Monumento pré-histórico da Praia das Maçãs

IPA.00006411
Portugal, Lisboa, Sintra, Colares
 
Arquitectura funerária megalítica. Integra-se no conjunto das necrópoles do Neolítico e da Idade do Cobre portuguesa, dividindo-se arquitectonicamente em 2 construções: 1) a câmara ocidental e câmaras intermédias; 2) câmara de "tholos", corredor, átrio e "tumulus" *1. É um das mais importantes conjuntos sepulcrais pré-históricos da chamada Península de Lisboa. A presença de placas de xisto e vasos de bordo denteado no fundo do átrio e no "tumulus", leva a atribuir a construção desta "tholos" a um horizonte do Neolítico final da transição para o Calcolítico inicial, contrariando assim a atribuição tradicional da construção das "tholoi" ao horizonte de cerâmica canelada e ídolos de calcário.
Número IPA Antigo: PT031111050029
 
Registo visualizado 1724 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Funerário  Anta    

Descrição

Necrópole de planta composta por vários "corpos" sequenciais: 1) câmara ocidental com c. 2 m. de diâmetro, escavada na rocha e revestida com esteios de pedra dos quais se conservam apenas 3; 2) pequeno corredor conservando do lado S. muro de pedras e que, por um degrau, conduz a 3) construção intermédia transversal e tambvém escavada na rocha; compõe-se de 3 partes: um sector central, com abertura para a "tholos" e 2 câmaras laterais revestidas de esteios; 4) "tholos", câmara circular de c. 5 / 5,5 m. de diâmetro, construída na argila e com muros de lajes calcárias dispostas horizontalmente a toda a volta. Ao centro cavidade no solo onde se inseria pilar para sustentar o tecto da câmara; 5) segue-se-lhe corredor com cerca de 3,5 m. de comprimento, já sem muros laterais mas com vestígios da sua anterior existência; 6) átrio, zona ampla com c. 2 m. de largura máxima, encurvando para N. até à entrada, que seria a inicial, e tendo os muros laterais revestidos por lajes de pedra. De encontro ao muro N. conserva-se da mamoa uma camada de pedras de calcário quase todas pequenas, que consolidaria exteriormente a construção.

Acessos

Outeiro das Mós, Praia das Maçãs. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,801998; long: -9,465968

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 735/74, DG, 1.ª série, n.º 297 de 21 dezembro 1974 / ZEP, Portaria n.º 49/2014, DR, 2.ª série, n.º 14 de 21 janeiro 2014 / Incluído na Área Protegida de Sintra - Cascais (v. IPA.00022840)

Enquadramento

Rural. Localiza-se no lado virado a Norte do "Outeiro das Mós", por detrás das primeiras casas da povoação da Praia das Maçãs.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Funerária: anta

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Privada

Afectação

Época Construção

Época megalítica

Arquitecto / Construtor / Autor

Não aplicável

Cronologia

Época megalítica - primeira construção; Neolítico, final - construção do conjunto da "tholos"; Calcolítico, inicial - recuperação da "tholos" só até ao átrio e não ao "tumulus"; Calcolítico, final - reocupação intrusiva do monumento; séc. 20 - detectado durante trabalhos agrícolas, foi remexido por populares, e muito do espólio foi inserido numa colecção particular do Dr. Caetano de Oliveira; 1925 - primeira notícia dos vestígios arqueológicos, dadas pelo O Arqueólogo Português, publicado apenas em 1929; 1927 - são feitas as primeiras explorações metódicas da necrópole, por Luís Saavedra Machado; 1961 - os arqueólogos Vera Leisner, G. Zbyszewski e O. da Veiga Ferreira localizaram os objectos ali recolhidos, o próprio monumento e procederam a escavações; 1969 - são exumados alguns crânios humanos.

Dados Técnicos

Materiais

Calcário e argilas. Materiais de osso, xisto, cerâmica, calcário e cobre.

Bibliografia

O Arqueólogo Português, vol. XXVII, 1925 - 26, p. 194; GONÇALVES, João Ludgero Marques, Monumento Pré-Histórico da Praia das Maçãs (Sintra). Notícia Preliminar, in Sintria. Revista de Estudos de Arqueologia, Arte e Etnologia, Sintra, 1987, p. 29 - 57; AZEVEDO, José Alfredo da Costa, Obras de José Alfredo da Costa Azevedo, Litoral e Planície Saloia, Vol. III, Sintra, 1997.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

1961 - escavações pelos arqueológos Vera Leisner, G. Zbysziwski e O. da Veiga Ferreira; 1979 - 2 campanhas de escavação sistemática: limpeza geral do monumento; põe-se a descoberto a totalidade do átrio e a zona do "tumulus" ou mamoa.

Observações

*1 - A primeira construção apresenta o primeiro horizonte cultural da cultura megalítica, com pontas de seta de base triangular - pedunculada, alfinetes de osso de cabeça canelada, placas de xisto decorados, vasos hemisféricos e taças carenadas. A segunda construção, todo o conjunto da "tholos", deve ter sido edificada pelo 2º horinte cultural, do Neolítico final, ainda com placas de xisto, pontas de seta de base triangular pendunculada e outras já de base côncava, vasos elípticos e globulares, taças carenadas e vasos com bordo denteado. O 3º horizonte, do Calcolítico inicial, recuperou a "tholos" (só até ao átrio e não ao "tumulus") inclui cerâmicas caneladas, significativa quantidade de vasos de bordo extrovertido, potes e ainda ídolos cilíndricos, vasos em osso e calcário e outros objectos votivos em calcário. Por último, o 4º horizonte, do Calcolítico final, com um punhal e pontas de seta em cobre e cerâmica campaniforme, é um horizonte de reocupação intrusiva do monumento.

Autor e Data

Paula Noé 1990

Actualização

 
 
 
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