PT031116030003); 1763 - a quinta fica entregue ao caseiro, José Xavier, que habitava no local com a mulher, um filho, dois familiares e vários criados dos Ludovice; 1782 - a Quinta foi alugada ao caseiro, que aí residia com dois serviçais; 1812 - a família Ludovice volta a ser a habitante da Quinta da Alfarrobeira, na pessoa de José Frederico Ludovice, com a sua segunda esposa, D. Francisca Rita Vallati e quatro criados; 1816 - a família não habitava na Quinta, estando entregue a um procurador de José Frederico Ludovice, José Maria Marques da Cunha, Conde da Cunha; 01 Janeiro - o procurador alugou a Quinta a Sebastião Duprat; 1818, 31 Dezembro - Sebastião Duprat abandonou a Quinta; 1825 - morte de José Frederico Ludovice; 1827 - D. Isabel Maria, infanta de Portugal e regente do reino, passa o verão na Quinta; 1833 - a Quinta foi vendida em praça pública, sendo adquirida por Maria Carlota Laroche Martins Ludovice, sobrinha do falecido José Frederico; 1834 - a Infanta D. Isabel Maria voltou a passar uma estada na Quinta; 1836 - a Quinta da Alfarrobeira fica entregue aos cuidados de um caseiro; 1851, 12 Março - na sequência do falecimento de D. Maria Carlota, a Quinta foi adquirida, em hasta pública, por Manuel de Campos Pereira; 1891 - Sofia do Valle Campos Pereira, viúva do anterior, recebeu uma indemnização da Companhia dos Caminhos de Ferro, pelo facto da Quinta ser truncada para a construção da linha férrea, que terminara em 1887; a Companhia colocou portões de cada lado da linha férrea, permitindo a passagem para a mata; séc. 19, final - a casa foi herdada pela filha, Maria Eugénia do Valle Campos Pereira de Melo; esta mandou construir, na zona da mata, um enorme tanque de rega, que armazenava as águas da chuva; reforma da cavalariça e construção de uma vacaria; séc. 20 - com o falecimento da proprietária, a Quinta voltou a ser vendida em hasta pública, adquirida por Manuel Martins Gomes Júnior, comerciante de carnes; 1908 - nas encostas da Quinta, estava cultivada vinha; 1943 - início do processo de expropriação da Quinta pela Câmara Municipal de Lisboa, visando a passagem pelo local de parte do traçado da 2.ª Circular, com plano desde 1938; 10 Outubro - instalação dos Serviços de Saúde do Exército na antiga quinta da Alfarrobeira, que pagava à viúva do antigo proprietário, Maria Belo Martins Gomes, a renda mensal de 2.620$00; 1944, 5 Janeiro - o Coronel Artur José de Almeida, Administrador Geral do Exército, sabendo que o projecto se destinava a urbanização, interessou-se pela aquisição de parte do terreno, incluindo o palácio e parte do pomar, enviando, para tal, uma petição ao Ministério da Fazenda Pública; 28 Março - reunião de uma Comissão de Arbitragem, composta por dois engenheiros e um procurador da República, para avaliarem a quinta, cujo auto cedeu ao exército 34.000 m2, contemplando o palacete, terrenos de horta, semeadura e o jardim, o poço, árvores e várias construções dispersas pela propriedade, avaliado em 997.746$85, sendo os bens móveis da proprietária; 17 Julho - abertura do processo de expropriação; 26 Agosto - pedida a parte que interessava ao Exército; 13 Outubro - a proprietária escreve à Direcção-Geral da Fazenda Pública, solicitandoautorização para tirar bens móveis e comunicando que os herdeiros não ficaram satisfeitos com o valor da expropriação; 15 Novembro - o director-geral da Fazenda Pública pede à herdeira para se reportar à Câmara, pois a Quinta ainda não estava na posse do Estado; 2 Dezembro - a Câmara Municipal de Lisboa aprova a venda daquela parcela ao Exército, arrolada no auto de avaliação; 28 Dezembro - assinatura da venda da parcela; 1945 - termina o processo de expropriação, sendo parte da Quinta anexada ao Parque do Monsanto, e outra parte urbanizada, com a construção de duas avenidas, paralelas à linha do comboio; 28 Janeiro - o director-geral do Património escreve ao Administrador Geral do Exército avisando que ia enviar um técnico para arrolar os bens móveis a devolver à antiga proprietária; 1946 - obras na Quinta, com a construção de um pavilhão de dois pisos, para arrecadar o material hospitalar do exército, um ano após transferência do material que se encontrava armazenado no Convento da Estrela; o enorme pavilhão implantou-se no local do antigo pomar, uma zona de terreno arrendada a Joaquim Alves Figueira, que nela plantava vários produtos, tendo sido solicitada a sua saída, com a indemnização de 1.000$00; 1954 - consulta do Dr. José Fernando Mascarenhas sobre a importância e valor artístico da capela; 12 Junho - a Secção de Expediente Técnico do Ministério do Exército enviou uma carta à DGEMN, solicitando obras de restauro na capela; 15 Setembro - foi decidido que as telas fossem retiradas e enviadas para restauro para Abel Moura, do Museu Nacional de Arte Antiga; 1955 - início da remodelação da capela; 1963 - a capela da antiga quinta é reaberta ao culto, depois de restaurada; colocação de um jarrão de betão no centro do antigo lago, onde estava a estátua de Mercúrio, rodeado por grade metálica, o qual já foi removido; 1960 - 1962 - pedidos de autorização para construir vários prédios na zona envolvente, tendo sido impostas algumas condições, como a utilização de tintas claras e a plantação de árvores, criando uma cortina verde entre os prédios e o imóvel; 1963, 22 Março - solicitação de reparações no edifício; 19 Abril - estudo de iluminação da capela, feita a expensas da Direcção de Saúde Militar; 1964 - o fontanário da casa de fresco ainda se encontrava no local; construção da Rua Conde de Almoster, cujo traçado passou dentro da quinta, fronteiro à fonte; construção de um muro para separar a propriedade da via pública e remoção das cantarias da fonte para local desconhecido; Julho - uma antiga proprietária da Quinta, Maria Helena Campos Pereira de Melo Perra faz uma descrição da antiga quinta, documento importante para reconstituir os elementos desaparecidos; 1966 - construção de vários prédios na Zona de Protecção do imóvel; 1974, 25 Abril - na sequência da revolução, desapareceu mobiliário da capela; 2003, Janeiro - o lago encontrava-se abandonado e parcialmente inundado.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

VIVOS: Árvores: magnólia (Magnolia grandiflora), plátanos (Platanus orientalis), grevília (Grevillea robusta), árvore-da-borracha (Ficus elástica), palmeira (Washingtonia filifera) eucalipto (Eucalyptus globulus); Arbustos: loendro (Nerium oleander), lantana (Lantana Camara), agave (Agave americana), aloe (Aloe vera) e pitosporo (Pittosporum tobira); trepadeira: glicínia (Wisteria sinensis) e hera (Hedera helix ; herbáceas: agapantus (Agapanthus praecox). INERTES: Estruturas em alvenaria de calcário, alvenaria de tijolo e betão, rebocadas e pintadas; pilares, pilastras, embasamento, modinaturas, frisos, cornijas, pilares, escadas, elementos decorativos, lago, esfinges, paredes do interior da capela, pavimentos em cantaria de calcário; teia da capela em mármore; tectos, pavimentos, estruturas das coberturas, portas e caixilharias em madeira; guardas, portões e grades das janelas em betão; cobertura do lago em tijolo; pavimentos em ladrilho; azulejos tradicionais; janelas com vidro simples, algumas com caixilharias de alumínio (nos anexos); no lago, pavimento em tijolo lambaz, regadeira e janela em pedra calcária, muros em alvenaria, grelha do sistema de drenagem e portão em ferro.

Bibliografia

VITERBO, Francisco Sousa, Dicionário Histórico e Documental dos Arquitectos, Engenheiros e Construtores Portugueses, Vol.II, Lisboa, 1889; PEREIRA, Esteves, RODRIGUES, Guilherme, Portugal Dicionário, vol. IV, Lisboa, 1905 - 1911; VASCONCELOS, Frazão de, A Casa e a Quinta da Alfarrobeira dos Ludovices, in Boletim da Junta da Província da Estremadura, Série II, Nº XIII, 1946; PROENÇA, Pe. Álvaro, Benfica Através dos Tempos, Lisboa, 1964; PORTUGAL, Fernando e MATOS, Alfredo de, Lisboa em 1758 - Memórias Paroquiais de Lisboa, Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa, 1974; FERREIRA, Jorge M. Rodrigues, São Domingos de Benfica. Roteiro, Lisboa, 1991; PEREIRA, Sheila Sousa, O Arquitecto João Frederico Ludovice e a Quinta da Alfarrobeira, [dissertação de mestrado em Teorias da Arte da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa], Lisboa, Outubro 2003.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DRMLisboa

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; UE

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

UTENTE: 1943 - obras de remodelação do imóvel, no valor de 489.592$00; DGEMN: 1954 / 1955 - obras de reparação e manutenção da capela, com limpeza de cantarias, tratamento de rebocos, restauro das portas e da talha dourada; pintura geral; o trabalho foi adjudicado a António Ferreira de Almeida; restauro dos painéis pintados da capela por Abel Moura; 1963 - obras gerais de manutenção do edifício, com conserto dos telhados, limpeza e caiação de exteriores, pintura das caixilharias, das varandas e dos candeeiros metálicos; colocação de projectores no coro, para iluminação da Capela; Utente: 1974 - reforma do telhado; 2001 - renovação das portas e janelas; troca das telhas das coberturas exteriores.

Observações

* 1- Também referida como Quinta do Frederico de Montecuche ou do Campos Pereira, foi classificada como "Partes do edifício da Quinta da Alfarrobeira, ao Calhariz de Benfica, compreendendo: 1) Fachada principal; 2) Portão de entrada no pátio; 3) Fachada sobre o pátio; 4) Fachada posterior; 5) Capela e as telas do interior; 6) Todos os elementos de arquitectura e escultura dispersos no jardim e parque. *2 - No perímetro da Quinta, existia uma casa de fresco, desaparecida, sendo possível perceber parte da sua estrutura, pela existência de uma fotografia do interior, mostrando que era de planta semicircular, com três portas de verga recta, duas laterais e uma central, intercaladas por janelas de peitoril tríforas, com o lume central em arco de volta perfeita, formando uma zona amplamente iluminada; as janelas eram flanqueadas por estípides, asentes em plintos paralelepipédicos; tinha uma cobertura em meia-cúpula, assente em cornija e decorada talvez com pinturas; sob as janelas, bancos corridos, semicirculares; no lado rectilíneo, surgia uma fonte de planta côncava, em cantaria de calcário, com espaldar curvo e volutado, rematando em amplo friso e cornija contracurvada, de inspiração borromínica; ao centro, um nicho semicircular, com moldura volutada inferiormente, onde assentavam taças, e remate em cornija interrompida, contendo uma imagem da Virgem, provavlemente Nossa Senhora da Conceição; na base, uma mísula, composta por friso curvo, protegia a bica, que vertia água para um tanque baixo, circular e de bordos boleados. Em frente ao Salão, existia um lago, situado no centro de oito alamedas convergentes, o qual tinha cerca de 8 metros de diâmetro e, ao centro, a figura de Mercúrio. *3 - segundo a tradição, a casa teria sido feita com algum material proveniente das obras do Convento de Mafra(v. PT031109090001).

Autor e Data

Teresa Vale e Carlos Gomes 1993 / Paula Figueiredo e Teresa Camara 2007

Actualização

 
 
 
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