|
Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
|
Descrição
|
Planta longitudinal, composta por nave e capela-mor, planimetrica e volumetricamente quase indistintas, e sacristia rectangular adossada a N.. Volumes articulados com cobertura indiferenciada em telhado de 2 águas na capela e de 4 águas na sacristia. Frontaria voltada a O., em alvenaria rebocada, com cunhais em cantaria, terminada em empena truncada por sineira de arco pleno sobrepujada por cruz. Portal em arco pleno, com moldura boleada, em cantaria. Nas fachadas laterais, portas de arco pleno colocadas simetricamente. INTERIOR de uma só nave, com guarda-vento e coro-alto com balaustrada em madeira e acesso por escada de dois lanços perpendiculares. No lado da Epístola, púlpito quadrado sobre mísula, inscrita com a data de 1604, com acesso por escada de pedra e balaustrada em madeira. Colateralmente, dois retábulos confrontantes, em talha dourada e pintada, com nicho central enquadrado por colunas pseudo-salomónicas suportando frontão. Na intersecção das paredes laterais com o arco triunfal estão integrados os restos de um pórtico anterior constituídos por colunas caneladas com capitéis coríntios, suportando um entablamento, decorado por cabeças de anjo e tendo, do lado da Epístola, a inscrição "...AO DO AFONSO . ANO . 1614 ISTO MANDOV . FAZER . A SUA . CUSTA", sobrepujado por 4 figuras esculpidas: Santa Madalena e o Pai Eterno, do lado do Evangelho; o Calvário e uma figura não identificada, do lado da Epístola. Pavimento em lajeado de granito, tecto em madeira. Arco triunfal pleno tendo na face interior, do lado da Epístola, a inscrição "Foi toda esta capella reedificada em 1885". Do lado do Evangelho, lápide de mármore com a inscrição "Esta capela de Santa Catarina foi restaurada em 6-1993". Capela-mor tendo no lado da Epístola quadro com Santiago a cavalo combatendo os mouros, e, no lado oposto, porta de acesso à sacristia. Retábulo-mor em talha dourada com trono no nicho central enquadrado por colunas pseudo-salomónicas suportando entablamento e arcos abatidos. |
Acessos
|
Monserrate, Largo de Santa Catarina. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,689500; long.: -8,834620 |
Protecção
|
Inexistente |
Enquadramento
|
Urbano, isolado, ribeirinho. Situa-se na Ribeira de Viana, junto às docas comerciais, próximo da margem direita do rio Lima. Em frente da capela existe um espaço aberto, sem qualquer elemento delimitador que corresponde a um antigo adro em que se efectuavam enterramentos. |
Descrição Complementar
|
No corredor axial da nave, existem duas pedras tumulares, uma delas com a inscrição: "Sª. DE Fº. Aº. E / DE SVA M./E HERDIRº". O retábulo da nave, no lado do Evangelho, é dedicado ao Senhor dos Milagres; do lado da Epístola, é dedicado a Nossa Senhora do Bom Sucesso. |
Utilização Inicial
|
Religiosa: capela |
Utilização Actual
|
Religiosa: capela |
Propriedade
|
Privada: Igreja Católica |
Afectação
|
Sem afectação |
Época Construção
|
Séc. 17 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
CAIADOR: Manuel José da Cunha (1844). CARPINTEIRO: Fernando José da Costa (1844). |
Cronologia
|
1496 - documentação refere a eleição de Provedores e Escrivães da confraria ( FERNANDES, 1981, p. 169 ); 1506 - a confraria dos Mareantes passou a possuir uma capela privativa na Igreja Matriz, situada no transepto do lado do Evangelho; 1589 - António Pires Mádris e Afonso Burgueira, mordomos da Confraria dos Mareantes, solicitaram à Câmara, perante o vereador Pero Velho Barreto, autorização para a procissão do Corpo de Deus ir até à Ermida de Santa Catarina, no interior do castelo, o que foi regeitado devido às obras de ampliação do mesmo; decidiu-se que o percurso da procissão seria pela R. da Altamira até ao cruzeiro que existia em frente do Mosteiro de São Domingos e daí voltava pela R. de São Sebastião para a Matriz; a Confraria reclamou, mas não foi autorizado, referindo-se que em breve era possível mudar a dita ermida para fora da fortaleza ou fazer-se outra em local acomodado; 1604 - data na mísula do púlpito; 1610, 19 Outubro - Alvará passado por Filipe III indemnizando a confraria pela inutilização da anterior capela situada no Castelo de Santiago da Barra, impossibilitando a sua utilização por parte dos Mareantes, e autorizando a construção de uma nova capela ( FERNANDES, 1981, pp. 169 - 170 ); 1614 - data sobre o entablamento junto ao arco triunfal; 1747, 14 Maio - recuperação da parede do lado S., madeiramentos e forro; 1770 - a Confraria dos Mareantes mandava rezar 52 missas nesta capela para os pescadores; 1844, 28 Junho - auto de arrematação das obras da capela de Santa Catarina apresentadas em reunião da Mesa da Irmandade das Mareantes, no valor total de 259$000; arrematação da obra de carpintaria pelo mestre carpinteiro Fernando José da Costa e a de caiador pelo mestre caiador Manuel José da Cunha; 1859 - data na face interior do arco triunfal indicando a reedificação da capela; 1993, Junho - data sobre a face interior do arco triunfal indicando o restauro da capela; 2019, 16 maio - Câmara Municipal de Viana do Castelo aprova, por unanimidade, intervenções no valor de 90 mil euros na recuperação de três igrejas nas freguesias de Serreleis, São Lourenço da Montaria e Subportela, no âmbito do programa Valorizar o Património, e no qual incluirá ainda a recuperação da Capela de Santa Catarina. |
Dados Técnicos
|
Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
|
Estrutura de alvenaria de granito, cantaria de granito nos vãos, cunhais e pavimentos, madeira no tecto, coro-alto, púlpito e retábulos, cobertura em telha. |
Bibliografia
|
ALMEIDA, José António Ferreira de (coord.), Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976; «Câmara investe 90 mil euros na reabilitação de três igreja. In Correio do Minho. 17 maio 2019; FERNANDES, Francisco José Carneiro, Capelas de Viana, Cadernos Vianenses, VI, Viana do Castelo, 1981; GOMES, Comandante Carlos, EX-VOTOS, in Cadernos Vianenses, VIII, Viana do Castelo, 1984; MOREIRA, Manuel António Fernandes, Os Mareantes de Viana e a Construção da Atlantidade, Viana do Castelo, 1995; CARDONA, Paula Cristina Machado, A actividade mecenática das confrarias nas Matrizes do Vale do Lima nos séc. XVII a XIX, vol. 3, Porto (Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Departamento de Ciências e Técnicas do Património), 2004. |
Documentação Gráfica
|
|
Documentação Fotográfica
|
DGPC: DGEMN:DSID |
Documentação Administrativa
|
|
Intervenção Realizada
|
Real Irmandade do Senhor Jesus dos Mareantes: 1993 - restauro da capela; 1996 - restauro da capela. |
Observações
|
*1 - A primitiva capela de Santa Catarina, pertencente à confraria do Senhor Jesus dos Mareantes situava-se junto à Torre da Roqueta, na foz do Lima, sendo o local tradicional de culto dos pescadores. |
Autor e Data
|
Paulo Amaral e Miguel Rodrigues 1999 |
Actualização
|
Paula Figueiredo 2001 |
|
|
|
|
| |