Igreja Paroquial do Castelo de Sesimbra / Igreja de Nossa Senhora da Assunção / Igreja de Santa Maria do Castelo

IPA.00006542
Portugal, Setúbal, Sesimbra, Sesimbra (Castelo)
 
Arquitectura religiosa, maneirista, chã, barroca. Maneirismo chão dado pelo prospecto exterior nos alçados com monumentalidade austera, sobriedade; portal maneirista muito singelo, com traços de repertório maneirista. Do barroco, azulejaria da primeira metade de setecentos, do ciclo dos Mestres, de pintura azul sobre branco, num conjunto de decoração cerâmica de efeitos cenográficos, com motivos de arquitectura fingida, cenas historiadas, anjos e grinaldas enquadrados por jogos de balaústres e motivos de arquitectura, simulando uma articulação sinuosa dos panos murários. Retábulo e tribuna de talha dourada de estilo nacional, grande peça de marcenaria lavrada, barroca, com decoração naturalista, com pujança de tratamento das formas plásticas, exuberantes de folhagens, elementos eucarísticos e figurinhas torsas.
Número IPA Antigo: PT031511010013
 
Registo visualizado 1671 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal, regular, composta de templo com torre e anexos, coincidência exterior - interior, volumes articulados, massas dispostas na horizontal, e a da torre na vertical. Cobertura em telhados de 2 águas e domo piramidal. Todos os vãos são moldurados a cantaria, e os cunhais são de pilastras toscanas. TORRE adossada à fachada N., de planimetria quadrangular, fachadas entre cunhais; de 1 pano e 3 registos: 2 registos marcados por 2 frestas iluminantes, divididos do 3º por moldura; o último registo, o da sineira, vazado por arcos de volta plena; remate em cornija de coroamento. IGREJA: Fachada principal orientada a O. de 1 pano desenvolvido entre cunhais, 2 registos definidos por portal, sobre soleira, com ombreiras de pilastras toscanas, lintel liso, cornija e frontão de volutas entre pináculos; flanqueado superiormente por duas janelas gradeadas; pequeno nicho sobre portal e pequeno óculo junto à inserção dos ângulos da cornija de coroamento, remate em empena angular com beiral. Fachada N. de 1 pano e 2 registos: térreo com 1 porta de molduras simples; piso superior com 2 janelas; remate em cornija de coroamento e beiral; adossado a flanco do corpo da capela-mor um anexo (Museu Municipal de Sesimbra). Fachada E. de 1 pano entre cunhais rematados por pináculos; 1 registo com pequeno óculo supra; remate em moldura e beiral, sobreposto por frontão de empena angular com cornija de coroamento e beiral, com cruz no topo. Fachada S. de 1 pano e dois registos assinalados por pequena janela no térreo e uma janela no registo superior; remate em beiral; fachada do anexo com embasamento escalonado de um pano e 1 registo com uma janela gradeada, remate em beiral. INTERIOR de espaço diferenciado em nave, capela-mor e sacristia. Iluminação dada pelos vãos referidos. Forro de azulejos figurados, de padrão azul sobre branco. ENTRADA: coro-alto a 3,40 m do pavimento, de madeira com balcão avançado, curvo, de balaustrada, apoiado em 2 colunas toscanas, assentes em altos pedestais com bacia circular; à esquerda, plataforma alteada com grade de madeira; à direita porta de acesso à torre. Nave com pé-direito de 2 registos com vãos de janelas no superior, no intervalo das capelas, de arco pleno com pedra de fecho, assentes em pilastras toscanas simples; teia lateral e frontal assente em degrau pouco elevado, de balaustrada de madeira e cantaria, com abertura frente ao arco triunfal; púlpito na ilharga esquerda, inserido na largura da parede, acesso por escada inserta na capela junta, com resguardo em mármore e balaústres de madeira; capelas laterais, pouco profundas de planta semicircular: 3 em cada flanco, coberturas de abóbadas de concha; nichos de verga recta, nos intervalos das capelas; 2 nichos perpendiculares à nave flanqueiam o arco triunfal; cobertura de abóbada de berço de asa de cesto, em madeira; pavimento de tijoleira. Capela-mor separada da nave por degrau e arco triunfal: altura máxima da abóbada 7,50 m; paredes cobertas por grandes painéis de azulejos e grande retábulo-mor de talha dourada, com decoração que se estende à tribuna, com janelas laterais; acede-se ao altar-mor por 3 degraus; cobertura em abóbada de berço com pintura floral de medalhão com as iniciais A M (Ave Maria) ao centro; na ilharga esquerda porta de acesso á sacristia. No corpo da igreja azulejos de efeitos cenográficos nas 6 capelas laterais com representações de anjos, com grinaldas e motivos arquitecturais; nas paredes da nave, azulejos figurativos, com representações dos Quatro Evangelistas; sob o púlpito, azulejos com pequenas estrelas e pássaros; na capela-mor azulejos historiados com cenas da Vida de Maria, com anjos e festões de flores no soco.

Acessos

Estrada Nacional nº 559; Santana Corredora; Castelo de Sesimbra.

Protecção

Incluído na Zona Especial de Protecção do Castelo de Sesimbra (v. PT031511010001)

Enquadramento

Rural, em monte, no interior da muralha do Castelo de Sesimbra, em zona central, com flanco N. adossado ao Edifício do antigo Museu Municipal de Sesimbra (v. PT031511010009), sendo actualmente utilizado para actividades de ATL para crianças.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ENTALHADOR: Manuel João da Fonseca (retábulo-mor - atr.). PINTOR: João Pereira Pegado (1698). PINTOR DE AZULEJOS: Bartolomeu Antunes (atri. - séc. 18); Mestre PMP (séc. 18); Teotónio dos Santos (séc. 18).

Cronologia

1165 - o edifício religioso marco da conquista cristã, remonta a esta data; 1234 - referência à igreja numa carta de D. Vasco, bispo de Lisboa, onde se constata a importância que esse templo já tinham; 1338 - data em que a igreja se tornou a primeira freguesia de Sesimbra; 1516 - conforme é constante da primeira visitação conhecida de Sesimbra, feita pelo mestre da Ordem de Santiago naquela data, ainda a igreja mantinha uma estrutura arquitectónica de 3 naves, e avultados rendimentos comprovativos decrescente poderio; 1536 - criada a nova freguesia de São Tiago, sob a invocação de Nossa Senhora da Consolação do Castelo de Sesimbra; séc. 17 / 18 - profundas remodelações modificaram o templo; 1698 - douramento do retábulo-mor pelo mestre pintor João Pereira Pegado, pelo preço de 700.000 reis, pagos pela Irmandade dos Escravos do Santíssimo Sacramento; 1721 - cronograma na fachada da igreja, entre as 2 janelas do coro, atestando, por certo, a época da grande reconstrução, que lhe conferiu o presente carácter; revestimento de azulejaria, obra presumível do Mestre PMP, Teotónio dos Santos e Bartolomeu Antunes ( MECO, 1987 ); realização de trabalhos de talha de madeira; 1960 / 1982 - durante este período o Museu Arqueológico Municipal de Sesimbra encontrou-se instalado numa dependência da antiga igreja matriz que existe colada ao flanco norte do templo, por iniciativa da Câmara Municipal, quando das obras de restauro e de arqueologia levadas a cabo na zona do castelo, no anexo da igreja, a antiga sacristia; 1955 - a igreja foi, nesta data, substituída na função de sede de freguesia devido à erecção de um novo templo, no lugar da Corredoura; 1999 - reabertura da igreja.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Alvenaria rebocada, cantaria, mármore, madeira, estuque, azulejos, tijoleira, ferro, telha

Bibliografia

A Conservação do Património Cultural no Concelho de Sesimbra, 1991; Cd-rom, IPPAR; IPA, DGEMN, LISBOA, Junta Metropolitana, Património Metropolitano, Inventário Geo-referenciado património da Área Metropolitana de Lisboa, AML 2002; CRISTOVÃO, Rodrigues, PEREIRA, Fernando António, GONÇALVES, Luís Jorge, Tempo e Devoção: sete Séculos de Arte Sacra em Sesimbra, Câmara Municipal de Sesimbra, 2001; GIL, Júlio, Os mais Belos Castelos e Fortalezas de Portugal, Editorial Verbo, Lisboa/ São Paulo, 1992; JORGE, Vitor Manuel de Oliveira, SERRÃO, Eduardo da Cunha, Castelo de Sesimbra, resultados de uma sondagem preliminar realizada na área da antiga habitação do Alcaide-Mor (princípios do séc. XVI), Museu de Arqueologia e Etnografia, Junta Distrital de Setúbal, 1975; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos anos de 1957 e 1958, 2º Volume, Lisboa, 1959, p. 434; RODRIGUES, Miguel Jasmins, RUNA, Lucília, SERRÃO, Eduardo da Cunha, Carta Arqueológica do Concelho de Sesimbra, Câmara Municipal de Sesimbra; SERRÃO, Eduardo da Cunha, SERRÃO, Vítor, Sesimbra Monumental e Artística, Sesimbra, 1997; VICTOR, Isabel e GONÇALVES, Luís J., Castelos e Fortalezas na Costa azul, Setúbal, s.d..

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

DGEMN: 1977 - reparação da cobertura, substituição de caixilhos e portas; 1985 - obras de conservação na cobertura e azulejos; 1991 - obras de reparação; Instituto José de Figueiredo: restauro da imagem de Nossa Senhora Mãe dos Homens; 1994/1995 - restauro e consolidação do retábulo-mor; 1995 - colocação e pintura tecto em madeira da sala sobre a sacristia; 1998 - abertura de porta exterior no anexo lateral direito; 1981/83 - obras na cobertura da igreja, melhoramento da estrutura de madeira e substituição de telhas; tecto em madeira novo; 1984 - obras de conservação, nova estrutura da cobertura da nave principal da igreja, obras de demolição de beirados da nave para substituição do mesmo e arranjo no telhado, grade ferro para o vão da torre, caiação geral; 1984 - desaparecimento de uma imagem antiga do século XVIII em madeira poli-cromada de 1,10m de altura, S. João Batista; 1985/87 - obras de conservação e reconstrução da cobertura do anexo, em telha lusa, substituição da telha da capela-mor; infiltrações do telhado do anexo da sacristia, junto à parede do altar-mor; 1985/87 - conservação e restauro dos azulejos dos dois painéis decorativos antigos, da zona dos altares laterais, painel antigo que envolve a zona onde estava o altar lateral, remoção dos azulejos do coro, recolocação e fornecimento dos azulejos em falta; 1988/ 89 - substituição do pavimento de madeira, por tijoleira na nave principal e Altar-mor, reparações nas janelas e portadas, reparação do guarda-vento, balaustrada do coro e teia da nave da igreja, rebocos e caiações; 1989/Junho - reparação dos painéis de azulejo; 1991 - Obras de beneficiação na cobertura da capela lateral, beirado à portuguesa;1991 - Restauro de azulejos do altar-mor; DGEMN: 1991/93 - grandes obras de reparação na cobertura do corpo da sacristia, pintura do tecto da sacristia, reparação do tecto e pavimento do antigo museu, pintura do tecto e solo do coro, substituição do soalho do coro, caixilhos e porta lateral na capela lateral, instalação sanitária na igreja; DGEMN: 1992 - tratamento e conservação do altar-mor, restauro da talha dourada; DGEMN: 1992/ 94 - substituição do madeiramento da estrutura da sacristia, abertura de vão na instalação sanitária, reforço da estrutura do coro, pavimento da instalação sanitária em tijoleira, aplicação de porta na entrada do antigo Museu; DGEMN: 1994/ 95 - reparação do tecto da cobertura do coro alto, reparação da guarda do púlpito, fornecimento e assentamento de painéis de rede para protecção de dois vãos, pintura da balaustrada, guarda-chapim do coro e púlpito, caiação do exterior; Câmara Municipal Sesimbra: 1998 - entrega das chaves ao padre; DGEMN: 1999 - restauro de azulejos e realização de instalações eléctricas; Câmara Municipal de Sesimbra: 1999/2001 - melhoramento da zona envolvente da Igreja, DGEMN: 2001/02 - recuperação do património azulejar de toda a Igreja.

Observações

Do edifício romano-gótico já nada subsiste e das obras quinhentistas apenas subsiste uma escultura.

Autor e Data

Albertina Belo 1998

Actualização

Nelson Brito 2005
 
 
 
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