Barragem Romana de Belas

IPA.00006416
Portugal, Lisboa, Sintra, União das freguesias de Queluz e Belas
 
Arquitectura infraestrutural, romana. Barragem e aqueduto romano, este último construído a partir da albufeira, constituem uma obra de conjunto e que reflete bem a preocupação dos romanos de fornecerem água às suas cidades, estando também muito ligado ao seu modo de vida. O tipo de construção é caracteristicamente romano, ou seja, feita numa espécie de betão que era depois revestido por lajes de pedra local. Obra de considerável envergadura, com muralha prolongada por uma área razoável e reforçada a jusante por espessos contrafortes dispostos.
Número IPA Antigo: PT031111040030
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Hidráulica de contenção  Barragem  Barragem romana  

Descrição

As ruínas da antiga barragem mantêm de pé apenas uma parte central com cerca de 15,5 m. de comprimento, tendo a maior altura de 8 m. e a maior espessura de 7 m. A muralha, na parede virada a jusante é reforçada por 3 contrafortes. Estendia-se pelo local hoje ocupado pela estrada e deveria ir até ao morro, onde desse lado ficava a muralha. A outra parte ia firmar-se a "penedia", no outro lado do vale, onde grande parte da muralha foi também destruída. A albufeira que a muralha criava poderia armazenar cerca de 125 m3 cúbicos de água.

Acessos

EN 250, ao Km 16,423 (Caneças - Queluz ou Belas). WGS84 (graus decimais) lat: 38,801969; long.: -9,243193

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 735/74, DG, 1.ª série, n.º 297 de 21 dezembro 1974 *1

Enquadramento

Rural. Implanta-se junto e por baixo da actual estrada, tendo a nascente a ribeira de Carenque, e sendo parcialmente encoberta por arvoredo e vegetação.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Hidráulica: barragem

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Companhia das Águas de Lisboa (administração)

Época Construção

Séc. 03

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

Séc. 03 - construção; desconhece-se a época em que deixou de ser utilizada; 1571 - Francisco de Olanda in "Da Fábrica que falece a citada de Lisboa" desenha a barragem e chafarizes a construir em Lisboa, instando para que se reaproveitasse o aqueduto romano para trazer a água à cidade; 1573 - D. Sebastião recomenda por carta régia para que se concluísse o necessário para trazer água a Lisboa, mas nada foi feito; 1619 - D. Filipe II visita a barragem e o aqueduto com intenção de promover a sua reconstrução, encarregando para tal Leonardo Turriano; 1620 - carta de Madrid com relatório e 4 projectos para a água livre ser novamente trazida a Lisboa concluíndo que o melhor aqueduto era o romano; estabelecem-se taxas para custeamento das obras; 1623 - alvará régio determina que os impostos destinados à obra socorram a Índia; 1728 - Inicia-se construção de novo aqueduto que arrasou parte do romano na zona da "penedia", pois a barragem foi tida como desnecessária, dada a abundância de nascentes possíveis de captar na bacia; Ergueram-se ali várias construções (ventiladores "castella") que a companhia das Águas ainda mantém; séc. 20 - a construção da estrada de Caneças - Belas, destrói e soterrou outra parte da muralha.

Dados Técnicos

Materiais

Estrutura em "opus incertum" com pedras ligadas por argamassa feita com cal parda, areia bastante fina e pedaços de cerâmica encarnada. Revestimento com pedra local e com "opus quadratum pseudoisodomón".

Bibliografia

ALMEIDA, D. Fernando de, Sobre a barragem romana de "Olisipo" e seu aqueduto in O Arqueólogo Português, série III, vol. 3, Lisboa, 1969, pp. 179 - 190; ALARCÃO, Jorge, Portugal Romano, Lisboa, 1974; IPPC, Roteiros da Arqueologia Portuguesa, 1 - Lisboa e arredores, s.l. 1986; QUINTELA, António de Carvalho, CARDOSO, João Luís, MASCARENHAS, José Manuel, Aproveitamentos Hidráulicos Romanos a Sul do Tejo, s.l., 1987.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

*1 - Ruínas da antiga barragem romana donde partia um aqueduto para Olisipo.

Autor e Data

Paula Noé 1991

Actualização

 
 
 
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