Igreja Paroquial de Benfica / Igreja de Nossa Senhora do Amparo

IPA.00006471
Portugal, Lisboa, Lisboa, Benfica
 
Arquitectura religiosa, pombalina. Igreja paroquial de planta em cruz latina, composta por nave, pequeno transepto e capela-mor mais estreita, com coberturas interiores diferenciadas em falsas abóbadas de berço, pintadas com elementos decorativos, iluminada uniformemente por janelas rectilíneas rasgadas nas fachadas laterais e pelo janelão do coro-alto. Fachada principal harmónica, composta por corpo central rematado em frontão interrompido, com os vãos rasgados em eixo, composto por portal de verga recta, rematado por frontão semicircular, e por janelão em arco de volta perfeita com moldura e remate em cornija. É flanqueado por dois panos, correspondendo aos corpos das sineiras, a esquerda nunca concluída, rasgada por janelas rectilíneas e com quatro sineiras de volta perfeita, assentes em impostas salientes, rematadas por friso, cornija, fogaréus nos ângulos, e cobertura em coruchéu bolboso. Fachadas flanqueadas por pilastras toscanas colossais, rematadas por friso e cornija, rasgadas por janelas rectilíneas e portas travessas de verga recta, rematada em cornija contracurvada, de inspiração borromínica. Interior com as paredes em apainelados pintados em marmoreados fingidos, que se prolongam superiormente nas abóbadas, seguindo o esquema das igrejas pombalinas, com janelas profundas. Coro-alto assente em estípides, contendo as pias de água benta, com as paredes laterais rasgadas por três capelas laterais, com retábulos tardo-barrocos. Confrontantes, púlpitos quadrangulares, com guardas plenas e acesso por porta, a partir dos corredores laterais. Transepto com capelas profundas no topo, a do Evangelho dedicada ao Santíssimo Sacramento. Arco triunfal de volta perfeita, flanqueado por portas de verga recta e apainelados, levando à capela-mor, onde se integra retábulo em cantaria, integrável nos modelos pombalinos, de planta recta e um eixo definido por duas colunas e contendo trono expositivo. No lado do Evangelho, a sacristia, com arcaz e lavabo oitocentista.
Número IPA Antigo: PT031106080372
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta em cruz latina, composta por nave única, transepto pouco saliente e capela-mor mais estreita, a que se adossam dois anexos, com torre sineira adossada ao lado direito, resultando numa volumetria paralelepipédica, de disposição horizontal e volumes articulados, com coberturas diferenciadas em telhados de cinco águas na nave, duas na capela-mor, uma nos corpos anexos e em coruchéu bolboso na torre. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento em cantaria, flanqueadas por cunhais apilastrados, rematados em friso e cornija. A fachada principal, virada a S., remata em frontão triangular, com o tímpano rasgado por óculo circular e moldura simples em cantaria, dividida em três panos, por parastases de pilastras em silharia fendida, e por dois registos por friso de cantaria, os laterais correspondentes às torres sineiras. O pano central é rasgado por portal de verga recta e dupla moldura almofadada, as exteriores com duas consolas que sustentam friso e frontão semicircular, com o tímpano ornado por querubim; é protegido por porta de duas folhas de madeira almofadada. Do frontão evoluem duas bases, ornadas por elementos fitomórficos e que flanqueiam almofadado e rosetão, que se sobrepõem ao friso e cornija divisórios dos registos, onde assenta janelão em arco de volta perfeita com pedra de fecho saliente, flanqueado por dupla moldura almofadada, onde surgem duas consolas a sustentar a cornija do remate; no vão, protegido por caixilharia de metal e vidro, surge uma cruz latina em cantaria. Os panos laterais, correspondentes às sineiras, a do lado esquerdo não concluída *1, são semelhantes, com uma janela rectilínea com moldura de cantaria e protegidas por grades metálicas em cada registo, o inferior com moldura recortada, com pingentes laterais, prolongando-se inferiormente, formando falsos brincos; as janelas do segundo registo têm molduras recortadas, formando falso avental e rematada em cornija. Estes módulos repetem-se nas faces laterais. A sineira, no lado direito, é composta por quatro ventanas, assente em impostas salientes e com fecho também saliente, protegidas por guarda balaustrada, com relógios circulares; remate em friso e cornja, com fogaréus nos ângulos e com o coruchéu rasgado por um óculo circular em cada face. Fachada lateral esquerda, virada a O., com o corpo da nave dividido em quatro panos por elemento em cantaria, no topo dos quais surgem gárgulas, cada um deles rasgado por janelas rectilíneas, com molduras recortadas, em cantaria; no segundo pano, surge porta travessa de verga recta, com moldura recortada e almofadada, formando volutas estilizadas na zona inferior, rematadas por cornija e frontão sem retorno, com cornija contracurvada, de inspiração borromínica, com o tímpano ornado por estípide e festões; é protegida por porta de madeira almofadada, de duas folhas. O corpo do transepto é rasgado por uma janela semelhante às anteriores e o da capela-mor por duas. A esta, adossa-se o corpo da sacristia, com dois pisos e rasgado, uniformemente, por quatro janelas rectilíneas em cada piso, com molduras simples em cantaria. A fachada lateral direita, virada a E., é semelhante à anterior, excepto no que concerne ao corpo adossado, de dois pisos, rasgado, no inferior, por porta de verga recta e bandeira e duas janelas rectilíneas, todas com molduras recortadas; no piso superior, três janelas de peitoril rectilíneas, com molduras simples rectilíneas. Fachada posterior composta pelo corpo da capela-mor, em empena recta, rasgada por um eixo de três janelas rectilíneas, com molduras simples. O corpo do lado esquerdo, em meia-empena, tem, no primeiro piso, duas janelas, uma delas jacente, e no segundo outras duas, uma rectangular e outra quadrangular, surgindo, ainda, um pequeno óculos, todas com molduras simples em cantaria, a primeira protegida por grades de ferro. Sobre a empena, campanário, assente em soco contracurvado, com ventana em arco de volta perfeita, assente em impostas salientes e rematada por cornija, ligada ao corpo da capela-mor por tirante metálico. O corpo do lado direito, ligeiramente recuado e a meia-empena, tem dois pisos, rasgados por dois eixos de janelas rectilíneas, com molduras de cantaria *2. INTERIOR com as paredes rebocadas e pintadas a fingir marmoreados de calcário, fromando apainelados brancos e vermelhos, com cobertura em falsa abóbada de berço, assente em cornija de cantaria, pintada com marmoreados fingidos, formando arcos de abóbada, ornados com florões e apainelados rectilíneos, os laterais ornados por rosetões, e pavimento em lajeado calcário de várias tonalidades, formando geométricos. A parede fundeira apresenta os ângulos truncados, com o portal protegido por guarda-vento de madeira e vidro pintado. Coro-alto assente em duas estípides, sustentadas por plintos paralelepipédicos, onde assentam as pias de água benta, formando quadilóbulos concheados, com guarda balaustrada; possui um órgão. O tecto do sub-coro tem molduras em estuque, pintadas a azul, rosa e cinzento, vários florões dourados e, ao centro, dois anjos sobre fundo azul celeste, representando o firmamento, os quais seguram uma filactera com a inscrição " SANCT SANTIS SI QUIS TEMPLUM DEI VIOLAVERIT DISPERDET ILLUM DEI". Para este espaço, abrem dois arcos de volta perfeita com molduras de cantaria, dois entaipados, o da Epístola com ligação ao coro-alto e torre sineira, correspondendo o oposto ao baptistério, protegido por teia de madeira. Este tem as paredes pintadas com marmoreados fingidos, cobertura em abóbada de aresta, estucada, tendo, ao centro, a pomba do Espírito Santo, e pavimento em lajeado de cantaria. Ao centro, a pia baptismal em cantaria, assente em pequeno plinto oitavado, com a bacia oitavada e galbada decorada com concheados e flores de lis, com bordo saliente, decorado com óvulos; no topo, uma tela pintada a representar o "Baptismo de Cristo", encimado por tímpano decorado com um delta luminoso. As paredes laterais são semelhantes, tendo, em cada uma delas, três capelas profundas, com acesso por arco de volta perfeita, assente em pilastras toscanas e pedra de fecho saliente, encimadas por três janelas rectilíneas, com guardas vazadas e entrelaçadas, bastante profundas, incluino corredor de circulação. Quatro das capelas possuem culto, no lado do Evangelho dedicadas a São Sebastião e São Miguel e Almas, surgindo, no lado oposto, as de Santa Luzia e de Santo António. Confrontantes, dois púlpitos quadrangulares, com bacia de cantaria, ornada por concheado e possuindo pendente florido, com guarda plena, decoradas por cartelas com elementos fitomórficos; têm acesso por porta de verga recta, com moldura de cantaria, rematada por friso, flanqueado por consolas que suportam frontão semicircular, decorado por resplendor e a pomba do Espírito Santo. O transepto possui cobertura semelhante à da nave, tendo, nos topos, capelas profundas, dedicadas ao Sagrado Coração de Jesus, antiga Capela do Santíssimo Sacramento (Evangelho), protegida por teia de cantaria vazada por elementos entrelaçados, e a de Nossa Senhora de Fátima (Epístola). Arco triunfal de volta perfeita, assente em duplas pilastras com capitéis coríntios, sustentadas por plintos cúbicos e rematadas por entablamento, protegido por teia em cantaria de calcário de várias tonalidades, vazada por entrelaçados e acesso frontal; está ladeado por portas de verga recta e molduras recortadas, rematadas por espaldar ornado por elementos vegetalistas e cruz de dezasseis pontas, sobrepujado por cornija curva. Capela-mor elevada por dois degraus, rectangular, com os ângulos posteriores curvos, marcados por duas pilastras com capitéis coríntias, semelhantes às do arco triunfal, que sustentam cobertura em falsa abóbada de berço, pintada com elementos eucarísticos e elementos dourados, assente em entablamento e cornija saliente, com pavimento em lajeado de calcário. As paredes são compostas, inferiormente, por dois apainelados rectilíneos em estuque, encimad por duas janelas de sacada, em arco abatido e moldura recortada, com orelhas de acantos, e rematado em elementos vegetalistas, com a sacada em cantaria, assente em duas consolas, com guarda vazada por elementos geométricos; sobre estas, duas janelas em capialço, em arco abatido, com molduras recortadas e elementos vegetalistas no remate. Encostadas à parede, cadeiral de madeira. Na parede testeira, io retábulo-mor em cantaria calcária de várias tonalidades (branco e vermelho), de planta convexa e um eixo definido por duas colunas e duas pilastras coríntias, assentes em plintos paralelepipédicos, com as faces almofadadas; ao centro, nicho em arco de volta perfeita, tendo moldura em calcário azul, assente em duas mísulas e encimado por dois concheados, interrompidos em volutas, contendo trono expositivo de cinco degraus; na base, uma mísula ampla, ornada por festões de drapeados e volutas, que sustenta a imagem do orago. Altar paralelepipédico, com banqueta galbada em cacário azul, onde assenta um sacrário de talha dourada, em forma de templete, com cobertura em cúpula. Em frente, a mesa de altar, paralelepipédica, em cantaria de calcário de várias tonalidades, flanqueada por elementos volutados e com o frontal ornado por elementos ovalados entrelaçados. Por baixo do altar-mor, um carneiro com acesso por oito degraus. A sacristia tem a parede rebocada e pintada de branco, com silhar de azulejos de figura avulsa *3, com tecto de cinco apainleados, o do meio de maiores dimensões, a representar o Bom Pastor e quatro com os profetas Jeremias, Isaías, Ezequiel e Daniel, tendo, na parede de topo, um lavabo em cantaria de calcário, formado por espaldar vegetalista, tendo, ao centro, uma bica em forma de rosa, que verte para taça concheada.

Acessos

Estrada de Benfica; Rua Ernesto da Silva; Largo do Adro. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,751227, long.: -9,202155

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado e destacado, implantado numa zona elevada, relativamente à via pública para onde abre, a Est. de Benfica, em zona de pendor inclinado, rodeado por amplo adro nas fachadas laterais, protegido por grades, o do lado direito com muro de suporte de terras. A fachada principal abre para pequeno adro artificial, com acesso por dois lanços de escadas convergentes, com guarda e suportada por muro de cantaria de calcário, convexa na zona central. No lado esquerdo, surge um lanço de escadas, protegido por grades de metal, pintadas de preto, que leva a amplo terreiro, fronteiro ao Centro Paroquial. No lado oposto, umas escadas semelhantes, que dão origem a um adro, pontuado por árvores de grande porte, pavimentado a calçada e onde surge um cruzeiro em cantaria, composto por plataforma circular de três degraus, onde assenta a base, fingido rochas, criando o Monte Golgotá, encimada pela coluna toscana, sobrepujada por cruz latina. Nele, inscreve-se a inscrição: "2.ª estação - 1733". Surge, ainda, um busto do Padre Álvaro Proença, prior de Benfica (1955-1983), executado em bronze sobre mármore preto polido.

Descrição Complementar

As capelas laterais possuem estruturas retabulares semelhantes, em madeira pintada, de marmoreados fingidos, de planta recta e um eixo definido por duas estípides, que sustentam fragmentos de frontão, que enquadram pequeno espaldar alteado, ornado por cartela e festões e rematado por cornija curva; ao centro, painéis pintados com as figuras dos oragos, envolvidos por moldura contracurvada e de perfil curvo, assente, inferiormente, em quatro mísulas estriadas; têm altares em cantaria, em forma de urna, com frontal ornado por apainelados e cruzes centrais, com banqueta de calcário vermelho. A Capela do topo do transepto é bastante profunda, com cobertura em falsa abóbada e topo em semicúpula, onde se abre um óculo circular; a cobertura é decorada por estuques em relevo, que também surgem nas paredes laterais, as quais têm, no topo, painéis de estuque com a representação dos quatro Doutores da Igreja (São Gregório Magno, Santo Ambrósio, Santo Agostinho e São Jerónimo); inferiormente, possuem portas laterais, com molduras recortadas, rematadas por espaldares curvos decorados por motivos eucarísticos (gavinhas), encimados por cornijas angulares. Possui estrutura retabular em cantaria de calcário, de planta recta e um eixo definido por duas colunas de fuste liso e capitéis coríntios, assentes em plintos paralelepipédicos de faces almofadadas, encimado por frontão contracurvado de inspiração borromínica, que enquadram tela representando a "Última Ceia", rodeado por moldura de perfil recortado e curvo superiormente; possui altar paralelepipédico, flnqueado por pilastras volutadas, com banqueta de calcário azul, ornado por motivos fitomórficas. A Capela do lado oposto possui cobertura em abóbada de berço, tendo uma tela a representar a "Aparição aos Pastorinhos", envolvida por moldura de calcário azul; tem altar paralelepipédico de calcário branco.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Lisboa)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTOS: Braula Reis (séc. 20, década de 60); Erich Corsépius (séc. 20, década de 60); João Frederico Ludovice (1750, atr.); João Gomes (1780-1809); João Pedro Ludovice (1780, atr.). CANTEIROS: Leandro Gomes (1780-1809). CARPINTEIRO: Domingos Canelas (1881). CERAMISTA: Eduardo Augusto Pinto de Magalhães (1884). EMPREITEIRO: Alves Ribeiro (1962). ENTALHADOR: Manuel António de Azevedo (1811). FUNDIDORES: Jacinto Alves (1798) e António Alves Guerra (1798). MESTRE DE OBRAS: Joaquim Ribeiro Bouça (1962) ORGANEIRO: José Pereira (1961). PEDREIROS: Domingos da Costa (1881); João da Silva Chamorro (1881); Joaquim Luís Coelho (1809). PINTORES: Francisco de Borges (1809); Joaqum de Brito (1881); José Maria Pereira Júnior, vulgo Pereira Cão (1876-1882); Pedro Alexandrino de Carvalho (1811). SERRALHEIRO: Tomás de Aquino (1811).

Cronologia

1337 - primeira referência à Paróquia de Benfica, no testamento de D. Maria de Aboim; 1390 - 1392 - a paróquia surge sucessivamente referida em documentação, dedicada a Nossa Senhora do Amparo e estando depedente do Convento do Salvador, em Lisboa, a que pagava dois terços dos dízimos; 1582 - primeiro registo de casamento e de baptizado; 1586, 2 Dezembro - instituição da Irmandade de Nossa Senhora do Amparo; 1588 - instituição da Irmandade de Santo António; 1632 - primeira referência à Irmandade do Santíssimo Sacramento; 8 Maio - falecimento de Amador Gaspar que instituíra uma capela com 4 missas anuais, deixando a terça dos seus bens à Irmandade do Santíssimo; 1680 - referência à antiga Irmandade de São Sebastião; 1682 - Vivência Antunes deixou por testamento uma terra situada em frente à Igreja, chamada do "Rosalinho", à Irmandade do Santíssimo; 1702 - Inventário da Fábrica da Igreja Paroquial; 5 Setembro - visita pastoral do desembargador Manuel de Freitas Faleiro, em que ordenou a colocação de confessionários, bem como estrados de madeira e que se lajeasse o resto do imóvel; 1706 - visita pastoral feita pelo mesmo desembargador ordena que se vede e arranje o adro, que servia, então, de cemitério; 1714, 19 Julho - livro de compromisso da Irmandade do Santíssimo; 1715 - compromisso da Irmandade de Nossa Senhora do Amparo; 1719, 5 Novembro - visita pastoral do desembargador António Gomes da Costa, ordenando às Irmandades do Santíssimo e de Santo António que enchessem a mesa de altar, tirando as caixas de madeira, de forma a tornar a estrutura mais sólida, sugerindo à última que colocasse uma ara de altar; 1730, 6 Julho - confirmação do compromisso pelo Patriarca D. Tomás de Almeida; 1733 - construção do cruzeiro do adro, que integrava uma Via Sacra; 1744 - Domingos e Domingas Simões deixaram uma terra de 7 alqueires de semeadura, no sítio das Fontainhas, à Irmandade do Santíssimo; 1748 - a Irmandade do Santíssimo mandou fechar o adro com marcos; 1750 - inventário da prata da Irmandade do Santíssimo; 29 Agosto. - início da construção da igreja, com vista à substituição do antigo templo, de dimensões exíguas *4; o primeiro projecto e a concepção da capela-mor é atribuída a João Frederico Ludovice; 1751, Agosto - o secretário da Mesa do Santíssimo, João Alves Simoes, doou 100$000 para as obras; 1752, 23 Maio - a Irmandade do Santíssimo dá a sua parte para a obra da igreja, no montante de 900$000; 1754 - as obras continuavam, tendo custado até então 14 666$014 réis; Dezembro - a obra é interrrompida por razões desconhecidas; 1755, 1 Novembro - o terramoto provoca a queda de alguns blocos de pedra das paredes da igreja ainda em construção; 1757 - instituição canónica da Irmandade das Almas, que existia desde o séc. 17; 1755, 1 Novembro - a nova igreja, então em construção, sofreu graves danos com o terramoto; 1758, 12 Abril - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo cura João da Mata, é referido que a igreja é dedicada a Nossa Senhora do Amparo, com 5 altares, o mor, São Miguel e Santo António, do lado da Epístola, e São Roque e Santa Catarina no lado do Evangelho; tem cinco Irmandades, a do Santíssimo, a de Nossa Senhora, Santo António, das Almas e São Sebastião; o pároco é cura, apresentado pela prioresa do Convento do Salvador, de Lisboa, rendendo 200$000; o padre recebia 16$000 de côngrua; 1760 - referência à Confraria de Santa Luzia; 1763 - a Irmandade do Santíssimo adquire um órgão por 168$000; compra um prato de prata e quatro lanternas por 534$200; 1774 - a mesa adquire duas lanternas de prata, feitas de outras antigas; 1779 - a Irmandade do Santíssimo adquiriu um armário para paramentos, uma urna para resguardar o Crucificado e um oratório para o Senhor Ressuscitado (45$615); 10 Dezembro - Gertrudes de Jesus legou à Irmandade do Santíssimo 20 mil cruzados para que cuidasse dela enquanto viva; 1780, 28 Março - decisão de retomar a feitura da obra, sendo um dos mais entusiastas João Pedro Ludovice, que seria responsável pelo segundo projecto da mesma; o rei D. José I doou 3 mil cruzados anuais para a obra; a direcção da obra foi dada a João Gomes, que trabalhara na Igreja da Memória (v. PT031106...), ajudado pelo filho, o canteiro Leandro Gomes; 27 Agosto - a Irmandade do Santíssimo torna-se a Fabriqueira da Igreja, herdando todos os bens da Fábrica; 1782, Setembro - Francisco Peres deixou em testamento 96$000 para as obras da igreja; séc. 18, final - D. Maria I suspendeu a doação régia para as obras, contribuindo com 1$000; a princesa Maria Benedita doou vinte moedas para a obra e Hermano Vanzeller, proprietário da Quinta da Feiteira, pagava dois operários semanalmente; 1788 - Caetana Maria legou à Irmandade do Santíssimo umas casas que possuía na Cruz da Era; 1792 - a princesa Carlota doou 57$600 para a obra da igreja: 1793 - donativo mensal da Sociedade das Águas Livres; 1796 - Bernardo António, escrição da Junta das Águas Livres doou $480; 1798 - execução de três sinos, um com 34 arrobas (311$180), com 25 (230$720) e com 18 (165$780), pagos pela Irmandade do Santíssimo, aos fundidores Jacinto Alves e António Alves Guerra; 1808 - aquisição de duas pedras para a banqueta por 12$500; Joaquim José de Almeida deu 144$000 para se fazer a maquineta do Santíssimo; o Dr. Saturnino deu 250$000 para uma maquineta para a Senhora do Amparo; Manuel dos Santos, da Casa Fronteira, deu 57$000 para os castiçais do trono, prateados por 57$600; P. Raimundo António Vieira deu madeira e talha para os cancelos da Capela do Santíssimo (144$000), dourados por ordem de António José Marques (96$000); Micaela Leonro deu 2 credencias para a Capela do Santíssimo e D. Maria Francisca uma para a capela-mor, mandadas dourar por D. Maria de Saldanha (48$000); Manuel Alves e o Capitão João Baptista deram 115$200 para se fazer e dourar o sacrário; feitura dos painéis dos Doutores da Igreja por Pedro Alexandrino (14$400), dando outro tanto o Reverendo José da Costa Ribeiro pelos outros dois; feitura e douramento do dossel da Capela do Santíssimo por Tomás de Aquino (38$400); o mesmo executou os castiçais da capela-mor e Santo Cristo (48$000); Francisco Vanzeller deu a quantia de 43$200 para o painel da Capela do Santíssimo, por Pedro Alexandrino; feitura dos quatro painéis da igreja, para o que contribuíram os irmãos Vanzeller (124$800); D. Genoveva deu o pianel de Jesus, Maria e José (14$400); capitão Cipriano José da Costa deu e pagou a pintura de São João e Zacarias, que foi restaurado por Pedro Alexandrino, que o achava uma óptima pintura (7$200); painel do baptistério de Pedro Alexandrino (19$200); casa retábulo do corpo da igreja importou em 144$000; Manuel Francisco Garrido mandou pôr as vidraças quebradas (57$600); feituras das casas das irmandades, com madeira dada por António da Cruz (300$000); pintura e estuque do coro, por Pedro Alexandrino (38$400); D. Maria Saldanha pagou a pedra do lavabo da sacristia (115$200); a mesma deu duas cómodas de madeira à Irmandade do Santíssimo e mandou fazer uma arrecadação no corredor da Capela (43$200); Joaquim Luís Coelho, mestre pedreiro, fez e pagou o telhado; 1809 - compra de uma coroa de prata para o orago; pintura do gradeamento do coro, cinlahas, portas e janelas, caixilhos, por 48$000; 17 Setembro - o pároco João Cipriano convocou para uma reunião os paroquianos, para se tentar finalizar as obras até ao final do ano; 10 Dezembro - sagração da igreja, com o altar-mor e três laterais, dedicados, no Evangelho, ao Santíssimo Sacramento, São Miguel e São Sebastião, surgindo, no lado oposto, o Senhor dos Passos, Santo António e Santa Luzia; em cada altar foram depositadas caixinhas de chumbo com relíquias dos santos mártires Clemente, Herculano e Benigno; 1811 - pagamento dos cabouqueiros de Montelavar, pela Irmandade do Santíssimo (330$645); pagamento do ladrilho para os terrços da igreja, cantaria para o adro e grades de ferro para as janelas, pagos pela Irmandade do Santíssimo (367$990); a Irmandade fez um vaso, turíbulo de prata, duas salvas e âmbulas (47$670); pintura das telas por Pedro Alexandrino de Carvalho por 30$000; Junho - colocação de grades na sacristia da igreja nova; Novembro - construção do guarda-vento, por 554$750 pelo mestre Tomás de Aquino; feitura e douramento da cancela do baptistério; 1811 / 1813 - a pintura do tecto da capela do Santissimo foi pago por D. Luís da Câmara e o painel da "Última Ceia" por Francisco e Hermano Vanzeller; feitura da teia da mesma capela, em ferro e pintada, orçando em 42$000, pagos pelo capitão Lourenço José dos Santos; execução do trono pelo entalhador Manuel António de Azevedo, com risco de Leando Gomes, por 113$000; feitura do estuque da nave, pago por Hermano Vanzeller, por 800$000; 1812 - inventário dos bens da Irmandade das Almas; 1815 - a antiga capela foi transformada na capela do cemitério do adro; a imagem de Nossa Senhora do Amparo tinha 8 vestidos, doados pelo benfeitor que doara a maquineta, e mais dois dados por D. Ana Bárbara e pela Condessa de Vimieiro; 1830 - a Irmandade do Santíssimo adquiriu uma lâmpada de de latão, para não terem sempre exposta a lâmpada de prata (19$200); construção de um novo cemitério (170$445); 1831 - ainda exi2stiam dívidas da construção da igreja para pagar; 1832 - feitura do lampadário da Capela do Santíssimo, por 111$525; 1833 - remoção dos azulejos que a capela tinha na abside, por 19$200; os mestres Vicente e Alberto Baptista fizeram uma avaliação dos estragos do telhado, verificando que grande parte das vigas se encontravam apodrecidas e a necessitar de substituição; 1837 - venda de muita prata antiga por 776$750, para custear o arranjo do telhado; 1840 - construção da torre, nunca se construindo a oposta *1; 1842 - alguns reparos na igreja velha, que servia como depósito; 1846 - demolição da "igreja velha" *2, para ampliação cemitério e do adro, o que importou em 98$155; séc. 19, 2.ª metade - feitura do lavabo da sacristia, desenhado e pago por D. Maria Saldanha, custando 48$000; 1860, 16 Julho - Governo Civil nomeou uma Comissão Administrativa para a Irmandade de Nossa Senhora do Amparo; 1866 - feitura de dois bancos com assentos de palhinha para o corpo da igreja (8$000); 1876 - a igreja encontrava-se num estado de degradação, especialmente na área do cruzeiro, o que implicou o seu encerramento, conseguindo-se 800$000 do ministro Augusto Saraiva de Carvalho e as madeiras necessárias para a obra; entre os paroquianos, conseguiu-se 1:429$200 e D. Maria Amélia Bertrand contribuíu com uma quantia avultada, restaurando as capelas laterais, as grades da Capela do Santíssimo e os quadros e telas; 1880 - levantamento das ossadas do cemitério para o novo cemitério de Benfica (dos Arneiros), todo o terreno foi terraplanado para fazer parte do adro da igreja; 1882, 31 Julho - reabertura do templo ao culto; 1884 - a Direcção das Obras Públicas concede 180$000 para substituir o pavimento, removendo-se o soalho, colocando-se ladrilhos, fabricados por Eduardo Augusto Pinto de Magalhães, com fábrica na R. das Fontainhas, em Alcântara, pelo que se pagou 91$850; 1885, 11 Abril - a Direcção das Obras Públicas concedeu 180$000 para a reparação do soalho da igreja; 1888 - o pavimento encontrava-se novamente deteriorado, decidindo-se colocar mosaicos, mas optou-se por utilizar, novamente, soalho, sendo as obras pagas por Maria Amélia Bertrand; 1890 - os trabalhos de restauro são dados por concluídos; a Direcção das Obras Públicas intimou a Irmandade do Santíssimo a arranjar o exterior do templo, tendo sido arrancadas as oliveiras, substituídas por árvores ornamentais; 1892 - beneficiação dos telhados das sacristias; 1898 - inventário das pratas da Irmandade do Santíssimo; 1899 - o Governo Civil aprova novos estatutos da Irmandade do Santíssimo; 1900 - construção de um coreto no adro O; 1907 - D. Maria Madalena Pastora da Silva ofereceu uma coroa de prata à Irmandade de Nossa Senhora do Amparo; 1913 - aprovação de novos estatutos da Irmandade do Santíssimo; 1919 - o prior Cónego Azevedo tentou dissolver a Irmandade do Santíssimo; 1923 - colocação do relógio na torre da igreja; 1938 - a Irmandade do Santíssimo recebeu a posse da igreja e adros, apesar de ter problemas com o adro O., onde estava instalada uma barraca da Sopa dos Pobres, da Misericórdia; 1941, 1 Fevereiro - um ciclone danifica gravemente o telhado do templo; abertura de nichos nas paredes e colunas, para colocação de escultura; a Irmandade do Santíssimo deixa de ser a Fabriqueira da Igreja, ficando os encargos na dependência do pároco; 1955 - a imagem do Senhor dos Passos foi transferida para o primitivo lugar, a capela da Epístola, bem como o antigo altar de mármore, arrecadado na sacristia; execução dos bancos da igreja, por 40.000$00; 20 Março - abertura da biblioteca paroquial; 1958 - início da construção da primeira fase do Centro Paroquial e a antiga sacristia da Irmandade do Santíssimo, que era o cartório paroquial passou a servir de casa mortuária; 1959 - as grades dos altares colaterais foram restauradas e adaptadas ao arco triunfal, em substituição de uma de madeira, pesada, que contornava o último degrau à entrada do cruzeiro; é desanexada da paróquia a freguesia de São Domingos de Benfica, entregue aos Dominicanos; 1960 - a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa concedeu um subsídio de 50 contos para a construção do Centro Paroquial; 1961 - entronização da actual imagem da padroeira, adquirida em Madrid, executada em nogueira, com 1,80 m., trabalhada e dourada a fogo e que custou 15.000$00; foi substituír a antiga imagem de roca; transformação das salas de despacho das Irmandades num salão; 1962 - finalizado o primeiro pavilhão do centro, que importou em 1.130 contos, projectado por Braula Reis; 1963 - colocação de azulejo de figura avulsa do séc. 18, na sacristia, provenientes da Quinta da Buraca (v. PT0311); 29 Maio - início da construção da segunda fase do Centro Paroquial, que custou 1950 contos; a obra foi realizada pela firma Alves Ribeiro, sob a orientação de Joaquim Ribeiro Bouça; o projecto foi de Erich Corsépius; 1964 - colocação de azulejo na sala contígua à sacristia; 1965, 4 Julho - inauguração do Centro Paroquial pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa, Manuel Gonçalves Cerejeira; 1972, Agosto - colocação do actual pavimento em calcário de Pêro Pinheiro; remoção da teia de cantaria, que protegia os lados da igreja, sendo aproveitada para criar os resguardos das capelas dedicadas ao Sagrado Coração de Jesus, a Nossa Senhora de Fátima e da capela-mor, bem como para ornar o frontal do altar; 1974 - colocação de uma nova imagem de São José no nicho da capela-mor, feita em cedro; no fundo do altar de Nossa Senhora de Fátima, colocação de uma tela, da autoria de Teresa Matos; 1976 - execução de uma nova imagem de São Pedro, colocada num nicho da capela-mor, cópia da do séc. 18, feita por santeiros do Norte; 1984 - execução de um busto do Padre Álvaro Proença, prior de Benfica da autoria de António Duarte; 1998, Novembro - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Estrutura em alvenaria mista, reboca e pintada e em cantaria de calcário lioz; pilastras, cornijas, frisos, colunas, pias de água benta, pia baptismal, lavabo da sacristia, altares, teias, mísulas, sacadas, guardas, retábulos e pavimentos em cantaria de calcário; coberturas em madeira pintada; arcaz, portas e armários de madeira; estuque decorativo; sacristia com azulejo tradicional; janelas com vidro simples e grades metálicas; cobertura em telha.

Bibliografia

BARBOSA, Inácio Vilhena, Fragmentos de um Roteiro de Lisboa (Inédito), in Annuario do Archivo Pitoresco, Lisboa, 1863, vol. VI; CONSIGLIERI, Carlos, Pelas Freguesias de Lisboa. O Termo de Lisboa, Lisboa, 1993; DIAS, Marina Tavares, Lisboa Desaparecida, Vol. 3, Lisboa, 1992; FERREIRA, Rafael Laborde, VIEIRA, Victor Manuel Lopes, Estatuária de Lisboa, Lisboa, Amigos do Livro, Lda., 1985; LEAL, Augusto Soares Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1873, vol. I; PROENÇA, Raul, (dir. de), Guia de Portugal, Vol. I, Lisboa, 1924; PROENÇA, Pe. Álvaro, Benfica Através dos Tempos, Lisboa, 1964; PORTUGAL, Fernando e MATOS, Alfredo de, Lisboa em 1758 - Memórias Paroquiais de Lisboa, Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa, 1974; SANTA-BÁRBARA, Artur, Benfica e a Sua Igreja, Lisboa, 1979; SOUSA, João António de, Igreja de Nossa Senhora do Amparo - Lisboa, Lisboa, 1984.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco

Intervenção Realizada

Irmandade do Santíssimo: 1779 - conserto na Casa do Despacho da Irmandade; Proprietário: 1831 - arranjo dos telhados, por 21$605; ISS: arranjo do pé do Santo Cristo ($240); Proprietário: 1834 - restauro do órgão, por 216$490; 1839 - arranjo do telhado por 600$025; 1855 - restauros nas casas das irmandades; 1876 / 1877 / 1878 / 1879 / 1880 / 1881 - pintura e decoração das capelas laterais e restauro das telas respectivas, por Pereira Cão; 10 quadros foram restaurados a expensas de Maria Amélia Martins, pelo pintor Joaquim de Brito; arranjo das balaustradas do púlpito; as obras de pedraria estiveram a cargo de João da Silva Chamorro e Domingos da Costa, e as de carpintaria com Domingos Canelas; 1890 - restauro das telas e altares; pintura das portas e da sacristia; arranjo do guarda-vento; 1941 - obras de completa reparação do telhado e diversas beneficiações; 1955 - substituição integral dos bancos da igreja, restauro das telas e altares; conserto dos castiçais; 1956 - limpeza e pintura dos paramentos interiores, que haviam sofrido infiltrações; 1958 - retirada a teia de madeira que fechava a capela-mor, sendo substituída pelas grades das antigas capelas do Santíssimo e do Senhor dos Passos, devidamente restauradas; 1961 - reparação do órgão por 35.000$00; 1963 - reparação da sacristia principal e aplicação de lambril de azulejo setecentista; 1972 - colocação de novo pavimento.

Observações

*1 - antes da construção, existia uma torre de alvenaria no lado esquerdo e uma improvisada, de madeira, no lado direito; a torre prevista nunca foi concluída. *2 - os corpos adossados, actualmente a sacristia e capelas mortuárias, constituíam, originalmente, a sacristia da Irmandade do Santíssimo com lavabo arrecadado no centro paroquial, a qual tinha tecto estucado com motivos eucarísticos, pago por António Martins, negociante de Lisboa. Sobre as sacristias, as casas de despacho de outras irmandades - Santíssimo Sacramento, Nossa Senhora do Amparo, Santo António e São Miguel e Almas. *3 - proveniente do Palácio da Quinta da Buraco (v. PT). *4 - a igreja antiga encontrava-se orientada, implantada em local elevada e com acesso por escadaria, que levava ao alpendre do portal principal, em arco apontado; a ladear a fachada, uma alta torre sineira; no interior, de uma só nave, tinha as paredes revestidas a azulejo de padrão policromo, com tecto de madeira, dividido em quatro painéis e pavimento de taburnos; tinha coro-alto e, sob este, no lado do Evangelho, o baptistério, com pia monolítica, de onde partia a escada do coro e um corredor para a sacristia; na nave, os altares laterais de Santo António (com a imagem do orago, um Cristo e um São João Baptista) e de São Roque, profunda, com tecto em abóbada e um oratório com a data "1778"; sobre este, uma tela a representar a "Última Ceia", revelando que se tratou da Capela do Santíssimo; perto da porta travessa, o púlpito de madeira, com acesso pela capela anterior; o cruzeiro possui teia de madeira e o arco triunfal está flanqueado por dois retábulos, o do Senhor Crucificado (com as imagens do orago, de São Caetano, Nossa Senhora do Rosário, proveniente da antiga Capela do Espírito Santo, desaparecida, e pintura a representar São Sebastião, São Brás, Santo António, São Lourenço, São Bento e São Domingos); no lado oposto, o altar de São João, com as imagens do orago, de São Francisco, com uma cruz de prata, e Santo António, tendo, por fundo, um retábulo pintado com Santa Catarina, Santa Luzia, Santa Bárbara e Santa Clara com duas companheiras; a capela-mor tem tecto em abóbada, pintada de flores e dourados, com dois nichos, integrando as imagens de São Domingos e Santa Joana princesa; a boca da tribuna era fechada por um painel representando as "Bodas de Caná", de Pedro Alexandrino de Carvalho, integrada em retábulo de talha, com uma imagem de Nossa Senhora da Conceição; no lado do Evangelho, a imagem de Nossa Senhora do Amparo, de roca; na sacristia, as imagens de Nossa Senhora da Conceição e três telas com "Anunciação", "Adoração dos Magos" e "Ascensão"; no lado oposto, a casa do despacho da Irmandade, com a imagem de Nossa Senhora das Candeias (PROENÇA, pp. 67-72).

Autor e Data

Teresa Vale e Carlos Gomes 1996 / Paula Figueiredo 2007

Actualização

 
 
 
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