Forte de Santo António / Forte de Santo António da Piedade

IPA.00006504
Portugal, Évora, Évora, União das freguesias de Bacelo e Senhora da Saúde
 
Arquitectura militar, maneirista. Estrutura abaluartada setecentista exterior ao perímetro amuralhado da cidade. Edifício revelando uma certa precariedade de recursos e soluções, integrável no espírito e sentido de outras fortificações operacionais da Cidade de Évora levantadas na mesma época (v. PT040705120040), funcionaria como posto de defesa avançado. Constitui elemento de importância e valor patrimonial fundamental no conjunto do monumental e excepcional sistema defensivo da cidade.
Número IPA Antigo: PT040705200054
 
Registo visualizado 740 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Forte    

Descrição

Plataforma de aterro guarnecida por muro inclinado de alvenaria e reforçada com cantaria de granito nos cunhais, definindo um quadrado de quatro baluartes, circundado de fosso, albergando no seu interior o presídio, parada e claustro. No interior a cota do piso coincide com a cota de coroamento dos baluartes. Conserva a primitiva porta de campanha, o pontão e algumas guaritas vigiando os cunhais, em tijolo. Integra no seu corpo arcarias do Aqueduto da Prata ( v. 0705210026 ), que o atravessava de N. a S..

Acessos

A N. da Cidade, na periferia suburbana, acessível através de caminho vicinal recentemente alcatroado, a E. da EN. 114-4, de Évora para Arraiolos, a c. de 0,4 Km da Porta da Lagoa (v. PT040705210040 ), na Quinta da Santo António (v. PT040705210088)

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 41.191, DG, 1.ª série, n.º 162 de 18 de julho 1957

Enquadramento

Suburbano, em cota estável da planície que se desenvolve a N. de Évora, protege o Convento de Santo António da Província da Piedade (v. Pt040705120088), com o qual constitui conjunto harmónico, e é atravessado pelo Aquetudo da Prata (v. Pt040705210026). Todo o terreno envolvente é agrícola. A poucas centenas de metros fica o Convento da Cartuxa (v. PT040705210020)

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Militar: forte

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Época Construção

Séc. 17

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTOS: Nicolau de Langres (traçado), Conde de Schomberg (sugestões de alteração a traçado), Luís Serrão Pimentel (traçado definitivo)

Cronologia

1650, c. de - ordem de edificação pelo Conselho de Guerra de D. João IV para protecção do Convento de Santo António da Ordem da Piedade dos Frades Capuchos, fundado em 1576 pelo Cardeal Infante Dom Henrique e ficava em sítio ermo, fora de portas; as obras de construção foram dirigidas por Diogo Pardo Osório; 1633 - estando inacabado ainda, foi ocupado pelos exércitos de D. João de Áustria; 1665 - durante a ocupação espanhola que durou um mês a obra foi dirigida por Nicolau de Langres, que se passara para o inimigo, assistido por Pierre de Sainte Colombier; retomado de seguida pelo Conde de Vila Flor foi reformado, por se encontrar arruinado, pelo General de Artilharia Agostinho de Andrade Freire, segundo traço de Luís Serrão Pimentel; Séc.19, início - aproveitamento agrícola da parte superior do Forte sendo este espaço atulhado com terras fertéis, alteando-o em c. de 1m; Séc.20, anos 40-50 - provável data da remoção dos rebocos exteriores deixando as alvenarias à vista; 2000 - em consequência dos temporais, derrocada troço de muralha.

Dados Técnicos

Estrutura mista

Materiais

Cantaria de granito, alvenaria, tijolo

Bibliografia

RIVERO, Angel Sanches, Viagens de Cosme de Médicis por España e Portugal, Madrid, 1699; CHABY, Cláudio de, Sinopse dos Decretos remetidos ao extinto Conselho de Guerra, Lisboa, 1869; MELLO MATOS, Gastão de, Nicolau de Langres e a sua Obra em Portugal, Lisboa, 1936; ESPANCA, Túlio, Fortificações e Alcaidarias de Évora in A Cidade de Évora, nº 9 e 10, 1945; ALMEIDA, João de, Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, vol. 2, Lisboa 1946; ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Évora, vol.6, 1966.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Intervenção Realizada

DGEMN: 1966 - reparo de um troço de muralha; 1988 - remodelação do edifício sito na Quinta de Santo António, adaptado a Casa Sacerdotal da Arquidiocese de Évora; 1998 - obras de recuperação; limpeza dos paramentos exteriores e remoção da vegetação existente, refechamento de juntas e tapamento de rombos; recuperação de guaritas; 2000 - obras de recuperação nos paramentos em que a arcaria do aqueduto intercepta o Forte, a N. e a S: remoção vegetação existente; no nivel superior do Forte, demolição muro de tijolo que servia de guarda, desentulhamento guaritas e área que corresponderia ao antigo adarve e reconstrução muro de protecção; reposição de rebocos de cal e areia em todos os paramentos exteriores, muros e guaritas.

Observações

EM ESTUDO. A actividade agrícola existente nos terrenos do interior do Forte bem como na envolvente, conduz ao aumento considerável de água no solo em grande parte drenada através dos paramentos da muralha. Primitivamente os paramentos seriam rebocados, como o demonstram os raros vestigios de revestimentos subsistentes nas muralhas e guaritas bem como o facto do talhe da pedra e o sistema de juntas indiciarem terem sido as alvenarias concebidas para serem rebocadas; do mesmo modo os únicos paramentos de pedra talhada não apresentam indícios de terem sido concebidos para ficarem à vista; subsiste ainda, junto à entrada principal, um troço de muralha integralmente rebocado sendo o troço do Aqueduto que atravessa o Forte também rebocado.

Autor e Data

Manuel Branco 1993

Actualização

Sousa Macedo 1997 / Rosário Gordalina 1998 e 2000
 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login