Pelourinho de Alverca do Ribatejo

IPA.00006400
Portugal, Lisboa, Vila Franca de Xira, União das freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho
 
Arquitectura político-administrativa e judicial, manuelina e revivalista neomanuelina. Pelourinho sem remate, pelo que não pode ser alvo de classificação tipológica, com soco octogonal de quatro degraus, de feitura recente, onde assenta base octogonal estrelar e fuste cilíndrico torso de estrias espiraladas decoradas com rosetas, semelhante ao de Colares (v. PT03111050010) na metade inferior; capitel oitavado com grutescos (cabeças de anjo de cuja boca saiem alcachofras e mascarão com cartela epigrafada) e emblemática manuelina e municipal. Degraus, nó e metade superior do fuste neo-manuelinos, esta é espiralado em sentido inverso da inferior e desprovida de decoração. Pelourinho reconstruído a partir de três fragmentos manuelinos: base oitavada, parte do fuste, espiralado e com rosetas, e capitel prismático preenchido com decoração de grutescos, bebida em gravuras, e heráldica, em dois registos. A ausência de decoração na metade superior do fuste atesta a sua recente feitura.
Número IPA Antigo: PT031114020003
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Judicial  Pelourinho  Jurisdição régia  Sem remate

Descrição

Estrutura em mármore, composta por soco de quatro degraus octogonais escalonados, de focinho boleado. Base cilíndrica com anéis, superiormente facetada, tomando forma oitavada côncava, de secção estrelar. Fuste cilíndrico helicoidal de estrias espiraladas, com dois registos que torcem em sentidos opostos, separados por nó oitavado, saliente, com anel central. O primeiro registo é decorado com séries de rosetas quadrifoliadas apontadas e botoadas, entre as espiras, único elemento que se repete no registo superior, sendo o segundo desprovido de decoração. Capitel prismático octogonal decorado inferiormente com quatro cabeças de anjo segurando cada uma na boca duas alcachofras, intercaladas superiormente por quatro escudos contendo esfera armilar, castelo de três torres, brasão real encimado por coroa e mascarão com cartela contendo data inscrita de "1530" e uma sigla ou inscrição epigráfica ilegível.

Acessos

Praça João Mantas. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,899400, long.: -9,038297

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 23 122, DG, 1.ª série, n.º 231 de 11 outubro 1933

Enquadramento

Urbano. Ergue-se isolado numa praça ampla e plana, empedrada e rodeada de construções antigas de um e dois pisos, integrando o Núcleo do Museu Municipal.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Judicial: pelourinho

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Autarquia Local, Art.º 3, Dec. nº 23 122, 11 Outubro 1933

Época Construção

Séc. 16 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1160 - D. Afonso Henriques concede foral à vila de Alverca, dotando-a de privilégios sucessivamente confirmados e aumentados nos reinados seguintes; séc. 14 - doação da povoação à Capelania de D. Afonso IV na Sé de Lisboa, por aquele monarca; 1510 - renovação dos forais de Povos e Castanheira por D. Manuel, desconhecendo-se o de Alverca; 1530 - data inscrita no capitel, provavelmente atestando a construção do mesmo, originariamente localizado junto à antiga Casa da Câmara; 1712 - pertence à Comarca de Torres Vedras e tem 350 vizinhos, pertencendo às Capelas de D. Afonso IV; tem 2 juízes ordinários, 3 vereadores, um procurador do concelho, escrivão da câmara, juiz dos órfãos com o respectivo escrivão e um tabelião; 1758, 20 Abril - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco Manuel Henriques, é referido que a povoação pertencia às Capelas de D. Afonso IV, goernadas pela Mesa da Consciência e Ordens; 1855 - supressão do Concelho de Alverca do Ribatejo, sendo incorporado no de Vila Franca de Xira, facto que pode ter levado á destruição ou desmonte do Pelourinho, cujos fragmentos (base, metade inferior do fuste e capitel) estiveram na posse da Junta de Freguesia até 1979; 1976 a 1979 - a Junta da Freguesia manifestou interesse em reconstruir o Pelourinho a partir dos fragmentos existentes, solicitando a colaboração da DGEMN que indicou o Arquitecto Lyster Franco, contudo o assunto ficou suspenso por falta de verba da autarquia, sugerindo-se que as pedras originais fossem arrecadadas para evitar destruição ou roubo, pois encontravam-se expostas e sem protecção; 1980 - após reconstrução o Pelourinho foi implantado no local original; foram reutilizados os fragmentos que se encontravam na posse da Junta de Freguesia e recorrendo-se a uma fotografia do séc. 19, para se determinar o formato e dimensões dos elementos em falta e a sua implantação no largo fronteiro à antiga Câmara; foram executados os degraus, o nó central e a parte superior do fuste no mesmo tipo de pedra dos fragmentos, sendo este torso com movimento inverso e sem decoração floral para marcar a novidade da peça; os elementos originais foram limpos e reparados e as ligações efectuadas com elementos metálicos de bronze, segundo os métodos habituais, respeitando os fragmentos existentes; 1990 - transformação da antiga Casa da Câmara e Largo do Pelourinho em Núcleo do Museu Municipal, inserido no projecto do museu descentralizado que preserva, divulga e reutiliza o património.

Dados Técnicos

Sistema estrutural autónomo.

Materiais

Estrutura em mármore

Bibliografia

CHAVES, Luis, Os Pelourinhos no actual concelho de Vila Franca de Xira, na Província da Estremadura e Distrito de Lisboa in Boletim Comemorativo do 25º Aniversário da Biblioteca - Museu Municipal Dr. Vidal Batista, Vila Franca de Xira, 1972, pp. 155-170; COSTA, António Carvalho da (Padre), Corografia Portugueza…, vol. III, Lisboa, Officina Real Deslandesiana, 1712; MACEDO, Lino de, Antiguidaddes do Moderno Concelho de Vila Franca de Xira, C. M., 1992; MALAFAIA, E.B. de Ataíde, Pelourinhos Portugueses - tentâmen de inventário geral, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1997; O Concelho em que Vivemos, Vila Franca de Xira, 1998.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID; DGARQ/TT: Memórias Paroquiais (vol. 3, n.º 43, fl. 329-342)

Intervenção Realizada

Nada a assinalar.

Observações

Autor e Data

Lina Marques 2001

Actualização

 
 
 
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