Pelourinho de Vila Franca de Xira

IPA.00006396
Portugal, Lisboa, Vila Franca de Xira, Vila Franca de Xira
 
Arquitectura político-administrativa e judicial, quinhentista. Pelourinho de pinha piramidal embolada, reconstruído a partir de fragmentos primitivos, com soco octogonal de cinco degraus, com fuste torso com faixas vegetalistas e remate galbado, encimado por pináculo com bola e esfera armilar em ferro. Segue o esquema dos pelourinhos de Colares (v. PT031111050010), Azambuja (v. PT031103040001), Alverca (v. PT031114020003), Silves e Elvas. Elementos barrocos: remate em taça invertida de bordo conchedo encimado por esfera. Pelourinho com fragmentos de várias épocas, com elementos manuelinos, onde se destaca a base, com escócia facetada côncava, de tipo estrelar e 2 peças do fuste torso de estrias helicoidais decorado com séries alternadas de rosetas. Na reconstrução foi completado com elementos revivalistas de acordo com os estilos patentes nos fragmentos: parte superior da base facetada neo-manuelina; nó de duplo-anel e capitel convexo neo-barrocos. Utilizou-se o mesmo tipo de pedra e de aparelho dos fragmentos existentes.
Número IPA Antigo: PT031114090001
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Judicial  Pelourinho  Jurisdição régia  Tipo pinha

Descrição

Estrutura em mármore, com soco octogonal de cinco degraus escalonados, de focinho boleado. Base circular inferiormente com anéis, alternando duas escócias facetadas. Fuste cilíndrico helicoidal com estrias, decorado com séries de rosetas, dividido a meio por nó de duplo anel moldurado, convexo, liso. Capitel sobre molduras crescentes, em forma de jarrão convexo facetado, com estrangulamento superior, abrindo-se em taça oitavada lisa. Remate em taça invertida de faces convexas com friso concheado inferior sobre dupla moldura saliente oitavada, terminando em esfera encimada por pequeno paralelepípedo que sustenta esfera armilar e cruz da Ordem de Cristo. No remate 4 perfurações onde estiveram cravados os ferros de sujeição.

Acessos

Praça Afonso de Albuquerque. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,954294; long.: -8,989645

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG, 1.ª série, n.º 136 de 23 junho 1910 / ZEP, Portaria n.º 1158/2009, DR, 2.ª Série, n.º 212 de 02 novembro 2009 *1

Enquadramento

Urbano. Isolado, situado no centro da vila, no meio duma praça ampla, trapezoidal, lageada, frente aos Paços do Concelho e de outras construções antigas de 2 e 3 pisos.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Judicial: pelourinho

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Autarquia local, Artº 3º, Dec. nº 23 122, 11 Outubro 1933

Época Construção

Séc. 16 / 18 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1160 - povoada pelos ingleses que vieram para a conquista de Lisboa; 1212, Novembro - foral concedido por D. Fruilha Ermiges, familiar da Ordem do Templo; 1510, 01 Junho - D. Manuel concede foral novo à vila, na sequência do qual deve ter sido construído o Pelourinho original; 1712 - é da Comarca de Torres Vedras e tem 950 vizinhos, sendo alcaide-mor o Conde de Pombeiro, pela Casa de Belas; tem juiz de fora, 3 vereadores, procurador do concelho, escrivão da câmara, juiz dos órfãos, inquiridor, distribuidor, contador e escrivão; 1759, 10 Dezembro - nas Memórias Paroquiais, é referido que a povoação, com 387 vizinhos, é do rei; tem juíz de fora e Câmara, sujeitos à Comarca de Torres Vedras; séc. 18, finais - a Câmara ordenou a demolição do Pelourinho aquando de uma deslocação da família real a Salvaterra, porque este obstruía a passagem das carruagens para o cais onde se encontravam as galiotas e o bergantim real; as peças foram guardadas junto do poço, aí permanecendo muito tempo; 1802 / 1803 - a Câmara decidiu reconstruir o Pelourinho, dispensando verba superior a 60$000 reis para pagar aos canteiros que o refizeram: construiu-se uma base de degraus defendidos com marcos de pedra, os fragmentos foram limpos e montados, colocando-se a rematar uma esfera armilar de ferro; 1804 - conclusão da obra e colocação do Pelourinho na Pç. onde originarimente estivera, e de onde fora retirado um chafariz; posteriormente a Câmara ordenou que fossem retirados os quatro baços de ferro com argolas do remate, sendo os mesmos guardados no depósito de utensílios da Câmara, na Rua dos Mercadores (antiga Ermida da Senhora das Necessidades, cedida para uso da autarquia); 1891, 09 Setembro - por proposta do vereador Artur César Pereira, a Câmara deliberou a demolição do Pelourinho para "embelezar" a Praça da vila; 13 Outubro - demolição do pelourinho; os fragmentos ficaram abandonados e foi colocado um candeeeiro no seu lugar; 1953 - Câmara ordena a sua reconstrução e colocação na antiga Praça Velha; 1954, 17 Julho - cerimónia inaugural da reconstituição do pelourinho; 2003, 25 março - proposta da DRLisboa de fixação da Zona Especial de Proteção Conjunta do Pelourinho e do Celeiro da Patriarcal; 07 maio - parecer favorável do Conselho Consultivo do IPPAR; 29 maio - Despacho de homologação da Zona Especial de Proteção pelo Ministro da Cultura.

Dados Técnicos

Sistema estrutural autónomo.

Materiais

Estrutura em cantaria de mármore; grimpa e esfera armilar em ferro.

Bibliografia

AMARAL, João José M. F. Silva, Ofertas Históricas Relativas à Povoação de Vila Franca de Xira (...), Vila Franca de Xira, 1854; AZEVEDO, Carlos de, FERRÃO, Julieta, GUSMÃO, Adriano de, Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Lisboa, 1963; Pelourinhos do Distrito de Lisboa, Boletim da DGEMN, nº 123, Lisboa, 1966; CÂNCIO, Francisco, Ribatejo Histórico e Monumental, 3 vol., s.l., 1939; CHAVES, Luis, Os Pelourinhos no Actual Concelho de Vila Franca de Xira, na Província da Estremadura e Distrito de Lisboa in Boletim Comemorativo do 25º. aniversário da Biblioteca - Museu Municipal Dr. Vidal Batista, Vila Franca de Xira, 1972, p. 155 - 170; COSTA, António Carvalho da (Padre), Corografia Portugueza, vol. III, Lisboa, Officina Real Deslandesiana, 1712; MACEDO, Lino de, Antiguidades do Moderno Concelho de Vila Franca de Xira, Vila Franca de Xira, 1893; Eco Literário, Vila Franca de Xira, 11 Fev. 1911; MALAFAIA, E.B. de Ataíde, Pelourinhos Portugueses - tentâmen de inventário geral, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1997.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID; DGARQ/TT: Memórias Paroquiais (vol. 40, n.º 219, fl. 1313-1316)

Intervenção Realizada

DGEMN: 1953 - Reconstrução do Pelourinho e colocação no local original (Pç. Afonso Albuquerque) com base em fotografias e após o exame das pedras dispersas ainda existentes, respeitando as proporções e estudando à escala a conjugação das pedras antigas com as agora projectadas e aplicando a esfera armilar de ferro encimada por cruz da Ordem de Cristo encontrada na Qta. do Paraíso. Utilizaram-se pedras novas idênticas às originais em qualidade e aparelho para que o conjunto resultasse harmónico, sendo ligadas entre si por espigões de ferro chumbados. Assentamento em degraus de cantaria da região argamassados com cimento e areia; alvenaria hidráulica para realçar fundações e em maciços para degraus, empregando pedra rija e argamassa de cimento e areia; complemento do pedestal de cantaria igual à dos fragmentos existentes, moldurado, de uma só peça; capitel e base da esfera de cantaria igual à existente; suporte metálico da esfera; reparação geral dos fragmentos, parte inferior da base, duas metades do fuste e remate e seu assentamento. Alterações á obra de reconstrução: betão armada em lages para fundações e modificação das moradas do bocel dos degraus; C.M.V.F.X.: 1953 - Obra de pavimentação da Pç. com remodelação do sistema de iluminação (lanternas colocadas nos cunhais dos edifícios); projecto de alteração ou arranjo da fachada do edifício dos Paços do Concelho.

Observações

*1 - Zona Especial de Proteção Conjunta do Pelourinho de Vila Franca de Xira e do Celeiro da Patriarcal

Autor e Data

Lina Marques 2001

Actualização

 
 
 
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