Igreja de Nossa Senhora do Rosário da Tróia

IPA.00006640
Portugal, Setúbal, Grândola, Carvalhal
 
Arquitectura religiosa, gótica, maneirista nacional, de estilo chão, vernacular. Espaço religioso com arco gótico, quebrado, em vão de porta, hoje interior. Capela maneirista de prospecto arquitectónico singelo, de raiz vernacular com tendência para a austeridade, clareza e sobriedade; de espaço unificado, sem transepto. Tipologia vernacular pela edificação em piso térreo, com telhado português de 2 águas, com exiguidade de vãos rasgados ou de muito pequenas dimensões; pelo volume maciço e caiado com alçados cegos ou pequenas aberturas, telhados de linhas espraiadas.
Número IPA Antigo: PT041505050011
 
Registo visualizado 1200 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja  

Descrição

Planta longitudinal, irregular, composta por templo e dois anexos contíguos que se desenvolvem a E.; coincidência exterior / interior. Volumes articulados na horizontal. Cobertura da igreja em telhado de duas águas, sanqueado, e de uma água de baixa inclinação, nos anexos. Fachadas lisas de um piso; a principal é voltada a N., de dois panos: o principal, moldurado por faixa cromática azul; arco de volta plena, centrado no frontespício, assente em pilastras toscanas bem marcado em cantaria, com tímpano vazado com pequeno óculo circular, remate em empena angular com platibanda, cruz no topo, e registo de azulejos à face, com a representação de Nossa Senhora do Rosário da Tróia; portada de duas folhas em ferro, simples, de ombreiras e verga rectas, com soleira em mármore, assente em degrau de cantaria calcária; à esquerda, sobre a sanca do telhado, pequena torre sineira com cornija curva; pano à esquerda, um pouco recuado, com pequeno óculo em baixo, remata em empena oblíqua. Fachada a E. com uma porta simples de ombreiras e verga rectas, remate em beiral simples. Fachada a O. com uma janela pequena, moldurada, remate em beiral simples; Fachada S. de dois panos: o do corpo da igreja é cego, remate em empena recta, tendo recuado platibanda angular; pano do anexo com frecha, remate em empena curva, tendo recuado, empena oblíqua. INTERIOR: Articulação exterior / interior pouco desnivelada, acedendo-se ao interior subindo pequeno degrau. Interior do templo de espaço único; frontal de altar adossado à parede fundeira em talha lavrada, sobrepujado por nicho para colocação de imagem devocional, com debrum cromático, e pequenos poiais, um de cada lado do nicho; ilharga da parte do evangelho, com porta para sacristia; ilharga oposta com janela e painel de azulejos modernos, figurativo; iluminação através do óculo e da porta principal; cobertura em tecto com vigamento em madeira e telha à vista, pavimento em tijoleira. ANEXOS: pé-direito liso, na sacristia iluminação por pequena fresta, e por porta na divisória seguinte; cobertura de tecto direito, liso, pavimento de tijoleira; uma abóbada de arco abatido incorpora um arco quebrado e divide os dois compartimentos; na espessura da abóbada estão os encaixes de gonzos de portadas.

Acessos

EN 253-1; Península de Tróia, junto às Ruínas de Tróia; por ferry-boat, via Setúbal

Protecção

Enquadramento

Rural, junto à caldeira de Tróia, na orla do rio Sado, em planalto, acedendo-se por escadaria a partir do rio, isolado, com pequeno adro delimitado por murete, não longe de solar antigo e semi abandonado, junto às Ruínas de Tróia (v. PT04150505001).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja

Utilização Actual

Religiosa: igreja

Propriedade

Privada: pessoa colectiva

Afectação

Época Construção

Séc. 15 / 16 (conjectural)

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

1482 - Notícia da existência de um ermitão e da respectiva ermida em Tróia onde se recolhia( SANTA MARIA, 1888); 1510 - visitação da ermida da Tróia, integrada nas que, regularmente, eram feitas pela Ordem de Santiago, com descrição minuciosa da arquitectura da época realçando a existência de um alpendre, de uma escada e de duas casas pegadas à capela, uma que constituiria a câmara do ermitão e a outra a hospedaria; enumeração dos apetrechos que, então, compunham o seu interior, tais como vários retábulos, e respectiva origem de muitos deles, como panos da Guiné e Calecute, e lavores da Flandres; 1707 - Frei Agostinho de Santa Maria refere-se a Tróia como povoação antiga e destruída, onde se encontrava uma capela, cuja imagem recebia a devoção dos moradores de Setúbal, mencionando ainda uma festa a 15 de Agosto, com ela relacionada; 1758 - inquérito relativo ao pároco de São Sebastião de Setúbal, de entre os que foram feitos aos párocos após o Terramoto de 1755, para conhecimento do estado das igrejas, pelo que se ficou a saber que a capela da Tróia pertencia a Setúbal, sendo da responsabilidade daquele pároco; 1853 - transferência da ermida da Tróia da imagem de Nossa Senhora da Tróia para a igreja da Boa Morte, por aquela se encontrar em estado degradado; 1875 - a Sociedade Anónima da Investigações de Cetóbriga tenta comprar o local da capela; 1888 - D. Carlos e D. Amélia estiveram presentes no local da capela e de Cetóbriga, a convite do proprietário do local o morgado Cabral; 1897 - o rei D. Carlos mostra interesse pelos vestígios aí soterrados; 1898 - finaliza-se a reconstrução da capela; 1898, 24 de Setembro - a imagem de Nossa Senhora da Tróia regressa à capela já restaurada; 1960 - a partir desta data, a procissão integrada nas festas de Nossa Senhora da Tróia que, até então, passava tradicionalmente por cima de parte das ruínas de Cetóbriga, ainda por escavar, afasta o seu itinerário desse local.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Alvenaria de pedra e cal, cantaria calcária e mármore branco, madeira, ferro, cerâmica: azulejos, tijolo vermelho e telhas.

Bibliografia

AZEVEDO, Pedro de, in O Arqueólogo Português, 1897; Capela da Tróia, in Diário Ilustrado, Agosto, 1888; DUARTE, Ana, Pereira, Fernando António Baptista, GONÇALVES, Luís Jorge, Festas Feiras e Romarias, Setúbal, 1996; LEAL, Augusto Soares de A. B. Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1873; Periódico, O Elmano, 10 de Setembro, 1898; PINTO, Jaime, SILVA, Carlos da, GONÇALVES, Fernanda, Entre Urzes e caminhos, As Festas da Arrábida e de Tróia, Setúbal, 1992; PORTELA, M. M., Diário Histórico Setubalense, Setúbal, 1915; SANTA MARIA, Frei Agostinho de, Santuário Mariano, vol. 2, LVII, 1707; Visitação de Alvalade, Casével, Aljustrel e Setúbal (Ordem de Santiago), 1510; Visitação da Ermida de Nossa Senhora da Tróia, Lisboa, 1969; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Comissão das festas de Nossa Senhora do Rosário da Tróia: 1998 / 1999 - obras de restauro e conservação: substituição da cobertura do telhado, no corpo da igreja, colocação de painel de azulejos modernos no interior.

Observações

: responsável, Engenheiro Luís Rodrigues. Chave na posse de Sr. David Patanisca, Tv. do Forno, n.º 9, 1.º; e do Sr. Armando da Comissão de Festas de Nossa Senhora do Rosário da Tróia, tel. 065 - 721036; e do Padre Manuel da Paróquia de S. Sebastião de Setúbal tel. 065 - 523051. *1: A construção da capela não remontará para além do século 16 (LEAL, 1873).

Autor e Data

Albertina Belo 1999

Actualização

 
 
 
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