|
Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre Casa nobre
|
Descrição
|
Planta longitudinal simples, volumes articulados. O edifício constitui-se como um rectângulo vazado por 2 pátios sensivelmente quadrangulares, possuindo cada uma das alas cobertura a 4 águas. O alçado S. organiza-se em 3 pisos, sendo o térreo caracterizado por um embasamento em aparelho almofadado, no qual se abrem 2 portas em arco em asa de cesto. Os andares superiores encontram-se divididos verticalmente em 5 panos separados por pilastras de cantaria e animados por 17 janelas (rectangulares no 1º andar e de sacada no piso nobre) apresentando todas emolduramento calcário. As sacadas ostentam grades de ferro forjado, distinguindo-se uma varanda corrida para a qual abrem as 3 janelas do módulo central, superiormente rematadas por frontões de cantaria (2 triangulares ladeando um curvo). Este módulo central é coroado por um frontão triangular que interrompe a platibanda que remata todo o edifício. No extremo SO., antes de um último módulo de 2 janelas, é visível a capela, cujo alçado principal avança relativamente ao plano da restante fachada. Nele destacam-se: o portal encimado e articulado, por meio do emolduramento de cantaria, com janela rectangular, por sua vez encimada por óculo semi-circular e janelão em arco de volta inteira coroado por ática triangular. Lateralmente delimitada por cunhais de cantaria, a capela é rematada por frontão triangular, com fogaréus e uma cruz. A fachada E. desenvolve-se em 3 pisos, apresentando no térreo um portal ladeado por pilastras, encimado por vão semi-circular e frontão triangular. De cada lado surgem 2 janelas rectangulares com emolduramento simples de cantaria e 2 portas em arco abatido com marcação do fecho. No 1º andar são visíveis 8 janelas restangulares e emolduramento de cantaria superiormente ornadas por um motivo circular. Um friso calcário precede o piso nobre, no qual se abrem 9 janelas de sacada com grades de ferro forjado sobre base de cantaria apoiada em mísulas. O vão central, no eixo do portal, é encimado por frontão curvo. Este alçado é delimitado lateralmente por cunhais de cantaria sobre plintos almofadados, igualmente de calcário, e superiormente por cornija e platibanda rebocada coroada nas extremidades por pináculos. O alçado N. liga-se à fachada precedente por uma dupla reentrância dotada de cunhais de cantaria, funcionando a cornija como elemento unificador. |
Acessos
|
Largo Marqueses de Nisa; Rua da Madre de Deus |
Protecção
|
Incluído na Zona de Proteção da Igreja da Madre de Deus (v. IPA.00002547) |
Enquadramento
|
Urbano, destacado, isolado. Tangente ao cunhal SE., em plano elevado ao nível do piso nobre, é sensível a presença do caminho de ferro da linha do Norte. |
Descrição Complementar
|
O interior, adaptado às funções institucionais e consideravelmente remodelado após o incêndio do final do século passado não apresenta interesse artístico. |
Utilização Inicial
|
Residencial: casa nobre |
Utilização Actual
|
Educativa: colégio de ensino regular |
Propriedade
|
Pública: estatal |
Afectação
|
Casa Pia de Lisboa |
Época Construção
|
Séc. 16 / 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
ARQUITETOS: Jerónimo de Ruão (séc. 16); José Maria Nepomuceno (séc. 19). |
Cronologia
|
Séc. 16 - construção do paço real, por ordem de D. João III, onde trabalha João de Ruão; séc. 17 - doação do antigo paço real de Xabregas à condessa de Unhão, por D. João; obras de reparação; 1741 - pelo casamento do 5º conde de Unhão, D. João Xavier Teles de Meneses e Castro, com D. Maria José da Gama, 4ª marquesa de Nisa, o palácio ganha esta última designação; 1862 - venda do edifício a um particular pelo último marquês, D. Domingos da Gama; 1867 - aquisição do palácio pelo Estado, a fim de aí instalar um estabelecimento de correcção de menores, o Asilo de Maria Pia, criado por decreto de 14 de Março desse ano; 1867 - estando concluídas obras sumárias de reparação e adaptação, ocorre um incêndio que consome todo o edifício. à excepção da capela (de Nª Sª da Conceição); 1868 / 1869 - rápida reconstrução, graças às contribuições do infante D. Augusto e do cardeal-patriarca D. Manuel Bento Rodrigues; 1869 - por morte da última freira do mosteiro da Madre de Deus, a zona conventual é anexada ao Asilo; 1871 - determinam-se novas obras, sob orientação do Arq. José Maria Nepomuceno, continuadas após a sua morte (1904) pelo condutor de obras públicas, Liberato Teles; 1928 - a instituição passa a designar-se Escola Profissional de D. Maria Pia; 1997 - demolição dos tectos do segundo piso, para permitir o seu seccionamento e o aproveitamento do sótão, criando dois pisos de salas de aula; tratamento térmico e acústico da cobertura. |
Dados Técnicos
|
Paredes autoportantes |
Materiais
|
Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, ferro forjado, madeira |
Bibliografia
|
ANDRADE, Ferreira de, Palácios Reais de Lisboa, 2ª ed., Lisboa, 1990; ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, Vol. III, Livro 15, Lisboa, s.d.; CONSIGLIERI, Carlos, RIBEIRO, Filomena, VARGAS, José Manuel, ABEL, Marília, Pelas Freguesias de Lisboa. Lisboa Oriental, Lisboa, 1993; MATOS, José Sarmento de, Lisboa, Um Passeio a Oriente, Lisboa, 1993; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1954, Lisboa, 1955; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos anos de 1957 e 1958, 1º Volume, Lisboa, 1959; Monumentos, n.º 8 e n.º 10, Lisboa, DGEMN, 1998-1999; VITERBO, Sousa, Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portuguezes ou a serviço de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1904, vol. III. |
Documentação Gráfica
|
IHRU: DGEMN/DRELisboa/DIE/DRC/DEM; AHMOP: Desenho nº A 2 C |
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH, DGEMN/DRMLisboa |
Documentação Administrativa
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
|
DGEMN: 1954 - realização de diversas obras de conservação e reparação, pela Direcção dos Serviços de Construção e Conservação; 1957 / 1958 - obras de remodelação da instalação eléctrica, rede de iluminação exterior e quadro geral, pelos Serviços de Construção e Conservação; 1998 / 1999 - beneficiação das fachadas do pátio e remodelação da zona escolar junto ao ginásio. |
Observações
|
|
Autor e Data
|
Teresa Vale e Carlos Gomes 1995 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |