Igreja Paroquial de Galafura / Igreja de São Vicente

IPA.00000633
Portugal, Vila Real, Peso da Régua, União das freguesias de Galafura e Covelinhas
 
Arquitectura religiosa, barroca. Igreja de planta longitudinal composta por nave única e capela-mor rectangular, mais baixa e estreita, com fachadas de pilastras nos cunhais, sendo as laterais percorridas por cornija e rasgadas por duas janelas e uma porta travessa a S. No interior, coro-alto sobre arco abatido em madeira, púlpito no lado do Evangelho, duas capelas laterais com retábulos de talha, parede do arco triunfal integralmente revestida a talha dourada e policroma integrando dois retábulos colaterais e retábulo-mor também em talha dourada e policroma. Tectos de madeira formando caixotões, pintados, com Santos do Hagiólogo Católico e, na capela-mor, com motivos fitomórficos. Cruzeiro de caminho sem alpendre. Igreja de fachada principal muito remodelada durante o séc. 20, sobretudo em termos de vãos. O portal de acesso ao adro, terminado em dupla sineira, é demasiado imponente e invulgar para a função, mais parecendo tratar-se de elementos da antiga fachada, a qual, assim sendo, se enquadraria mais na tipologia comum das igrejas do distrito. O retábulo-mor é tardo-barroco, de transição para o neoclássico.
Número IPA Antigo: PT011708030003
 
Registo visualizado 472 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Igreja de planta longitudinal composta por uma nave e capela-mor rectangular, mais baixa e estreita, com sacristia, rectangular, adossada a N. desta. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na igreja e uma na sacristia. Fachadas rebocadas e pintadas de branco com embasamento a cinzento. Fachada principal orientada a E., com pilastras nos cunhais sobrepujados por pináculos, moldurados, e rematada em frontão triangular de friso e cornija, com cruz latina sobre a empena, e tendo no tímpano nicho de arco pleno, decorado, sobre pilastras também decoradas por motivos geométricos, ladeado por aletas, com abóbada concheada e encimado por motivos enrolados. Portal de verga recta, encimada por um óculo oval moldurado, com friso inferior. Fachadas laterais percorridas por cornija em ducina e rasgadas por duas janelas rectangulares altas e estreitas na nave, tendo na virada a S. porta travessa, de verga recta e moldura simples, e, na capela-mor, janela central. Fachada posterior com pilastras nos cunhais da capela-mor e sacristia, encimados por pináculos, ambas cegas, a primeira terminada em empena encimada por uma cruz latina sobre plinto. A sacristia possui uma janela rectangular elevada a N. e uma porta, de lintel em arco abatido, na fachada voltada a E.. INTERIOR: Paredes pintadas de branco com embasamento pintada a imitar azulejos azuis e amarelos com motivos vegetalistas. Coro-alto, sobre arco abatido, de madeira, com sobrado e balaustrada também em madeira, e guarda-vento. Na parede do lado do Evangelho, púlpito quadrado, sobre base pétrea, com varandim, baldaquino e escada em talha policroma, e, na oposta, dois confessionários embutidos. No topo da nave, duas capelas laterais, de arco de volta perfeita, com retábulos de talha. Arco triunfal de volta perfeita, elevado e com impostas molduradas. A parede que o envolve encontra-se completamente revestida de talha dourada e policroma, integrando dois retábulos colaterais. Tecto de madeira formando caixotões, pintados com Santos do Hagiólogo Católico. Na capela-mor, mesa do altar com arcaria vazada de arcos trilobados, em talha, retábulo-mor em talha dourada e policroma e tecto de madeira, formando caixotões, pintados com motivos fitomórficos. A sacristia possui pavimento de tijoleira e na parede E. um lavabo de cantaria singela. O portal - campanário de acesso ao adro: portal em arco de volta perfeita, elevado, ladeado de pilastras suportando entablamento, onde se ergue o campanário propriamente dito, de dupla ventana, coroado por uma cruz central e dois pináculos laterais. O Cruzeiro, situado no largo frontal ao adro, é constituído por um soco de dois degraus, de planta quadrada, com um plinto paralelepípedo com molduras e decoração em losango inscrito nas três faces e na outra uma epígrafe delida, datada de 1760; suporta uma base sub-piramidal com esfera em que assenta a cruz. A esfera é decorada com caneluras finas na calote inferior e mais largas na superior. A cruz, latina, apresenta secção quadrada, sendo decorada nas quatro faces com ramagens e roseta no cruzamento dos braços. As faces das extremidades são também decoradas com moldura e remate tendo uma pinha central rodeada por quatro mais pequenas.

Acessos

Galafura, Largo do Eiró

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 8/83, DR, 1.ª série, n.º 19 de 24 janeiro 1983

Enquadramento

Urbano, isolado. A igreja localiza-se num largo no centro da povoação, ao lado do lavadouro público. Ocupa o centro de um adro arborizado delimitado por um muro elevado com entrada por um portal axial encimado pelo campanário e por um portão acessível pela rua lateral através duma ampla escadaria de degraus semicirculares. Várias casas encontram-se adossadas ao adro. O cruzeiro situa-se na periferia do largo, junto do entroncamento de uma rua descendente.

Descrição Complementar

O Campanário alberga, para além dos dois sinos, os alto-falantes da instalação sonora eléctrica. O acesso faz-se por uma extensa escadaria em ângulo acompanhando o muro do adro, protegida por um portão e gradeamento metálicos. Dado o declive do local em que se implanta, o cruzeiro assenta num embasamento nivelador que forma um degrau para todos os lados com excepção do lado mais baixo em que o embasamento é de três degraus.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Vila Real)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 17, finais - Provável construção da igreja; séc. 18, início - feitura da talha que envolvia o arco triunfal e dos retábulos colaterais; 1730, cerca - existia na igreja oito confrarias: a de São Vicente, o Santíssimo Sacramento, o Santo Nome de Jesus, Nossa Senhora, São Sebastião, Santo António, Santa Bárbara e do Espírito Santo; com as esmolas que os seus mordomos pediam aos fregueses, faziam as festas, compunham os altares, fabricavam o corpo da igreja e também outras capelas da freguesia; 1760 - construção do cruzeiro; 1787 - restauro da igreja segundo epígrafe pintada no guarda-vento; séc. 18, finais / séc. 19, inícios - provável feitura do retábulo-mor; 1940 - restauro da igreja segundo epígrafe pintada no guarda-vento; 1980, 28 Outubro - determinada a classificação da igreja, campanário e cruzeiro.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes na igreja e estrutura autoportante no campanário e cruzeiro.

Materiais

Cruzeiro e campanário em granito; na igreja, soalho, coro-alto, altares e tectos em madeira, pinturas murais.

Bibliografia

ALMEIDA, José António Ferreira de (org.), Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976, p. 283; SOUSA, Fernando de, GONÇALVES, Silva, Memórias de Vila Real, 2 vol., Vila Real, 1987; IPPAR, Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, vol. 3, Lisboa, 1993; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73730 [consultado em 11 janeiro 2017].

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/ DSID, DGEMN/DREMN

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DREMN

Intervenção Realizada

Junta de freguesia de Galafura: 1937 / 1939 - Demolição e reconstrução do telhado com cobertura de telha Lusitana e madeiramento em eucalipto; talha lavrada em retábulos e painéis do tecto em castanho; soalho e sobrado do coro, em pinho; pintura e restauro de retábulos apainelados; Comissão paroquial: 1994 - reparação do revestimento em reboco da face interna da fachada principal, pintura geral.

Observações

O cruzeiro já esteve localizado no centro da praça, em frente ao campanário, tendo sido deslocado há cerca de 10 anos.

Autor e Data

Isabel Sereno e Ricardo Teixeira 1994 / Paula Noé 2002

Actualização

 
 
 
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