Ascensor da Bica

IPA.00006465
Portugal, Lisboa, Lisboa, Misericórdia
 
Arquitectura de transportes. Ascensor urbano. O acesso ao terminal da Rua de São Paulo faz-se através de um átrio, rasgado para o efeito, num prédio setecentista.
Número IPA Antigo: PT031106280270
 
Registo visualizado 2037 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Transportes  Ascensor    

Descrição

Ascensor constituído por 2 carros que sobem e descem alternada e simultaneamente em 2 vias paralelas de carris de ferro assentes ao nível do chão. Os carros apresentam 3 portas de cada lado, correspondentes no interior a 3 compartimentos dispostos em plataforma, com bancos de madeira orientados transversalmente no corpo central. O acesso superior é feito por uma rampa de 5 degraus e na base, a S., é feito ao nível do piso térreo de um prédio de rendimento de 5 andares, delimitado por pilastras em cantaria. O imóvel, de planta rectangular, apresenta volumetria paralelepipédica, sendo a cobertura efectuada por telhados a 2 águas com o último piso em mansarda. A fachada principal do edifício, apresenta no embasamento, abertura de 2 vãos, um deles, a E., encimado por tabela com a inscrição "Ascensor da Bica" e pela qual se acede ao elevador: com emolduramento em cantaria, exibem portas em ferro forjado, de verga recta e bandeira em arco em asa de cesto. Nos andares superiores observa-se abertura de vãos a ritmo regular, identificando-se nos 1º e 2º pisos, janelas de sacada servidas por varandim de ferro forjado, e com verga recta destacada nas do 2º andar, encimadas por janelas de peito. O edifício é superiormente rematado por cornija, que precede a mansarda, guarnecida por guarda em ferro forjado. No interior, identifica-se átrio amplo de duplo pé-direito vazado por corredor de circulação dos elevadores: com lambril azulejar e pano de muro em reboco, apresenta plataforma de acesso delimitada por guarda em ferro forjado.

Acessos

Rua da Bica de Duarte Belo / Rua de São Paulo, nº 234. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,708704, long.: -9,146783

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 5/2002, DR, 1ª série-B, n.º 42 de 19 fevereiro 2002 / ZEP, Portaria n.º 398/2010, DR, 2.º série, n.º 112 de 11 junho 2010 *1

Enquadramento

Urbano, destacado, adossado, implantado em via de pendente acentuada com vista notável sobre o rio Tejo e a outra margem. Perfaz um percurso entre a Rua de São Paulo e o Largo do Calhariz em plano com 11,8% de inclinação, atravessando uma zona urbana maioritariamente ocupada por prédios de rendimento do século 18.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Transportes: ascensor

Utilização Actual

Transportes: ascensor

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

CONSTRUTOR: Raoul Mesnier du Ponsard (1888). FORNECEDORES: Theodore Bell (1923).

Cronologia

1888 - celebração de contrato entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Nova Companhia dos Ascensores de Lisboa que previa a concessão da instalação de um ascensor que, pela Rua da Bica de Duarte Belo, ligasse a Rua de São Paulo ao Largo do Calhariz, concebido por Raoul Mesnier du Ponsard; 1890 - a instalação da máquina motora do ascensor já se encontrava concluída *2; 1892 - realização de experiências oficiais de funcionamento do ascensor; início da actividade do ascensor; 1912 - a Nova Companhia dos Ascensores Mecânicos de Lisboa assina com a Câmara Municipal de Lisboa um contrato de concessão que lhe permitia a electrificação de todas as suas linhas; 1914 / 1916 - obras de electrificação do ascensor da Bica; 1916 - durante a conclusão dos trabalhos de electrificação verifica-se um acidente com um dos carros que, descontrolado, se precipitou de encontro à estação da Rua de São Paulo destruindo-se por completo; na sequência deste acidente o ascensor da Bica permanece inactivo por vários anos; 1923 - a C.M.L. exige o regresso ao funcionamento por parte do ascensor da Bica, pelo que se procedem a trabalhos e à colocação de novos carros, fornecidos pela firma Theodore Bell; 1926 - por dissolução da Nova Companhia dos Ascensores Mecânicos de Lisboa, o ascensor passa a ser propriedade da Companhia Carris; 1927 - o elevador da Bica retoma o serviço; 2005, 29 setembro - proposta de fixação de Zona Especial de Proteção pela DRCLVTejo; 2009 - Despacho de homologação da Zona Especial de Proteção pela Ministra da Cultura; 2011, 20 maio - Declaração de retificação ao teor do diploma de fixação de Zona Especial de Proteção, n.º 874/2011, DR, 2.ª Série, n.º 98.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado

Bibliografia

CAPITÃO, Maria Amélia Motta, Subsídios para a História dos Transportes Terrestres em Lisboa no Século XIX, Lisboa, 1974; ALMEIDA, Pedro Vieira de, FERNANDES, José Manuel, Arquitectura Moderna, in AAVV, História da Arte em Portugal, Vol. 14, Lisboa, 1986; LAGRANJE, José, O Ascensor da Bica, CCFL, série II, ano II nº 5 Jul/Set 95. p.2; IDEM, O Livro da Carris, Lisboa, 1993

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID; IGESPAR: IPPAR, Pº Nº 86/3 (002)

Intervenção Realizada

Séc. 20, década de 30 - alterações no interior dos carros.

Observações

*1- DOF: Ascensor da Bica e meio urbano que o envolve na Rua de São Paulo, 218 a 236, na Rua da Bica Duarte Belo (todos os imóveis que com ela confinam), no Largo de Santo Antoninho (todos os imóveis que com ele confinam) e na Travessa da Bica Grande (todos os imóveis que com ela confinam). Zona Especial de Proteção Conjunta do Bairro Alto e Imóveis Classificados na sua Área Envolvente. *2 - O ascensor da Bica, tal como o do Lavra e da Glória, era movido pelo sistema de Tramway - cabo e contrapeso de água com os carros equipados com depósitos de água.

Autor e Data

Teresa Vale e Maria Ferreira 1997

Actualização

 
 
 
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