Parque do Asilo Militar de Runa

IPA.00006343
Portugal, Lisboa, Torres Vedras, União das freguesias de Dois Portos e Runa
 
Espaço verde de produção agrícola / Espaço verde de recreio. Quinta de produção agrícola, transformada em parque.
Número IPA Antigo: PT031113120035
 
Registo visualizado 68 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Espaço verde  Parque  Parque  Formal    

Descrição

Para S. da alameda que permite o acesso ao edifício (v.IPA.00006339) desenvolve-se uma área rectangular, murada, que corresponde ao Parque do Asilo. A entrada é assinalada por dois portões que surgem na continuidade do eixo que define a ala E. do Asilo e que apresentam gravada a data 1959. O parque compreende três partes distintas, a área de Mata, imediatamente à entrada e que preenche a maior área do parque, o pomar e o jardim formal, ambos no topo S.. O eixo que nasce no portão de entrada no parque leva-nos directamente a uma das entradas no jardim, espaço que se distingue da mata pela sua composição e pela menor densidade de ensombramento, fisicamente está separado da mata por um ribeiro em que três pequenas pontes permitem o acesso, parcialmente por sebe talhada. O jardim desenvolve-se ao longo de um eixo longitudinal que se apresenta transversal ao comprimento do parque. Praticamente central ao espaço jardim surge-nos uma estrutura de ensombramento coberta por um cedro (Cupressus sp.) de grande porte, com mais de 190 anos, abraça praticamente toda a largura do jardim. Para O. oito canteiros delimitados por relva e um elemento de água formam uma composição. O extremo O. do jardim é separado do pomar por sebe talhada. Para E. da grande estrutura de ensombramento surge uma outra composição centrada num elemento de água. O limite S. do jardim é um muro que permite uma relação visual franca com o exterior. O pomar de citrinos, de reduzidas dimensões corresponde a uma parcela com a largura do jardim, que se localiza entre o extremo O. deste e o muro de delimitação do parque. A mata apresenta um estrato arbóreo bastante denso (loureiros, cedros, ciprestes, pinheiros, entre outras espécies) ao invés dos arbustivo e herbáceo que são praticamente inexistentes. Apresenta algum equipamento de estadia associado regra geral a elementos de água que pontuam a mata. Existe uma fonte datada de 1896, assim como um bebedouro que mostra a mesma data.

Acessos

EN 248, ao Km 6. Frente à estação de Runa

Protecção

Incluído na Zona de Proteção do Edifício do Asilo de Inválidos Militares (v.IPA.00006339 )

Enquadramento

Urbano. Isolado. Vale.

Descrição Complementar

«Início da construção do edifício, em 1803, nela participaram mais de 300 operários e se gastaram mais de 600 contos de réis em moeda da época.» «Em virtude da elevada despesa a que a construção do edifício obrigou, a dotação deixada pela instituidora, ao hospital não foi muito grande. Na época consistia ela no seguinte: a Comenda de Sant'Iago de Bedvindo; uma apólice com vencimento de cinco por cento do capital de 26800$000 réis; um título de dívida pública, sem vencimento do capital de 11999$960 réis; duas acções da Companhia dos Vinhos do Douro, 800$000 réis; e as quintas de Runa, Enxara do Bispo e de Amaro, com seus anexos. Tudo isto representava um rendimento annual de 8800$000 réis. A estes haveres juntava-se o valor das jóias legadas pela princesa fundadora que era de 47281$000 réis.» «No Lar de Veteranos Militares de Runa existe um verdadeiro museu, dado que D. Maria Francisca Benedita havia reservado para si metade do palácio e, tal cmo as princesas irmãs, dedicou a sua vida ao cultivo das artes. Das peças existentes no palácio merecem especial referência valiosas pinturas (...). Notável uma baixela de loiça nacional, com a forma da princesa, uma outra baixela da Campanhia das Índias, além de peças soltas de faianças e de Saxe. Proveniente do Convento da Graça de Penafirme, 1835, um magnífico órgão datado de 1745. Todavia, a peça mais valiosa é, sem dúvida, uma riquíssima custódia concebida e desenhada pela princesa, onde se anuncia já um espírito pré-romântico.»

Utilização Inicial

Produtiva: quinta

Utilização Actual

Recreativa: parque

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Ministério da Defesa Nacional

Época Construção

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

1790, 11 Agosto - a princesa D. Maria compra aos padres de Alcobaça a vasta Quinta de Alcobaça, junto a Runa, para fundar o estabelecimento para Hospital Real de Inválidos militares; 1792, 18 Junho - a princesa decide concretizar a fundação do asilo de invalidos militares; 1802, 27 Junho - decreto a confirmar a fundação do asilo; 1803 - início da construção do edifício; 1827, 25 Julho - inauguração do edifício; 1831 - graves problemas de ordem económica levam à integração no Ministério do Exército, que passa a garantir a sua subsistência. Passa a ser designado por «Asilo de Inválidos Militares»; 1959 - o Asilo é integrado nos Serviços Sociais das Forças Armadas; 1965, 21 Abril - adquire a actual designação «Lar de Veteranos Militares»; 1995 - passa a designar-se por Centro de Apoio Social de Runa.

Dados Técnicos

Materiais

Bibliografia

A Hora - jornal ilustrado português republicano independente, ano IV, nº42, Lisboa, 1936; V.A., Portugal Passo a Passo - Estremadura, SAEPA, 1995; V.A., Torres Vedras-Passado e Presente, vol. I, CMTV, 1996; VIEIRA, Júlio, Torres Vedras, Antiga e Moderna, Tipografia da Sociedade Progresso Industrial, 1926.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; UE

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

O edifício é provavelmente o mais notável de estilo neo-clássico do Oeste Estremenho.

Autor e Data

Paula Simões 1998

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login